Cobra estava decepcionado, Jade havia ido embora sem avisa - lo e não voltaria mais. "Isso que dá se apaixonar... A gente só se ferra depois!" gritou o rapaz.

Enquanto isso, Jade e Sara chegaram ao apartamento onde a garota iria morar dali pra frente. Sara mostrou o novo quarto da bailarina, que não estava muito interessada, apenas deitou - se na cama e dormiu.

Eram 21:00 horas, Cobra vestiu sua melhor roupa, pegou as chaves do carro e saiu. Era o renascimento do antigo Cobra. Saiu em alta velocidade, sem ao menos se importar com quem atravessava a rua, ou com o sinal vermelho. Em vinte minutos chegou no seu destino, uma casa noturna que estava lotada.

Cobra sentou - se junto ao balcão e pediu uma bebida. O lutador passou um bom tempo ali, já estava bêbado, quando uma garota linda, chamada Mariana se aproximou.

Mariana tinha 19 anos, fugiu de casa aos 15, quando descobriu que estava grávida do namorado. Com o pouco dinheiro que tinham, ela e o jovem Max saíram do interior de São Paulo, para o Rio de Janeiro, porém a garota perdeu o bebê, depois de levar mais uma surra do namorado drogado, o mesmo foi embora e nunca mais apareceu. Mariana era uma menina doce, boa, mais escolheu o caminho errado a seguir, então acabou sofrendo as consequências.

Cobra olhou para a garota que havia o comprimentado, ela parecia muito com Jade, os cabelos eram praticamente os mesmos.

A aparência de Mariana fez Cobra se interessar por ela.

– Oi. - Cobra sorria, estava um pouco alterado. - Aceita uma bebida?

– Não. Eu não bebo! - Cobra pareceu surpreso. - Só vim para me divertir.

– E... Você está sozinha? - Cobra se aproximava mais da garota.

– Estou. - Mariana tinha um sorriso malicioso no rosto. - E você?

– Também. - Cobra tomou um gole da sua bebida.

– Que bom! Quer dançar? - Mariana estendeu as mãos.

– Só se for agora. - Cobra puxou a menina para a pista de dança e os dois se divertiam.

Jade dormiu durante duas horas, quando foi acordada por Sara.

– Querida... - Sara balançava levemente os braços da bailarina. - Vamos jantar?

– Eu estou sem fome.

– Você precisa comer Jade! Prometi para a sua mãe que cuidaria bem de você.

– Eu sei. - Jade sorriu, Sara parecia ser uma pessoa boa. - É que eu preciso ficar um pouco sozinha. Estou exausta!

– Tudo bem. - Sara se levantou. - Mais se você sentir fome, a geladeira está cheia! Fique a vontade.

– Obrigada. - Jade voltou a se deitar, e Sara respondeu com sorriso fechando a porta atrás de si.

Jade voltou a dormir tranquilamente, finalmente esqueceu - se um pouco da falta de Cobra, mais aquilo era temporário. Ela estava muito cansada, sua mente não estava funcionando.

No Brasil, Cobra e Mariana se divertiam muito, até que a garota roubou um beijo do rapaz, que correspondeu.

Os dois saíram do local, e Cobra não estava em condições de dirigir, então Mariana se ofereceu para leva - lo.

– E por acaso você sabe dirigir? - Cobra duvidava das habilidades de motorista de Mariana.

– Aprenda, nunca me substime. - Mariana ligou o carro

– Ok. Só me entregue vivo! - Cobra sorriu e Mariana deu partida.

Mariana dirigia muito bem, para a surpresa de Cobra. Ele era daqueles que achavam que mulher no volante era um perigo constante.

– É aqui que você mora? - Mariana parecia surpresa ao parar o carro enfrente ao QG.

– Sim! Por que?

– Por nada. Eu só esperava outra coisa! Não imaginava que você morava nessa... - Mariana procurava palavras para descrever o lugar.

– Nessa pocilga? É porque você não entrou. Não tem espaço nem pra mim.

