Soluço acordou muito cedo, mas para ele era normal. Levantou-se e se arrumou em silencio para não acordar sua esposa ou sua filha. Já pronto ele saiu do quarto, como ele desceu as escadas, Astrid abriu os olhos e suspirou.

Poucas horas depois, Irena com seus 14 anos saiu de seu quarto e foi para a cozinha tomar café da manhã. Entrando na cozinha viu sua mãe sentada na mesa já comendo:

–Bom dia mãe. – Disse ela sonolenta:

–Bom dia filha. – Respondeu sorrindo:

–Onde está o pai? – Perguntou se sentando:

–Saiu cedo. – Respondeu Astrid:

–De novo... – Murmurou Irena. Quando ela terminou de comer se levantou. – Tchau mãe.

–Aonde você vai? – Perguntou Astrid:

–Explorar. – Respondeu sorrindo, sua mãe balançou a cabeça:

–Você é igualzinha ao seu pai. Só que você avisa onde vai. – Irena riu, mas logo seu riso morreu:

–Queria que pudéssemos ver ele mais... – Astrid suspirou:

–Eu também...

–Eu já vou indo. – Declarou. – Tchau.

–Tchau.

Como ela saiu da casa, um Nadder Mortal amarelo correu até ela:

–Bom dia Raio. – Disse ela feliz o abraçando. – Vamos? – Raio se animou, Irena montou nele e voaram para continuar sua exploração. A dupla voou boa parte do dia quando foram pegos por uma grande tempestade:

–Raio! Precisamos descer! – Irana gritou contra o vento, logo avistaram uma caverna e correram para dentro. – Ufa. – Disse ela reunindo lenha que havia lá dentro. – Quer me ajudar? – Perguntou se referindo a Raio que estava deitado quase dormindo. Ele resmungou e acendeu a fogueira. – Obrigada.

–Quem está aí? – Perguntou uma voz no fundo da caverna fazendo-a congelar. Ela olhou para as sombras e de lá saiu um garoto de sua idade com cabelos pretos e olhos verdes, ele era magro, mas com alguns músculos. – Quem é você? – Perguntou ele apontando sua espada para Irena fazendo Raio rosnar:

–Isso não é da sua conta. – Respondeu pegando seu machado que um dia já foi de sua mãe:

–Você tem um dragão? – Perguntou o garoto surpreso ao ver o dragão e abaixou a arma:

–Sim. Você não tem um? – Perguntou curiosa:

–Não, meu pai diz que eles são muito perigosos. – Irena o olhou confuso:

–Perigosos? Eles não são perigosos.

–Mesmo que eu não concorde, tudo bem. – Respondeu guardando a espada. – Mas o que você está fazendo aqui?

–Eu deveria lhe perguntar a mesma coisa.

–Estressadinha você. – Comentou ele sorrindo:

–Eu tenho motivos para. – Respondeu desafiadamente:

–Vamos começar direito então. Meu nome é Ricardo. – Disse ele estendendo a mão. Irena o fitou por um momento:

–Irena Haddock. – Ela apertou sua mão:

–O que a trás aqui Irena?

–Estava voando e fui pega na tempestade. E você? – Ricardo deu de ombros:

–Meu pai me deixou aqui.

–O que? – Perguntou confusa:

–Ele me deixou aqui. – Respondeu novamente fazendo Irena bufar:

–Sim, eu escutei, mas por que?

–Eu o desobedeci e ele me deixou de castigo aqui. Ele deve voltar daqui uma semana.

–E te deixou sem nada? Só a espada?

–Sim. – Assentiu ele:

–Ele sempre faz isso?

–Às vezes. Ele diz que eu tenho aprender a lidar sozinho para herdar o que é dele.

–Você é filho de um chefe?

–Você pode dizer que sim. – Irena suspirou:

–Bem, eu sou também.

–Serio? – Perguntou curioso:

–Sim. – Assentiu. – Mas ás vezes desejava que ele tivesse mais tempo para mim.

–Eu também... – Concordou. – E quem é seu pai?

–Soluço Haddock. – Ela respondeu. – E o seu pai, como se chama?

– Drago Sangue-Bravo...