O céu estava claro embora os raios do sol não ultrapassassem totalmente as folhagens de uma extensa floresta cercada no alto das colinas de Runeterra. O campo de League of Legends. Um grupo de guerreiros saia da base vermelha em direção as enormes três torres posicionadas em frente aos brutos cristais do inibidor, mas nem todos estavam prontos...

– O que ele esta fazendo aqui!? – protestou a Syndra, a Soberana Sombria apontando para o homem alto a seu lado.

– Eu não gosto nada dessa garota estar aqui! – disse Zed, o Mestre das Sombras de mau humor para a jovem a sua frente.

Os dois se encararam enraivecidos, sem gostar da presença um do outro no local.

– Ah, vai começar... – bufou Hecarim, a Sombra da Guerra se afastando do casal.

O ninja e a maga haviam se conhecido pouco menos de um mês antes de estarem ali, e a primeira impressão de ódio foi a que ficou ao se verem pela primeira vez. Irritada, Syndra tinha jogado o corpo falecido de um dos melhores ninjas das sombras na porta do templo da Ordem quando descobriu que Zed ordenou que a vigiassem para saber o que todos tanto falavam e temiam em uma simples maga, porém, sem gostar da audácia, Zed a enfrentou em meio a uma discussão quase sem fim. Desde então, os dois se mantiveram afastados com o rancor, até que foram convocados a participar de uma batalha.

– Se sentindo ameaçado? – provocou a maga com as mãos na cintura.

– Por você? Não me faça rir! – o ninja cruzou os braços. – Eu tiro esse seu sorriso do rosto em um segundo.

– Você não conseguiu nem derrotar seu inimigo Shen, o que te faz pensar que conseguiria encostar um dedo em mim?

Irritado, Zed rapidamente posicionou-se mirando a lamina de seus braços a centímetros da garganta da jovem que continuou imóvel sem se sentir intimidada.

– Vá em frente, – disse ela calma. – isso não vai durar muito tempo. – a cor prata de seus olhos foram tomados pelo tom roxo de sua magia, flutuando em meio as suas esferas com as mãos envoltas por uma fraca nevoa roxa.

– Já chega vocês dois! – ordenou Varus, a Flecha da Vingança. – Nós temos um trabalho a fazer. Enquanto isso aqui não terminar, eu quero os dois bem longe um do outro! – disse antes de dar as costas. – Thresh, e Syndra, comigo! Temos que dar cobertura ao Hecarim. – correu em direção à trilha fechada na rota inferior acompanhado do Guardião das Correntes resmungando.

Em silencio, Syndra respirou fundo se acalmando e afastou com a mão a lamina de seu rosto, seguindo calmamente os aliados que se distanciavam.

– Tsc! – Zed trincou os dentes quando ela passou por ele. – Não pense que vou aturá-la por muito tempo. – caminhou para a trilha da rota superior. – Quando isso acabar eu vou matá-la, Soberana Sombria. Guarde minhas palavras.

– Tente sobreviver primeiro, Mestre das Sombras. – ela sorriu o olhando de canto por um instante. – Se no final ainda estiver de pé, será um prazer te derrubar. – deu as costas sumindo por entre a vasta mata.

– Vadia...! – murmurou entre os dentes.

Após a discussão, a equipe se separou deixando Zed trilhar sozinho seu caminho até o topo da floresta enquanto os outros quatro integrantes se dirigiram para frente de uma caverna escondida por alguns galhos velhos e cipós onde brotou da terra um enorme monstro com a carcaça de madeira e longas garras afiadas. E sem pensar duas vezes, o enfrentaram.

O Mestre das Sombras corria à procura de seu adversário, quando parou ao ouvir um alto rugido e o sol ofuscou seus olhos. Ele colocou a mão em frente a mascara vendo um corpo cair em direção ao rio a poucos metros do seu lado, chocando-se rapidamente contra a água.

– Mas que merda é essa agora? – perguntou se aproximando ao reconhecer o corpo da Soberana Sombria quase encoberto pela água. – Ei, saia logo daí e volte para a luta, não fique ai perdendo tempo! – disse irritado sem obter uma resposta. – Tsc! Garota idiota! – entrou no rio que o encobriu abaixo dos joelhos.

