TBF - Tempos Modernos escrita por Cactus Stories


Capítulo 11
Dia das Mães


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Aqui está um novo capítulo, bem triste, eu sei, MAS, vocês vão ver o que vai acontecer!



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(Trilha Sonora: Mandou Bem - Jota Quest)

.P.O.V Merida.

Foi bem legal no haras, mas, como tudo que é bom acaba, a terça chegou e cá estou eu, na escola, no meio da aula de português.

– Então, alunos, que data festiva está chegando? - perguntou o professor Sand, um homem baixinho com cabelos laranja espetados.

– O dia das mães! - disse um garoto do outro lado da classe.

– Muito bem! Então, como vocês sabem, o dia das mães é muito importante porque existe para homenagear uma das pessoas mais importantes para nós, as nossas mães! - olhei para o lado e percebi que, cada vez que o professor falava a palavra mãe, o Soluço afundava mais na cadeira.

– Ei, o que aconteceu? - eu perguntei, baixinho.

– Nada... - ele sussurrou, fechando os olhos.

– Se não quiser contar, tudo bem, mas, não é bom guardar seus sentimentos para si mesmo.

– No intervalo eu te falo. - ele respondeu, depois de pensar um pouco.

O professor continuou falando que deveríamos fazer uma redação sobre nossas mães e entregar para ele na próxima aula, depois disso, o sinal tocou e nós fomos para o intervalo.

– Pode me contar o que aconteceu agora? - eu perguntei, quando encontrei o Soluço.

– É só que... eu não gosto do Dia das Mães.

– Por quê?

– Minha mãe morreu... pelo menos, é o que todo mundo acha, quatro anos atrás aconteceu um acidente de carro, dentro do carro estava eu, meu pai e minha mãe, o carro de trás perdeu o controle e bateu em nós. - ele começou, a cada palavra, eu ficava mais chocada. - O carro bateu em uma árvore, quando nos encontraram, minha mãe não estava lá, foi nesse acidente que eu perdi a perna...

Num impulso, eu o abracei, deve ter sido horrível, perder a mãe, a perna... Eu acho que não aguentaria passar por isso, minha mãe podia ser controladora, mas era minha mãe, e eu amava ela.

– Desculpa te fazer lembrar isso, deve ter sido bem difícil.

– Não, tudo bem... eu precisava contar isso para alguém. - ele disse, retribuindo o abraço. - Não é bom guardar seus sentimentos para si mesmo, como você disse.

– Saiba que falar o que quiser comigo, amigos são para isso. - eu disse, me afastando um pouco e sorrindo para ele, que sorriu de volta.

– Obrigado... - ele sussurrou.

Nós nos afastamos e fomos para a fila da cantina, eu comprei um pão de queijo e um Guaraná e fui comer com a Punz.

– O que aconteceu entre você e o Soluço? -ela perguntou, quando eu sentei do lado dela.

– O quê? - eu perguntei.

– Você sabe, aquela conversa, o abraço, vocês estão escondendo alguma coisa?

– Primeiro: Se eu estivesse escondendo alguma coisa não diria que estou escondendo alguma coisa. {N/A: Isso tem sentido?} Segundo: Não está acontecendo nada! É um problema dele! - eu respondi, não sabia se deveria ou não contar algo pessoal do Soluço para ela.

– Tudo bem, então, vou fingir que acredito! - ela disse, o que me irritou um pouco.

O sinal tocou e nós fomos para a sala, era novamente aula de português. De repente, um bilhete do Soluço aterrissou na minha mesa.

"Pode vir comigo explicar pra o Sand que eu não vou fazer a redação?"

Virei o papel para responder e joguei o bilhete na mesa dele.

"Claro, pode contar comigo!"

No fim da aula, eu fui com o Soluço até a mesa do professor, ele olhou para nós por um tempo até finalmente perguntar.

– Precisam falar comigo?

– Na verdade, sim. É que, eu não vou poder fazer a redação sobre o Dia das Mães... - começou Soluço

– Por que não, sr. Strondus? - o professor perguntou calmamente.

– Minha mãe morreu em um acidente de carro... - ele falou, baixinho,para que só o professor escutasse.

– Entendo, então, pode fazer a redação sobre qualquer outra coisa, tema livre para você.

– Obrigado, professor! - disse Soluço, mais animado. - Eu vou me esforçar para fazer a melhor redação da classe!

O professor murmurou algo como "tudo bem, meu jovem" e nós saímos da sala.

– Acho que sei o tema que a sua redação pode ter. - eu comentei.

– Qual?

– Você pode fazer uma redação sobre dragões, se quer fazer a melhor redação da classe, tem que ser sobre uma coisa que você seja expert.

– Boa ideia! Mas, que tipo de história se faz sobre dragões? - ele me perguntou.

– Faz um guia sobre como treinar dragões, ia ser bem útil!

– Como Treinar o Seu Dragão... gostei do nome! - ele comentou.

Bem, eu vou procurar a Punz, nós vamos fazer um trabalho de Ciências na minha casa hoje. - eu comentei, me virando em direção a classe 435.

– Ei, quer ajuda? ele perguntou. - É que, eu sou seu vizinho, aí a gente pode ir embora juntos, nós três.

– Tudo bem, mas acho que a Punz vai atrasar um pouco, ela fica alguns minutos depois da aula tirando dúvidas com o professor.

A Punz saiu alguns minutos depois da classe, segurando um monte de cadernos e livros de Ciências, folheando um como se ele fosse a coisa mais interessante do mundo.

– Vamos? -perguntou Soluço, olhando para nós duas.

– Sim, claro! - disse Punz, fechando o livro. - Só preciso pegar uma coisa.

Ela foi em direção ao armário dela e pegou uns desenhos, colocou eles dentro do caderno e correu de volta até onde nós estávamos, fomos os três andando pela rua e conversando até que a Punz tropeçou e deixou todos os livros, cadernos, desenhos e seja lá o que mais ela estivesse carregando, caírem.

– Você está bem? - eu perguntei, o asfalto da rua é áspero pra caramba, tropeçar naquilo é tipo passar borracha em papel lixa, você já viu o estrago?

– Sim, estou bem! - ela disse, pegando os cadernos. Imediatamente eu e o Soluço nos abaixamos para ajudar a criatura necessitada.

Quando terminamos de recolher tudo, continuamos andando até chegar na nossa rua, entrei no meu jardim junto com a Punz e o Soluço entrou no dele, sendo derrubado por um dragão preto muito animado.

– Oi, Banguela! - eu disse, fazendo carinho no dragão.

– Que legal, ele cumprimenta a vizinha antes de mim, agora! - disse Soluço, e Banguela bateu com a cauda na nuca dele. - Ai!

Banguela olhou pra Soluço com uma cara de "você mereceu" que fez com que eu e a Punz ríssemos.

– Até mais, então! - eu disse, entrando em casa.

– É, até mais, NAMORADO DA MERIDA! - se despediu Punz, gritando a última parte tão alto que eu acho que meus tímpanos explodiram.

– TÍMPANOS SÃO IMPORTANTES, SABIA? - eu gritei de volta, massageando a região em volta dos ouvidos.

É, eu acho que vai demorar para a Punz parar com essa palhaçada de shippar eu e o Soluço.


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Notas finais do capítulo

Triste, né? Eu senti pena do Soluço nesse capítulo...



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