PEV - Pokémon Estilo de Vida escrita por Kevin


Capítulo 8
Capítulo 07 – Desistindo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/587879/chapter/8

Pokémon Estilo de Vida
Saga 01 - Estilo de Profissões
Etapa 02 – Motivos para Desistir

Difícil não é lutar por aquilo que se quer,
e sim desistir daquilo que se mais ama.
Eu desisti. Mas, não pense foi por não ter coragem para lutar,
e sim por não ter mais condições de sofrer”

(Bob Marley)

Capítulo 07 – Desistindo

– Ele está atrasado. -

Leila estava debruçada na janela do quarto da irmã. Havia uma bela vista de uma pequena praça da cidade de Khubar. Amanhecia, a penumbra de algumas partes fazia os postes ainda estarem com as luzes acesas. Se havia pessoas na rua, estavam em outra que não aquela.

A menina loira dos óculos de armação dourada ainda tava com seu pijama de flanela verde água. Não parecia nem um pouco sonolenta o que contrastava com a irmã que parecia pedir por mais alguns instantes de sono.

– Talvez ele tenha mudado a rota ou de horário. -

Lívia estava sentada na ponta da cama e ficava de olhos fechados e corpo envergado, quase que dormindo sentada. A voz da irmã era uma das poucas coisas que a mantinha acordada. Não havia recuperado-se do cansaço que o trote havia lhe causado, ainda mais que teve de gastar todo o domingo terminando o trabalho da aula que seria daqui a duas horas. Ela dormiria mais meia hora, não fosse a curiosidade que nutria sobre o encapuzado.

Encapuzado era como chamavam uma pessoa que todos os dias próximo as cinco e meia da manhã corria até a praça na frente da casa delas, dava umas duas voltas e depois desaparecia correndo, possivelmente fazendo o caminho de volta. Usava um conjunto de moletom, de calça e blusa, cinza. Sendo que a blusa tinha um capuz que estava sempre levantado. Dele sabiam apenas isso e por uma análise de Leila acreditavam ser um homem.

Descobriram-no umas duas semanas antes do começo das aulas, quando elas chegaram de viagem e viram-no já se afastando. A curiosidade foi despertada no dia seguinte, quando Lívia acordou devido a um pesadelo e foi até a janela para tomar um pouco de ar e se acalmar. Viu-o e sentiu algo que ela não conseguira descrever. Tinha certeza que sentira o mesmo na madrugada anterior, na primeira vez que o viu, mas o cansaço da viagem apagava qualquer sensação. Ao contar a irmã sobre tê-lo visto novamente e sobre a estranha sensação a irmã confidenciou que sentira o mesmo.

A curiosidade foi se formando e aos poucos as duas acabavam acostumando-se a acordar de madrugada para observar o misterioso corredor encapuzado. A pergunta sobre quem era quase não era comum. Mas, o que motivava-o a correr naquela hora era uma constante.

– Uma rota nova talvez, mas mudança de hábito eu duvido. - Comentou Leila que virou-se para a irmã. - Pela forma que corre parece alguém acostumado com isso. Lembra-se que quando chegamos naquela madrugada estava frio e chovendo e ainda assim ele estava correndo? -

Lívia não respondeu nada. A irmã era um gênio e ela odiava pensar que sua irmã mais nova era mais inteligente que ela. Mas, realmente era algo que ela não esquecia. Estava chovendo a primeira vez que o viu e achou que ele corria para sair logo da chuva. Até atribuiu a estranha sensação por ter tido pena de alguém que estava tendo que correr na chuva. Só depois veio a entender que o sentimento era outro e que só não prestou mais atenção na sensação pelo cansaço.

– Desistir não parece mesmo algo que ele faria. Parece ser muito determinado para correr nesse horário. - Comentou Lívia deixando seu corpo pender para trás.

Ninguém poderia dizer que o encapuzado era desistente. Dela já não poderiam dizer o mesmo. As coisas na vida dela estavam bem agora, pois estava seguindo a orientação e as vontades de seu pai. Não se sentia oprimida. Estava gostando da faculdade, mas o fato de sempre que tentava fazer algo por conta própria dar errado ao ponto dela sentir-se a pior pessoa do mundo contribuía para ela ir desistindo de tentar.

Ver o rapaz correndo insistentemente lhe trazia alguma inspiração e vontade de ter toda aquela determinação.

– Ele está vindo. - Comentou Leila olhando fixamente a janela.

