Fuckin' Perfect escrita por LelahBallu


Capítulo 20
Capítulo 20 Último Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Então, é com um misto de pesar e alegria que venho me despedir dessa fic... Eu já escrevi um número considerável de fics, então deveria estar acostumada a finalizar e me despedir, mas não estou. Eu sempre dou o máximo de mim, ou pelo menos tento, então se o meu máximo não foi o suficiente tudo o que posso pedir é desculpas, não tudo na verdade, por que também quero agradecer. Eu não gosto de estar exibindo números, e só abro minha exceção quando finalizo uma long, por que preciso desse momento para agradecer, quero agradecer as 14 (Até o momento) pessoas que tiraram alguns de seus minutos para recomendar essa fic, preciso agradecer as 71 pessoas que a favoritou e agradecer também aquelas que expressam sua opinião, fizeram perguntas (Cobraram também) e elogiaram a fic através de 461 comentários, e por fim agradecer inclusive meus fantasminhas que roubaram alguns momentos do seu horário de almoço, ou de uma aula chata ou preferiu lê-la a assistir algum outro programava deixando até o dia de hoje 38.900 acessos. Não posso esquecer aqueles que não chegam a comentar aqui, mas o faz pelo tt, tumblr, face, whats e talz.
Não me entendam mal, não gosto de exibir números, em certo casos acho mesquinho, mas tiro o último capítulo de uma long para fazê-lo, por que quando se concluir uma fic esses números são na verdade de vocês, são vocês, então eu preciso tirar esse momento para AGRADECER e DEDICAR esse capítulo, não a um ou outro leitor, mas A TODOS VOCÊS, espero que o tempo que passamos juntos tenha valido a pena. Lembrando apenas que como de praxe eu sempre tenho uma fic para substituir a que está terminando, nesse caso aguardem (A quem interessar) na próxima quinta- feira por volta desse mesmo horário, um novo capítulo de REDENÇÃO.
Para quem leu essa nota até o fim, você tem meu respeito e carinho.



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– Então? – Perguntei cruzando meus braços e esperando que ela dissesse algo, ela ergueu uma sobrancelha e jogou sua bolsa no sofá com irritação.

– Você não precisa me receber dessa forma. – Murmurou. – Não precisa ser rude, eu sequer estou aqui por mim.

– De que outra forma você quer que eu a receba? – Perguntei sem erguer minha voz, limitando-me apenas a observa-la. – Eu cheguei aqui confuso e você e minha mãe encheram minha cabeça de meias verdades, vocês decidiram o que deveriam ou não me contar, vocês esconderam que eu tinha uma filha e tentaram me afastar da mulher... – Parei em brusco. Eu não diria a Laurel que amava Felicity, eu não diria isso antes de dizer a própria Felicity, se alguma mulher escutaria que amo Felicity essa mulher tem ser a própria Felicity. – O que você quer Laurel?

– Termine. – Murmurou ácida. – Você ia dizer que a ama não é mesmo Ollie?

– Isso não lhe diz respeito. – Murmurei.

– Está bem, eu disse meias verdades, mas apenas por que eram coisas em que eu acreditava. – Falou. – Eu te disse que ela não passava de uma nova conquista, alguém com que você estava no intervalo em que eu e você tínhamos terminado, mas por que eu acreditava nisso, sempre fomos assim, nosso namoro foi cheio de términos Ollie, mas isso significa que também teve voltas, e eu realmente achei voltaríamos. – Aproximou-se fazendo com que eu resistisse ao impulso de me afastar. – Eu sugeri a sua mãe que você viajasse junto ao seu pai, por que eu pensei que era um capricho e que você não estaria mais interessado em Felicity, sua preciosa e perfeita Felicity. – A encarei chocado. – Desculpe se isso acabou sendo um inferno para você, eu nunca pensei que algo tão trágico aconteceria.

– Você foi a responsável por eu estar naquela viagem. – Repeti incrédulo.

– Eu pensava que se tratava apenas do velho Ollie de sempre que logo se cansaria do seu brinquedinho. – Respirou fundo. – Quando você voltou anos depois, eu pensei que teríamos uma chance, sim eu fui egoísta, sim eu pensei que você ainda seria o meu Ollie, mas a verdade é que nunca houve meu Ollie. – Emitiu um suspiro triste. – Eu sei que Felicity me vê como uma vaca, eu sou. Eu continuo não gostando dela, e achando que vocês dois não combinam, mas eu não estou aqui por mim, eu posso ser persistente, mas também sei que você e eu nunca vamos acontecer, não novamente, e isso não apenas por que você a ama, mas por que você é incapaz de me amar.

– Você veio aqui para dizer isso? – Perguntei ainda sem entender, eu não precisava que Laurel viesse aqui para dizer que nunca vamos ficar juntos, eu não precisava que ela dissesse que eu não a amo, se alguma vez cheguei a ama-la nunca foi semelhante ao que eu sentia por Felicity, então era surreal que ela estivesse aqui falando essas coisas.

– Eu não vim aqui para dizer isso, apenas saiu. – Deu de ombros. – Eu vim aqui para pedir que fale com sua mãe.

– Você sabe por que me afastei dela, você faz parte disso, então não vejo por que você está aqui achando que por que você está pedindo eu vou considerar ir até ela. – Falei em tom seco.

