Dez Desejos escrita por Gii


Capítulo 75
E eu não posso suportar.


Notas iniciais do capítulo

Pronto, agora está certo os capitulos!!
ESTOU MUITO CHOROSA COM ESSE CAPITULO! Me deixa triste ;-;
Boa leitura!



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Capitulo 76 — E eu não posso suportar. Anna

Eles corriam pela floresta á nossa frente, empurrando um ao outro e festejando, indo na direção da casa de Jacob, que pelo eu havia entendido, não era tão longe assim.

E eu e Jonathan os seguimos de longe, em um silencio manso que eu sabia que ele só o mantinha por minha causa. Ele se mantinha perto o suficiente de mim para que seu braço ficasse sempre em contato com o meu, como se soubesse que mesmo sem eu mostrar por fora, eu precisava de qualquer contato humano.

Eu me sentia perdida somente ao pensar no que eu faria. No que eu prometera fazer e deveria cumprir.

Ali ao meu lado, aninhado nos braços de Jonathan estava o motivo de meu estranho estado de torpor. Um vaso laranja, com uma folha suja pintada na lateral e dentro o que um dia fora uma flor completa, com dez pétalas.

Eu respirei profundamente.

Jonathan sempre soube me ler perfeitamente, sabendo o que eu precisava a cada momento de minha vida e naquela hora, enquanto nós caminhávamos lentamente até a casa de Jacob, ele me dava à ajuda que eu precisava no momento.

Eu não queria um abraço, ainda mais de Jonathan. Estava com raiva o suficiente de Jonathan para dar-lhe um soco por me fazer prometer aquilo... Mas mesmo assim, eu não o queria longe, porque sabia que era isso que deveria acontecer. Era aquilo que devíamos fazer no final. Como se estivesse escrito que aquele deviaria ser o final.

O destino escrito nas estrelas.

Eu estava sentindo meu peito apertado e um bolo preso em minha garganta a cada passo. Uma parte de minha mente gritava que se dane e que ficaria a todo custo ao lado de Seth, mas... A outra parte dizia o que era o mais certo a se fazer. Nunca pensei que se quer teria a oportunidade de vê-lo de verdade,e eu ganhei muito mais do que eu tanto pedi... Eu não poderia reclamar de isto terminar! Ao menos meu desejo de tê-lo aconteceu.

E também, eu bagunçara demais todo aquele mundo. Aquele mundo perfeito que eu sonhava toda noite antes de dormir no meu alojamento. Aquele mundo, um mundo com Seth.

Enquanto caminhávamos em silencio, me vi perdida em pensamentos neutros, onde não havia nada mais do que aceitação. Fiquei pensando na maneira como as arvores balançavam acenando para mim, os passarinhos cantavam um musica alegre de despedida e em como a terra molhada era amassada por meus pés.

Tudo parecia se despedir de mim.

E a prova daquilo era o vento fraco que soprava, beijando meu rosto gentilmente. Pude ouvir ao longe o som de ondas se quebrando na praia lentamente, com um som longínquo e calmante. Um claro adeus em sua própria língua.

Observei o céu cinza escuro, em um dos dias mais frios que já passara ali, e como ele contrastava perfeitamente com o verde intenso das folhas das arvores e as poças de agua espalhadas pelo chão, percebendo o quão aquilo tudo faria falta para mim.

Eu já sentia meus olhos formigando, implorando por lagrimas que eu não queria deixar que caíssem, porque eu sabia que se uma caísse, eu não seria capaz de segurar as outras que viriam a seguir.

Não, eu não queria que meus últimos momentos ali fossem tristes e cheios de lagrimas. Eu não queria ver ninguém se despedindo de mim. Eu queria todos ao meu redor, felizes, satisfeitos por estarem finalmente em casa. Seguros.

Eu fechei os olhos ainda caminhando quando avistei ao longe a pequena casa vermelha de Jacob, respirando fundo com o intuito de que o ar úmido lavasse aquela tristeza que continuava a querer dominar.

E quando eu abri novamente os olhos, eu havia parado em frente á casa lotada de garotos músculos, morenos e seminus, rindo e conversando felizes na pequena sala da casa de Jacob.

Vi Jonathan parar ao meu lado e finalmente olhar para o meu rosto, com a expressão mais suave e compreensível que eu já vira ali antes. Os olhos negros me observando.

— Você não vai contar, não é? — Perguntou em um sussurro e eu não precisei perguntar do que ele estava falando.