O corpo da maga permaneceu imóvel quando ele passou o braço direito por baixo da água para levantar o corpo pela barriga e colocar em seu ombro direito.

– Tão leve...! – pensou surpreso andando até a terra firme, jogando a jovem na grama com a face adormecida virada para cima.

Saiu do rio sentindo as calças encharcadas pingar, mas não se importou, apenas colocou as mãos no quadril por um instante analisando seriamente a maga vestida de preto e roxo. Podia sentir algo sombrio emanar dela, um poder intenso e familiar que o intrigava. Ele agachou ao lado do corpo colocando a mão perto de seu nariz sentindo sua gélida e fraca respiração. Apesar de odiar o seu jeito superior, considerava-a uma grande guerreira por suas habilidades e poder absurdo, sabia que para ganhar a batalha precisariam dela por perto. E embora nunca fosse admitir, sentia-se aliviado por tê-la como aliada, assim como em outrora ele agradeceu por ela ter levado o terror a vila que uma vez se hospedou. Zed parou os olhos no elmo em sua cabeça, a pedra negra ao centro lhe chamando a atenção.

– Uma ioniana iluminada, hunm... – observou o rosto de Syndra. Estranhamente, sua beleza fez seu coração bater forte sentindo-se nostálgico. – Isso é ridículo! Porque eu estou com a sensação de que já te vi em algum lugar? – estendeu a mão para tocar em seu rosto. – Você me lembra tanto aquela garota--

Os olhos da jovem se abriram, chamativos olhos prateados como a lua que brilharam ameaçadores em roxo. Rapidamente, ela colocou os dedos envolto por sua magia na mascara de ferro enquanto o ninja apontou as lanças afiadas em seu pescoço. E para a surpresa de ambos, um choque de memórias passadas lhes passou pela mente quando tocaram um ao outro.

– “Eu te vejo amanhã?” – a garota perguntou curiosa sem desviar dos olhos rubis.

– “Se for isso o que você quer.” – o garoto sorriu.

Eles ouviram as vozes ecoando ao longe em suas mentes.

– O que foi isso? – sussurrou o ninja sem entender.

– Desculpe, eu... – respondeu a maga afastando os dedos da mascara. – acho que me descontrolei de alguma forma... Droga! Não era para isso acontecer! – praguejou sem gostar de ter lembrado repentinamente de sua infância.

Confuso, Zed recolheu as laminas da pele feminina e se levantou estendendo a mão para a Syndra que a afastou levantando sozinha.

– Estou bem, não preciso da sua ajuda. – disse normalmente ao se afastar do homem.

– Humpf! Por um segundo tinha me esquecido o quão irritante você é. – voltou a cruzar os braços. – O que esta fazendo aqui? Você deveria estar na outra rota.

– Digamos que não deu muito certo tentar segurar o Rubrivira. – torceu a ponta do cabelo molhado.

– Em outras palavras, você perdeu para um monstro qualquer. Você não vale nada!

– Isso não esta certo... – ignorou a provocação. – Eles já deveriam estar aqui. – comentou estranhando a situação, olhando atenta por entre as arvores, ouvindo um baixo ruído cortar o ar.

De repente, Zed a empurrou um centímetro para trás ao passar quatro shurikens entre eles, cravando no tronco da árvore.

– Procurando por mim? – ouviram a voz sonora do Olho do Crepúsculo, Shen.

Os olhos dourados do ninja enraivecido pararam em Zed, se aproximando acompanhado de Akali, o Punho das Sombras.

– Shen... Akali... – Zed deu um passo à frente ao ver seus inimigos.

Os ninjas se encararam ferozmente, a pulsação ardendo pelo sangue um do outro. Não era a primeira vez que iriam se enfrentar, mas também não seria a ultima após um ano do incidente de Kinkou. Uma batalha sangrenta sempre estava para acontecer quando os dois antigos amigos se encontravam.

– Saia daqui Soberana, – pediu o ninja de vermelho. – essa luta é minha.

