Estavam quase na sala da Diretora quando Harry Potter a parou, ainda a segurando – com razão, porque quando pudesse ela ia escapar – a raiva tomava sua expressão.

_Eu não sei o que pretende lançando uma Maldição dessas no primeiro dia em Hogwarts, mas parece estar pedindo para ser expulsa_ ele a olhou com pena, e ela o odiou ainda mais por isso_ Lena, o mundo bruxo e até os trouxas estão muito machucados pela última ascensão de seu pai ao poder, estava falando sério quando sugeriu que queria trazer aquelas épocas obscuras de volta?_ “que drama” ela pensou.

_Mas é claro que não_ ela deu um sorriso tranqüilizante_ só quis deixar claro que não apoiava a Ordem dos seguidores cegos de Dumbledore ou qualquer nome do gênero_ se ela precisava mentir para permanecer em Hogwarts ela mentiria, embora ele parecesse não acreditar.

_Por favor, qual é o problema de falar a verdade?_ ele tentara ler sua mente, mas ela sempre foi boa em oclumência, teve de se esforçar para não rir da tentativa.

_Sr. Potter, acredito que nós dois estejamos cientes da verdade, mas não vai conseguir que eu diga.

_Então me escute_ isso era a voz de ameaça dele?_ toque em um dos meus filhos de novo, e não vou descansar até encontrá-la, porque depois desta noite, duvido que vá tomar o próximo café da manhã_ dito isso, ele a encaminhou para a sala da Diretora, a segunda vez que Lena ia naquela noite.

Não era justo, o mini Potter pediu para ser torturado. Harry bateu na porta e McGonagall mandou entrar.

_Diretora? Flagrei a menina Slytherin...

_Sim Sr. Potter, estou ciente dos acontecimentos da noite_ ela indicou para sentarem_ e de fato a utilização de uma Maldição Imperdoável é motivo de expulsão e prisão_ ela olhou com desgosto para Lena_ porém_ Harry abriu a boca para protestar, mas ela levantou a mão pedindo para que se calasse_ o Sr.Scorpius foi muito rápido em buscar defesa para a menina em questão_ ela dirigiu o olhar para Lena_ tem... Deveria dizer amigos? Muito fiéis senhorita_ Lena assentiu, certamente os Malfoy seriam recompensados_ e seu pai, Draco, entrou em contato com o conselho diretor, para defender suas atitudes imperdoáveis desta noite.

_Diretora!_ Harry interrompeu, e Lena teve a impressão de ver nele o garotinho que havia utilizado o tom de indignação várias vezes em Hogwarts_ esta atitude tem de ser banida da escola!

_Concordo plenamente Sr. Potter, portanto a Srta. Slytherin voltará para casa_ as lágrimas começaram a descer pelo rosto de Lena, embora ela tentasse controlá-las_ e em torno de três dias receberá uma carta com a decisão final_ ela olhou tristemente para Harry Potter_ não comando esta escola sozinha Harry.

Ele assentiu e murmurou algo do tipo “ver meu filho” e se retirou. A diretora se dirigiu a Lena.

_Vou acompanhar-lhe até seu salão comunal, onde fará suas malas. Os Malfoy já estão lhe esperando_ provavelmente Draco tinha ficado responsável por ela.

Ela não respondeu, apenas andou silenciosamente ao lado da diretora até o salão da Sonserina onde todos lhe esperavam. Ela não respondeu nada. Apenas levantou a cabeça, pegou a mala (que nem havia sido desfeita) e voltou para o lado da diretora. Era humilhante ter que passar com a mala na frente de todos eles.

Quando chegaram ao hall de entrada, as lágrimas caiam sem licença por todo seu rosto. Sentiu alguém lhe envolver com os braços e lhe levar gentilmente até fora dos portões de Hogwarts onde podiam desaparatar. Logo estava no hall de entrada de sua casa onde o Lorde das Trevas a esperava com uma expressão sombria. Ele fez sinal para os Malfoy se retirarem.

Passado alguns minutos, que pareceram séculos ele falou.

_Acredito que seja um recorde, ser expulsa antes de estudar a primeira aula_ sua voz estava fria e baixa, ameaçadora_ é claro que vai voltar para Hogwarts, mas apenas porque tenho bons contatos no ministério e no conselho diretor.

_Me desculpa, pai_ seria melhor se ele tivesse gritado com ela.