– Eu preciso que você ignore toda a raiva e ressentimento que você tem de mim, quero que você apenas escute o que eu tenho a dizer. – Murmurou. – Há sempre dois lados de uma história Oliver, sua mãe pode para Felicity ter sido uma megera, eu não estou dizendo que estamos certas e Felicity errada, mas considere por alguns instantes apenas sua mãe. Ela perdeu o marido e o filho de uma vez só, ela teve sua filha ao seu lado, mas que também sentia falta do seu pai e seu irmão e em vez delas ficarem mais unidas elas se afastaram com o tempo, eu sei que você vê como sua mãe sendo a razão de tudo, mas ela continua sendo uma mãe que perdeu um filho. Então uma garota a quem ela nunca viu, portanto nunca pôde confiar diz que está grávida de seu filho morto, você precisa entender que você não era o exemplo de príncipes de romances, você se envolvia e descartava garotas com facilidade, você tem sua fama, a única mulher constante em sua vida e ainda assim de forma conturbada era eu. Então que garantias Moira poderia ter de que Felicity havia sido especial e confiável e de que ela realmente estava grávida de você?

– Ela poderia espera pelo nascimento de Mel. – Respondi. – Ela não poderia confiar em Felicity, eu entendo, mas poderia ter imaginado a possibilidade de que o bebê era meu.

– Felicity é orgulhosa! – Rebateu. – Ela deu sua informação e se afastou, foi embora, por que Moira deveria acreditar que realmente havia sido algo sério?

– Qual o seu ponto?

– Vá ver sua mãe. – Pediu. – Dê uma segunda chance a ela, ela sente falta de você, você me odeia, eu entendo, eu não quero estar relacionada com mais nenhum de vocês, amar você foi exaustivo e corrosivo, desculpe por não ter sido completamente honesta com você, eu não quero nem mereço uma segunda chance, mas sua mãe sim. Eu gosto dela, eu me importo com ela.

– Então você pode fazer companhia a ela. – Respondi ríspido.

– Eu não sou sua filha. – Meneou a cabeça. – Esqueça. Eu não entendo por que achei que você consideraria um pedido meu.

– Nem eu. – Dei de ombros. Virei-me com intuito de abrir a porta para ela ir embora, mas me surpreendi com o olhar de Felicity nos encarando parada no batente da porta.

– Desculpe. A porta estava aberta. – Murmurou dando um passo para trás.

– Eu já estava de saída. – Laurel falou em tom ácido pegando a bolsa em cima do sofá.

– Laurel. – A chamei, ela me encarou por alguns instantes. –Você nunca me amou.

– Não? – Ergueu uma sobrancelha. – Eu te amei Ollie. – Falou. – Pode não ter sido ideal, mas te amei.

– Eu não sou mais Ollie. – Respondi.

– Não. – Assentiu. – Você não é. – Concordou ante de ir embora.

– O que aconteceu aqui? – Felicity perguntou estranhando. – Eu não acredito que realmente você acabou com Laurel agora, não me entenda mal, mas foram anos que vocês terminaram, mas vocês estão encerrando a história de vocês apenas agora? Por quê?

– Felicity...

– Por que você ainda permite que ela se aproxime Oliver? – Perguntou em tom aborrecido. – Isso é exatamente a razão por que discutimos cinco anos atrás. Eu não quero retroceder Oliver, eu não posso ficar voltando às mesmas discussões, eu quero avançar...

– Ela veio aqui falar sobre minha mãe. – Falei a interrompendo antes que ela continuasse tirando conclusões erradas. Avancei segurando sua mão a puxando para dentro e fechando a porta.

– Ela afirma isso, eu não confio em Laurel. – Respondeu.

– Eu sei e entendo, não estou dizendo que acredito. – Sentei no sofá a puxando para meu colo.

– Você não vai me distrair. – Protestou. – Eu quero saber exatamente o que ela disse.

– Você é muito ciumenta não é mesmo? –Perguntei com um sorriso.

– Teste-me. – Desafiou. – O que ela disse. – Exigiu. Suspirei antes de contar exatamente o que havia ocorrido, ela escutou tudo enquanto mordia o lábio inferior e franzia o cenho. – Talvez ela esteja certa. – Murmurou quando concluí, ela riu após ver meu olhar chocado. – Eu sei que disse isso e não vou repetir.

– Você acha que devo falar como minha mãe? – Perguntei atônito.

– Eu não gosto nem concordo com o jeito que sua mãe lidou com tudo isso. – Respondeu. – Mas ela é sua mãe, Oliver ela está sozinha, pelo o que você me contou sua irmã se afastou dela, ela é viúva com dois filhos que não estão mais ao seu lado, eu já estive na mansão, não é algo que goste de lembrar, mas já estive lá e é enorme e deve ser incrivelmente solitária viver lá apenas com a companhia de empregados.

– Você acha que eu devo me aproximar novamente. – Busquei seu olhar.

– Eu não estou dizendo para você voltar para lá e seguir todos os seus desejos, mas mantenha algum contato. – Assentiu. – Fale com ela, com o tempo se ela estiver mais branda e eu vou ver se será capaz de alguma forma magoar nossa filha, eu acho que inclusive seria possível ela ter algum contato com Melaine. – A encarei incerto de como abordaria o próximo tema.

– E quando eu poderei falar com Mel, Felicity? – Perguntei tentando soar calmo e não desesperado. – Quando poderei escutar minha filha me chamar de pai? – Ela me encarou com receio seus olhos buscando os meus, talvez buscando a certeza de que tinha escutado direito.