— Não gosto de despedidas... Você sabe. — Minha voz saiu mais triste do que eu esperava, expondo meu estado por debaixo da mascara que eu resolvera manter.

Vi a preocupação passar por seus olhos, tão idênticos aos de Seth, e ele estender a mão, em um claro gesto de apoio.

E foi ali, naquele segundo, que percebi que Jonathan havia mudado.

Nnão estava mais vendo o brilho alucinado e apaixonado que ele tinha quando olhava para mim, como se me visse como uma mulher que ele poderia ter. Eu vi o carinho, a compreensão e o apoio de um irmão que eu nunca tive, sem um pingo de malicia.

Eu sabia que iriamos conversar sobre aquilo em breve, percebi que ele queria dizer aquelas palavras, mas resolvera esperar as minhas ultimas horas ali, que eu sentia se acabando rapido.

Era como se uma ampulheta me seguisse á todo lugar que eu olhava, mostrando a areia fina escorrer pela pequena passagem para o andar de baixo.

Eu segurei a mão de Jonathan, em busca de uma coragem que eu não tinha para continuar sorrindo depois daquilo. Eu precisava ver que todos estavam bem e felizes e aquilo bastaria para eu ir embora em paz, sabendo que não fizera um estrago tão grande assim.

Mas eu não manti por muito mais tempo nosso contato, tendo plena consciência que as pessoas de fora achariam que aquele simples gesto de segurar sua mão significava outra coisa, que um dia pode até ter significado para Jon, mas que agora era apenas uma mão amiga me dando o apoio que precisava. Antes de soltar eu apertei com mais força sua mão, querendo guardar uma reserva extra de coragem que ele me passava e respirei fundo novamente.

Eu e Jonathan entramos pela porta, passando espremida entre dois dos garotos e indo até uma parte da parede da sala que estava sem ninguém, sem sermos realmente notados.

Imediatamente o clima feliz nos dominou e eu pude perceber que talvez não seria tão difícil manter as aparências.

Todos riam e sorriam, contando piadas e zoando alguém. A sala parecia muito menor com quase todos ali dentro... Quase todos porque eu vi Embry do lado de fora, com a cabeça para dentro da janela rindo de algo que Jared acabara de falar para Caroline.

Claire estava lá, abraça com Quil de uma maneira nada paternal, que eu nunca vira antes eles fazerem juntos e percebi que talvez a relação deles tivesse dado um passo a mais naquele tempo em que eles ficaram longe de nós, na casa de Lesley. Vi Kim em algum lugar por ali, junto com Emily que estava no fogão rindo do que a garota dizia e fazendo algo com um cheiro maravilhoso.

Vi Rachel e Paul juntos abraçados, Collin e Brady lutando pelo controle da TV e Sam olhando para todos com um sorriso satisfeito que julguei que ele dava raramente enquanto conversando com Billy. No sofá da sala tinha Jacob esparramado fazendo uma algazarra, provavelmente zoando com Quil e Claire, pois a garota acabara de ficar vermelha com seu comentário não ouvido por mim.

Eu sorri quando Claire escondeu o rosto tão vermelho quanto um tomate no peito de Quil e quando Leah se sentou ao lado de Jacob dando-lhe um selinho e o ajudando a brincar com o novo casal.

Mas o próximo que eu vi, sentado em uma poltrona sozinho, fez meu sorriso se cerrar.

Seth ria gostosamente de Collin que tinha um pé na cara de Brady, incentivando Brady a não deixar que Collin fizesse isso com ele.

Ele estava simplesmente lindo naquele jeito descontraído e calmo, não notando a minha presença e nem a de Jonathan ao meu lado, que se mantinha calado como eu. Ao olhar a cena naquele angulo que estávamos eu pude ver o quanto eu e Jonathan não fazíamos parte daquilo. Todos tinham seus lugares ali. Eles tinham a sua parte permanente naquela sala e nós éramos os intrusos. Como mariposas em uma colmeia de abelhas.

E eu, como uma boa mariposa, sonhava em ter como companheira uma abelha corajosa.

Eu sorri ao comparar Seth á uma abelha, exatamente como eu o comparava á um filosofo ou ao meu Deus Apolo particular. Sorri porque não adiantava quantas comparações eu fizesse á ele, tentando explicar sua beleza e seu jeito, todas eram imperfeitas.