Shen fez um aceno com a cabeça, dando sinal para Akali prosseguir. Obediente, a ninja de verde criou um campo invisível entre eles e correu pela beirada do rio para o meio da floresta.

– Eu cuido dela. – avisou Syndra antes de seguir a adversária.

Despercebido, Shen voou para cima de Zed com as espadas vorpal em mãos. O Mestre das Sombras esquivou das laminas que tilintaram nos seus braços.

– É só isso que pode fazer, Shen? – provocou. – Se quiser me vencer vai ter que fazer melhor. – gargalhou.

– Miserável... – disse entre os dentes.

E não muito longe dali, Syndra perseguia Akali pela trilha apagada. Ágil, a ninja saltou por um tronco caído, desviando das esferas da maga que logo levantou uma barreira a impedindo de prosseguir. Akali olhou irritada para a inimiga com o sorriso estampado nos lábios levemente avermelhados.

– Enfrente-me se puder. – Syndra mexeu os dedos desfazendo a barreira.

– Vai se arrepender por isso. – respondeu antes de ir para cima da maga.

A morena girou as kamas em mãos atacando precisamente Syndra que bloqueava a arma com as três esferas, dando uma brecha para a ninja girar o corpo posicionando as laminas a sua frente, as passando a centímetros das mãos da maga. Sem gostar da aproximação, a Soberana Sombria atacou o Punho das Sombras criando varias esferas a sua volta, a obrigando a recuar um tanto desajeitada por não conseguir prever os ataques. Syndra se aproveitou da situação e girou o corpo junto com suas esferas que se expandiram a sua frente empurrando fortemente a ninja contra a árvore atrás, mas em movimento rápido, ela impulsionou os pés no tronco para contra-atacar, passando as kamas raspando pelo rosto da maga antes de se erguer ereta com alguns fios de seu cabelo negro caindo em cima de seus olhos confiantes quando, um fio de sangue escorreu pela bochecha da adversária. Irritada, Syndra franziu o cenho puxando Akali desprevenida pelo cabelo, em seguida, se inclinou para trás batendo os pés em seu rosto antes de se virar e atingir a perna em seu estomago, a fazendo se curvar um pouco. Sem perder tempo, Syndra se afastou e uniu suas esferas na mão direita ao mesmo tempo em que Akali se recompôs correndo em sua direção, mas antes que ela pudesse chegar perto, ao seu comando várias esferas dispararam certeiras para a ninja em meio à proteção do crepúsculo e a densa poeira no ar.

– Fácil. – a maga disse convencida em um sorriso ao ver a adversária caída no chão com uma poça de sangue se formando abaixo de seu corpo, os dedos frouxos nas armas. Porém, seu sorriso vitorioso desapareceu quando se virou para trás ouvindo um ruído por entre a vegetação. – Apareça! – exigiu seria, as esferas carregadas de energia. – Uma legião foi incapaz de me parar, quais são as suas chances? – avisou ao ver os arbustos a sua volta se mexerem.

De repente, por entre as altas árvores saltou o confiante Espadachim de Wuju com o cabo da espada firme em mãos. Invisível aos olhos de qualquer um, Master Yi golpeou a maga desprevenida, a lamina da espada brilhante passando por todo seu braço esquerdo ao tentar se defender.

– Argh! – ela arquejou com a ardência e colocou os pés no chão cambaleando para trás quando o punho do espadachim acertou seu rosto segundos antes do cabo da espada atingir o estomago, a arremessando brutalmente para longe.

Syndra caiu inconsciente ao bater a cabeça em uma das pedras perto do rio.

– Humpf! Contemple o estilo Wuju. – gabou-se. Ele desviou a atenção para o lado por um instante, seus olhos tornando-se vingativos ao ver sua aliada no chão. – Você pagará caro por isso, Soberana Sombria. – equilibrou-se em uma das pernas, meditando. O poder fluiu pelo seu corpo.

