A Filha Da Empregada escrita por Ginnyweas


Capítulo 40
Passado


Notas iniciais do capítulo

Olá Angels, como vocês estão? Espero que estejam bem!
Chegamos ao quadragésimo capítulo e ele é todo numa conversa do Ron com a Mione.
Aproveito o momento de agora pra desejar um super feliz natal pra vocês! Que vocês sejam presenteadas(os) com muito amor e carinho, e que aproveitem muito essa data tão maravilhosa que é o Natal e não se esqueçam de seu real sentido ❤
Este capítulo é dedicado a minha linda "xtina" que me presenteou com uma linda recomendação! É a sexta que a fic recebe!!! (Será que posso sentir orgulho de mim mesma? haha)
Sem mais delongas, vamos ao capítulo!
Desculpem-me os erros ortográficos.
Boa leitura :)



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Rony e Hermione estavam no quarto da garota deitados em sua cama, enquanto a morena estava deitada sobre o peito do ruivo eles travavam uma batalha de dedos.

— Três a um! — Rony disse assim que ganhava a batalha pela terceira vez.

— Mas que droga! Eu desisto, você deve estar roubando.

— Não estou não.

— Está sim!

— Hermione, aceite! Desde aquele xeque que você me deu eu não perdi mais nenhuma competição pra você.

— Aquele xeque foi o suficiente para o resto das competições que fizermos em nossas vidas. — Rony riu da namorada, mais uma vez ela queria ser superior.

Rony puxou-a para um beijo calmo e suave e parou-o para fitar o rosto da morena e acariciá-lo. Adorava vê-la corar, e ela sempre ficava assim quando ele o fazia. Hermione havia pegado sua mão e a levado até seus lábios depositando um leve beijo lá, e logo depois entrelaçou seus dedos nos dele e ele sorriu, mas ela parecia ansiosa.

— Você disse que tinha algo sério pra falar comigo. — ela começou e logo o sorriso no rosto do ruivo se desfez.

— Sim. Eu tenho. Mas podemos deixar isso pra depois se quiser. — disse nervoso e ela afastou-se dele sentando-se na cama.

— Ron... não vamos deixar pra depois de novo. Toda vez que peço pra você me falar o que há de tão sério você muda de assunto! O que aconteceu? Eu fiz algo que te magoou? — ela parecia preocupada.

— Não! É claro que não! — ele sentou-se também e segurou as mãos dela — Você nunca fez nada que me magoasse, você só me traz alegria.

— E o que é então? — perguntou impaciente.

— Hermione... — ele suspirou — na verdade eu quero que você fale pra mim.

— Falar o quê?

— Sobre você.

— Sobre mim?

— Sim. Seu passado. Onde você vivia antes de vir pra cá, como era lá em Nova Iorque, seu pai, seu irmão, sua mãe, até mesmo sobre o Harry. — a expressão dela havia ganho um misto de surpresa com desespero.

— Por que quer saber disso?

— Confie em mim, por favor. — ele pediu aumentando o aperto nas mãos dela, tentando lhe passar segurança.

— Não é uma história muito boa, nem muito incrível é apenas...

— Apenas...?

— Tudo bem, eu falo pra você. Por onde quer que eu comece?

— Me conte como era sua vida antes da separação dos seus pais.

— Ah, foi uma parte boa da minha vida. Meu pai deixava eu e meu irmão na escola e ia trabalhar, nós estudávamos em período integral então quando saímos da escola ele já tinha voltado e ia nos buscar. Depois da escola ele sempre comprava picolé pra gente, morango pra mim e uva pro meu irmão. — ela riu da lembrança — Quando chegávamos em casa nós fazíamos nossos deveres e meu pai ia pra cozinha, depois jantávamos e assistíamos desenhos juntos. Era assim todos os dias.

— Parecia algo bom. — Rony disse.

— E era. Mas a monotonia cansa, e como pode perceber minha mãe não fazia parte dessa rotina... eu aprendi a odiar você e sua família desde pequena. — ela disse entristecida.

— Por quê?

— Porque minha mãe nunca ia pra casa por causa de vocês. Ela trabalha aqui desde que me conheço por gente, e termos idades muito próximas não favorecia muito as coisas. Minha mãe ficava aqui o dia todo cuidando de sete filhos que não eram dela, e quando tirava folga uma única vez na semana ela não tinha energia para passar o tempo com os dois filhos legítimos dela. — naquele momento Rony sentiu uma pontada no peito, também sabia que Helena trabalhava naquela casa antes mesmo dele nascer e ela realmente parecia nunca estar ausente — Poucas vezes fizemos programas de família entende? Nós quatro? Acho que das poucas vezes que saímos juntos foram às vezes que fomos naquele parque que você me levou, lembra?