– Você está ansioso por isso não é mesmo? – Perguntou deixando o esboço de um pequeno sorriso escapar. – Eu vi a forma como você olhou para Ray hoje, você estava com ciúmes pelo tempo que ele teve com Mel.

– Ela me vê como mais um de seus muitos tios. – Confessei, sua mão alcançou meu rosto e indo até meu cabelo fazendo carinho. – Eu não quero ser mais um tio, eu quero ser seu pai, eu quero ter as responsabilidades de um pai, quero dividir isso com você, eu quero que ela saiba que sou seu pai, quero que ela fique feliz ao saber disso, por isso não quero assusta-la quando contarmos, preciso que você me diga quando será o momento certo para isso, por que eu sinceramente não sei. – Confessei.

– Não há momento certo Oliver. – Falou em tom brando. – Não vai existir um momento ideal para contar a uma criança de quatro anos que seu pai não está morto e que esteve com ela nesses últimos tempos, não há forma certa de dizer isso, então não há como esperarmos por um momento certo, só temos que fazer da forma mais suave possível, e você tem que me garantir que está pronto para isso, por que no momento em que disser que é o pai dela, não temos como voltar atrás, não podemos tirar isso dela, ela nunca teve um pai, é importante.

– Eu nunca vou voltar atrás Felicity. – Prometi. – Eu quero isso mais do que qualquer um possa imaginar. – Alcancei sua mão tomando entre as minhas. – E se ela não me quiser? E se para ela mesmo após dizer que sou seu pai ela prefira que eu seja apenas Ollie? – Perguntei inseguro.

– Oliver é Mel. – Falou em tom insistente, chamando minha atenção para o que dizia. – Ela ama você, talvez não ainda como pai, por que ela não tem ciência disso, não é como filmes que apenas por que a criança descobre que o cara era seu pai ela já teve uma ligação inabalável, ela pode ficar confusa sim, mas mesmo sendo “Ollie” para ela, você não é apenas Ollie, você é importante, por que você se aproximou com calma e foi paciente, você a encontrou quando esteve perdida e a acalmou, mesmo quando ainda não sabia, você foi amigo antes, ela tem um grande carinho por você, ela é apenas uma criança, ela não vai rejeita-lo. Depois de contarmos a ela virá as perguntas, mas só.

– Perguntas? – Repeti.

– “Por que não moramos todos juntos”. - Deu de ombros. – Ela tem amiguinhos, e tem esse padrão de como pais devem ser, mas não se preocupe, explicaremos que nem todos pais precisam morar na mesma casa. – A observei ansioso para protestar contra isso, eu tinha sido claro do que e como desejava que fossem as coisas, mas tinha certeza de que seu eu falasse algo nesse momento ela pensaria que era apenas por Melaine, então me limitei a segurar seu queixo e aproximar seus lábios dos meus, sua resposta foi natural, sua mão se apoiou em meu ombro enquanto nossos lábios se uniam em um beijo que a principio foi suave, mas que com calma foi tomando novas proporções e que infelizmente foi interrompido pela chegada de Thea.

– Desculpe! – Pediu ao notar Felicity deslizando do meu colo e caindo com um baque no tapete da sala, devido à intensidade de seus movimentos. – Eu não queria interromper, pensei que teria que ajudar Ollie com a visita indesejada.

– Eu só vim... – Felicity me encarou após se erguer com minha ajuda. – O que eu vim fazer? – Seu rosto vermelho de vergonha.

– Eu não faço a mínima ideia. – Murmurei com um sorriso. – Mas sou grato por ter vindo...

– O almoço! – Estalou os dedos. – Eu vim avisar que me lembrei tardiamente o por que íamos almoçar fora... Eu não fiz as compras e todos os ingredientes que eu tinha na minha cozinha era para sanduiches, então tomei a liberdade de fazer alguns, por que já está tarde para procurarmos um lugar para comermos. – Encarou-me com expectativa. – Você ainda está com fome?

– Definitivamente. – Assenti embora em minha mente não fosse sobre comida que estávamos falando, ela deve ter percebido minhas intenções por trás da palavra simples, pois voltou a corar.

– Você vem Thea? – Felicity chamou percebendo que Thea nos encarava com interesse.

– Não, obrigada. – Thea sorriu em agradecimento e piscou rapidamente para mim. – Eu já me virei aqui, mas talvez eu passe lá mais tarde, para ver Mel.

– Claro. – Concordou enquanto eu segurava sua mão e a guiava para a porta. – Mas você deve passar a noite por lá.

– Ela está com Roy agora? – Foi impossível não perceber o interesse em sua voz, eu já tinha percebido que Thea reagia de forma diferente quando eu mencionava o irmão de Felicity, para ser sincero mesmo naquele dia no elevador não havia como não perceber que o interesse era recíproco.

– OH não. – Felicity negou, abria a porta para ela e encarei Thea com ar aborrecido.

– Tommy está usando minha filha como experimento. – Resmunguei.

– Ela está com Sara e Ray. – Felicty explicou notando o cenho franzido de Thea. – Longa história, mas que termina com Oliver com ciúmes.

– Eu não estou com ciúmes. – Neguei.

– Eu conheço você. – Riu. – Ciúmes faz parte de todo o pacote.

