Dez Desejos escrita por Gii


Capítulo 42
O EUA vira assassino


Notas iniciais do capítulo

Bom dia gracinhas!
Sinto que serei morta neste capitulo, porque vocês irão me caçar, então serei curta e breve: Obrigada pelos reviews!
Boa leitura!



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Capitulo 43 — O EUA vira assassino
Seth

Eram gritos e desespero para todos os lados. O vento, as folhas voando e os copos de vidro se quebrado para todo o lado pareciam agravar mais a situação.

Eu dei graças a Deus que todos estavam de cinto quando o avião começou a se inclinar e parecer rodar no ar. Tenho certeza que se alguém não estivesse de cinto já teria a muito voado porta a fora.

O vento que entrava pela porta fazia um barulho terrível e impossibilitava qualquer humano normal de se mexer. Como eu mesmo disse, qualquer humano NORMAL.

Assim que o avião pareceu que descia em direção á terra, inclinado, Quil tirou o seu cinto no mesmo segundo que eu e Jake, pedindo para que Claire ficasse ali. Enquanto eu andava desesperadoramente instável até o começo do avião, tentando chegar de algum jeito á cabine do piloto.

Não importava se eu não sabia pilotar um avião, eu apertaria todos aqueles botões do painel até encontrar alguma coisa que faça pararmos de cair.

Não foi possível ouvir o que Claire gritou, mas deu para entender sua mensagem:

— Se for para morrer, que seja lutando junto com você — Ela disse com determinação, parecendo não sentir um pingo de medo.

Até mesmo eu estava com medo, como Claire conseguira aquilo? Talvez ela tenha se preparado mais psicologicamente do que eu. A possibilidade de voltar morta era potencialmente grande, eu tinha que admitir, mas nunca cogitei realmente a ideia.

Eu olhei para trás e vi a fila que nós formávamos em meio aos gritos e desespero dos outros passageiros. Eu andava um passo de cada vez, segurando em um banco de cada fileira até chegar perto da porta, onde não havia aonde me segurar.

O sentia o ar me puxando para o buraco da porta, mas finquei os meus pés no chão.

Vi Jonathan ficar de pé com dificuldade. O que diabos ele pretendia fazer? Ele não iria aguentar apressão, muito menos

— SOBROU UM PARAQUEDRAS! — De algum modo gritou um homem que usava um terno e tinha olhos verdes oliva.

Isso foi o suficiente para o caos se fazer por completo.

Todos se soltavam dos cintos e pulavam em direção o paraquedas ao mesmo tempo. O problema era que para pegar o paraquedas você tinha que passar pela porta e como eu mesmo havia mencionado: Pessoas normais não conseguiriam se sustentar naquele avião... Pelo menos não quando ele estava daquele jeito.

O ar era forte demais e quando o primeiro homem pulou em direção ao paraquedas — por centímetros quase encostando — voou, sugado pela porta que agia como um aspirador de pó gigante, sugando tudo.

O seu grito ficou ecoando em minha mente enquanto eu olhava para aquelas pessoas desesperada gritando e chorando, apenas querendo salvar suas vidas.

Quatro.

Essa foi a quantidade de pessoas que acabaram voando pela porta para eles perceberem que aquilo de pegar o paraquedas não era uma boa ideia.

Eu estava congelado em meu lugar, ouvindo Jacob, Quil, Claire e outras vozes gritando para aqueles passageiros não fazerem aquilo. Não havia como salva-los sem sermos sugados pelo buraco.

O ultimo homem sugado havia conseguido alcançar a mochila do paraquedas antes de ser completamente sugado, mas seus dedos não foram capazes de segurar por cima do pano sintético e liso da mochila. Ele só piorou a situação. A mochila estava escorregando aos poucos para a abertura no avião. Vi uma das alças se prender em um tipo de gancho que tinha perto do chão, usado antes como suporte dos paraquedas.

— Temos que fechar a porta! — Grita Jacob á minhas costas e eu encaro a porta que leva a cabine do piloto aberta á alguns metros para frente, sabendo que somente por lá se podia fazer isso. Somente agora eu reparo, ao olhar para a porta, na aeromoça morta no chão, junto com piloto e copiloto. Sangue em cima de seus corpos sem vida.

Eu me sinto tremer. Minhas mãos estão suando e tudo parece rodar... Não, aquilo era o avião e ele estava mesmo rodando.

Sinto Jacob me dar um cutucão para eu continuar andando. Em sua expressão séria o alerta de que não tínhamos muito tempo. Eu me segurei na próxima poltrona que estava vazia e me lancei o mais rápido que conseguia para longe da porta aberta, me agarrando na próxima cadeira e passando pelo corredor sem acabar voando, mas ainda sim, com a respiração forte.

Minhas pernas estavam duras e eu tive que fazer um esforço redobrado para continuar a liderar aquela fila que agora se compunha de Jacob, Quil com Claire agarrada em sua cintura e Jonathan que lutava com o vento. Eu percebi que Jonathan não conseguiria passar pela porta sem ser levado.

— Jacob! Ajude Quil e Claire a chegarem á cabine! — Eu gritei para ele — Eu vou ajudar Jonathan e os outros!!

Jacob assentiu uma vez e eu sai do caminho, me amassando ao lado de uma cadeira e esperando Jacob arrastar, com ajuda de Quil, Claire, que quase não conseguia permanecer com os pés no chão.