Lívia saltou da cama empurrando a irmã na janela. Ao longe puderam ver ele surgindo, correndo. Sua costumeira roupa cinza começava a ganhar mais nitidez a medida que se aproximava.

– Ele está mais rápido. - Comentou Leila. - Mas, não está sozinho hoje. -

Lívia esfregou os olhos para ver melhor. Realmente corria muito mais rápido do que nos outros dias e desta vez havia um pokémon correndo ao seu lado. O pokémon era gigante e ladeava-o como se estivessem na mesma velocidade. O capuz atrapalhava ver o rosto, mas o pokémon era identificável e belo.

– Luxray. - Murmurou Lívia. - É lindo! -

O pokémon que acompanhava o encapuzado era um Luxray. Pokémon lobo com pele azulada, mas de pelos grandes e negros. Com um porte altivo e atlético chegava a medir mais de um metro e meio. Sua calda possuía uma estrela amarela, quase metálica, na ponta. As propriedades elétricas predominam, mas quase parece um pokémon noturno. Aquele que acompanhava o humano chegava a brilhar, na ponta de sua calda, com os raios de sol que estavam nascendo.

Lívia conhecia bem aquele pokémon pois seu pai tinha um daqueles. Mas, o de seu pai não era tão impressionante quanto o que estava na rua naquele momento.

– Realmente está mais rápido. - Comentou Leila percebendo que ele já havia dado todas as voltas na praça e começava a se afastar. - O que acha de irmos falar com ele amanhã? -

Lívia que olhava o corredor desaparecer de repente pareceu processar o dito pela irmã. Piscou algumas vezes enquanto a olhava e desviou o olhar, fechando a janela do quarto.

– E dizer o que? - Lívia afastou-se da janela indo em busca da roupa que usaria na faculdade naquele dia, um conjuntinho verde e amarelo. - Oi! Temos te observado correr todos os dias de madrugada. - Ela parou olhando a irmã com cara de quem não tinha a menor intenção de fazer algo tão ridículo.

– É... - Leila sorriu sem graça. - Talvez seja melhor só observar. -

<><><><>

– Isto posto, afirmo que a celebre frase “Todos começam como treinador!” possui duas interpretações muito aceitas. Uma que diz respeito as profissões ligadas aos pokémon. A pessoa deveria começar como treinador para adquirir a experiência necessária para os trabalhos das carreiras pokémon. Sendo que para o médico é duplamente importante para ligar-se não só ás criaturas, mas também aos humanos. A outra interpretação diz respeito ao autodesenvolvimento. Onde uma pessoa torna-se seu próprio treinador para as coisas da vida, explorando-se em jornadas que lhe permitam adquirir experiencias de vida para o seu amadurecimento como os treinadores pokémon fazem. Arton segue essa segunda interpretação claramente por sua posição de retardar jornadas pessoais em prol de conhecimentos básicos. No caso, a conclusão do fundamental com o completar dos 15 anos. Fica a critério de cada pessoa identificar-se mais com uma das interpretações ou buscar a sua própria. -

Kevin Kirian finalizava a apresentação justamente quando o gigante cronometro de led vermelho zerou. O professor balançou a cabeça no intuito de que havia entendido a teoria e que achava interessante.

Doutor Hércules estava com o paletó da aula anterior e apenas a camisa agora verde clara dizia que ele estava com roupa diferente. Fez algumas anotações ponderando consigo mesmo algumas coisas que lhe surgiam na mente. Descruzou as penas virando-se para a classe, já que havia sentado em uma cadeira da ferradura. Não precisou dizer nada, seis mãos levantaram de forma instantânea e ele riu.

Cada aluno tinha cinco minutos para fazer a apresentação do tema proposto e após os cinco minutos seriam feitas quatro perguntas para o aluno. Poderiam ser feitas tanto pelo professor quanto pelos colegas de classe, mas o professor pretendia que fossem três da classe e uma sua. Na primeira apresentação quase todos os alunos levantaram a mão para fazer uma pergunta e o professor identificou na hora que havia uma armação para fazerem perguntas fáceis e já previamente combinadas.

O esporro comeu geral questionando-os se iriam pegar apenas enfermidades combinadas. E que se fosse assim, nem para enfermeiras eles serviriam. Não mais que uma pergunta havia sido feita por parte da turma após aquela situação, até chegarem na apresentação de Kevin. Seis estavam dispostos a perguntar e o professor sabia, não era armação. Kevin havia dito algumas coisas que deixariam qualquer aluno do curso revoltado. Até mesmo o professor já tinha decidido que perguntas faria, mas pelo que parecia iria ter que se contentar com apenas uma.

