A garota dos olhos violeta escrita por Lua Love
Notas iniciais do capítulo
Mil desculpas pela demora, mas eu ando realmente muito, mas muito enrolada, com a escola e a mudança.
Então, para compensar, hoje irei postar três capítulos! E peço desculpas mais uma vez.
Beijos de lua, Lua Love.
Acordei completamente tonta de sono, e demorou um pouco para perceber onde estava.
Estranhamente, parecia que ainda era o inicio da noite, e vários meninos, com idades entre sete e dezesseis anos estavam sentados em volta de uma fogueira, e todos me encaravam.
O que parecia ser o mais velho, o líder, tinha cabelos loiro-escuros e olhos verdes enegrecidos e, diga-se de passagem, era muito bonito. Devia tem mais ou menos minha idade, talvez um ano a mais. Ele se levantou e se dirigiu a mim:
– Qual é seu nome?- pergunta ele rispidamente,
Viu Iara? Isso é pra você parar de ser trouxa. Não é por que ele é bonito que...
– Qual é o seu nome? – perguntou, se era possível, ainda mais impaciente.
– Iara – respondi – Iara Santa
Vários garotos deram risadinhas.
– Santa, não é? Veremos – falou o garoto, com um sorrisinho de canto – E o ruivo? Quem é?- Ele aponta para meu irmão, que ainda estava dormindo, sem ter a menor noção do que acontecia ao seu redor.
– Meu irmão, Daniel. – Aquele garoto não era o único sem paciência por aqui. – Agora, se já acabou com seu interrogatório, pode me falar seu nome e onde estou.
– Eu sou Pan, Peter Pan – ele disse, ainda com aquele sorriso de canto - e você está na Terra do Nunca.
Bufei, com ar de deboche.
– Do que está rindo? – perguntou ele, agora sério, como se estivesse começando a ficar irritado.
– Pan é um herói, você é só mais um idiota qualquer. – falei, sem pensar duas vezes,
– Quem você pensa que está chamando de idiot... – Nossa discussão é interrompida por um enorme bocejo de Daniel.
– Onde sou, quem estou? – perguntou, com voz de sono.
– Olá Daniel. Eu sou Pan. Bem vindo a Terra do Nunca. – diz o suposto Peter Pan.
– Terra do Nunca? Sério?! Que maneiro! – diz Daniel, sem duvidar do garoto nem um único instante.
– Lucas, Matheus. Por que não mostram o acampamento a Daniel? – fala Pan. Porque, por mais que me doa admitir, ele deve se Pan. Que outra explicação eu tenho para tudo isso? Ele é Peter Pan, mas agora por que ele é tão mala... São outros quinhentos.
Logo que meu irmão se foi, Pan voltou-se para mim:
– Agora, quanto a você...
Antes que ele fizesse qualquer coisa, pisei em uma espada que estava no chão, ela rodou e eu a peguei no ar.
Viram, queridas irmãs? As aulas de esgrima serviram, sim, para alguma coisa.
– Ora, ora, ora... Parece que a santinha quer brincar! Faremos assim... Se você vencer, o que eu duvido muito, eu te levo de volta para sua casa e sua vidinha miserável. Se eu vencer, o que é óbvio que acontecerá, você realizará a todos os meus caprichos. – diz ele, com um sorriso estranho, que ficava entre o psicopata e o malicioso.
Tentei intimida-lo.
– Não se iluda. Eu vou vencer.
– Se é assim tão fácil, eu posso dificultar um pouco para você... – disse ele, se aproximando. “Má ideia, má ideia, má ideia” eu pensava.
Com um movimento rápido, ele pega meus óculos e os quebra na minha frente.
– Você é louco?! Eu tenho cinco graus de miopia em cada olho! Eu sou praticamente cega! – gritei desesperada.
– Acho que isso será um desafio a mais para você, não é mesmo? – disse Pan, arrancando risadas dos meninos perdidos.
Peter Pan. Meu herói de infância. Apenas uma segunda versão de Viktor e seus capangas. Comecei a atacá-lo.
– Opa! – disse ele, se defendendo.
Admito, ele era bom. Ele não tem técnica, entretanto lutava de seu próprio jeito. Eu estava em desvantagem, sem poder prever seus movimentos e não enxergando nada além de borrões.
Em um bom golpe, Pan fez minha espada sair voando. Virei-me, porém não consegui distinguir minha espada.
Pan encostou-se em mim por trás e colocou as duas espadas em meu pescoço.
– Ganhei. – ele sussurrou, roçando seus lábios em meu ouvido.
– Porque eu estava sem os óculos. – grunhi.
– Tem certeza que não foi de propósito? – diz ele, jogando as espadas de lado, me virando de frente para ele e me segurando pela cintura, novamente com aquele sorriso estranho.
– Agora, se não me engano, temos um trato... – falou, alargando ainda mais o sorriso malicioso-piscopata.
Em seguida, ele começou a me puxar em direção à floresta, onde avistei uma casa na árvore. Consegui me soltar:
– Se pensa que irei fazer faxina para você está muito enganado! – eu simplesmente tenho pavor à faxina, e pra mim esses “caprichos” dele significam exatamente isso: ser a empregada doméstica daquele loiro maldito.
– E quem disse – Pan falou – que eu quero que você faça faxina? Oh minha querida – Ele agora abriu um sorriso que parecia tentar ser sincero, porém não demonstrava nada além de malicia. – Tem tantas coisas melhores que “faxina” que eu gostaria que você fizesse por mim...
Comecei a andar para trás, e Pan se aproximava cada vez mais...
Desesperada, saí correndo em direção a floresta.
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