– Apenas continue andando Smoak. – Falei a empurrando e escutando o riso de Thea atrás de mim.

– Tchau Thea. – Falou por cima do meu ombro erguendo-se nas pontas dos pés, só então girou em meus braços e passou a andar.

POV FELICTY

Observei pai e filha sentados lado a lado, Oliver estava com todos os brinquedos de Melaine em volta de ambos brincava com massinha de modelar concentrado em seguir as instruções dadas por ela. Haviam se passado duas semanas desde que tivemos aquela conversa, mas em nenhum momento tomamos a iniciativa para contar a ela sobre Oliver, simplesmente porque era mais fácil planejar e imaginar como seria do que apenas fazer, Oliver era paciente, em nenhum momento ele me pressionou sobre esse assunto ou sobre nosso relacionamento, ele continuava buscando casas, eu sabia disso por que Tommy era fofoqueiro o bastante para falar que já havia encontrado sua casa enquanto Oliver continuava dividindo o apartamento com Thea.

Não pude evitar notar o envolvimento de Thea e Roy ainda que fossem discretos, era notável que se sentiam atraídos um pelo outro, os olhares demasiados longos, os sorrisos furtivos trocados entre si, eu não sabia dizer até onde tinha chegado, mas eles estavam envolvidos, eu achava adorável isso, talvez fosse pelo clima de romance no ar, talvez eu estivesse romântica demais por estar em um relacionamento com Oliver e estivesse sendo influenciada por isso... Mas desejava que eles realmente estivessem juntos. Estava tudo dando tão certo, Sara estava cada vez mais envolvida e segura em seu namoro com Ray, Tommy e Caity estavam noivos e teriam sua festa de noivado hoje, eu e Oliver... Bem nós dois estávamos juntos, estávamos curtindo isso, mas eu sentia que precisávamos resolver essa pequena questão antes, não era justo prolongar por muito mais tempo. Ele merecia.

– Que horas sua mãe disse que ia chegar? – Oliver perguntou notando que eu estava parada os encarando, eu tinha ido a cozinha pegar o suco de Mel e como sempre tinha me recolhido em meu próprio mundo ao observar os dois.

– Ela não disse. – Respondi entregando me ajoelhando em frente à Melaine e entregando seu suco. – Ela nunca diz, ela apenas chega. – Sorri.

– Eu já a conheci? – Perguntou apreensivo, por mais que estivéssemos levando bem o fato dele não ter todas suas lembranças era sempre algo triste quando ele tinha que perguntar se já havia conhecido alguém.

– Nop. – Neguei. – Mas acho que é algo pelo qual você agradeceria...

– Ela é ruim? – Perguntou confuso.

– Vovó não é ruim! – Melaine falou vindo em defesa da avó. – Ela deixa eu dormir tarde e brinca comigo.

– É tenho certeza que você ama isso nela. – Sorri e voltei minha atenção para Oliver. – Minha mãe é incrível, mas ela consegue ser “demais” algumas vezes, ela tem muita energia, e em alguns pontos somos totalmente o oposto, mas a razão pela qual eu falei que você agradeceria é... – Apontei com o queixo para Melaine que havia voltado sua atenção para as massinhas.

– Ah. – Sussurrou em tom compreensivo. – Devo me preparar para hoje à noite?

– Com toda certeza. – Confirmei. – Oliver você conhece o endereço onde vai ser a festa?

– Sim. – Assentiu. – Eu estive lá com Tommy algumas vezes.

– Mamãe eu vou posso ir? – Mel perguntou com esperança.

– Sim. – Concordei tomando o cuidado de afastar o copo de suco que ainda estava pela metade deixando ao lado do sofá, Mel quando estava entretida muitas vezes se esquecia de terminar o que comia, ou acabava deixando para mais tarde, e no momento sua atenção estava dividida entre minha conversa com Oliver e as massinhas de modelar. A festa teria muitos adultos, mas eu não achava justo deixar Melaine aos cuidados de Roy enquanto todos estávamos celebrando o noivado de Tommy e Caity, Roy conhecia os dois, Thea conhecia Tommy, e minha mãe tinha Caitlin como uma segunda filha, então as opções de babás se resumiam a contratar uma, o que eu não queria, não era uma festa regada a álcool, não era uma festa de faculdade cheia de bêbados transando nos quartos vagos, era uma reunião conosco e mais alguns conhecidos de Tommy através de sua empresa, seria uma festa simples, então não havia nada de errado em levar Melaine, a própria Caity havia insistido.

Caitlin já havia renunciado seus emprego e empacotado algumas coisas para o apartamento de Tommy, o casamento seria daqui a alguns meses, mas eles já estavam cuidando de tudo, Tommy estava radiante ao ponto que estava quase ridículo, ela tinha chegado à cidade ontem, mas quase não nos vimos por que os dois estavam correndo por todos os lados em sua arrumação. Voltei a observar Oliver pegar uma massa cor de rosa nas mãos e manipula-la em suas mãos, ele fazia coisas sem qualquer sentindo, apenas se juntando a brincadeira.

– No que você está pensando? – Perguntou sem erguer os olhos. – Eu posso sentir você me observando Felicity, o que você está pensando?