Sem misericórdia, o Espadachim de Wuju correu veloz em direção a maga que abria os olhos vagarosamente ao se ajoelhar com os cabelos caindo pelos ombros. Ela levantou a cabeça arregalando os olhos prateados vendo a lamina afiada de Master Yi a centímetros de seu elmo, quando sentiu alguém a empurrar para frente fazendo a espada fincar firme na terra enquanto seu corpo rolou pela grama sendo protegido contra o chão pelo do Mestre das Sombras.

– Você esta bem? – perguntou Zed às pressas, saindo de cima do corpo da jovem.

– Você queria me matar e agora esta me protegendo?! – disse ela o olhando confusa.

– O mundo é estranho, não? – puxou Syndra pelo braço para dentro da floresta. – Vamos!

Eles correram sendo perseguidos por Master Yi e Shen que os atacava constantemente com shurikens.

– Porque estamos correndo?

– Seu braço... – o ninja reparou no profundo corte na pele feminina. – Você ainda pode usar magia?

– É claro, seu idiota! Que tipo de maga você pensa que eu sou!? – respondeu irritada antes de se distrair com a tempestade se formando no céu, o som forte do trovão lhe enchendo os ouvidos.

– Cuidado!

Zed parou abruptamente estendendo o braço em frente ao corpo da maga quando surgiu do céu um raio atingindo o chão a centímetros de seus pés, aparecendo da claridade o Coração da Tempestade, Kennen.

– Onde pensam que vão? – disse Kennen com um sorriso vitorioso atrás da mascara roxa.

O pequeno ninja jogou as shurikens trovejantes antes de movimentar as mãos soltando pequenos raios dos dedos. Rapidamente, os olhos de Syndra voltaram a brilhar em um tom roxo ao emergir suas esferas do chão e criar uma barreira triangular a sua frente, bloqueando o ataque antes de serem cercados por Shen e Master Yi.

– Vai! Eu vou segurá-los até você encontrar os outros. – ordenou ela com a voz firme.

– Tsc! Não seja ridícula! – o ninja se posicionou atrás de sua aliada. – Eu não vou a lugar algum enquanto não ver os três no chão. – expôs as brilhantes laminas de seus braços. – Então, quem vai ser o primeiro? – perguntou sorrindo, se divertindo com a situação.

Os três homens avançaram, e para seu desprazer, uma longa corrente de ossos envolveu o braço de Master Yi o puxando para trás ao mesmo tempo em que Kennen e Shen recuaram quando varias flechas formando um circulo corroeram o chão a frente de Syndra e Zed. Uma alta gargalhada ecoou fazendo todos olharam por entre os arbustos.

– Pobres almas perdidas! – ouviram a voz sonora de Thresh, o Guardião das Correntes.

– Espero que não tenha problema nós nos juntarmos a vocês. – Varus, a Flecha da Vingança se aproximou com um sorriso desafiador.

E sem delongas, Varus posicionou o arco em mãos e atirou a enorme flecha vermelha para os dois ninjas de Kinkou, mas a flecha esvaeceu quando atingiu um escudo protetor verde.

– Ninguém questionará a nossa determinação. – disse Karma, a Iluminada. Seria, a maga se aproximou acompanhada de Master Yi que caminhava calmamente em direção ao arqueiro, manejando a espada no ar.

Varus abafou um riso.

– Tolos são os que cruzam o meu caminho. – disse ele voltando a miras as flechas no espadachim antes de saltar para o lado desviando do ataque veloz, quase sem ser visto.

Atento, Thresh girou a foice de sua corrente e a jogou para o adversário que esquivou sendo protegido pelo escudo de Karma ao mesmo tempo em que ela deu velocidade para Shen, voltando a atacar seu rival Zed. O Olho do Crepúsculo se teleportou para trás do Mestre das Sombras e jogou uma chuva de shurikens, mas antes que pudesse o atingir e continuar com o ataque, uma enorme barreira negra surgiu do chão com vários espinhos afiados em frente a Zed que arregalou os olhos surpreso quando Shen recuou após os espinhos lhe rasgarem um pedaço da mascara azul.