Eu desviei meu olhar do Seth perfeito, verdadeiro e risonho, com o intuito de não desistir do que eu faria á seguir. Que se eu pegasse o olhar entre nós, com ele dando aquele sorriso perfeito e brilhante, não sabia se seria capaz de sair por aquela porta sem derramar as lágrimas insistentes.

Eu toquei o braço de Jon delicadamente, como se dissesse para ele me acompanhar e ele, apesar da falta de palavras, entendeu de imediato.

Aas ao invés de ir em direção á porta, ele segurou meu braço, me fazendo girar novamente e ficar de frente á Seth. Ao longe eu ouvi o barulho de carro chegando ao mesmo segundo que vi o Rabbit vermelho parar em frente à casa.

E lá venho Seth, levantando do sofá, sorrindo calorosamente para mim, com os olhos brilhando de alegria e eu sabia que tudo que eu temia estava acontecendo. Vi a ampulheta novamente, só que dessa vez a areia escorria mais lentamente, como se estivesse prolongando meu tempo ali.

Por um segundo eu fiquei feliz por aquilo, mas então a raiva me veio e eu quis matar Jonathan, por estar fazendo aquilo comigo.

Enquanto Seth chegava até nós, ele olhou sobre minha cabeça, onde Jon estava e assentiu levemente, só para eu ver Jonathan sair de perto de mim e ir para a porta, encontrando com Jasmine que saia do carro.

— Aonde...

— Acho que vai falar com Jasmine. — Respondeu Seth sorrindo e parando em minha frente. Meu coração acelerou de maneira nada normal, mas normal o suficiente quando eu estava perto dele.

Eu não poderia prolongar aquilo por tanto tempo, se não...

— O que foi, Gi? — Ele perguntou parecendo preocupado e afagando meu ombro direito — Você parece pálida, está se sentindo bem?

Eu me senti estremecer e o bolo se formar em minha garganta. Gi... Ele era o primeiro a me chamar daquele jeito tão carinhoso e sincero... Se ele continuasse daquele jeito eu não aguentaria as lagrimas.

Forcei um sorriso.

— Nada de mais... Nada que importe no momento pelo menos. — Eu murmurei o abraçando e escondendo meu rosto em seu peito, torcendo para que ele não tivesse escutado minha voz tremer nas ultimas palavras.

Ele acariciou um cabelos por um momento devolvendo o abraço, mas logo nos afastou, começando a me puxar pela mão para o lado de fora da casa. No começo eu pensei que simplesmente iriamos parar na varanda, mas ele começou a me arrastar para longe da casa, literalmente me guinchando.

— Estamos indo á algum lugar? — Eu perguntei meio confusa e ele sorriu em resposta.

— Só á garagem do Jacob, quero te mostrar uma coisa.

Eu me deixei levar por ele, apenas aproveitando as suas mãos cálidas envoltas da minha, evitando pensar que logo eu nunca mais as sentiria. Meu coração bateu descompassado em meu peito como se dissesse que odiava aquele pensamento.

Senti meus olhos enchendo de lágrimas, e me apressei a limpar rapidamente. Forcei um sorriso no rosto e tentei entrar no assunto para esquecer aquilo.

— O que é? — Eu pergunto tentando parecer curiosa, o que não é tão difícil assim.

Nós entramos na garagem ainda de mãos dadas e ele me puxou até perto de uma lata velha que um dia foi um carro. Para mim era impossível dizer que modelo era, de tão amassado que ele estava. Não tinha capô e faltava uma porta do lado do passageiro. A pintura que um dia foi um amarelo canário, agora estava toda descascada e desbotada pelo tempo. Mas pelo que eu podia ver, o interior estava em muito bom estado e foi provavelmente por aquilo que Jacob devia ter mantido aquele carro — se é que podia se chamar daquilo — por ali.

Seth me parou em frente ao carro, me olhando com os olhos brilhando como de uma criança com seu presente de natal. Olhando-me em expectativa, como se esperasse que eu comentasse alguma coisa.

Eu olhei para os lados me perguntando o porquê que ele me trouxera até ali para me mostrar aquela lata velha.

Ele pareceu impaciente com a minha falta de resposta.

— E então?

— Então o quê?

— O que você acha? — ele revirou os olhos, mas ainda com aquele sorriso doce e olhar de expectativa. Eu senti meu coração derreter e eu perdi minha linha de raciocínio.

— Hum... Do que?

