Tempestuoso escrita por babsi


Capítulo 1
Capítulo 1: A protetora dos humanos desavisados


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo e essas paradas todas.
Como já disse, sou uma autora que só consegue ter inspiração para escrever quando o Espírito Santo faz visita, mas preciso saber se estão gostando para continuar, então mandem review e essas coisas todas que não vou ficar pendido porque é chato e não estou mais na quinta série.

(já tô na sexta série)

(só pra avisar)



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THEA POV:

Mato, mato, mato, e mais mato. Depois desse negócio de apocalipse, as florestas, bosques, canteiros e afins, se resumiram a isso. Como se não bastassem os mordedores, os seres humanos ainda tinham que se preocupar em prestar atenção onde pisam, já que no meio de tanto mato era impossível não haver uma raiz, galho e qualquer derivado pronto para lhe fazer tropeçar. Sabe o pior de tudo isso? Eu estava sozinha, e sempre tropeçava.

Suspirei, tentando me manter concentrada. Eu era uma boa rastreadora, boa mesmo. Acredito que era a melhor rastreadora de todo o apocalipse! O único problema era conseguir me concentrar o suficiente para rastrear algo, já que qualquer coisa era mais interessante que ficar prestando atenção em um monte de mato e terra seca.

– Mato demais e pouca trilha. - resumi o meu dia em uma frase, antes de tomar um pouco da água e ouvir meu estômago roncar de fome.

Olhei para o céu. Escureceria em algumas horas e eu, definitivamente, tinha que encontrar uma árvore alta o suficiente para dormir, e comida.

Comida. Meu estômago roncou novamente, e gemi frustrada. Nas condições que eu estava, comida era um luxo que eu não dispunha. Estava há cinco dias fora do barracão e não comia nada além de barrinhas de cereal e sopa estragada há dois. Nos primeiros dias fora, até consegui caçar algo para comer mas, ao que parece, só haviam sobrado dois esquilos em meio a todo esse mato apocalíptico, e eu os comi nos três primeiros dias. No quarto dia, comecei a consumir meu estoque de barrinhas de cereal, guardando a sopa para quando voltasse ao barracão. Eu sabia que já deveria ter voltado, mas simplesmente não conseguia deixar meu posto de protetora dos humanos desavisados.

Por fim, continuei andando, já que era só isso que eu poderia fazer.

– O apocalipse é um tédio. - reclamei em voz baixa.

Andei mais um pouco e logo avistei os trilhos que me levariam ao perímetro onde eu tentava fazer a segurança.

Era sempre a mesma coisa: Eu acordava em algum lugar no alto de uma árvore, onde me amarrava para dormir, procurava comida e água e logo depois ia para o outro lado dos trilhos, tentando impedir que algum idiota desavisado tentasse se acomodar em Terminus. Às vezes eu conseguia, às vezes não. Muitos não acreditavam no que eu dizia e simplesmente entravam na "terra prometida", como bois indo para o abate.

Suspirei, sentindo meus ombros pesarem com tamanha responsabilidade. Era o fim do mundo, não dava para salvar a todos.

A floresta estava silenciosa. Silenciosa demais. Nenhum errante, nenhum animal. Parecia vazia. O que era impossível, ao julgar pelo tanto de errantes que agora andavam sem rumo pelo mundo.

No chão de terra seca podiam-se ver algumas pegadas humanas, mas nenhuma seguia uma trilha específica, que levava a algum lugar.

– Sério? Tenho todo esse trabalho para tentar proteger esse povo e tudo que recebo são um monte de pegadas velhas e desconexas. Olha, deuses do apocalipse ou do que quer que seja essa porcaria que está acontecendo com o Mundo, isto está passando dos limites.

Suspirei, chegando mais perto do alambrado, porém, antes que eu pudesse andar alguns metros, eu tropeço. Caio feito um saco de batatas no chão. Tipo um cacho de banana podre.

Isso estava mesmo passando dos limites.

POV DARYL:

Rick empurrou com o pé as folhas secas que cobriam a placa no chão. "TERMINUS" indicava, e ao lado podia-se ver um mapa indicando o caminho do local, seguindo os trilhos do trem.

– Estamos perto. - Digo, olhando para o horizonte. - Chegaremos lá antes do pôr-do-sol.

– Vamos pela floresta. Nós não sabemos quem são esses caras. - Rick diz pensativo.

Maneio com a cabeça, indo na frente, sendo seguido por Michonne, Rick e Carl.

– Seja lá quem esses caras de Terminus sejam, Maggie e Glenn foram para lá. Talvez Judith, Beth, Tyresse, Sasha, Bob e os outros também. – disse Carl esperançoso.

Rick dá uma olhadela rápida para o filho, como se tentasse entender de onde o moleque tirou tanta esperança. Carl não era mais o garoto alegre e esperançoso de antigamente. Geralmente ele andava quieto demais, pensativo demais, mas ainda com aquele chapéu ridículo de xerife em sua cabeça.

Suspirei, me sentindo culpado pelo que aconteceu na noite anterior, mesmo após Rick ter me garantido que aquilo não era minha culpa. Eu sabia que não era, mas o fato de que eu fazia parte daquele grupo e que eles poderiam ter matado minha família me corroía.

Passei nervosamente as mãos pelo cabelo, tentando a todo custo não pensar sobre o que poderia ter acontecido se Rick não tivesse agido como um animal. Talvez agora eu e Rick estivéssemos mortos e, com sorte, Carl e Mich também.

