Cherry Bomb escrita por ApplePie


Capítulo 11
Boliche um tanto quanto verde


Notas iniciais do capítulo

Os capítulos vão ficar mais pequenos a partir de agora (eu acredito, na faixa de 1.000 palavras) porque eu estarei mais editando do que reescrevendo a história a partir de agora.
Espero que gostem.



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Liam

Esfreguei meus olhos de tão cansado que eu estava, mas pelo menos tudo estava bem.

Assim que eu cheguei fui logo recebido pelo olhar penetrante de Ellie dizendo que só foi uma reação alérgica e que ela queria ir pra casa.

— Aparentemente eu sou alérgica ao remédio para dor de dente, agora podemos ir? — ela disse parecendo entediada.

— Isso foi sério, Senhor Kennegan — o médico disse a Martin quando estávamos do lado de fora — precisaremos fazer mais exames para sabermos à qual substância ela é exatamente alérgica considerando que alergia à substâncias químicas é mais grave.

— Tudo bem, eu entendo.

— Mudei o remédio que ela vai precisar tomar por conta dos sisos — ele disse entregando uma receita — e já marquei um exame de alergia na próxima segunda.

Martin assentiu e agradeceu.

Depois ele se desculpou por ter ficado desesperado, mas Ellie acabou apagando devido à alergia (disse que o remédio tinha dado muito sono e não conseguiu acordar mais). E eu fui a primeira pessoa que ele decidiu avisar. Jack e Bryan apareceram depois para perguntar se precisava de alguma coisa. Martin negou e disse que só ia levar Ellie para sua casa e ficar de olho nas próximas horas.

Não insisti em mais nenhuma pergunta. Eu e Cherry não trocamos mais palavras, estávamos cansados demais para isso, chegamos em casa e cada um foi dormir no seu quarto.

Não demorou muito para Cherry entrar no meu quarto e perguntar de novo se poderia dormir comigo. Só dei um espaço na cama e senti a cama afundando.

O cheiro de rosas (o mais novo shampoo de Cherry) empesteou meu quarto, mas eu não liguei, eu já estava ficando viciado naquele cheiro.

Naquela noite eu dormi feito uma pedra.

***

No dia seguinte, Ellie decidiu que queria jogar Boliche.

— Quero usar força descomunal e derrubar coisas sem ninguém me julgar — foi o que ela disse.

Eu desci para preparar o café-da-manhã, estava com uma vontade tremenda de waffles.

Dez minutos depois Cherry desce as escadas como sempre faz todo dia: parecendo um zombie sonâmbulo (se é que isso é possível). Ela vestia seu pijama felpudo branco e seu cabelo estava todo bagunçado, percebi fios escuros na raiz de seu cabelo.

— Bom dia — ela disse com uma voz fofa e grogue.

— Bom dia — eu sorri.

Assim que ela sentou-se à mesa, eu avisei do convite de Ellie. O boliche ficava dentro do shopping da cidade.

— Eu adoraria ir — ela sorriu para mim. — Podemos ir mais cedo? Preciso comprar tinta para meu cabelo — ela segurou uma mecha e entortou sua boca como se não gostasse do que visse.

— Sem problema — eu disse depois de engolir um pedaço enorme de waffle. — Pretende pintar de vermelho de novo?

Ela balançou a cabeça furiosamente.

— Mas é claro. Não consigo me imaginar com outra cor.

— Muito menos eu — dei risada. — Quando foi que você decidiu pintar de vermelho?

— Quando eu fiz catorze anos. Eu tive que brigar muito com meu irmão, mas no final, ele não resistiu e deixou que eu pintasse — ela sorriu como se a memória fosse agradável.

Antes que eu falasse alguma coisa (ou perguntar qualquer coisa), a porta da minha casa abriu e eu e Cherry fomos correndo até a sala para ver quem era – mesmo que nós tivéssemos quase certeza de quem tinha entrado.

— E aí — Bryan disse sorrindo largamente. — O que teremos no cardápio de hoje?

Cherry riu. Eu suspirei.

— Não sou sua vadia, Bryan. Vá tomar café na padaria — eu disse mesmo sabendo que eu seria ignorado pelo meu amigo.

E fui.