– Eu... – Procurei algo em minha mente, mas nada me ocorria como desculpa, Mel deixou a massinha de lado e me encarou curiosa, eu sempre me envolvia em suas brincadeiras e tinha passado todo o tempo apenas os observando, ela podia sentir algo errado, mesmo que sua cabecinha não compreendesse. – Eu acho que está na hora. – Murmurei chamando a atenção de Oliver que parou em seco, seus olhos alcançaram os meus, eu podia ler um misto de emoção neles, ele estava ansioso, alegre, preocupado e com medo.

– Felicity? – Chamou meu nome em uma pergunta, queria se certificar que eu realmente estava certa sobre isso.

– Mel vem aqui meu amor. – A chamei ignorando o olhar de Oliver. Ela se levantou segurando minha mão que eu havia estendido e sentou em meu colo. – Mamãe precisa te contar algo.

– Tou em apuros? – Perguntou me encarando com apreensão, soltei um sorriso sabendo que ela repetia isso de Roy, sempre eu que eu ia repreendê-la por algo Roy ria baixinho e a provocava dizendo que ela estava m apuros.

– Não. – Neguei ainda sorrindo. – Você não está em apuros. Eu acho que você vai gostar do que eu tenho para te dizer.

– Eu vou ganhar um presente! – Exclamou alegre.

– De certa forma. – Concordei. – Esse presente sempre foi seu, mas só agora eu pude te contar, era... Surpresa. – Murmurei a encarando, seu cenho estava franzindo, fazendo esforço para acompanhar o que eu dizia. – Você gosta de Oliver não gosta? – Perguntei apenas para direcionar o foco. Ela encarou Oliver que a encarava sério e sorriu assentindo.

– Eu gosto do tio Ollie. – Falou abrindo mais o sorriso. Suspirei ao escutar chama-lo de tio, isso vinha acontecendo quando conversávamos sobre ele, mas eu tinha conversado com ela e explicado sempre que possível que ela não podia chama-lo de tio, essa era a primeira vez que Oliver escutava e era óbvio que isso havia o deixado triste.

– Você já tem tios Mel. – Afastei seus cabelos. – Você tem o tio Roy, tio Ray e tio Tommy. Oliver não pode ser seu tio.

– Por que não? – Perguntou triste. – Eu gosto de Ollie. – Engoli em seco sabendo que era neste momento em que sua cabecinha daria um nó.

– Por que Ollie é especial. – Murmurei pela primeira vez fazendo uma exceção para o apelido. – Ele não pode ser seu tio, por que ele já é algo diferente. – Observei atentamente seu rosto confuso enquanto murmurava as palavras. – Oliver é seu papai. – A cabeça de Mel virou com rapidez encarando Oliver e voltando a me encarar, como se ainda estivesse processando o que eu havia dito, Oliver a observava com receio temendo uma reação negativa, eu esperava apenas que ela tivesse compreendido o que eu tentava dizer e que eu tivesse dito da forma mais suave possível. A cabeça de Mel voltou-se para baixo seus olhos não mais encarando os meus.

– Eu não tenho papai. – Murmurou em tom baixinho. Tentei buscar seu olhar percebendo que seu tom era triste, mas ela seguia com a cabeça baixa, Oliver se levantou se afastando, observei suas costas arqueadas em derrota enquanto entrava na cozinha.

– Você tem um papai Mel. – Murmurei novamente. – É Oliver, você não disse que gostava de Oliver? – Tentei persuadi-la, estava preocupada com Oliver e temendo ter sido cedo demais para ter jogado isso nos ombros dos dois. Ela voltou a assentir ainda que não me encarasse. – Você não quer que ele seja seu pai, é isso? – Perguntei tentando entende-la. Ela balançou a cabeça em negativa, mas eu não entendia se ela estava dizendo que ela não o queria como pai, ou se não era isso. – Mel você quer Oliver como seu pai? – Perguntei diretamente. Ela balançou a cabeça em afirmação e meu coração se afundou por ainda não conseguir entender o que havia de errado. – Então por que está triste? – Seu olhar finalmente encontrou o meu o brilho de lágrimas não derramadas nos olhos.

– Vão tirar meu papai de mim? – Perguntou em um fio de voz. Abracei-a finalmente a entendendo. Para Mel o pai estava morto, dizer que Oliver era seu pai fazia com que ela pensasse que ele poderia sumir novamente, ela sempre teve a mim, sempre teve seus tios, erámos uma constante, ela não tinha medo de nos perder, mas ela nunca teve um pai, e Oliver assumindo esse papel... Seu papel por direito fazia com ela temesse perde-lo, sua cabecinha podia não seguir os pensamentos nessa complexidade, mas era o que ela sentia. Eu estava pronta para explicar que Oliver não iria a lugar nenhum quando a sentir ser tirada de meus braços, Oliver a abraçou erguendo-a em seu colo, engoli o nó que havia formado em minha garganta enquanto observava ele acariciar suas costas.

– Eu não vou a lugar nenhum Mel. – Murmurou em tom baixinho em seu ouvido. – Eu sou seu pai e estou tão feliz por isso, eu vou estar aqui todas as manhãs a aguardando para tomar café da manhã, prepararei seu suco e a tarde brincarei com você mesmo que seja de boneca, eu lhe darei um beijo de boa noite e contarei uma história de dormir, eu estarei aqui por você, todos os dias. – Prometeu beijando a lateral de sua cabeça. – Eu sou seu papai e não irei a lugar nenhum.