Após alguns metros a pé, uma grande cerca de arame entrelaçado pôde ser avistada. Apressamos o passo e logo o imponente prédio de Terminus se esgueirava por trás do alambrado.

– Vamos nos separar para dar uma boa olhada. - Rick diz. - Daqui alguns minutos, nos encontraremos aqui.

– Terminus não me parece boa coisa. - Comenta Michonne, saindo com Carl a seu encalço.

Não pude discordar, mas somente dei de ombros.

A floresta estava silenciosa. Silenciosa demais. Nenhum errante, nenhum animal, parecia vazia. No chão de terra seca podiam-se ver algumas pegadas humanas, - algumas recentes, outras mais antigas - mas nenhuma seguia uma trilha ou traçava um caminho. Suspirei impaciente, indo em direção a floresta, quando o som de gravetos se quebrando chamou minha atenção. Instintivamente, apontei a besta em direção ao barulho.

– Merda! - uma voz feminina exclamou baixinho.

Andei em sua direção, encontrando uma mulher se levantando. Uma faca de arremesso pendia em sua boca, enquanto as mãos limpavam os joelhos cheios de terra. Ao perceber minha aproximação, habilidosamente trocou a faca por uma pistola, qual apontou em minha direção. Encarei a mulher, esperando a sua reação, com o dedo firme no gatilho da besta.

– O que foi, caçador? Vai ficar só olhando e me apontando esse troço? - reclamou a mulher, guardando a arma no coldre relaxadamente.

Certo, ela era retardada. Só podia. Quem em sã consciência fica desarmado enquanto uma pessoa desconhecida lhe aponta uma arma?

A mulher limpou as mãos na calça e olhou para a copa da árvore onde ela provavelmente tinha tropeçado.

– Troço velho... - chutou a raiz desta, sussurrando obscenidades - Só me atrapalha, fica no meu caminho toda vez! - Semicerrei os olhos, observando a cena.

Sim, ela era retardada. No mínimo louca.

– Qual é, cara? Vai mesmo ficar me apontando essa coisa estranha? - reclamou, revirando os olhos. - Não me sinto confortável com isso. - continuou, dando um passo em minha direção, apontando o dedo fino para si e para minha besta repetidamente.

– Fique onde está.

– Qual é? Está mesmo com medinho da mulherzinha desarmada? Olha pro seu tamanho, caçador! – ralhou, caminhando em minha direção.

– Eu disse para ficar onde está. – pontuei e ela pareceu não se acanhar.

– Você está de brincadeira, né, apontador de besta para mulheres indefesas? Eu vou onde eu quiser, essa floresta não é sua! Por acaso tem seu nome nela? - deu mais um passo, com o olhar desafiador e um bico de menina mimada. Apesar de parecer não medir as consequências de seus atos, ela não parecia perigosa.

– Fique onde está. - falei novamente, com a voz entediada, mas pontuando cada palavra, como para enfatizar.

– Você já falou isso! - reclamou, batendo o pé no chão de forma impaciente, porém, sem mais avançar em minha direção. Agora ela, realmente, parecia uma garotinha mimada.

– O que você está fazendo aqui?

– Eu que lhe pergunto! Você só pode estar de brincadeira se está pensando em entrar em Terminus, caçador. Fico indignada com vocês! Depois de tudo que já passaram para sobreviver, ainda se enganam com falsas promessas de fim do mundo. Sério que você não desconfia de nada só de olhar para esse lugar? Qual é! Ninguém para vigiar, tudo quieto demais e anúncios de “Salvaremos sua vida” em todos os lugares. Quem caí numa coisa dessas, cara? Pelo amor...

– Dá para calar a boca? - Me irrito ainda mais ao concordar plenamente com cada palavra dita. Terminus era suspeito.

– Eu calo a boca se você abaixar essa coisa.

– Isso não é uma negociação.

– Olha, cara, eu estou perguntando educadamente se você pode abaixar essa merda de besta, então dá pra você abaixar logo?

– Isso não me pareceu educado. - caminhei em sua direção, ainda com a besta em punho.

– Pode parar aí. – falou firme, sacando a arma num rompante. Rapidamente recuei. – Eu juro que não quero atirar em você, mas se você tentar me machucar, eu te divido em três só na base do tiro e antes que você grite de dor, eu já vou estar bem longe, porque eu corro rápido. Muito rápido. Tipo, pra caralho.

– Eu não quero te machucar. – respondi, com uma pontada de culpa aparecendo em minha voz.

Ela era só uma mulher, talvez uma menina, aparentemente sozinha em meio a tudo isso e eu estava apontando uma maldita arma para sua cabeça por nada, como se eu fosse seu carrasco, responsável por atirar e decidir se ela iria viver ou morrer.

– Que clichê.

– Que seja. Eu estou com um grupo. Vamos até eles, nós conversamos, você nos conta o que sabe sobre Terminus e não precisaremos criar problemas.

– Vai parar de apontar essa porcaria para o meio da minha cabeça?

– Sim. - suspirei, tentando parecer razoável.

O que eu não queria era que ela ficasse com medo de mim. Só o fato dela poder pensar que eu poderia machucá-la me arrepiava. Eu não era assim, meu grupo não era assim, e nós nunca seríamos.

– Parece justo. – falou, me seguindo um pouco relutante.

Chegando ao tal ponto de encontro, assobiei e logo os passos de Rick, Michonne e Carl foram ouvidos.


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Notas finais do capítulo

Muito mato mesmo, mato pra cara...
Beijos de Luz!