O experimento escrita por Ninna


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

A opção 1 foi a escolhida: Zoey nega que está com a droga.



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Dylan e sua turma rapidamente olharam para mim, Max estava com uma expressão de apavorado, afinal ele sabia o que eu carregava:

–Não estou sentindo nada - Falei.

Lisa me empurrou para parede colocando seu braço em minha garganta, ela estava me enforcando cada vez mais, então começou a mexer em meus bolsos e achou a droga. Sacudiu a mesma em frente do Dylan e a jogou no chão, virando as costas e entrando em uma porta. Olhei para Dylan que estava olhando para o chão parecendo decepcionado:

–Ela não pode ficar - Brad falou.

Brad era alto, provavelmente o mais forte de todos ali presentes, ele tinha um olhar assustador e ao mesmo tempo sem esperança, sua voz era grossa fazendo com que quando gritasse fosse possível se assustar há quilômetros de distância e sua característica mais marcante era sua cicatriz logo na testa chegando até o final do olho, como se algo rasgasse toda sua pálpebra superior:

–Calma, calma, pessoal! Vamos pensar em alguma coisa - Jill falou me defendendo.

–Jill está certa! Mandar eles para fora não resolverá nada - Dylan gritou.

–Então vamos acolher dois indivíduos que podem ou não ser do hospital? Que são como carne para lobos? Que nesse momento estão sendo isca para milhares de drogados que estão farejando até aqui? - Brad gritou.

Max se assustou e escondeu sua cabeça para não ter contato visual com Brad:

–Brad! Nós não iremos matar duas pessoas, se você tem sangue frio para fazer isso fique à vontade, mas saiba que se fizer isso você não sera muito diferente dos funcionários do hospital! - Mike falou se levantando do caixote que estava sentado.

–Dane-se!! - Brad falou chutando o caixote e caminhando até outra porta.

Mike usava uma camiseta verde e suja, era do mesmo tamanho que Dylan mas com traços japoneses, no momento parecia o mais gentil pois manteve a calma. Ele sorriu para mim e se virou para entrar em outra sala. P estava calado o tempo todo, era quase impossível notar sua presença. Ele se levantou, pegou a droga e me devolveu:

–Fico feliz de termos mais gente por aqui, estamos no mesmo lado, não deveríamos lutar e sim nos unir, sintam-se em casa - P falou.

P era tão estranho quanto seu nome, ele era loiro, alto e magro, usava um óculos quebrado e rachado, mesmo desengonçado parecia ter um bom coração. Olhei para o lado e vi Jill cochichar algo para Dylan mas fingi que não me importava:

–Então, qual o plano agora? - P falou olhando para nós.

–Temos que sair daqui, com o helicóptero! - Afirmei.

Começamos a nos encarar e Max a tossir:

–Não vamos conseguir entrar no hospital para pegar a chave, não agora - Jill falou.

Lisa abriu a porta, me encarou e revirou os olhos:

–Seu turno, Dylan - Ela falou indo embora.

–Vou ir lá, mais tarde conversamos - Dylan falou olhando para mim.

–Você e seu irmão podem dormir no meu quarto - P falou nos convidando.

A tal ‘’base’’ era enorme, seguimos P até um corredor escuro e entramos na primeira porta:

–A minha cama é de casal, mas podem dormir lá, eu durmo no colchão no chão - Ele falou

–Obrigada, P - Falei sorrindo.

–Bom, costumamos ajudar uns aos outros aqui. Pegando alimento, lenha, algo que nos precisamos, então veja como você pode fazer - Ele falou saindo.

Max continuou tossindo ou até mais, peguei um papel e coloquei em sua boca, após alguns segundo vi que ele tossia sangue. Ele se deitou e pegou logo no sono. Fui até a entrada, Brad e Mike estavam sentados conversando, quando cheguei o silêncio tomou conta do cômodo:

–O que você quer? - Brad gritou.

