O Sol já havia aparecido poucas horas antes quando Irena acordou com um cheiro muito bom de peixe assado. Olhou a sua volta, viu Raio dormindo a suas costas e Ricardo do outro lado da caverna assando peixes em uma pequena fogueira improvisada com pequenos galhos secos.

Logo ela percebeu algo... ela não havia dormido com nenhum cobertor, nem tinha um. Confusa, se levantou chamando a atenção do garoto que sorriu:

–A bela adormecida acordou! – Comentou ele. Irena revirou os olhos:

–Bom dia pra você também Sangue-Bravo. – Retrucou ela:

–Eu te empresto um dos meus cobertores e é assim que você agradece? – Perguntou se fingindo ferido:

–Foi você? – Perguntou ela confusa:

–Não, foi o Terror-Terrível rosa. – Respondeu sarcástico. – Tem mais alguém aqui?

–Depois diz que eu que sou a estressada. – Disse Irena devolvendo o cobertor a ele. – De qualquer jeito... – Ela suspirou. – Obrigada.

–Meus deuses, ela foi educada comigo! – Brincou ele com os olhos arregalados, e riu quando ela revirou os olhos. – De nada Haddock.

–Eu posso ser educada quando você parar de ser idiota. – Ricardo balançou a cabeça sorrindo:

–Então, começo agora. – Disse a entregando um de seus peixes assados. Irena o fitou. – O que foi? – Perguntou confuso:

–Está envenenado, não está? – Perguntou ela fazendo-o rir:

–Não, claro que não. – Respondeu ele. Irena cruzou os braços:

–Prove. – Disse ela, Ricardo suspirou e deu uma mordida no peixe:

–Está de bom tamanho? – Perguntou a entregando o peixe novamente. Irena o olhou mais um pouco, mas cedeu:

–Obrigada... – Murmurou ela dando uma mordida no peixe. Ricardo sorriu:

–Disponha.

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Astrid abriu os olhos e a primeira coisa que ela viu foi um par de olhos verdes a encarando:

–Bom dia milady. – Disse Soluço sorrindo:

–Bom dia. – Respondeu ela bocejando. Soluço a beijou na testa, e eles ficaram num silencio confortável por uns trinta minutos. Até que Soluço se levantou:

– Vou fazer um café para nós. – Disse a ela. Como se vestia. – Durma mais um pouco. – Astrid assentiu se aconchegando na cama. Soluço sorriu e beijou sua cabeça. – Te amo.

–Também te amo. – Sussurrou ela de olhos fechados e Soluço desceu as escadas para preparar o café. Astrid queria relaxar mas não podia pois Irena ainda estava sumida e a deixou muito preocupada. Irena é sua única filha e de Soluço. Eles já quiseram ter mais um mas não conseguiram, Astrid tinha medo de que não pudesse mais ter filhos. Já houve casos em Berk de mulheres ficarem estéreas depois do primeiro filho. E se ela perdesse Irena nunca iria se perdoar:

–Onde é que você se meteu Irena? – Murmurou Astrid pra si mesma. E não pode deixar de dar um pequeno sorriso comparando-a com Soluço.

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–Então você também é o único adolescente da sua tribo? – Perguntou Irena. Ricardo havia acabado de contar algumas coisas sobre sua vida, pois os dois estavam entediados e ainda caía um temporal:

–Sim. – Respondeu ele. – Na verdade eu sou o único que não é adulto.

–Não tem crianças lá? – Perguntou confusa:

–Não. Ninguém de lá é casado. – Explicou ele. – E a maioria são homens.

–Estranho... – Comentou Irena franzindo a testa. De repente Raio se aproximou dela e a cutucou. – O que foi Raio? – Perguntou ao dragão que balançou a cabeça para ela, se deitou ao seu lado colocando a cabeça em seu colo, fazendo-a revirar os olhos. – Dragão mimado... – Murmurou ela acariciando a cabeça de Raio. Então percebeu que Ricardo observava a cena com certo interesse. – O que? – Perguntou Irena confusa:

–Nada. É que eu nunca vi um dragão e uma pessoa se dando bem. – Explicou ele. Irena deu de ombros e olhou para fora da caverna, havia finalmente parado de chover:

–Finalmente! – Exclamou Irena se levantando assustando Raio que resmungou. – Ora, você não quer voar não? – Perguntou ao dragão que logo se animou:

–Então você já vai? – Perguntou Ricardo um pouco decepcionado. Ele realmente gostou de ter companhia e conhecer alguém de sua idade. Irena que estava arrumando a sela parou:

–Sim. – Respondeu, ela se virou para ele e estendeu a mão. – Foi legal te conhecer. – Disse ela:

–Igualmente. – Respondeu Ricardo apertando a mão. – Acho... acho que vou te ver por aí. – Comentou sem saber no que mais dizer. Irena deu um sorriso tímido que ele retribuiu, e montou Raio:

–Até mais. – Disse ela e logo em seguida decolou para fora da caverna em direção a Berk, deixando Ricardo lá sozinho:

–Até mais. – Disse ele ao vento. Ele suspirou chutando uma pedra do chão e se sentou cutucando sua pequena fogueira com um graveto. Mas uma coisa estava em sua mente. Em que aquela garota havia mexido nele?