– Reservo-me no direito a uma. - O professor sorriu. - Vou dar uma chance para que alguns recuperem a nota. Basta fazer uma pergunta inteligente o suficiente para merecer um ponto. -

Era a primeira apresentação de trabalho que eles tinham, a primeira nota que eles tentariam alcançar no curso e estava sendo um desastre pior que o outro. Quando chegaram, todos pareciam animados e confiantes, mas ao identificarem o cronometro posicionado a maioria começou a mostrar insegurança. Falar em público, ter suas falas questionadas e outros mais eram problemas a serem enfrentados. Para quem não superasse tais desafios o nervosismo, gagueira, tremedeira e suadouro eram os acontecimentos mais brandos. O professor agradeceu por ninguém exceder e sair tropeçando ou mesmo desmaiar.

– As perguntas serão feitas pelos senhores Carter, Noah e a senhorita Landsteiner nessa ordem. - Ele olhou para os outros três que não foram mencionados. - Se por ventura eles fizerem uma pergunta estúpida demais ou coincidentemente pensaram na mesma pergunta, passo a vez a vocês. -

Walter, Zeliomar, Franciano tiraram nota quatro e sentiram a oportunidade de melhorar a nota escapulir pelos dedos. Nenhum deles conseguiram responder perguntas sobre o tema que apresentavam ou conseguiram falar um pouco sobre o que estavam apresentando. Um chegou ao ponto de trazer um filme e quis passar só aquilo. John Carter, que era praticamente o líder do pequeno grupo de garotos, tirou seis e meio. Teria a chance de ganhar um ponto e assim ficar na média.

Todos os quatro tentaram apresentar sobre o mesmo tema: “Tudo começa como treinador. Relacione as frase com a medicina pokémon e a região de Arton.” Partiram da ideia de que precisavam relacionar as três coisas juntas e trouxeram a frase “Artonianos preocupam-se mais com evoluir que com batalhas.” para poderem nortear a explicação que para Arton e os médicos pokémon a frase não era real. No entanto, não deu certo.

Kevin era o último a apresentar sobre aquele tema e percebia que os quatro rapazes não queriam que ele se saísse bem. Ele estava com uma teoria oposta a deles e muito mais fundamentada.

– Como pode afirmar que Arton segue a interpretação dois baseado no fato de a idade mínima ser 15 anos para se retirar credencial de treinador? - John pareceu irritado. - Que relação isso tem haver com autodesenvolvimento que mencionou? Você relacionou as coisas de forma separada. -

Foram alguns instantes até que John parece de encarar Kevin como se estivesse a ponto de matá-lo.

– Inicialmente pensei em fazer juntas. Mas, tive alguns problemas técnicos e tive que começar do zero. - Comentou Kevin apertando o controle da lousa e fazendo surgir a pergunta inicial de John na tela. - Não fosse isso iria pelo caminho que você seguiu. Mas, respondendo a pergunta inicial: Como Arton pode se relacionar a autodesenvolvimento? -

No slide mostrava uma tabela estranha que poucos estavam entendendo. O professor parecia já ter compreendido e parecia estar pensativo.

– Kanto tem mais da metade de sua economia baseada nos eventos pokémon, assim como Jotho. Nessas regiões a idade é de dez anos para retirar uma credencial de treinador. - Ele parou. - As crianças saem cedo de casa e pouco estudam, mas amadurecem rápido por meio das experiencias que vivem. - Ele mostrou Arton. - Quinze anos para uma credencial e a criança chega a estudar muito mais. Veja como a economia aqui baseia-se em atividades diversas e quase não depende dos eventos pokémon. - Kevin apontou uma região que a idade mínima era 13 anos. - Aqui a economia está meio a meio entre eventos pokémon e atividades profissionais que requerem estudo. -

– Quanto mais velho se sai para jornada mais estudo se tem. - Comentou John. - Não vejo ainda como isso se relaciona a autodesenvolvimento em Arton. -

– Falta essa informação aqui! - Kevin fez o slide mudar.

“Não sei dizer como me torneio mestre pokémon. O caminho foi longo e chego a achar que comecei tarde. Minha região natal acredita que se nossas vidas dependerem só dos pokémon e não de nós mesmos estaremos fadados ao fracasso. Por isso todos estudam um mínimo antes de poderem sair em jornada por lá. Assim, se não conseguirmos carreiras de sucesso com os pokémon, ainda temos os estudos. Artonianos preocupam-se mais com evoluir que com batalhas. - Ex-Mestre Pokémon da Quest Liga”

John estava parado sem dizer nada. Conhecia aquela entrevista, havia usado um pedaço dela para tentar fazer sua apresentação. Não só ele como seus três camaradas.