Recolhi meus joelhos os abraçando enquanto Oliver me encarava com um pequeno sorriso que dominava seu rosto, percebi quando fui afastar uma mexa do meu cabelo a presença de lágrimas que não havia sentido derramar, retribuí seu sorriso apesar das lágrimas por que eu sabia que eram lágrimas de felicidade, por que pela primeira vez dentre anos parecia que tudo estava dando certo.

O restante do dia foi sem muita comoção, Melaine ainda chamava Oliver de pai, mas sabíamos que não era rejeição, ela estava apenas se adaptando. Oliver saiu a tarde e disse que me encontraria na festa por que ele precisava resolver as coisas com sua mãe, minha mãe chegou instantes após ele ter saído, me fazendo pensar que talvez ele tivesse fugido de suas perguntas, minha mãe adorava Melaine, então ficou feliz em arruma-la para a festa enquanto eu mesma me ajeitava, Tommy ligou mais de duas vezes certificando-se de que eu estaria lá, o que eu achei completamente estranho, mas ignorei sabendo que ele estava nervoso com tudo que envolvesse o casamento, inclusive o que deveria ser um jantar de noivado. Quando fiquei pronta Thea já estava na sala esperando por nós, já que ela havia resolvido ir conosco e era a única que conhecia o endereço fora Oliver e Tommy. Quando parei em frente à casa entendi por que Tommy não havia alugado um local ou apenas nos levado para um restaurante.

– É a casa deles. – Murmurei admirada. – Não é? – Perguntei a Thea com um sorriso, havia várias mesas disposta pelo jardim que formava um L era enorme e lindo. – Ou ele teria nos levado a um restaurante, Tommy é na verdade um romântico incurável. – Thea se limitou apenas a assentir com um sorriso que escondia algo mais. Não pude voltar a analisar a fachada da casa por que Oliver apareceu chamando a atenção de Melaine fazendo com que ela soltasse a mão de minha mãe e se lançasse em seus braços.

– Opa! – Riu enquanto aceitava o carinho efusivo. – Você está linda. – Elogiou-me quando parei em sua frente.

– Eu não quero elogios. – Meneei a cabeça. – Quero informações. Como foi com sua mãe? – Perguntei preocupada. Ele soltou Melaine deixando-a livre para explorar tudo com Roy e Thea, lancei um olhar assimilando a fraca iluminação, havia música suave e um bufê onde todas as comidas estavam dispostas lá fora, garçons andavam entre as mesas e percebi que já havia algumas pessoas sentadas e servindo-se. – Onde está Tommy e Caity?

– Lá dentro. – Informou me oferecendo o braço. – Tommy precisou de um tempo de seus funcionários puxando o saco. Sara e Ray estão sentados ali. – Apontou enquanto eu os buscava com o olhar. – Bem ao lado da minha mãe. – Concluiu no exato momento em que meus olhos caiam sobre a figura elegante, notei que Sara erguia Melaine no colo beijando seu rosto e que Moira a encarava com curiosidade, fiz movimento de ir até elas, mas Oliver me deteve. – Deixe-as.

– Oliver eu falei que íamos analisar antes, eu quero ter certeza que ela não vai magoar Mel. – Murmurei aborrecida.

– Ela não vai. – Retrucou convicto. – Venha comigo. – Chamou-me me guiando até a entrada dos fundos. Observei a cozinha sem interesse, notando apenas a carência de móveis. – Eu conversei com ela, ela me prometeu que não faria nada ou diria nada que aborreceria Mel, depois que conversamos que mostrei entender parte do que ela tinha feito, ainda que não aprovasse, ela pediu desculpas, nos entendemos Felicity, e ela confessou que estava ansiosa por conhecer Mel, ela disse que temia se apegar a neta e descobrir que era uma farsa, mas que se eu confiava em você ela também confiaria e que pediria desculpas a você, mas acima de tudo ela pediu uma oportunidade para conhecer Mel. – Concluiu. Cruzei meus braços ainda incerta sobre essa aproximação, mas assenti entendo seu ponto.

– O que vai acontecer agora? – Perguntei.

– Isso depende de você. – Respondeu. Franzi o cenho confusa, mas antes que eu pudesse dizer alguma coisa Caitlin e Tommy surgiram nos surpreendendo.

– Lis! – Caity murmurou enquanto me abraçava.

– Ei parabéns a vocês! – Falei me soltando e encarando Tommy com um sorriso. – Estou feliz por vocês.

– Obrigado. – Tommy sussurrou antes de me abraçar rapidamente. – Agora precisamos voltar a todos os abraços forçados lá fora, eu não sei o que eu tinha na cabeça, deveria ser apenas nós...

– Você está feliz e quer gritar para o mundo. – Oliver falou o interrompendo.

– Algo assim. – Confirmou.

– Barry ligou. – Caity comentou apressada enquanto se afastava. – Ele vinha, mas aconteceu algo no laboratório e precisou ficar, um incêndio, nada grave, mas alguém precisava cuidar disso.

– Certo. – Assenti. – É uma pena, sinto saudades dele.

– Ele virá ao casamento. – Lembrou antes de passar pela porta.

– Vocês vêm? – Tommy perguntou com a mão no trinco da porta, assenti concordando, mas mais uma vez Oliver segurou meu braço impedindo.

– Precisamos resolver algumas coisas. – Comentou encarando Tommy, ele assentiu e puxou a porta que deslizou atrás de si abafando alguns ruídos.

– O que precisamos resolver? – Perguntei confusa.