— Do nosso carro oras! — Ele riu passando o braço pela minha cintura e aproximando mais nossos corpos, de maneira que ficássemos um do lado do outro, olhando para a lata velha. — Eu o encontrei perdido em uma madeireira em uma das minhas rondas e por ele ser um clássico, Jacob vem me ajudado a arruma-lo

A forma como ele diz aquilo me deixa extasiada por alguns segundos, me perdendo em seu tom fascinado que eu fiquei todo aquele tempo longe. O modo como ele dizia "nosso carro" me fez me perder em inúmeras fantasias sobre um futuro que eu já imaginara sobre nós dois. Nossa primeira noite juntos, nosso casamento, nossa casa... Nossos filhos... E eu me entristecia cada vez mais ao imagina-los como apenas um sonho que nunca se realizaria, exatamente como acontecia no começo de tudo.

Aquele futuro era um sonho.

Um sonho que eu ficaria feliz de ter quando estivesse deitada em meu dormitório antes de acordar para ir para a aula e eu o aceitaria de bom grado se eles me lembrarem de Seth feliz.

Eu dormiria melhor se eu soubesse que eu o deixei feliz.

— Herm... Eu sei que ele não é muita coisa, ainda mais agora desse jeito, mas eu e Jake já arranjamos um motor para ele e assim que instalarmos ao menos andar ele vai — Ele explica depois de minha falta de resposta. — Vem cá, entra nele. Tenho certeza que você vai gostar.

Seth me fez sentar no banco do passageiro enquanto ele dá a volta para entrar no lado do motorista. O painel do carro estava em perfeito estado, assim como o volante e os acentos. Até mesmo havia um radio grudado ali, que funcionou quando eu apertei o botão e uma musica preencheu o carro.

Assim que me sentei, senti meus olhos formigarem novamente, somente com o futuro que eu continuava a imaginar. Eu e ele indo para Seattle para assistir algum filme bobo ou nós dois brigando para ver quem dirigiria até a casa de Sam, onde havia uma festa com todos os garotos e suas respectivas namoradas. Momentos que eu não conseguia parar de imaginar e que estavam inundando os meus olhos enquanto meu coração se apertava mais e mais.

Eu limpei novamente minhas lagrimas, antes que Seth percebesse.

Assim que ele entrou no carro, o cheiro que tanto amo preencheu o ar e eu sabia que sentiria falta dele quando me fosse. Ele tagarelava feliz ao meu lado, sorrindo bobamente enquanto manuseava o volante como se estivesse dirigindo de verdade. Sorri amavelmente para ele.

— ...Então? O que acha? — Ele perguntou feliz e animado e eu não me contive de sorrir de volta.

— É... Perfeito Seth. — Eu digo sobre o suspiro que vem sem eu mandar. Seth parece perceber o meu estado de espirito e franzi a testa para mim, parecendo preocupado e extremamente fofo com aquela pequena ruga em sua testa.

Eu me repreendo internamente por tirar a sua felicidade, que combinava e ficava tão linda em seu rosto. Me apressei a me juntar mais perto dele ele e forçar um sorriso maior. Alizando a marca de preocupação em sua testa enquanto ele perguntava o que eu tinha.

— Não é nada, bobo. — Eu sorrio docemente para ele — Eu só estava imaginando como vai ser daqui para frente.

Minha garganta se fechou e eu fiz o dobro de força para que não houvesse lagrimas em meus olhos. Os olhos negros de Seth estavam próximos dos meus e capturariam se aquilo acontecesse.

Eu tentei distrai-lo, pulando o cambio que separava nossos bancos e forçando ele dar um pulo para ficar mais grudado a porta e eu sentei junto com ele no banco do motorista. Eu passei os meus braços ao redor de seu corpo e aproximei nossos rostos, morrendo de saudade de seu gosto.

O sorriso dele voltou com mais intensidade e o brilho feliz pareceu clarear os seus olhos de imediato.

Ele me puxou para o seu colo, fazendo minhas costas se apoiarem no volante e nossas cinturas ficassem perigosamente perto uma da outra, de maneira que nunca ficaram tão juntas antes.

O locutor do radio anunciou a próxima musica, que eu conhecia somente pelo nome, dedicando á sua esposa e a todos os casais que estavam ouvindo naquele momento. Eu me perguntei se aquilo era apenas uma coincidência, ou se havia algum dedo de algum ser místico ali.

