Depois que Demônio deixou que a levassem, ele se arrependeu profundamente. Sabia que eles nunca a deixariam sair novamente. Ele nunca mais a veria, logo agora que ele tinha se apaixonado.

Se apaixonado... Ele ainda não conseguia acreditar nessa maldita sorte. Por um anjo ainda por cima. Mas seu coração se apertava quando lembrava do seu sorriso, da força de vontade dela, de tudo que ela era e que impressionavam um ser como ele.

Ele era poderoso, mas Julieta mostrou que há coisas mais importantes que poder. Ela aqueceu o coração dele, e ele gostava dessa sensação.

Seria ele egoísta o suficiente para roubá-la do lugar de onde pertencia? Para tirá-la do seu lar, do lugar de onde tinha proteção? Não! Sim...

Demônio estava para ficar louco. Ele precisava de ajuda. Então se dirigiu a boate que sempre ia apreciar as meninas. Ele e a diabinha, que era dona de lá, eram muito amigos.

–Demônio, a quanto tempo não te vejo? Já deve fazer o que? 3 meses?

–Por ai. Então, o que você me conta de bom?

A diabinha se chamava Ellen para os humanos, por isso Demônio só a chamava assim. Ela tinha um corpo humano de dar inveja às dançarinas. Seios fartos, cintura fina e pernas grossas que todo homem gostaria de por as mãos.

–Ah, nada de mais, só que consegui fugir dos impostos de novo, o governador veio aqui esses dias e me fez esse favor – Ela piscou. E Demônio riu.

–Ellen, você poderia ser presidente se quisesse.

–Eu sei – Ela sorriu – Mas para que me expor e depois ter que fugir se tudo der errado? Meu negócio tem dado certo e quando estiver na época certa, o expando. E é claro, conquisto o mundo. – Ela passou uma unha comprida no peito de Demônio

Ellen era luxuria pura, quem pusesse os olhos nela já ficava excitado. Demônio sempre gostou de brincar com ela, mas hoje ele não estava no clima.

–O que foi querido? Você não parece muito animado. Fiz alguma coisa errada?

–Não. Hoje sou eu. Eu tenho um problema e preciso de sua ajuda. Eu te pago se quiser, mas preciso falar com você.

–Muito bem, o mesmo preço de uma noite.

–Combinado.

Demônio entrou no pequeno quarto que Ellen atendia clientes especiais. Ele era espaçoso com uma cama bem grande, uma mesa vazia no centro e um banheiro simples no canto. Sim, ele e Ellen já haviam feito sexo em todos os cantos daquele quarto, no tapete persa, na mesa, no chuveiro e, é claro, muitas vezes na cama.

Ela sentou na cama, estava com um vestido decotado e curto. Mas ela se comportou e Demônio também.

–Ellen, acho que me apaixonei.

–O QUE!? – Ela quase caiu para trás. – Não é por mim, né?

–Não, mas seria melhor se fosse.

–E quem é a não tão felizarda?

–Uma anja.

–O QUE?????? Demônio, você sabe o quanto está ferrado?

–Eu sei, não vim aqui para saber o que eu já sei.

–E o que você quer saber?

–Eu não sabia que a gente podia se apaixonar, para mim sempre foi sexo e nada mais. Para minhas meninas também. Demônio, por que veio até mim?

–Não sei de mais ninguém. E eu vou enlouquecer.

–Está bem. Não poderei falar com muita propriedade porque nunca me apaixonei e também não planejo. Você parece acabado.

–E estou.

–Então me conte como aconteceu.

–Ela é diferente dos anjos. – Ellen bufou o que irritou Demônio. – Ela tem asas brancas e nunca fugiu de mim. Nem mesmo na primeira vez que nos vimos.

–Isso não significa nada. Só que ela é estupida de mais para não fugir de você.

–Sim, mas eu comecei a ensinar ela a melhorar, a lutar.

–Demônio!! Já não basta os anjos serem poderosos, você quer que eles fiquem melhores? Você é um idiota!

–Eu sei, mas... Eu não sei, só parecia certo.

–Me deixa adivinhar, ela fugiu de você?

–Não! Nunca, os superiores a levaram de mim. Tenho certeza de que não a deixarão sair à noite. O que eu faço Ellen?

–Você é meu mestre, mas é estupido. Pelo amor, esquece essa idiota. Vamos nos divertir um pouco, tava com saudades desse seu corpo perfeito. – Ela se agarrou em demônio e tirou sua camisa.

–Não sei se isso é o certo... Julieta...

–Hoje eu serei sua Julieta.