– Preciso te mostrar algo. – Segurou minha mão me puxando. – Você disse que não ligava para o tamanho da cozinha, então não me preocupei muito. – Murmurou me guiando. Levou-me até a enorme sala que também estava sem nenhum móvel, minha confusão cada vez aumentava mais. – Bem aqui. – Murmurou deixando-me parada no centro. – É onde colocaremos um daqueles tapetes coloridos que você tem em seu apartamento, eu gosto da textura deles, e tenho certeza que poderemos deitar nele.

– Oliver... – Murmurei as palavras finalmente fazendo algum sentindo.

– Você não deve ter percebido por que o jardim está cheio de mesas e decorações e tomei sua atenção antes que você pudesse assimilar mais alguma coisa... Mas lá... – Puxou minha mão guiando até a janela e apontando para a fora. – Está seu cercado branco. Na varanda eu colocarei o balanço e nos fundos há uma árvore onde passaremos algumas horas juntos montando a casa de Melaine. – Apontou a escada na lateral. – Lá em cima está o nosso quarto e o de Melaine e um terceiro para quando tivermos outro filho, por que acho justo dar a ela um irmãozinho, ou irmãzinha, eu sinceramente não me importo o sexo. Há um espaço para escritório, eu sei que não estava em seus planos, mas eu vou ser o CEO da QC e terei que trazer alguns papéis para cá por que não quero passar várias horas além do meu expediente quando posso estar aqui com minha família e tem também um quarto de hospedes aqui em baixo, por que Tommy está certo, coloca-lo em um sofá é ridículo.

– Oliver... Você... – Respirei fundo tentando controlar a crescente ansiedade que me dominava. – Você está...

– Espere. – Pediu erguendo um dedo. Voltou a me arrastar com ele até a escada, mas parando na lateral, só então notei o trinco indicando uma porta. Ele abriu e me guiou para dentro do que era um pequeno armário e acendeu uma lâmpada. – Eu não poderia esquecer o armário, não quando foi assim que a conheci. – Pisquei surpresa. – Eu entrei em um armário apertado esperando fugir de algo que eu sabia ser um relacionamento que eu não queria mais para mim, eu estava fugindo quando a conheci Felicity, eu estava fugindo de algo que não queria mais para mim, e acabei encontrando exatamente o que eu queria... O que eu precisava, e era você. Você estava bêbada e era adorável, você era sincera e em nenhum momento soltou risos bobos por que estava em frente a Oliver Queen, eu logo decidi que a queria como amiga, por que eu sabia que eu não era bom o suficiente para você.

– Você se lembra. – Murmurei admirada.

– Daquela noite, sim. – Concordou. – Eu preciso que você entenda que não poderei me lembrar de tudo, talvez eu nunca possa te dar respostas sobre o que aconteceu comigo, e não me lembrarei de uma coisa ou outra, eu sonhei com você todos os dias, e foi a sua imagem em meus sonhos que me fez lembrar meu nome. Há coisas que ainda não sei separar de sonho ou lembrança, mas sei que você me ajudará a entender. Quando Laurel conversou comigo naquele dia eu percebi algo, eu não sou mais Ollie, mas isso não foi devido ao acidente ou perda de memória, eu não sou mais Ollie desde que te conheci, você me mudou mesmo que sutilmente e aos poucos.

– Você realmente se lembra? – Perguntei aturdia.

– Você disse que não era perfeita o bastante. – Respondeu fazendo com que eu sorrisse feliz por ele realmente ter se lembrando da primeira vez que conversamos.

– Você disse que ele era um idiota. – Devolvi.

– Ele era. – Afirmou. – Por que você é perfeita Felicity, qualquer coisa menos disso é aceitável.

– Eu não sou perfeita. – Meneei a cabeça em negativa.

– Eu sei que você tem defeitos e que comente erros. – Continuou me atraindo até si. – Eu sei que vamos brigar por coisas idiotas e por coisas importantes também, mas é cada pequeno defeito que a faz tão perfeita para mim. – Segurei sua camisa e encarei seu peito evitando encara-lo. – Eu sei que tem muito tempo que disse isso, e que deveria ter dito isso antes, mas queria te mostrar isso, mostrar essa casa e o que eu tenho a te oferecer...

– Eu te amo. – Murmurei o interrompendo e finalmente encarando-o.

– Você está roubando minhas palavras. – Murmurou com um sorriso. – É minha vez de falar.

– Mas...

– Eu te amo. – Murmurou baixando seu rosto até o meu, estava à distância de um beijo, mas ainda assim ele não me beijou, apenas seguiu falando. – Eu amo o fato de temos uma filha juntos, e amo a mãe excepcional que você é, mas acima de tudo eu te amo, eu posso ter esquecido muitas coisas, mas acho que mesmo querendo não poderia esquecer... Deixar de sentir isso. Eu já falei isso antes e repito novamente, eu quero um futuro com você, essa é a nossa casa, somos uma família Felicity, nós já somos uma família, mas tudo que preciso é que você diga sim, diga sim e em alguns meses seremos eu, você e Mel nessa casa, diga sim e será minha esposa. Diga sim Felicity. – Pediu.

– Eu estou entendendo direito? – Meu coração já não seguia um ritmo estável, estava acelerado e batia em ritmo intendo. – Oliver você está me pedindo...

– Eu estou pedindo para que se case comigo. – Sorriu. – Eu acho que você precisa escutar a frase completa e de praxe. Felicity Smoak, você aceita casar comigo?