_É claro_ ele continuou como se ela não tivesse falado nada_ que estou orgulhoso_ ela levantou a cabeça surpresa_ pelo fato de ter entrado na Sonserina e por ter efetuado com êxito a maldição Cruciatus, principalmente em um filhote Potter_ sua expressão não tinha mudado_ nunca toquei um dedo em você Lena, muito menos lhe castiguei com alguma maldição_ será que ele ia torturar ela?_ mas devo advertir que da próxima vez que você for expulsa, vai entender porque ninguém gosta de me aborrecer.

_Não farei de novo pai_ ela garantiu.

_Tem que aprender que existem formas mais discretas de se vingar de alguém_ ele sorriu_ mostre porque é da Sonserina.

_Vou mostrar papai_ um peso havia sido retirado de Lena, não foi tão ruim, só assustador.

_Agora, me siga, tenho algo para você_ ela o fez imediatamente, não queria testar quanto mais o pai agüentaria sem lhe lançar uma maldição Cruciatus.

Eles entraram no escritório do Lorde, e ele se encaminhou para uma mesa, onde havia uma caixa grande e decorada com um laço.

_Iria lhe mandar amanhã por correio coruja, para lhe parabenizar por entrar na Sonserina, mas já que está aqui_ ele lhe entregou a caixa e ela olhou com curiosidade, o que podia ser? Ela notou que tinha um cartão.

Lena, parabéns por ter entrado na Sonserina. Envio-lhe este presente com o objetivo de lhe fazer companhia, assim como sempre me fez.

Ela soltou o laço e abriu a caixa.

Qualquer outra pessoa teria tomado um susto ao ver o conteúdo, mas seus olhos marejaram e ela sussurrou “obrigada” para o pai.

Era uma cobra, bem pequena, mas isso porque era um bebê cobra. Sempre pedira uma para o pai e ele disse que não havia chegado a hora, embora ela já soubesse a língua das cobras.

_Vejo que gostou_ o pai parecia contente em ver a reação dela_ tem que dar um nome.

_Nagini_ achou que seria uma boa homenagem à cobra que o pai tinha, pois ele gostava dela quase como uma filha.

_Se for por minha causa não precisa, pode escolher outro nome_ disse o pai, mas ele estava satisfeito com o nome.

_Não, será Nagini_ e a cobra também parecia gostar, pois começou a se enrolar carinhosamente no seu braço.

Os outros dias se passaram tranquilamente, com Lena brincando com Nagini e o pai em intermináveis reuniões. No terceiro dia, ela acordou bem cedo, para esperar os Malfoy (a carta iria para eles, já que ninguém sabia da volta do Lorde).

Meia hora depois eles chegaram, com a expressão de vitória.

_Eles a aceitaram de volta_ anunciou Draco_ mas Minerva fez questão que ficasse de detenção com Hagrid todas as noites de quinta feira do trimestre.

_Está bem_ não era perfeito, mas com certeza era bom, porque iria voltar para Hogwarts!_ tenho certeza que meu pai irá recompensá-los pelos seus esforços. Malfoy pareceu estar nas nuvens.

_Agradeço muito senhorita, mas receio que temos de nos apressar, esperam você em Hogwarts dentro de dez minutos_ ela assentiu e correu para o quarto, jogou tudo na mala e correu para o hall novamente.

Andaram até a rua, onde o feitiço anti-aparatação terminava e em questão de segundos estavam em Hogsmeade. Neville já a esperava nos portões de Hogwarts.

_Me acompanhe_ ele falou com frieza. Lena agradeceu novamente os Malfoy.

Eles andaram silenciosamente até o castelo, Neville tentando manter a maior distância possível dela.

_Agora pode ir para seu salão comunal e esperar o término das aulas da manhã_ ele disse quando chegaram às portas do castelo e se virou para voltar às estufas.

Ela se dirigiu para o salão de Sonserina, imaginando o tédio de ficar sozinha o resto da manhã, mas quando chegou lá viu que ao menos metade da Sonserina havia faltado às aulas.

Depois disso ela não soube direito o que aconteceu, porque foi cercada de pessoas querendo saber o que tinha acontecido e contando o que tinham feito nestes três dias.

Ao final, eles se dispersaram e ela notou um garoto afastado, com a varinha em punho.

_Potter!_ ela ficou um pouco chocada com o ódio que emanava dele. Não deu tempo de pegar a varinha.

_Crucio_ e pontinhos pretos começaram a surgir na sua visão ao mesmo tempo em que cem facas perfuravam seu corpo.