Mas eu esquecia facilmente aquele pensamento, me voltando rapidamente para o quão Seth e eu estávamos perto um do outro. O sorriso de Seth ainda em seus lábios estava se transformando malicioso aos poucos, quando ele tomava consciência de meu corpo apenas com os olhos. Naquela posição que estávamos eu podia sentir sua cintura tão colada em mim.

Vi os olhos dele brilharem de desejo enquanto olhava para cada pedacinho de meu corpo que não estava coberto pelo fino tecido da minhas roupas.

— Senti sua falta — sussurrei baixinho

A boca dele veio até a minha com tamanho carinho e desejo, que me fez arfar, ainda mais quando veio com tamanha intensidade.

Agora seu calor estava em toda parte, e ainda mais, parecia ter esquentado o encontro de nossos lábios. Havia urgência nos nossos movimentos. Nossas línguas degustavam o sabor de cada e se deliciavam com o toque.

Não cabia dentro de mim a alegria sentida por ter os braços que tanto amo envolto de mim, levando-me ao paraíso. Nosso beijo tem gosto de saudade e de amor, aquele que sentimos um pelo outro. O ar me faltou, me refugiei no pescoço dele, inalei o seu perfume que me acalma e enlouquece ao mesmo tempo. Senti ele se arrepiar com isso e não pude evitar de continuar a provocalo. Ele apertou mais meu corpo contra o dele e espalma as mãos em minhas costas.

[Can't Stand It]

Baby, eu te amo

Eu nunca quero deixar você partir

Quanto mais eu penso

Mais eu quero que você saiba

Que tudo que você faz

É fofo pra caralho

E eu não posso suportar isso

Eu ri quando senti que estava praticamente deitada sobre o volante e me remexendo com a falta de espaço. Vi que Seth tentava alcançar a alavanca em baixo do banco para mover o banco para trás sem desgrudar os lábios dos meus.

— Esse carro tem buzina? — perguntei entre beijos.

— Não — grudou seus lábios novamente nos meus, tirando meu folego com um beijo simplesmente insano. Fazia uma fome aterradora me impulsionar ainda mais sobre ele.

Eu ofeguei buscando ar.

— Ótimo. — murmurei antes de colocar meu pé de apoio na porta e forçar o banco deslizar para trás. O banco grunhiu em protestos quando eu e Seth conseguimos empurra-lo um pouco mais para trás e agora Seth tentava deitar o banco.

Depois de alguns minutos sem sucesso — e entre muitos beijos que estavam me deixando louca — ele simplesmente forçou com as costas para trás e o banco deitou com um sonoro crec!, que denunciava que nós havíamos o quebrado.

Eu caí sobre o tórax dele e nós rimos quando eu bati minha testa na sua.

Eu tenho procurado por

Uma garota assim como você

Porque eu sei

Que o seu coração é sincero

— Anna... Senti tanta, tanta falta de você... — Ele sussurrou em meu ouvido, deixando um beijo cálido em meu pescoço, mordendo o modulo de minha orelha e eu me perdi na doçura de suas palavras e de seu toque.

Senti meu corpo inteiro se arrepiar com o calor que aquilo provocava em meu corpo.

Eu grudei novamente nossos corpos, mas dessa vez, sentindo que se eu resistisse á aquela sensação magnética eu morreria. Era calor por todos os lados. Meu Apolo estava por todos os lados.

Baby, eu te amo

Eu nunca quero deixar você partir

Quanto mais eu penso

Mais eu quero que você saiba

Que tudo que você faz

É muito fofo

E eu não posso suportar

Nosso beijo estava tão quente quanto meu Seth. Nossas mãos exploravam cada pedaço desconhecido dos nossos corpos. Pela primeira vez Seth estava passeando livremente sem nenhum pudor pela minha pele, talvez pelo fato que eu tinha iniciado essa pratica hoje, ele somente me copiou. Havia uma urgência entre nós, algo incontrolável.

Me perguntei da onde eu tirara tanta coragem e onde fora parar minha timidez em relação ao que estávamos fazendo, mas eu não precisei responder quando Seth me fazia sentir mais um arrepio com seus beijos.

Aquilo tudo era apenas a minha reação á presença dele.

Vamos deixar pra lá

E fugir

Para navegar no Oceano azul

E então você vai saber

Que o meu coração é sincero

As caricias estavam ficando cada vez mais ardentes. Estavámos os dois suando, o cheiro dele misturado com o meu, tirando a linha do meu raciocínio e me deixando meio tonta.

