Uma nova ameaça escrita por Lara Rafaelly Kabra


Capítulo 7
Sorriso torto




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Eram 15 horas quando o jatinho de Jonah Wizard chegou à mansão de Grace.

– Amy... Você tem certeza...? – Jake ainda não havia compeendido.

– Envie mensagens quando chegar lá, ok, Amy? – Dessa vez foi Sinead que falou.

– Não se preocupem. Vocês também precisam ficar atentos a qualquer outro sinal de assassinato ou aviso anônimo. Estarei de volta o quanto antes. Dan, até mais – Ela voltou-se para o irmão, que não falava uma palavra.

Dan permaneceu calado. Ela não perdeu mais tempo. Sentou no assento do jatinho, que partiu quase que imediatamente.


* * *


Londres com certeza é uma das cidades mais belas da Europa. Devido a diferença de fusos horários, já era noite quando o jatinho aterrissou em um aeroporto particular. A torre de Londres, uma das principais atrações turísticas da cidade, estava mais bela do que nunca. Amy pegou um táxi para chegar a mansão Kabra. O voo tinha sido longo e Amy estava cansada.

Ao chegar à mansão de Ian, Amy viu um velho de cabelos grisalhos com uma gravata borboleta.

– Senhorita Cahill?

– Sim. Quem é o senhor?

– Me chame de Bickerduff. Eu sou do clã Lucian e trabalho como mordomo da família Kabra há muitos anos. Fui eu quem mandou a mensagem para que viesse. – Amy achava que nunca veria um Lucian trabalhando como mordomo. Estava enganada.


– Você? Por que não me disse quem era?

– Desculpe. O senhor Kabra estava vindo e ele não gosta de me ver ao celular quando estou trabalhando.

– Qual o problema com o Ian?

– Está diferente. Anda bebendo, e raramente sai. Ele sofreu muito com a perda da família, principalmente da irmã... Achei que a senhorita poderia ajudá-lo.

– Obrigada Bickerduff, vou fazer o que eu posso – Disse Amy, enquanto entrava na enorme mansão.

A mansão Kabra era realmente enorme. A decoração era perfeita. Cada detalhe parecia ter sido minuciosamente planejado. Desde os tapetes e cortinas, até os lustres e outros artigos de luxo. “Mas... Onde está Ian?” Amy mal acabou de formular a pergunta quando percebeu que Ian estava na sua frente. Ela não sabia de onde ele tinha saído, com certeza de uma das muitas portas que davam para o salão principal onde estavam. Elegante, sorriso torto (e que sorriso!), olhos cor de âmbar e taça de vodka na mão.

– Ora, Amy Cahill, eu pensei que nem viesse mais... Onde está ele? – Ian passou os olhos pelo imenso salão.

– J-Jake não veio. Ele tinha problemas para resolver em Boston.

– Pelo menos não terei que suportá-lo – Ian deu um breve sorriso - Seria de satisfação?

Por alguns segundos permaneceram calados. Amy começou a ficar constrangida pela forma de como Ian a encarava, então resolveu procurar algum assunto.

– Bom... Você já sabe por que eu vim até aqui, não é? Estamos com problemas novamente. – Amy contou a Ian tudo o que tinha acontecido desde o homicídio de Madge Milles até o esclarecimento da mensagem anônima. Ela percebeu que Ian estava aliviado ao saber que não era alvo de um assassinato. E não era para menos.

– Bickerduff acha que eu posso ajudar você... Por que você perdeu a família inteira e bebe...

A expressão de Ian mudou radicalmente. Amy se arrependeu de ter tocado no assunto. Foi como se ela estivesse tocado em uma ferida que estivesse cicatrizada, mas que ainda doía. Ian deixou cair-se no sofá lentamente. Ele estava ali, a um metro de distância dela, mas sua mente estava em outro lugar, em outra época. Ele via sua irmã sendo eletrocutada, e ao mesmo tempo, sua mãe com uma arma apontada na sua direção. Uma lágrima rolou no rosto dele.

– D-Desculpe-me! E-Eu não quis... Não foi minha intenção... – Amy não conseguia encontrar as palavras certas.
– Tudo bem. Aconteceu, não é mesmo? Minha irmã está morta e minha mãe é uma assassina, não é? Tenho que encarar a verdade.

Ian esticou a mão para pegar uma garrafa de Vodka que estava sobre a mesa. Mas Amy rapidamente pegou a garrafa e a colocou fora do alcance dele.

– Isso faz mal a saúde, sabia? Você não precisa disso. – Ela falou, antes que ele reclamasse.

Mas ele não reclamou. Pelo contrário. Parecia... Feliz com a repreensão!

– Você está preocupada comigo, Amy Cahill? – Amy corou. Ian estava novamente com o sorriso torto. E mais uma vez Amy se perguntou por que Ian conseguia deixá-la sem graça tão facilmente. Amy pensou no que responder. Mas por que ela ficava tão nervosa com as perguntas de Ian? Ela não poderia simplesmente dizer a verdade? Sim, ela estava preocupada com Ian e ponto final.

– Sim. Eu me importo com você. – Nesse instante, Ian pegou a garrafa de vodka e a arremessou pela janela. Amy sentiu vontade de dar um abraço tão apertado em Ian que ia deixá-lo sufocado. Mas se controlou. Mesmo assim, não foi capaz de esconder um sorriso.

– Bem... Eu acho que já está bem tarde, não é? – Ela disfarçou.

– Ah... Claro. Que cabeça a minha. Você deve estar exausta da viagem. Vou lhe mostrar o seu quarto.

Ian a levou para um dos quartos mais espaçosos e confortáveis da mansão.

– Boa noite, Amy. Até amanhã.

– Até. – Ian continuou parado á porta, mas Amy fechou a porta mesmo assim. “Amanhã... mais um dia” Pensou ela.


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