– Talvez internamente artonianos não encerem isso como estratégia de autodesenvolvimento. Algo feito para buscar evolução. Mas, em outras regiões essa idade mínima é vista de várias formas, uma delas é dar subsídios para que quando as experiências começarem a surgir os adolescentes possam aproveitá-las ao máximo, por si só. -

John resmungou algo, mas apenas ele mesmo sabia o que era. Não gostava de admitir, mas a pergunta estava respondida e até ele estava convencido de que Arton queria que seu povo fosse seu próprio treinador. Afinal, são um povo fluído como se dizia por ai.

– Como sabia que essa seria a primeira pergunta? - O professor estava calado. Tentava entender se havia nova armação. Mas, ele mesmo estava em dúvidas já que fora ele quem escolheu a ordem de quem iria apresentar. - Como sei que não é uma pergunta combinada, de novo? -

– Bem... - Kevin olhou para a lousa e começou a mexer no controle, passando-o rápido o suficiente para que todos pudessem ver, haviam vinte perguntas no slide com a explicação de cada uma. - Pensei em vinte perguntas que poderiam me fazer e preparei slide para todos. John fez a pergunta de abertura e não tenho como provar que não foi armação. -

O professor estava estarrecido. Levantou-se e foi até a lousa reduzindo o tamanho para que ele mesmo pudesse vê-las sem que os outros alunos as visse. Eram perguntas boas e nada tinham haver com as perguntas que a sala estava fazendo até aquele momento. Encontrou até duas das perguntas que ele estava elaborando. Por mais que fosse armação, estava num nível completamente diferente das perguntas da turma.

Outro fator era o nível do trabalho dos outro que apresentaram sobre o tema. Estava muito desigual em várias aspectos. Se as perguntas tivessem sido armadas os trabalhos anteriores teriam que estar em um nível melhor e não indo por um caminho completamente diferente.

– Bom... Vamos ver se sua adivinhação está boa. - O professor voltou ao seu lugar sem emitir um parecer sobre sua suspeita. - Noah! -

– Você diz que para ter uma carreira no mundo pokémon é necessário ter sido treinador e que um médico pokémon precisa disso muito mais que os outros. - Albert Noah encarou-o de forma debochada. - Então você acredita que não importa o quanto estudemos nunca seremos bons médicos sem termos sido treinadores? -

O professor olhou para Kevin para ver como ele reagia. A pergunta era interessante mas não merecia o ponto extra pelo assunto e a forma que fora feita. O interessante era a pessoalidade. Durante a rápida apresentação quase afirmou-se que sem os conhecimentos de um treinador o médico pokémon teria muito mais trabalho. Queria ver ele acalmar o grupo após aquela fala.

– Não. - Comentou Kevin vendo a cara de surpresa e irritação da turma. - Você quem está dizendo. - Ele sorriu fazendo o slide de sua apresentação avançar mais duas vezes, por entre as perguntas que ele achava que poderiam ser feitas.

O slide mostrava a pergunta feita por Albert, um pouco mais organizada. Um médico pokémon que não foi treinador será bom?

– Eu disse que para a carreira pokémon ele deveria começar como treinador. - Kevin encarou a sala, agora não havia limite de tempo e ele podia responder com mais calma, mas aquela era uma das perguntas para a qual ele estava preparado. - Você pode ter o dom para algo, ou mesmo assimilar as coisas quase que instantaneamente. Mas, a maioria das pessoas precisa de adquirir experiencias de vida para aprender. Precisa trabalhar duro. Não adianta saber que para queimaduras do Flametower de um Arcanine usa-se medicamento x se você confundir a queimadura com a provocada por um Ember. -

O slide exibia duas queimaduras na pele humana. Graves e muito semelhantes, mas uma estava também com roxos ao redor. Embaixo de cada uma havia uma legenda informando qual era qual.