– Oh inferno. – Murmurei incrédula, seu corpo voltou-se para trás perplexo, mas o impedi segurando ainda mais sua camisa e voltando a aproxima-lo de mim. – Espere, não é isso, é só que... Sim! Claro que sim, eu quero me casar com você Oliver, eu te amo, é claro que quero. – Seu rosto foi tomado por alegria e logo seus lábios estavam sobre os meus, toda a alegria sendo demonstrada nesse beijo, toda a euforia de finalmente estamos dando esse passo e o entendimento de que estaríamos juntos. Ficamos lá naquele armário por mais um tempo nos beijando e trocando carinho, após alguns minutos fomos obrigados a sair por que nos lembramos de que apesar de Oliver ter cedido a casa e planejado me mostrar ela acompanhada do pedido de casamento essa noite era de Tommy e Caity, então saímos e no envolvemos em uma conversa com o casal.

Thea e Roy assumiram que estavam namorando e Moira tentava a todo custo engatar em uma conversa com a filha tendo sucesso por fim, Moira foi educada comigo e com todos os demais, chegando a rir de uma das histórias da minha mãe, ela também se mostrou encantada com Melaine como qualquer pessoa que a conhecesse ficava. Mel falou com orgulho para Tommy que Oliver era seu pai e Sara o abraçou feliz por finalmente Oliver estar recebendo o titulo, minha mãe se aproveitou e manteve Oliver preso em suas perguntas.

Mais tarde quando eu estava abraçada a Oliver escutando o burburinho suave olhei ao redor e notei a ausência dos noivos e Sara, mas acima de tudo percebi que minha mãe conversava com Roy, mas que não havia nenhum sinal de Melaine.

– Oliver. – O chamei me afastando de seu corpo. – Onde estão Melaine e os outros?

– Eu os vi entrando em casa há alguns minutos. – Respondeu.

– E por que você está calmo? – Perguntei me erguendo. – Pode ter certeza que ali existe apenas um adulto, e lhe garanto que não é Tommy nem Sara.

– Você quer verificar? – Perguntou erguendo uma sobrancelha.

– Claro. – Afirmei. Ele se levantou e segurou minha mão, mais uma vez seguimos pela porta dos fundos e passamos pela cozinha, quando chegamos à sala os encontramos deitados no chão da sala, suas cabeças formando um circulo aberto parei em frente a Tommy o encarando com curiosidade. – O que vocês estão fazendo?

– Planos. – Sara respondeu ao seu lado, Caity que estava do ouro lado de Tommy assentiu concordando.

– Planos? – Repeti. – Não são planos para minha casa não é mesmo?

– Também. – Caity murmurou me surpreendendo. – Essas janelas por exemplo, eu vi umas cortinas ontem que você vai adorar. – Observei Oliver sair do meu lado e deitar ao lado de Mel, ele bateu a mão no chão me chamando.

– Vamos Felicity, mais uma cabeça e tudo estará completo. – Falou piscando. Dei-me por vencida e deitei ao seu lado.

– Então, o que estamos fazendo? – Perguntei novamente encarando o teto.

– Planos. – Veio à resposta de Oliver. – Eu tenho milhares deles e sabe de uma coisa? Todos envolvem vocês.

– Vocês imaginariam que terminaríamos assim? – Escutei Tommy perguntar. – Quero dizer, Oliver e Felicity se casando é obvio demais, apenas vocês dois ficam surpresos com isso, mas eu nunca imaginei Sara e Ray juntos e isso dando certo, e nunca pensei que poderia me casar com Caitlin, tinha esperanças, mas nunca pensei que seria real.

– Tommy você precisa parar de falar assim de mim. – Sara o repreendeu. – Pare de falar como se eu fosse incapaz de ter um relacionamento.

– Ei vocês. – Reclamei. – Lembre-se do que estamos fazendo aqui, não vamos demostrar o quanto éramos fracassados antes, vamos apenas fazer planos.

– Ok. – Oliver concordou. – E qual é o plano? O que vamos fazer a partir de agora?

– Bem... O plano agora é... Eu não sei. – Confessei.

– O que você quer? – Oliver perguntou segurando minha mão e levando até seu coração, virei meu rosto o encarando.

– Eu já tenho.

– Então vamos apenas ser feliz. – Sorriu. – Esse é o plano, para todos.

– Deus, é tão doce que enjoa. – Sara riu.

– Você quer alguma coisa além disso? – Perguntei. Ela não respondeu. O silêncio em si era uma resposta, foi um longo silêncio que me permitiu avaliar o que passamos até chegar até aqui, nessa casa vazia de móveis, mas cheia de esperanças e planos, por que como Oliver disse, havia muito desses e todos envolviam essas pessoas que haviam participado tanto de minha vida, que eram tão importantes, foi um longo silêncio que foi quebrado pela voz infantil de Mel, que fez com todos nós, principalmente Oliver segurássemos a respiração tomados pela emoção.

– Papai podemos ter um cachorro? – Perguntou indiferente a nossa reação e ao fato de que pela primeira vez Oliver havia escutado sua filha o chamar de pai. E eu tinha certeza que para ele, assim como para mim, o som tinha soado malditamente perfeito.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e fico feliz de termos chegado até aqui, obrigada, e por uma última vez nessa fic.... Nos vemos nos comentários.



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