–Saber como posso ajudar vocês, o que posso fazer? - Perguntei.

–Que tal ficar quieta no seu canto e não nos causar problemas? - Ele gritou novamente.

–Vem comigo, Zoey - Mike falou se levantando.

Brad olhou para Mike e para mim com uma cara feia que logo foi tapada pela porta que fechava. Estávamos fora, os pássaros cantavam e pude respirar sem sentir cheiro de mofo:

–O que vamos fazer? - Perguntei.

–Caçar - Mike falou sorrindo.

–Caçar? Tipo caçar? Literalmente? - Perguntei.

–Garota esperta! - Ele riu.

Mike pegou um arco e flecha em uma cabana ao lado. Pegou na minha mão e me ajudou a subir um relevo:

–Certo, então eu ficarei aqui torcendo para você enquant… - Tentei falar.

–Você vai caçar - Ele sorriu.

Ele logo me deu o arco e me ensinou a mirar, atirei varias flechas em árvores e acertei a maioria. Esperamos alguns minutos e logo apareceu um cervo, ele me mandou matá-lo. Estiquei meus braços e mirei, eu ia matá-lo, estava na mira, mas não consegui e abaixei o arco:

–Não consigo - Falei devolvendo.

–Sei que não é legal ferir outros, mesmo que sejam animais, mas não temos outra escolha - Ele falou negando o arco.

–É tudo muito rápido, eu nunca me imaginei matando nada, eu não sei se consigo.

–Você tem que tentar, afinal não vive mais em uma casa confortável com um mercado ao lado, eu acredito em você. Ou o Brad está certo? Você não consegue fazer nada? - Mike falou

No mesmo momento mirei novamente, o cervo já havia passado da área limpa, então observei atentamente mais a frente, quando vi uma moita se mexer e entre duas folhas pequenas pude ver a cabeça do bicho, mirei e a flecha foi lançada. Mike desceu escorregando e foi ver se eu havia acertado. Fiquei paralisada e apenas com os olhos segui ele:

–Então...Acertei? - Falei.

–Na cabeça - Ele falou sorrindo.

Quado voltamos vi Dylan deixando seu turno e mal podia esperar para contar à ele a novidade:

–Onde está o P? - Dylan perguntou.

–Ele saiu, faz algum tempo - Brad falou se levantando.

Dylan saiu correndo e eu o tentei seguir, porém ele era mais rápido e logo o perdi no meio das árvores, virei para trás e não conseguia mais ver a base, eu estava perdida. Comecei a vagar pelo mato chamando o Dylan, mas tudo que eu ouvia era insetos. Até que vi um lago, com água cristalinas, sentei na beirada para descansar e lavar minhas mãos:

–NÃO FAÇA ISSO! - P gritou.

–Você está bem! Estávamos procurando por você - Falei assustada.

–Essa água é tão contaminada que se você encostar um dedo você é infectado e em dois dias está morto - Ele falou se sentando ao meu lado.

–Por que você fugiu? - Perguntei.

–Ver você e seu irmão chegando me faz lembrar de quando eu cheguei, há muito tempo e que não saí até hoje, estou perdendo as esperanças, sabe? - Ele respondeu triste.

–Sim, entendo, melhor que ninguém, pois quando estava lá dentro achei que eu e meu irmão iríamos morrer, mas não, Watson nos salvou, sempre há esperança - Falei sorrindo.

–Watson? Ela está viva? - Ele falou gritando.

–Sim, algum problema? - Perguntei.

–Ela é minha noiva - Ele falou sorrindo.

–Esta vendo? Esperança - Falei sorrindo de volta

–Obrigado, Zoey - Ele falou me abraçando e ajeitando seu óculos quebrado.

–Temos que voltar, está escurecendo - Falei ajudando-o a levantar.

