“Eu me recordo bem da confusão em minha cabeça quando reencontrei aquele garoto em um homem alto de músculos definidos, a postura reta e confiante no ar sombrio e misterioso que o rodeava. Algo naqueles olhos rubis puro como o sangue me atraia, contudo não posso dizer que foi uma tarefa fácil voltamos a conviver com a presença um do outro, afinal, as brigas eram ainda mais constantes. Ele realmente sabia ser insuportável, irritante e egocêntrico! Porém, estávamos acostumados demais a trabalhar sozinho e a não confiar em ninguém... nós nos tornamos frios demais.Tão perto, e ao mesmo tempo tão longe. Era uma sensação estranha, não poder se deixar levar por sentimentos estúpidos e mesquinhos e ao mesmo tempo poder se sentir tão segura ao seu lado. Inexplicavelmente, ele era o único que me deixava instável. E eu não sei como, e nem o porquê, mas reencontrar aquele garoto em um homem foi a minha salvação... e a minha perdição também.” – Syndra, a Soberana Sombria.

– Esta quieta, algo a incomoda? – perguntou Zed, o Mestre das Sombras ao se sentar sobre as telhas vermelhas do alto telhado de seu templo.

– É estranho, não? – disse Syndra, a Soberana Sombria sentada ao lado do ninja, olhando para o céu noturno onde uma águia rondava em frente à enorme lua que refletia em seus olhos. – Em um dia você acorda rodeado de gente te bajulando, e no outro, todos estão mortos aos seus pés. Nós dois vivemos uma mentira e tanto... – abafou um riso.

– Você se arrepende?

– De ainda não ter destruído esse lugar? Sim! E acho que você também. – ela brincou o fazendo rir baixo. – Mas eu sei que um dia Ionia cairá. – fez uma breve pausa, respirando fundo. – Não. – respondeu a pergunta sendo direta, estendendo o braço para a águia pousar prendendo as garras afiadas em meio aos seus dedos. – Estou mais feliz e satisfeita agora. – sorriu olhando para o homem. – Você se arrepende? – perguntou lhe direcionando a mão com o animal.

O ninja tocou gentilmente a mão da maga, fazendo a águia saltar para os seus dedos. Ele a olhou diretamente nos olhos prateados que o fitavam atenta.

– Nenhum segundo. – sorriu confiante.