***

Cherry vestia uma calça jeans e um cardigã cinza, seu cabelo estava preso num rabo de cavalo enquanto eu estava vestindo uma calça de moletom preta e uma blusa de manga comprida branca.

Como tínhamos combinado, chegamos mais cedo para que Cherry pudesse comprar tinta para seu cabelo.

A loja de cosméticos era maior do que eu pensava. Enquanto Cherry decidia a marca da tinta que iria comprar, eu e Bryan ficamos andando de um lado pro outro apenas olhando as coisas – ele tinha ido conosco comprar as coisas, já que era o Bryan.

Estávamos bisbilhotando a estante que havia as caixas de tintas coloridas.

— Hey Liam.

— O que é, Bryan? — eu precisava desesperadamente de um botão de desligar nesse garoto.

— Quer fazer uma aposta?

— Aposta?

— É, tipo, quem faz mais pontos no boliche. Quem perder, entre nós dois, vai ter que pintar o cabelo de verde.

Cherry deu uma risada do outro lado do corredor. Dei de ombros.

— Por mim tudo bem.

Bryan deu um sorriso diabólico e correu para o caixa para comprar a tinta como se fosse uma criança feliz.

Cherry colocou no carrinho pó descolorante e água oxigenada.

— Pra quê isso? — perguntei.

— Pra tinta se fixar no cabelo. Bryan tem cabelo escuro, a tinta não irá pegar se ele perder e no seu irá ficar muito clara se colocar direto no seu cabelo — ela disse dando um sorriso diabólico.

Engoli seco. Nunca quis ganhar tanto uma partida de boliche quanto naquele dia.

Encontramos Martin e Ellie logo depois, na entrada do boliche. Cherry observava tudo com muita atenção, como uma criança. Ela tinha dito que nunca foi num boliche antes e que só sabia que precisava derrubar os pinos.

Já era um começo.

— Você vai se sair bem, Pequena Padawan — Jackson falou para ela piscando. — É só observar os mestres.

***

— Ela é um gênio — foi tudo que Martin conseguiu dizer de boca aberta.

Os outros caras assentiram e Ellie fez um barulho que parecia ser uma risada leve.

Realmente, Cherry era um gênio.

Porque ela não sabia jogar, isso era óbvio: na primeira vez que ela foi atirar a bola, Alexis fez todo mundo prometer para ela que as chances dela sair escorregando pelo chão eram mínimas – e ela definitivamente não sabia como jogar a bola. Sua maneira de segurar a bola era toda esquisita e Lexi fazia questão de derrubar a bola ao invés de deslizar a mesma pelo chão.

E mesmo assim, não teve uma vez que Cherry não fez um strike.

— Ela me lembra aquelas crianças, sabe? — Jackson disse tomando seu suco de laranja — Aqueles bichinhos de cinco anos que fazem tudo certo.

— Sorte de principiante — Bryan murmurou.

— Sorte ou não — Ellie sorriu diabolicamente — estamos ganhando.

E era verdade.

Nós dividimos três times: eu e Jackson, Martin e Bryan e, por último, Ellie e Cherry.

O time das garotas estava em primeiro (Cherry aparentemente era um gênio e Ellie parecia o Hulk), o segundo lugar às vezes era meu e às vezes era de Bryan.

Ou seja, faltavam duas jogadas para finalmente descobrirmos quem iria pintar o cabelo de verde.

Alexis fez questão de contar sobre a aposta para todo mundo. Ellie, como eu tinha previsto, foi a que mais ficou animada com tudo e disse que iria fazer questão de criar um álbum só com as fotos da pessoa que tiver que pintar o cabelo.

Spare! O jogo falou depois que eu derrubei todos os pinos na minha segunda jogada.

Strike! O jogo falou depois que Jackson jogou.

O jogo finalmente acabou e, como previsto, as meninas ganharam. Como premiação, Ellie fez questão de dizer que a conta do jantar estava pela nossa conta.

Olhamos em seguida o segundo lugar.

Alguém iria ter que pintar o cabelo de verde e eu rezava para que não fosse eu.


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Notas finais do capítulo

Vou viajar então não faço ideia quando irei postar o próximo. Tentarei o mais rápido possível.
Byebye



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