P foi na frente nos guiando, o sol estava se pondo, aceleramos o passo a ponto de correr. Estávamos no mesmo relevo da caça, próxima a base, quando ouvimos o sinos, as feras haviam sido libertas, corremos cada vez mais até que passei P. Parei ao ouvir um berro, olhei para trás e vi um tigre enfiando suas garras enormes na canela de P, gritei por socorro mas sabia que não daria tempo, entrei correndo na cabana e peguei o arco e flecha, minhas mãos estavam tremendo, P gritava cada vez mais, mirei tremendo para o tigre e atirei a flecha, que pegou exatamente na cabeça do mamífero.

Joguei o arco e flecha na cabana e fui correndo ajudá-lo, os outros também haviam chego, Mike e Brad levaram P até o sofá, onde Jill estava tentando estancar o sangue. As unhas do bicho eram enormes e fizeram um corte por toda a canela, chegando um pouco mais profundo que a carne:

–Ele tem sorte por não ter sido as feras - Jill falou fazendo os curativos.

–É tudo culpa dela! - Lisa gritou.

–Ei, ei, ela salvou ele - Dylan falou.

–Tudo vai dar errado, graças a chegada dessa garota! - Lisa me empurrou até eu cair no chão.

Mike segurou o braço de Lisa e me ajudou a levantar. Olhei confusa para Lisa e fui em direção do quarto. Max estava deitado mas acordado, apenas muito fraco para se levantar:

–Está tudo bem? - Ele perguntou.

–Não sei - Respondi dando um beijo em sua testa.

Mike bateu na porta e a abriu:

–Como ele está? - Mike perguntou olhando para Max.

–Febril, mas vivo - Respondi sorrindo.

–Bem, P está estável agora, irá dormir no sofá mesmo, então o quarto é de vocês, durma Zoey, você está exausta - Ele falou fechando a porta, quando Dylan impediu

–Ei, você está bem? - Ele perguntou se sentando ao meu lado.

–Não sei mais - Falei olhando em seus olhos.

–Seja forte, por mim, pelo Max. Sei que não é a vida que você queria, mas isso vai acabar, eu te prometo, aliás, não foi sua culpa… P me contou como você deu esperanças à ele, precisamos disso por aqui. Boa noite - Ele falou beijando minha testa.

Max foi ao banheiro, enquanto eu deitei perto da parede e em menos de alguns minutos peguei em um sono profundo. Quando abri os olhos vi o doutor Johnson próximo ao meu rosto, ele me encarava, seus olhos estavam completamente tomados por sangue, ante que eu pudesse fazer algo, ele levou suas mãos até minha garganta e começou a me enforcar, quando estava desmaiando eu acordei, suando, desesperada, olhei para o lado e Max não estava lá. Corri até a entrada, Dylan, Lisa e Brad estavam lá, cuidando do P:

–O que aconteceu com seu pescoço? - Dylan perguntou se levantando.

Olhei para o espelho mais próximo e vi que ele estava vermelho, no formado de duas mãos, igual ao meu pesadelo:

–Não sei! Mas o Max, ele sumiu - Falei desesperada.

–Calma, acharemos ele, ele está aqui - Dylan falou tentando me acalmar.

Lisa e Brad e se encararam por alguns segundo e permaneceram imóveis:

–O que vocês sabem? - Gritei.

–Nada - Lisa respondeu.

–ONDE ESTÁ MEU IRMÃO? -Gritei com Lisa.

Empurrei Lisa que caiu da cadeira, e recuava cada vez mais, até encostar na porta, estava prestes a dar um soco nela quando ouvi um grito distante vindo de fora. Fiquei chocada e tentei entender a situação:

–Vocês dois levaram ele para fora! Como puderam? - Gritei chorando.

Destranquei toda a proteção e abri a porta, Dylan e Brad tentaram me impedir mas eu já havia saído. Estava muito escuro, não conseguia enxergar nada e os gritos de Max pareciam cada vez mais perto e mais desesperados.


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Notas finais do capítulo

Opção 1: Seguir a voz de Max
Opção 2: Pegar uma lanterna na cabana e seguir Max



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