Garota rara e diferente escrita por Adolfinho


Capítulo 6
Revoltada e revolucionária


Notas iniciais do capítulo

Tá, demorou um pouco. Eu sei.
Mas amiguinhos, quem diria que essa fic atingiria três recomendações. Eu duvidei que alguém fosse sequer comentar nela. Valeu, amo vocês, vocês são meus miguxos.



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Eu passei grande parte da noite pensando, ao invés de dormindo. Eu estive pensando nas minhas atitudes. É engraçado o que acontece quando enchemos a cara. Ficamos filósofos. Foi o que aconteceu. Eu bebi doze caixas de Toddynho e me droguei. É, eu me droguei, tomei uma aspirina da minha mãe. Quando me deitei, não me sentia a mesma. Sentia-me diferente.

A minha mente começou a formular imagens da minha vida nos últimos meses. Sobre quando cai no conto do Léozinho, sobre a proibição do Danoninho, sobre a minha mãe ter ido embora e eu estar sendo sustentada por magia, e dessa minha fase rockeira gótica, e eu percebi o quão idiota eu estava sendo.

Ser rockeira e gótica não é legal, e eu não posso ser, agora que já fiz amorzinho com Harry Styles, cantor de banda colorida.

Então, eu decidi reavaliar a minha vida e mudar da água para o vinho.

Decidi virar uma garota revoltada com o governo e princesa de aba-reta. Muito melhor! Eu comecei a me informar melhor sobre o governo brasileiro e descobri que a Dilma faliu uma lojinha de 1,99 há muito tempo. Viu só? Vocês estão sendo manipulados pelo sistema. Isso a Globo não mostra.

Mas enfim, depois de algumas doses de Dollynho no bar, eu decidi que não vale a pena voltar com o Léo, até porque ele morreu e isso seria necrofilia, nem com o Harry Styles, e o Dino não existe na vida real. Então, eu decidi que tenho que voltar com o garoto bonzinho. Talvez eu consiga fazer ele usar uma aba-reta, andar de Skate e cheirar Leite Ninho em pó. Rebeldia pura.

Mas eu estou com um problema. Aquela PUTA da Patrícia está com ele, e ela deve ter seduzido ele com aquele air-bag siliconado. Que horror. Deve ser tudo enchimento. 

Então, por enquanto, só me resta me conformar enquanto vou para a Escola.

Depois da alguns minutos, na escola...

— Bom dia, amiga – diz Rafaela, toda feliz e saltitante como sempre.

Obviamente, ela não é revolucionária como eu. Deve achar que está tudo perfeito. Até quando você fechará seus olhos, Rafaela?

— Tô maravilhótima, miguxa! Assistiu Malhação ontem? – eu pergunto.

— Ai, guxinha, eu assisti enquanto tomava meu Yakult. Foi tão legal! (grito histérico).

Então, o sinal toca. Nós vamos até a sala e nos sentamos em nossos lugares. Um pouco antes de a aula começar, a diretora aparece. Aparentemente ela quer dar algum recado.

— Bom dia, gente da escola Doce Love – diz ela – Vim aqui para anunciar que, no fim de semana que vem, nós, aqui dessa escola, em parceria com o governo brasileiro e o programa da Regina Casé, iremos organizar o décimo primeiro Baile Revolucionário Original em Nome de Haroldo Alberto, o nosso querido fundador. Para abreviar, chamamos o evento de B.R.O.N.H.A. Todos estão convidados e a taxa de entrada é de apenas dez reais.

Por enquanto esse discurso está uma chatice, não ouvi nada de interessante, mas a Globo estará envolvida e o PT também então eu sou contra. Porque eu sou revolucionária. Deveria devolver o Brasil para os índios.

— Mas agora, o anúncio mais esperado por todos. Um motivo espetacular para você não perder esse baile: o Grande Concurso de Dança! O vencedor do Concurso de Dança do baile ganhará estoque de Danoninho de morango para um ano!

Gente! Eu preciso participar. Minha mãe me proibiu de COMPRAR Danoninho, mas não falou nada sobre ganhar em um concurso.

Depois que a palestra acaba, todos estão animados com o que vai acontecer nesse baile. A Rafaela não para de tagarelar sobre como vai ser super MARA e como ela quer muito impressionar o Hugo, um garoto popular dessa escola.

— Há, então quer dizer que essa plebéia sem Pedigree acha que pode competir – diz uma voz atrás de nós.

Nós nos viramos. É aquela VAGABA da Patrícia. Ela acha que só porque nasceu em berço de ouro pode competir com uma revoltada 4:20 Aba-reta como eu.

— Pois só porque você falou isso eu vou te vencer – digo eu, olhando-a com uma cara de revoltada.

— Ui, essa ralé acha que pode vencer Patrícia Augusta Pompeu. Me erra! Além de ter roubado o seu bofe, agora vou ganhar o concurso.

Eu fiquei puta, então eu saí no tapa com ela. A gente começou uma briga de tapa e de puxão de cabelo, e eu acabei levando uma advertência. Quase entrei em depressão por causa disso. Eu fui oprimida pelo sistema escolar. Depois dessa, só tenho uma coisa a dizer:

ATÉ QUANDO VOCÊS SERÃO MANIPULADOS PELO SISTEMA OPRESSOR?


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Notas finais do capítulo

Por favor comentem eu quebrei os dedos digitando a história