— Lembro. Aquele que te levei quando viramos amigos e no meu aniversário.

— Este mesmo! E bem, pela ausência dela meus pais começaram a brigar. Sempre por telefone... uma vez ela foi pra casa numa folga dela e resolveu voltar pra cá pra não perder a cabeça com o meu pai, e na outra vez que ela voltou nós a encontramos fazendo as malas quando estávamos chegando da escola. — aquela altura os olhos da morena já estavam marejados.

— Então eles se separam?

— Sim. E é claro que foram à justiça por nossa guarda, mas foi meu pai que venceu. Assim como o seu. Desculpe-me pelo o que vou dizer, mas seu pai venceu porque era o que tinha mais dinheiro, — ele não pode contestar aquilo — o meu foi porque não havia cabimento nos deixarem com nossa mãe sendo que foi nosso pai que nos criou.

— Eu me lembro de quando sua mãe se separou, ela ficou muito mal Mione. Lembro-me que ela dizia que devia ter estado mais presente, ela falava isso pra minha mãe. Eu ouvia tudo escondido... pouco tempo depois meus pais se separam também, acho que é por isso que são tão amigas.

— Talvez seja... mas ela não tinha se preocupado tanto com isso antes da separação, eu mesma já tinha pedido pra ela sair do emprego várias vezes. — ela parou para enxugar uma lágrima que correu pelo seu rosto — Mas, meu pai resolveu que iriamos nos mudar. Minha mãe não queria deixar e tudo o mais, mas meu pai a convenceu de que seria o melhor pra nós. Então nos mudamos pra Nova Iorque.

— E como foi lá?

— Ah... nós estávamos morando num apartamento minúsculo. Tinha só um quarto, uma cozinha e um banheiro. Nós dormíamos todos juntos na mesma cama de casal. Meu pai tinha um emprego, mas não durou muito... então nossa vida se tornou um caos.

— O que aconteceu?

— Como meu pai estava desempregado ele não tinha como nos sustentar, então logo nós ficamos sem luz, sem água encanada e sem comida. Então tivemos que nos separar... papai resolveu que meu irmão Johnny teria que arrumar um emprego, e que eu teria que ir pro abrigo.

— Abrigo? Então foi lá que...

— Sim, foi lá que eu conheci o Harry. Ele foi de longe a melhor coisa que me aconteceu lá! Não foi uma estadia muito legal sabe?

— Você não gostava de lá?

— Não, não era isso... — ela fungou e secou mais lágrimas que rolavam por seu rosto — Eu não era uma pessoa muito querida por lá. Não sei se fui eu mesma que acabei me excluindo de tudo por estar triste ou se foi só as garotas que não foram com a minha cara.

— Te maltratavam?

— Sim... o bullying lá é uma coisa muito séria, então o Harry chegou pra passar as férias de verão. No mínimo o pai dele o levou lá só pra conhecer o abrigo, mas nós nos tornamos amigos e ele passou a ir lá todos os dias. A situação até que melhorou por eu ter um novo amigo, mas as meninas não gostaram muito e chegaram a me agredir algumas vezes.

— E o que fizeram quanto a isso? — ele perguntou preocupado ao ver a morena chorar.

— Nada. Elas me disseram para não contar, se eu contasse elas fariam de novo e de novo. — ela havia começado a soluçar.

— Mione. Calma! — Rony disse segurando as mãos dela.

— Ok. — ela respirou fundo tentando se acalmar e demorou um tempo até recomeçar a falar. — Eu recebia visitas do meu irmão no abrigo e ele me dava noticias do papai que nunca foi me ver, Johnny dizia que ele tinha vergonha de si próprio me vendo lá, mas eu sei que as visitas deles me fariam bem, assim eu não me sentiria tão trocada ou abandonada. E pouco tempo depois eu não pude mais receber as visitas do meu irmão, ele tinha se envolvido com coisas não muito certas e foi proibido de entrar lá pra me ver.

— Ele estava se drogando?