.

Então senti os lábios de Seth estavam descendo pelo meu queixo, indo em direção ao meu pescoço e ele continuou a descer.

Eu continuava a queimar pelo rastro de fogo que seus lábios deixavam em minha pele. Minhas unhas arranhavam suas costas com força, mas aquilo, ao contrario do que eu pensava, o estimulava. As mãos dele estavam nas laterais do meu corpo, me fazendo arfar mais ainda com todos aqueles toques intermináveis.

Baby, eu te amo

Eu nunca quero deixar você partir

Quanto mais eu penso

Mais eu quero que você saiba

Que tudo que você faz

É muito fofo

E eu não posso suportar

Eu não sabia como, mas eu havia parado em baixo de Seth. Sua mão faminta desceu até minha perna a fazendo erguer e dobrar sobre sua cintura enquanto ele a alisava. Eu o mirei quando, me liberando para tomar ar, começou a beijar meus ombros pouco expostos pela blusa folgada e desajeitada. Passei minhas mãos por suas costas largas analisando e sentindo cada volta de seus músculos bastante atraentes se contorcendo enquanto me prensava, pedindo para acariciar da forma mais calorosa possível.

Você, você me tem onde quer

Por que eu vou fazer

Qualquer coisa pra te agradar

Apenas para fazer durar outro ano

Caramba cada vez que ele fazia isso sentia minhas forças fugirem completamente soltando pequenos gemidos que parecia agradar mais ele, mas recobrando novamente eu me agarrava mais a ele tocando seus braços. Eu sentia as mãos dele buscando a textura da minha pele, louco para ultrapassar a barreira do tecido e sinceramente eu estava querendo saber o que vinha depois dos prolongados arrepios constantes que vinham depois que ele me tocava.

Você, eu te vi através da sala

E eu sabia que isso iria nascer

Em algo lindo

Você é linda

Seth parecia tão insano quanto eu, mas no momento em que ele sentiu minhas mãos subindo por seu abdome, acariciando os quadrinhos perfeitos dali e começando a descer em direção ao cós de sua calça ele pareceu enrijecer, desgrudando nossos lábios.

Eu procurei seus olhos, curiosa — E até mesmo preocupada por estar fazendo algo errado, mas seus olhos negros apenas demonstrava todo o desejo que se refletia em mim, mas ao contrario de mim, ali havia preocupação com um toque de doçura que somente Seth sabia ter quando olhava dentro dos meus olhos.

Eu me sentia me afogando na imensidão de seus olhos negros, que como os toques de suas mãos cálidas, me deixava insana e sentindo coisas que á alguns meses atrás eu apostaria que só existisse no mundo dos livros.

Mas afinal, eu estava em um livro... Tecnicamente.

— Qual o problema, Seth? — perguntei ainda meio ofegante observando Seth se desgrudar um pouco do meu corpo. Eu fiquei zangada por aquilo.

— Não podemos fazer isso, Anna.

— O... Mas... Hum... Tem certeza...? — Eu disse sorrindo sapeca e arrastando meus dedos levemente de seu pescoço, vendo sua pele arrepiando com as minhas caricias.

— Isso... Isso é algo especial... Deveria ser em um lugar especial, não em um banco de um carro velho! — Ele falou com doçura, brincando com uma mexa do meu cabeço que estava antes em meu rosto.

— Não é um banco de um carro velho — eu fingi braveza — é o banco do nosso carro velho.

Ele riu levemente antes de me encarar novamente. Um claro "Não" estampado em sua cara me deixava desgostosa.

Deixei minha cabeça cair no banco, soltando um alto suspiro de frustração. O refrão da musica no radio soou distante dos meus ouvidos, me dando uma ideia final de como fazer aquilo funcionar. E por que não tentar?

Baby, eu te amo

Eu nunca quero deixar você partir

Quanto mais eu penso

Mais eu quero que você saiba

Que tudo que você faz

É muito fofo

E eu não posso suportar

Não, eu não posso suportar,

Seth continuava em cima de mim — um pouco mais distante do que eu queria — apoiando suas mãos dos dois lados da minha cabeça, sem nunca desgrudar os olhos dos meus, como se achasse curioso (ou talvez engraçado) a minha reação.