– Essa barreira... – Zed pensou ao olhar para trás por um instante, vendo a maga desviar precisamente dos golpes de Kennen, as esferas bloqueando os ataques constantes das shurikens repletas de raios. – Todo esse tempo era ela...!? – murmurou para si, em seguida, trocou de trocar de lugar com sua sombra para se aproximar novamente de Shen, as laminas das espadas tilintando ao serem pressionadas.

– Me surpreende você se preocupar com a garota. – comentou Shen o provocando. – Continue assim, poderei te matar mais rápido. – sorriu por debaixo da mascara azul.

– Cala a boca. – respondeu de mau humor o afastando com um chute ao sentir a presença de Syndra atrás de si, encostando as costas nas suas.

A Soberana Sombria respirava ofegante pela dor em seu braço, o sangue escorrendo incontrolável por seus dedos.

– Onde esta aquele miserável do Hecarim? – perguntou Zed já imaginando a resposta.

– Eu disse que tivemos um problema com o Rubrivira. – ela o lembrou.

– Droga! Temos que pensar em alguma coisa, e rápido. – disse ao reparar em Varus e Thresh sendo pressionados por Karma e Master Yi.

– Eu te darei cobertura. – disse Syndra seria após analisar a situação.

– No que esta pensando, Soberana? – indagou sem entender o plano.

– Você tem três segundos. – avisou o olhando de canto com um sorriso nos lábios avermelhados, parecendo se divertir com a situação.

– Tsc! – ele trincou os dentes irritado antes de abafar um riso. – Não pense que pode me dizer o que fazer tão facilmente, sua idiota.

Os dois ninjas saltaram em suas direções ao mesmo tempo, rapidamente, a maga estendeu a mão direita para cima e os envolveu em sua magia, os parando no ar enquanto gesticulou a mão esquerda para o lado abrindo um portal em frente a Zed. Veloz, o ninja atravessou o portal surgindo atrás de Karma que arregalou os olhos assustada ao ver a sombra viva de Zed aparecer em sua frente, as shurikens passando a centímetros de seu rosto ao se virar para trás e sentir a espada lhe rasgar a pele entre os seios até as costas, e indiferente com a agonia nos olhos da morena, sem perder tempo ele retirou a lamina em um movimento rápido e manipulando duas de suas sombras para Master Yi, formando um x no espadachim desprevenido que atacava Varus antes de ir ao chão com o golpe profundo das laminas afiadas. Boquiabertos pela agilidade, Varus e Thresh olharam o Mestre das Sombras correr em direção a Soberana Sombria, a qual colocou as mãos no chão saltando para o lado para desviar dos golpes de Shen e Kennen quando o feitiço se desfez. A maga agachada levantou a cabeça com as esferas prontas para atacar os adversários, mas parou a magia ao ver Zed a centímetros de si recolhendo as laminas manchada de vermelho em seus braços com os corpos desmaiados de Kennen e Shen a alguns metros atrás de si. Ela suspirou pesado voltando a se erguer cruzando os braços, encarando o ninja.

– Eu disse que você tinha três segundos e não quatro. – comentou.

– Tente ser mais rápida da próxima vez. – a provocou estalando os dedos convencido.

– Bom trabalho. – parabenizou Thresh com uma risadinha, se aproximando junto com Varus.

– Me parece que vocês dois formaram uma bela dupla. – comentou o arqueiro em um sorriso bondoso.

O ninja e a maga se entreolharam em silencio por alguns instantes, sem entender como conseguiram lutar em perfeita sincronia.

– Vamos, não temos muito tempo. – continuou o homem. – Akali e Hecarim devem estar se aproximando daqui.

Syndra desviou o olhar de Zed e saiu andando na frente despreocupada, o cabelo branco um tanto sujo balançando em suas costas.

– Porque esta me seguindo? – perguntou ela sem se virar, sentindo a presença de Zed.

– Nós precisamos conversar, Soberana. – respondeu serio, parando alguns passos atrás da jovem maga.

– Eu não tenho nada para falar com você. – o ignorou.

O homem manipulou sua sombra para frente da maga, impedindo sua passagem.

– Mas o que pensa que esta fazendo!? – vociferou olhando para trás quando percebeu que o ninja havia sumido, voltando rapidamente a olhar para frente.

