POV Amanda.

Acordei com uma porta do carro batendo. Que droga. Dormir a tarde inteira. Na verdade, dormi o dia todo. Minha mãe ia me matar. Ela odiava quando eu dormia o dia todo, pois eu não arrumava a casa e muito menos ia para a loja dela trabalhar. E bom, ela era a minha chefe. Ela sabia quando eu faltava.

Levantei rápido e corri para a sala. Como sempre, minha mãe ia pegar as coisas no carro antes de entrar. Então, eu tinha alguns minutos antes dela entrar e constatar que eu não tinha feito nada. Depois e ter colocado todas as almofadas e o tapete no lugar, arrumei os quadros em cima da lareira e na parede. Fui para a cozinha. Até que essa estava mais arrumada, pois eu tinha dado uma geral na hora do almoço.

Em menos de cinco minutos, eu ‘arrumei’ a casa toda. Na verdade, só coloquei as coisas no lugar. Quando ouvi o salto da minha mãe no piso da varanda, corri para o meu quarto. No corredor que leva aos quartos, tem um aparador de ferro em um dos lados. Na verdade, é bem do lado da porta do meu quarto.

Não deu outra. Como estava correndo, não vi um dos pés do aparador e fui de cara para o chão. Sorte minha que eu tinha dormido no chão, então o travesseiro ainda estava lá para amaciar a minha queda.

E como sempre, a queda fez muito barulho. Minha mãe, sabendo que era eu que tinha caído, gritou lá de baixo:

– Amanda, você está bem?

Típico da minha mãe, eu podia estar morrendo aqui, mas ela nem ligaria. Só se eu não respondesse ela iria ver se estava tudo bem.

– Estou bem! Eu só tropeçei.

– Como sempre né, querida? – Minha mãe gritou. Eu ouvi a risada que se seguiu a aquela fala.

Quando me levantei, constatei que não tinha me machucado. Só a queda tinha doido mesmo. Eu arrumei o meu quarto e olhei no relógio. Bom, já eram 19h30. Decidi ir tomar um banho.

Assim que sai do banheiro, minha mãe gritou da cozinha:

– Amanda, nós vamos sair, tá?

Ahh, que ótimo. Tínhamos que sair. Resolvi perguntar aonde iríamos.

– Aonde nós vamos, mãe?

Minha mãe veio até o corredor e disse:

– Um amigo do seu pai se mudou para a cidade. Nós vamos jantar com ele e a família dele.

Eu encostei o ombro na parede e disse, ainda de toalha:

– Tenho que ir muito chique?

Minha mãe se voltou para a cozinha e começando a andar, disse:

– Casual. Não vamos num lugar tão chique.

Voltei para o meu quarto e me arrumei. Calça jeans, all star preto, e uma blusa branca que tem o ombro caído, com um grande U.S.A. nas cores da bandeira americana. Escovei e sequei os cabelos, e fiz uma maquiagem básica. Voltei ao banheiro, e escovei os dentes.

Fui para a cozinha, com o meu celular. Quando entrei na cozinha minha mãe me olhou. Ela ergueu uma sobrancelha e disse:

– Essa blusa?

Eu olhei para minha blusa e disse:

–O que tem de errado com ela?

Minha mãe colocou as mãos na cintura e disse:

– Nada. Só não é apropriada para aonde a gente vai. Coloca aquela com os babados verdes.

Eu me sentei e disse:

–Mãe, não tenho mais aquela blusa a séculos. Ela não servia mais em mim.

Minha mãe voltou a lavar a louça e disse:

– Tudo bem então. Pode ir assim.

Depois de lavar a louça, minha mãe foi se arrumar. Ela colocou uma calça jeans, um salto e uma blusa azul clara. Logo depois, meu pai chegou. Ele deu um beijo em cada uma de nós e foi tomar um banho rápido. Ele vestiu uma calça jeans, sapato social, e uma blusa social preta. Claro que meu pai tinha que ir com roupa social. Ele era detetive na polícia. Ele vivia e respirava aquelas roupas.

Fomos com o carro do meu pai. Ele nos levou até um restaurante no centro da cidade. Concordei com minha mãe, o lugar não era tão chique. Mas tinha o seu charme.

Meu pai tinha uma mesa reservada para sete pessoas. Que bom. O amigo do meu pai iria com certeza trazer a esposa e seus filhos. Que um deles não fosse uma menina metida.