Uma nova ameaça escrita por Lara Rafaelly Kabra


Capítulo 8
No meio da noite




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Amy tomou um banho e se preparou para dormir. Estava exausta. E o quarto em que estava era realmente confortável. Já ia se jogar na cama, quando lembrou que tinha se esquecido de mandar mensagens para Attleboro. Ela teclou: “Cheguei á Londres. Está tudo bem” E pressionou “enviar”. Agora tudo o que ela precisava era de uma longa noite de sono.

Por mais que Amy trocasse de posição, ela não conseguia pegar no sono. Algo parecia perturbá-la. “step step step” Que som é esse? Parece pisadas... “Amy, você está ficando absolutamente paranóica” Pensou. Virou o travesseiro e fechou os olhos. “Quem sabe assim eu consigo dormir.” Mas não dormiu. “Eu devo estar com sede”. Ela ligou o abajur. Mas não tinha nenhuma jarra com água por perto. “Ian deve ter esquecido. Acho melhor ir até a cozinha. Tomara que Ian não esteja acordado. Não seria agradável ele me ver de pijama”.

Desceu as escadas em direção a cozinha. Ela não conhecia muito a mansão, mas algumas luzes estavam acesas e ela conseguiu se orientar. Amy notou que uma porta que dava para o quintal estava aberta. Um barulho de passos correndo chamou sua atenção. E depois um grito. Amy foi até a porta. Chegou a tempo de ver Bickerduff correndo e gritando desesperadamente. Atrás dele havia um homem vestido de preto com o rosto coberto por um lenço, também da mesma cor. Ele estava segurando uma arma “Desert Eagle”, uma das armas de fogo mais potentes do mundo. Ele atirou. Tudo aconteceu em questão de segundos. E Bickerduff estava no chão, inconsciente.

Amy estaria muito triste pelo tiro que Bickerduff levou. Mas não deu tempo. Agora a arma estava apontada para ela. Amy tentou se lembrar de todo o treinamento que tivera em Attleboro. Mas não daria tempo pensar. Amy estava paralizada. O terror tomava conta de si. O homem puxou o gatilho. Estava pronto para o disparo.

– NÃÃÃÃÃO! – Esse grito não veio de Amy. Era Ian. Amy não tinha percebido sua presença. Quando o viu, ele estava se jogando na frente dela. Foi horrível. Ian tinha sido atingido. O homem de preto fugiu.


* * *

Ian poderia estar morto. Ele não entendia por que tinha feito aquilo. Será que era por que ele amava Amy Cahill? Ou foi por que uma imagem se passou pela sua cabeça nesse momento, onde ele estava pendurado no topo do Everest e Amy o impedia de cair? Sim, foram as duas coisas juntas.

– AAAAAAAAI! Isso dói! – Ian estava deitado no chão da cozinha, coisa que ele nunca imaginara fazer antes, mesmo ao levar um tiro. Por sorte, a bala tinha apenas passado de raspão no braço esquerdo.

– C-Calma... Acabei de chamar uma ambulância para você e para Bickerduff – Amy tentava acalmar Ian, mas ela mesma estava mais assustada do que ele. O ferimento de Bickerduff tinha sido mais sério. Ele ainda estava inconsciente, e seria preciso retirar a bala.

– Muito bonito o seu pijama – Amy enrubesceu.

Poucos minutos depois a ambulância chegou. Ian recebeu alta no dia seguinte, com apenas alguns curativos no braço esquerdo. Porém Bickerduff estava na UTI, e não tinha previsão para sair de lá.

– Obrigada – Amy fixou o olhar em Ian.

– Do que você está falando?

– De ontem. Você salvou a minha vida.

– Você também salvou a minha no Everest.

Amy suspirou - Eu estou com medo, Ian. Não sei como reagir a esses assassinatos. Eles parecem aparecer do nada. Não tenho nenhuma forma de impedir.

– Não ainda. É impossível fazer um crime e não deixar rastros. Eles apenas passam despercebidos.

– Vou avisar a Dan e aos outros. - Ela ligou o Skype. Dan, Sinead e Jake apareceram na tela. Todos estavam apreensivos.

– Amy? O que aconteceu? Você não parece bem. – Disse Jake, enquanto empurrava Dan e Sinead para fora da tela.

– Agora está tudo bem. Ontem...

– O que aconteceu ontem? Aposto que foi aquele engomadinho...

– Você poderia deixar a Amy terminar de falar? – Sinead quase deu uma tapa em Jake. Dan a impediu.

– Vocês dois podem parar? Já é um saco ter que aturá-los o tempo inteiro, sabiam? – Jake e Sinead ficaram constrangidos. – Pode falar agora o que aconteceu, Amy.

– Uma tentativa de assassinato. – Falou ela.

– Quem foi a vítima? Ian? Que pena a tentativa ter falhado.

– Jake! – Desta vez Sinead não conseguiu segurar a tapa.

– Eu estou enganado, ou alguém aqui está com ciúmes? – Ian apareceu na tela. Desta vez com um sorriso maroto.

Foi preciso Amy intervir, para cessar a discussão. Ela relatou os episódios da noite anterior, inclusive o que tinha acontecido com Bickerduff.

– Precisamos estar mais unidos do que nunca se quisermos vencer nossos inimigos. Nossas chances são mínimas, mas se tentarmos, talvez nós possamos derrotá-los. – Todos olhavam para Amy agora. Nenhum deles fazia ideia de por onde começar.

– Amy, apenas me diga que eu estou errado. – Dan estava pálido. – Até agora duas pessoas foram assassinadas, uma do clã Janus e outra do clã Tomas. Outra do clã Lucian foi atingida por um tiro... Então restam o clã Ekat e Madrigal!

– Você está certo. Precisamos ter cautela para tentar evitar as próximas tentativas de assassinatos. – Disse Amy, pensativa.

– Eu pedi para você me dizer que eu estou errado! – Reclamou Dan.

– Jake, eu posso pedir um favor? – Perguntou Amy.

– Claro, pode pedir.

– Você pode tomar conta de Dan, Nellie e Fiske enquanto eu estou fora do país?

– Ei! Amy, eu não sou um bebê, se você esqueceu. Posso muito bem me cuidar sozinho.

– Claro que sim! – Jake aceitou de imediato, sem dar importância à queixa de Dan. – Mas... E você?

–Não se preocupe, eu vou cuidar dela. – Ian apareceu na tela, novamente com o sorriso maroto. Amy corou, para a irritação de Jake.

– Galera! Vocês precisam saber disso! – Sinead estava com o celular na mão. – Um dos agentes Madrigais foi encontrado morto em Nova York. O jornal local relata ter sido um suicídio. Não foi encontrado ferimentos no cadáver.

– Quem lhe enviou isso, Sinead? – Dan perguntou.

– Um dos nossos contatos Madrigal de Nova York – Respondeu ela.

– Então quer dizer que um Madrigal já foi morto... Então só está faltando... – Amy refletiu.

– Ekat – Todos responderam em uma só voz.

– Ted e Ned! Eles podem estar correndo perigo! Preciso ver como eles estão. – Sinead pôs as mãos na cabeça. Com Ted cego e Ned com enxaquecas terríveis, eles poderiam ser presas fáceis.

– Espere! Eu vou com você – Jake estava decidido – Não vou deixar nada acontecer com você ou com seus irmãos.

– Obrigada. – Sinead sorriu.


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