A Protegida escrita por Rosa Negra


Capítulo 4
Capítulo Quatro - Primeira noite mal dormida


Notas iniciais do capítulo

Queridos leitores... Bem, isto soou clichê, não é mesmo? Resolvi postar hoje este capítulo pequeno (o que me irritou um pouco), porém fundamental para alguns momentos futuros da estória. Desculpem pela demora.



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Nesses seis dias, eu nunca tive uma noite tão difícil quanto esta. Parecia que depois de tudo, finalmente minha ficha avia caído.

Matthew estava morto. Eu estava morando com um desconhecido.

Os pesadelos estavam me atormentando e depois de tanto tempo me enfiando debaixo da coberta, como se assim eu pudesse me proteger de algum monstro que espreitava na penumbra da noite pela janela, eu me levantei, cambaleando para por o meu casaco por cima da camisola.

Após acender a luz e olhar pela janela, vi como estava a praça: coberta de folhas que caiam das árvores, que tinham seus galhos coberto pela camada fina de neve e alguns outros até congelados, parecendo monstros esguios de mãos gigantes e esqueléticas. O vento frio as fazia balançarem e parecer que estavam andando.

Ah, era obvio que as lágrimas não podiam ser mais presas, pelo menos não em quatro paredes, então elas escorriam livremente enquanto eu soluçava.

Encostei a cabeça na janela fria, vendo o vidro embaçar por causa da minha respiração quente e vendo o meu desespero contido formar-se em uma massa vermelha a minha frente em representação de Castiel. Sim, ele era um dos motivos dos meus sentimentos ruins, afinal, ele sabia de toda a verdade e embora eu não demonstrasse, ele com certeza compreendia o meu amargor e a minha infelicidade. Por que não me contar a verdade? Era algo perigoso, eu tinha certeza, mas eu faria de tudo para descobrir por que meu pai, um simples bibliotecário dono de uma livraria bem sucedida, estava envolvido com a CIA.

Eu guardava informações, porém agora, eu precisava por em prática tudo o que avia aprendido nos livros de suspense e espionagem. Estava decidido, eu iria investigar tudo sobre Castiel, que obviamente era a coisa mais próxima da verdade que eu tinha. A pessoa que eu mais tinha contato. Era ele que eu agarraria como uma chance de sair deste problema.

Levantei-me e procurei meu diário. Estava debaixo da cama, de forma que ninguém pudesse mira-lo facilmente, contudo eu achava que estava subestimando um agente da CIA. A capa era de um rosa tão claro que se visto de muito longe, poderia parecer branco. Abri-o e com uma caneta que estava em cima da cômoda pus-me a escrever tudo o que havia descoberto por meio da declaração de Castiel que ainda me escondia muitos segredos.

Meu pai é o superior de Castiel.

Castiel trabalha para a CIA.

Meu namorado, Matthew, foi morto por que não precisavam dele e ele viu demais na noite em que vieram me buscar.

Castiel sabe de toda a verdade, mas não basta apelar porque ele não fala nada quando pressionado.

Castiel trabalha com um grupo e, talvez, eu possa saber algo por meio deles, mas certamente Castiel ficaria sabendo e não valeria a pena faze-lo mesmo que muito necessário.

Castiel mora em Sweetcidy.

Lysandre é amigo de Castiel e, talvez, faça parte do grupo dele.

Bati a caneta nos lábios, averiguando se não havia deixado mais informações esquecidas. Ajeitei-me na cama percebendo uma sombra parar de baixo da porta fechada, tampando o feche de luz que provinha do corredor. Ajuizei em apagar a lâmpada acesa, porém daria a impressão de que eu estaria acordada, então optei por fingir dormir e deixar quem que fosse que estivesse ali, pensasse que eu havia me esquecido de apaga-la.

Depois de alguns minutos fingindo estar dormindo sem perceber nenhuma mudança, abri o olho direito para espiar. A porta continuava fechada e a sombra também ainda parada. Poderia ser o Damon, mas a luz contornava a massa de forma que parecessem pés humanos. Então uma hipótese caiu como uma baldada de água fria em minha cabeça: Castiel estava me espionando.

– O que você quer? – Perguntei em auto e bom som de forma grosseira para que ele pudesse ouvir do outro lado da porta.

Ouve uma hesitação, porém ele logo abriu a porta com as bochechas um pouco vermelhas, foi pego desprevenido, com a orelha colada a porta buscando algum som acusador de qualquer coisa que eu estivesse fazendo. E se eu estivesse praticando algo mais... Intimo?

– Pensei que você estivesse dormindo.

– E se eu estivesse você ficaria me espionando escondido atrás da porta? – Cobri as minhas pernas que antes estavam desnudas por conta da camisola curta.

– Eu não estava te espionando, estava verificando se você estava dormindo.

– Ah, sei. – Quinze minutos para ter certeza de que eu dormia?

Ele sentou-se na beirada da cama. Estava com os cabelos recém-pintados presos de forma desleixada e sua habitual roupa casual de dias frios, um moletom preto.

– O Lysandre...

– Aquele homem de mais cedo? Foi ele quem trouxe seu cachorro de volta não foi? – Perguntei cortando seu argumento para o ver assentir.

Lysandre foi confiado a cuidar do cachorro de Castiel? Por que talvez eles possam ser mais que colegas de trabalho, talvez amigos.

Escrevi esta última parte de acordo com a afirmação do ruivo.

– O que é isso? - Perguntou puxando o caderninho e o pendurando no ar com um dos braços fazendo com que variadas folhas soltas de várias cores caíssem e se espalhassem no chão e no colchão.

– Ah! – Gritei. – Me devolva o meu diário! – Este foi o meu erro. O erro que fez o homem a minha frente interessar-se pelo que havia de anotado.

Enquanto ele folheava o caderno eu puxei de suas mãos e catei algumas fotos de cima da cama.

– O que você quer seu babaca? – Ele, com o tempo, havia parado de agir de forma agressiva quando eu lhe dirigia ofensas, e agora, ele sorria achando engraçado a minha aporrinhação.

– O babaca aqui fez o que você pediu. – Passou as mãos nos cabelos. – Se você disser que não quer mais eu juro que te obrigo a ir.

– Do que você está falando? – o olhei esperançosa enquanto fechava o diário prometendo que arrumaria um lugar seguro para guarda-lo.

– Universidade Sweet Amoris, daqui a dois dias...


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