— TODO MUNDO PERMANEÇA COM O CINTO! — Eu gritei virando para os outros passageiros que estavam com as marcaras, enquanto Jacob ajudava Claire a passar pela porta.

Jacob segurou um dos braços de Claire firmemente, passando rapidamente pela porta e se segurando na poltrona mais próxima enquanto Quil segurava o outro braço, com o olhar preocupado, ainda sem atravessar o corredor da porta.

Assim que eles passaram eu voltei o meu caminho, passando pelo aspirador de pó gigante e parando em frente á Jonathan que tinha a mandíbula trincada tamanho o esforço para se manter em pé.

Eu segurei em seu braço com a intenção de ajuda-lo, mas algo atrás dele me fez parar. Eu puxei nós dois para o chão ao ver uma mulher loira de aproximadamente vinte anos voando em nossa direção, gritando desesperadamente.

O trajeto que ela fazia no ar não a jogaria pela porta, como os outros, mas sim á parede ao lado da porta da cabine, onde havia um mastro com a bandeira dos Estados Unidos inclinado como uma lança.

Eu não podia ver aquilo. Eu sabia que iria acontecer e que não havia como ajudar. Eu só queria poder fazer como Jonathan e fechar os olhos para não assistir ela se chocar na parede e o mastro atravessar o seu corpo e de mais um homem que ela havia arrastado com ela em seu trajeto, espirrando sangue para todos os lados.

Os gritos foram piores dos poucos passageiros restantes. Eu vi que eles se agarravam com desespero seus acentos. Quil, Jacob e Claire já haviam sumido de vista e provavelmente não viram aquilo ao entrarem na cabine.

Senti meu coração acelerado em meus ouvidos enquanto Jonathan se levantava apoiando seu peso em mim e olhando para aquela cena.

Sangue, mastro e bandeira. Eu vi ele ficar verde enquanto o avião dava mais um giro do ar. Ah não, não precisávamos de vomito voando pelo ar! Isso também não!

Alguém gritava ás minhas costas que o mar estava ficando próximo enquanto eu me apressava e arrastava Jonathan pelo corredor com ele um tanto mole e verde, andando de olhos fechados e punhos serrados em meus braços.

Eu resolvi andar mais lentamente, um passo de cada vez. Nós só precisávamos passar em frente a porta aberta e mais alguns passos e já estaríamos protegidos na cabine. Nós tínhamos que conseguir, estavamos perto demais para não conseguirmos.

Mas agora com o peso extra de Jon tudo ficara duas vezes mais difícil. Antes, quando passei pela porta SOZINHO, eu usei a velocidade, correndo antes que o vento me levasse. Mas agora não havia como ter velocidade... Não com Jonathan mole desse jeito.

Eu resolvi apostar no peso. O nosso peso deveria ajudar em alguma coisa.

Eu abracei uma poltrona com um braço e o outro passei ao redor de Jon.

— Vamos lá Jonathan! — Eu gritei sobre o vento — Nós temos que conseguir isso!

Percebi que o avião começava a ficar reto novamente, mas eu sabia que não por muito tempo. Não importava o que Jake, Claire e Quil estivesse fazendo lá para tentar fazer o avião não mergulhar no mar e se manter deitado como ele deveria, o avião tinha que subir alguns pés ainda para poder se manter no ar sem colidir em nada.

Eu não tinha muito tempo até que o avião se inclinasse para cima e nos arrastasse na direção contrária da cabine. Me perguntei porque eles não haviam fechado a porta ainda.

Agarrei a próxima poltrona com agilidade, puxando Jon e ficando de uma só vez em frente a porta. Eu já podia sentir o meu corpo tentando ser sugado pelo buraco junto com Jonathan.

— Vamos de uma vez Jon! No três! — Eu gritei em seu ouvido e ele balançou a cabeça minimamente concordando — Um...

Ele apertou meu braço com mais força

— Dois...

Ele abriu os olhos

— Três!

Eu gritei e me lancei para frente, agarrando tudo pelo caminho com o braço direito e segurando com força Jon com o esquerdo. O corpo de Jonathan tremia como um celular no modo silencioso enquanto seus passos vacilavam.

Tudo pareceu em mais câmera lenta enquanto eu assistia ele escorregando em um pouco de sangue e me levando ao chão junto com ele.

Nosso aperto se desmanchou por reflexo ao mesmo tempo, tentando nos proteger da queda com as mãos.

O vento estava forte demais e eu mal tinha tocado o chão quando comecei a rolar para a direção que eu menos queria. Eu só tive tempo de enrolar minhas pernas em um suporte da poltrona antes de sentir meu corpo quase saindo do chão com o vento.

E apesar de estar apenas seguro por uma poltrona eu me senti aliviado por não sair voando porta a fora.

De repente a cena de nós dois escorregando em uma poça de sangue me pareceu cômica enquanto eu estava naquela posição e uma vontade de rir estranha me apossou. Eu olhei para cima, com a intenção de fazer um comentário bem humorado para Jon, mas o que eu vi assim que ergui meus olhos fez com que a sombra do riso se extinguir de meu rosto.

O lugar para onde eu vi Jonathan rolar estava vazio. Ele havia caído pela porta e a culpa era minha.

Em alguma parte do meu cérebro — uma que estava tão em choque que mal conseguia pensar na gravidade daquilo — dizia que Anna iria me matar por derrubar o seu melhor amigo do avião.


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Notas finais do capítulo

Não me matem por derrubar Jon do avião... Apesar que tenho a sensação que algumas pessoas vão é comemorar!



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