Fiz questão que o meu sorriso fosse crescendo devagar, enquanto eu balançava a cabeça de um lado para o outro no ritmo da musica, passando devagar os braços pelo seu pescoço, enquanto sibilava junto com a musica, colando nossos corpos sem nem ele mesmo perceber o que eu fazia... Ou era o que eu achava.

— Baby, eu te amo. Eu nunca quero deixar você partir. Quanto mais eu penso, Mais eu quero que você saiba, Que tudo que você faz, É muito fofo E eu não posso suportar...

Não, eu não posso suportar.

E é nessa parte que eu acho que uma frase que assisti certa vez em um filme, se encaixa perfeitamente aqui.

“Quando a vida lhe dá um limão, faça suco de maça”

Seth

— Tenho certeza absoluta. — Ela disse se aproximando mais de mim e eu tremi inteiro.

Como eu iria resistir a ela? Seu corpo lindo e seus olhos encantadores. Nossas bocas se juntaram lentamente, mas logo em seguida tudo parecia ser pouco, perto da intensidade com que nossas línguas se enroscavam. Ela corria suas mãos por meus cabelos e minhas costas enquanto eu apenas a puxava para mais junto de mim. Aquele carro nunca mais seria o mesmo.

Tudo aconteceu sem que o meu cérebro realmente tomasse uma plena consciência. Eu estava sobre ela e sentia o prazer tomar conta cada vez mais de mim. Passei a dar longas chupadas por seu pescoço enquanto escutava sua risada e sentia suas unhas tentando rasgar a pele das minhas costas. Já estávamos sem nada que impedisse o contato final, e os beijos e caricias só ajudavam aquela sensação de prazer insano aumentar.

Ela implorava para que eu finalmente a fizesse sentir sensações até então desconhecidas por ambos. Sua voz fazia com que meu corpo pulsasse ainda mais e que o meu autocontrole começasse a falhar. Intorpece meu cérebro e eu só penso que quero mais do que tudo ela.

Anna merecia muito mais do que aquilo, isso era um fato, mas ela parecia não se importar com o local. Ela sussurrando em meu ouvido que o que importava era que fosse comigo. Não importava se a musica era ruim ou se seria no banco quebrado no velho carro, o importante era ser assim: Juntos.

E foi com um beijo que eu abafei o gritinho de dor que ela deu ao sentir eu a completando. Os meus beijos afogaram sua dor enquanto tudo se transformava em prazer e desse o que ela desejava: sensações indescritíveis.

Aos poucos fui deixando que ela respirasse e os beijos passaram novamente ao seu pescoço, eu queria ouvi-la, precisa ouvir sua voz falha chegando ao meu ouvido. Sua voz ofegante dizendo meu nome e implorando para que nunca chegasse ao fim

Nossos corpos estavam prontos para a explosão final, para o êxtase total. Prontos para o clímax do filme que estávamos vivendo. Eu senti que ela se contorceu tremendo embaixo de mim ao receber o que eu tinha a entregar e senti ela se entregando a mim antes de amolecer em meus braços.

Ela sorriu de olhos fechados como que se quisesse aproveitar até mesmo as sensações do fim. Eu não resisti e acariciei lentamente o rosto dela retirando os cabelos suados de frente do seu olhar. Como ela parecia ainda mais frágil do que sempre fora. Ela sorriu sentindo meu toque e abriu os olhos para me encarar, seu sorriso iluminava o carro escuro. Parecia dizer com os olhos que tudo tinha sido perfeito.

No radio o único som era de estática, já que de algum modo conseguimos trocar de estação enquanto nos amávamos. Ela riu ao me ouvir comentar sobre isso em uma piada infame com duplo sentido, e logo em seguida apoiou a cabeça em meu ombro, fechando os olhos e adormecendo em meus braços.

E apesar de estar me sentindo como se estivesse completo, como se tivesse encontrado a maior paz do mundo e que tudo estava perfeito, havia algo me incomodando enquanto velava os sonhos de Anna.

Aquilo era meu coração tentando me avisar o que já começava a acontecer enquanto eu adormecia lentamente ao lado da garota que amo. Adormecia com os braços envoltos dela e que algumas horas depois, se encontravam vazios e que deixou para trás apenas as lembranças do que me pareceu, por muito tempo depois, um doce sonho.


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Notas finais do capítulo

Esse capitulo é exatamente o que parece. Meu coração está em frangalhos e acho que os seus também.

Acham que Anna fez certo de não dizer que está indo embora? Sem despedidas além da noite quente com o Sethizinho?



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