— Não sei direito, esconderam isso de mim. Mas acho que sim. Então perdemos todo o contato que tínhamos, eu não sei mais nada sobre meu pai ou meu irmão há anos. A única com quem nunca perdi contato foi minha mãe, todo natal meu presente era receber uma ligação dela.

— Sua mãe sentiu sua falta, Hermione. Ela nunca esteve tão feliz como está agora que você voltou.

— Eu também senti a falta dela, mas ás vezes acho que ela devia ter feito um esforço maior pra me buscar. Eu fiquei muito tempo no abrigo e sabia que assim que fizesse dezoito anos teria que trabalhar pra ajudar com as despesas de lá, então desde os dezesseis eu comecei a trabalhar num restaurante no centro da cidade e graças ao meu chefe eu pude fazer um curso de gastronomia e passei há ganhar um pouco mais por estar na cozinha.

— Você gostava do emprego?

— Sim. Era bom poder sair do abrigo, e assim eu podia juntar dinheiro pra pagar meus estudos quando fosse pra faculdade e quem sabe poder voltar pra cá. Quando terminei o ensino médio eu consegui uma grande bolsa de estudos numa universidade lá, eu tinha ganhado um bolsa de cem por cento em excelência, então eu não tinhas gastos com a faculdade e usava meu salário pra ajudar no abrigo. Eu ainda falava com minha mãe, mas ela dizia que era difícil conseguir dinheiro para que eu voltasse e tivesse um lugar pra morar, então seu pai descobriu e...

— E te ofereceu um emprego.

— Sim. Seu pai foi anjo na minha vida literalmente, eu nunca serei capaz de retribuir o que ele fez por mim. Serei eternamente agradecida a ele.

— Ele te adora. — depois de tanto chorar a garota finalmente esboçou um pequeno sorriso.

— Ele pagou tudo pra mim. Validou meu passaporte, pagou meu visto e comprou minha passagem de avião. Foi até engraçado porque ele comprou uma passagem na primeira classe pra mim, foi lá que eu conheci o Comarc.

— Sério? — o ruivo perguntou incrédulo — Pensei que eram amigos de longa de data ou tinham algum amigo em comum.

— Não. Nós nos conhecemos no avião, eu não estava conseguindo colocar minha bolsa na porta malas e pedi pra ele me ajudar. Depois ele fez uma gracinha por eu ter o chamado de “senhor” e como estávamos sentados um ao lado outro nós conversamos bastante. Ele tinha me acompanhado até a universidade quando conheci você.

— Então quer dizer que você se deu bem com ele quando se conheceram e comigo você me deu um golpe? — ele se fez de indignado.

— Parece que sim, mas olhe só: é com você que eu estou, não com ele. — Rony colocou uma de suas mãos no rosto de Hermione e passou a acariciá-lo.

— Nosso amor à primeira vista foi meio estranho não foi?

— Foi. Estava mais pra ódio à primeira vista! — tanto a voz dela quanto sua expressão revelavam o quanto ela ainda estava triste por ter relembrado tudo o que tinha passado.

— Vem cá, vem? — Rony disse chamando-a para seu colo.

A garota sentou-se no colo de Rony encolhida como uma criança amedrontada, ele por sua vez a abraçou fortemente apertando-a contra seu corpo tentando lhe fazer sentir segura e protegida. Ela havia recomeçado a chorar, deixando suas lágrimas molharem a camisa de gola V do ruivo. Ele não queria tê-la feito chorar por nada, muito menos por seu passado conturbado, mas aquilo era necessário.

A conversa que Ronald queria ter tido não estava cem por cento concluída, mas ele não teria coragem de prosseguir no momento, não com a namorada naquele estado. Então ele deixou que ela chorasse em seus braços enquanto sentia uma pontada de alegria e gratidão por ela ter confiado a ele um de seus segredos.

— Eu estou com você. — ele disse assim que beijou o topo da cabeça de Hermione.

Diante daquela situação ele concluiu que terminariam aquela conversa depois.


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Notas finais do capítulo

A conversa vai ter que continuar depois...
Espero que tenham gostado!!!!
Amores, como havia dito eu postei a short Hinny. Já temos o 1º capítulo e o 2º está prontinho pra ser postado amanhã! Vou deixar o link aqui, ok?
https://fanfiction.com.br/historia/665860/ODiaDaFormatura/ Espero que gostem! ❤
Mais uma vez: Feliz natal! (adiantado haha)
Nos vemos nos comentários e beijinhooooos ❤