– Quem é você? O que faz aqui? Desde quando esta em Ionia? – perguntou Zed a enfrentando, a fazendo dar alguns passos para trás. – Porque destruiu aquela vila alguns anos atrás?

– Isso não é da sua conta! Esqueça o que viu e me deixe em paz! – passou por ele.

– Eu sei que é você Syndra. – segurou firme o braço da jovem. – Syndra. Esse é o seu nome não é? – disse confiante.

Ela sentiu o coração dar um salto quando se virou olhando surpresa para o ninja que havia pronunciado seu nome pela primeira vez em anos. Pouco se sabia sobre a maga que todos chamavam de a Soberana Sombria.

– Eu sei que é você. – repetiu soltando o pequeno braço. – Você realmente se tornou uma grande maga. – ele retirou a mascara de ferro sorrindo de canto, mostrando o rosto com algumas cicatrizes e o cabelo negro bagunçado acima dos olhos rubis como sangue.

– Zed...? – murmurou piscando os olhos prateados. – Isso é impossível, – abafou um riso. – eu--

– Eu pensei que você estivesse morto. – os dois falaram ao mesmo tempo.

Eles permaneceram em silencio por um instante, sem acreditar no que estava acontecendo. Não poderia ser uma brincadeira de mau gosto, poderia? Sem poder explicar a confusão de sentimentos, Syndra sorriu passando os braços em volta do pescoço de Zed, o fazendo se encurvar um pouco com o abraço forte.

– A-ah...! – Zed gaguejou colocou a mão em suas costas, desajeitado. Não estava acostumado com esse tipo de gesto, mas pode sentir que Syndra realmente estava ali depois de todos esses anos. – ...eu não acredito que te encontrei. – murmurou inaudível. – Você está mesmo bem? – perguntou retirando os braços da garota de si, olhando o machucado profundo em sua pele antes de ver seu rosto sujo e com alguns arranhões.

– Estou bem, sei me cuidar sozinha. – disse normalmente se afastando das mãos do homem. – Então, você se tornou um ninja... – colocou as mãos na cintura, interessada no assunto.

– É uma longa historia. – voltou a colocar a mascara de ferro. – Vejo que aprendeu bem a controlar seus poderes, Soberana Sombria.

Syndra sorriu convencida pelo elogio.

– Um poder imenso é bem divertido, você deveria experimentar em algum momento. Mas, se não me engano, você já experimentou, não é, Mestre das Sombras.

– Não me julgue assim tão rápido. Eu não fui o único que aceitei as trevas. – cruzou os braços a encarando.

– Você continua insuportável. – o lembrou. – Huh!? O que está olhando? – perguntou vendo o ninja quieto.

Syndra não era mais aquela garota inocente que havia conhecido quando criança. Agora, estava forte e fazia jus ao nome que tinham lhe dado. Uma verdadeira Soberana. Zed podia sentir a força da magia das trevas nela tanto quanto sentia em si mesmo. Ele sabia que tal mudança ocorreu por sua causa, pelo seu fracasso, mas estava feliz por ela ter se tornado uma maga poderosa.

– Eu te prometo, que dessa vez eu não vou falhar com você. – respondeu serio, a olhando fixamente dentro dos surpresos olhos pratas.

Muita coisa mudou desde que se viram pela ultima vez quando criança, incluindo aquele garoto fraco e miserável que ela havia visto tão gentilmente. Zed se tornou um dos ninjas mais fortes e temidos, usufruindo das antigas técnicas das sombras assim como os ensinamentos proibidos de todas as gerações passadas. O sangue frio corria firme em suas veias, não importava mais o que aparecesse em sua frente nada o mudaria de seu caminho e seus objetivos.

– Esqueça, eu não preciso de sua prote-- – ela perdeu a fala quando Zed lhe estendeu a mão, a fazendo lembrar que não tinha segurado firme naqueles dedos que queriam protegê-la anos atrás. A maga piscou os olhos lentamente e tocou os dedos gélidos nos do homem em um suspiro. – Me prove do que é capaz, Mestre das Sombras. – sorriu.