– Já passei por coisa pior. - Por um momento Mariana lembrou - se do passado. - Enfim, desce ai que eu vou estacionar seu carro.

Cobra desceu do carro, mais acabou caindo.

– Cuidado! - Mariana ajudava o rapaz a se levantar. - Vem... Eu te ajudo.

Os dois se olharam e pararam por um momento, mais com a ajuda de Mariana, Cobra entrou no QG.

Pedro e Karina estavam na praça namorando, quando observavam a cena.

– Quem é aquela garota com o Cobra? - karina parecia surpresa ao ver Cobra com outra garota, não sabia que Jade tinha ido embora.

– Deve ser a Jade. - Pedro chegou a essa conclusão porque Mariana estava de costas, e voltou a beijar Karina.

– Não, olha direito! - Karina insistia em descobrir quem era

– Qual foi esquentadinha? Deu pra ter ciúmes do Cobra agora? - Pedro não estava gostando da situação.

– Claro que não! - Os dois voltaram a se beijar esquecendo do haviam visto.

– Eu já vou indo. Vou pegar um táxi! - Mariana ajudou Cobra a se deitar no colçhão e se levantou indo até a saída.

– Espera! - Mariana parou de andar. - Estaciona o carro pra mim, e depois traz a chave por favor?

– Você tem muita coragem! Acabou de me conhecer, não tem medo de eu roubar seu carro?

– Confio em você.

Quando Cobra falava não parecia bêbado, porém não se aguentava em pé. Ao ouvir as palavras de Cobra, Mariana estacionou o carro e depois levou a chave até Cobra. Pegou um táxi, e seguiu para um quartinho que tinha alugado.

No dia seguinte, Cobra acordou com muita dor de cabeça. Tomou um banho frio e um remédio em seguida.

Se encostou no balcão, pensando na noite anterior. Pensava se veria aquela garota novamente, e o quanto ela se parecia com Jade. O corpo, os cabelos, tudo naquela garota lembrava a sua dama. Talvez seja por isso que ela não saiu da sua cabeça durante manhã inteira.

Jade acordou cedo, afinal dormira antes das 19:00 horas na noite anterior.

– Bom dia. - Sara sorria e deu um beijo na testa da garota. - Dormiu bem?

– Dormi sim. - Jade também sorria, parecia mais conformada com a situação.

– Jade, ontem eu notei que você não estava muito bem. O que aconteceu?

– Eu briguei com a minha mãe. Na verdade foi por isso que eu vim pra cá! Ela quer me castigar. - Jade voltou a se entristecer abaixando a cabeça.

– Mais aqui tem tudo o que uma bailarina precisa! Você devia estar contente.

– O problema é que eu só vim pra cá porque ela quer me afastar de uma pessoa. Uma pessoa que eu amo muito. - Jade de um pequeno sorriso ao falar a última frase.

– Entendi. Ela é contra o seu namoro?

– Sim... Mais, eu não quero falar disso. E você? Como conheceu minha mãe?

– É... - Sara não esperava por aquela pergunta. - Éramos melhores amigas na infância! Fomos visinhas por muitos anos, então ela se tornou uma grande amiga. Então eu me mudei para São Paulo, mais ainda tínhamos contato por telefone. Até que eu me mudei pra cá.

– Hum. E você tem filhos? - Jade perguntou enquanto comia uma uva.

– Na verdade eu tenho uma filha. - Sara estava desconfortável com o assunto, mais não demonstrava.

– E cadê ela?

– Ela ficou em São Paulo. - Jade ia fazer outra pergunta quando Sara a interrompeu.

– Vou tomar um banho! Até mais. - Sara deu um beijo na testa da garota e saiu.

Jade gostou de Sara, mesmo sem conhece - la, foi muito carinhosa. Com certeza a convivência não seria um problema.

Mariana chegou num quartinho onde morava, quando foi surpreendida com as suas coisas do lado de fora.

– O que está acontecendo aqui? - Mariana estava assustada

– Você não me paga a cinco meses! Já esperei demais. Está dispejada!