– Esse tipo de coisa você pode estudar em livros e aprender. Mas, sabendo que o Ember é um ataque do tipo fogo que tem o formato de uma pedra flamejante lançada contra o adversário você sabe que não é só o fogo que vai causar dano, mas também o impacto da pedra. Isso é coisa que treinador sabe por ver o golpe sendo realizado diversas vezes. Mas, um médico pokémon terá de ler livros ou ver vídeos diversas vezes para assimilar o que o golpe faz e a todo momento estará pensando em como tratar e ao invés de entender primeiro o golpe para depois saber como curá-lo. É um processo penoso e desgastante, ainda mais que são dois golpes ditos como básicos para pokémon do tipo fogo. - Kevin fez o slide avançar. - Mas, são apenas palavras. Por toda apresentação justificava minhas falas com alguma fonte. Então eis a confirmação. -

Uma tabela com o nome dos melhores médicos, credenciados, do mundo era mostrada. Além do nome dizia o que ele foi antes de ser médico. O primeiro dizia nada. Mas, do segundo até o vigésimo quinto dizia treinador pokémon, líder de ginásio, coordenador pokémon e muitos outros similares. Os vinte próximos mostravam que foram apenas estudantes. Mas depois dali eram filhos de celebridades do mundo pokémon, discípulos, treinadores e até mestres.

– A tabela é de uma das revistas de medicina mais conceituadas do mundo. O estudo mostra que dos cento e cinquenta melhores médicos pokémon existentes, apenas vinte e um deles não tiveram experiencias prévias como treinadores ou similares. Notem que o quinto melhor, Doutor Brock, foi líder de ginásio e ainda é criador. - Kevin encarou o professor. - Ou nosso querido professor que foi um coordenador pokémon. - Ele voltou sua atenção para Albert. - Não! Seria essa resposta se a pergunta fosse “Um médico pokémon que não foi treinador será bom?”. Terão dificuldades em serem bons médicos pokémon de acordo com a estatística, aqueles que nunca foram treinadores. Mas, sua pergunta é “Então você acredita que não importa o quanto estudemos nunca seremos bons médicos sem termos sido treinadores?”, minha permanece sendo não. Na minha opinião, afinal sua pergunta foi a respeito de minha opinião não a respeito de minha apresentação, afirmo que basta trabalho duro para ser bom médico. O primeiro colocado não teve carreira pokémon, então acho que é uma questão de dedicação e talvez um pouco de talento. -

O professor fazia uma cara de surpreso. Nem ele mesmo sabia que o nome dele estava entre os vinte melhores. Não esperava que alguma apresentação fosse o surpreender. Ainda mais usando-o como exemplo. A partir dali ele já não acreditava que as vinte perguntas que Kevin acreditava poderem ser feitas a ele fosse alguma armação. Via a face de inspirados de uns, desafiados de outros e revoltado de Albert Noah que parecia não ter se satisfeito com a resposta. Poderia até ser armação, mas a turma se sairia melhor no teatro caso esse fosse o caso.

– Última pergunta! Com vocês a senhorita Landsteiner. - O professor apontou para Lívia que sorriu sem graça.

O uso constante dos sobrenomes a constrangia. Até o momento ninguém parecia ter percebido que ela era filha de um grande empresário. Talvez aquilo não importasse tanto, já que a mensalidade era muito cara e por consequência todos deveriam ter algum contato nesse mundo. Mesmo assim ela não gostava de ser identificada como uma Landsteiner por onde passava.

– Quem não assume-se como treinador não amadurece? - Questionou Lívia rápida e objetiva. Ela ficou calada após a pergunta e viu que Kevin ficou a olhando por alguns instantes, calado e até mesmo a turma olhava-a. - Bem... Uma das interpretações é a do autodesenvolvimento que reflete-se em uma jornada pessoal para aquisição de conhecimentos para amadurecer. A outra interpretação é que você precisa ser treinador para adquirir experiências para amadurecer. As duas interpretações que apresentou tem haver com amadurecimento. Então a apresentação está afirmando que apenas treinadores amadurecem. Sem contestar o que apresentou, gostaria de saber se nessa teoria aqueles que não se assumirem treinadores, seja de pokémon seja dele próprio, não amadurecerão? -

Kevin ficou parado, quase sem reação diante a pergunta. Ele até havia compreendido a pergunta, mas não conseguia compreender como aquela pergunta poderia ser relevante. John perguntou sobre o tardio amadurecimento dos artonianos e fazia sentido já que para muitos aquilo parecia insulto. Albert havia perguntado sobre a necessidade de um médico ter sido treinador e fazia sentido quando se pensava que para entrar para a UPK você tinha que ter estudado bastante e muitos não conseguiriam conciliar estudos e jornadas. Mas, Lívia perguntava se quem não se encaixava em nenhuma das interpretações não amadureceria, baseado no fato que toda a apresentação falava de amadurecimento.

– Pode me beliscas por favor? - O professor estava do lado de Núbia, posição estratégica para evitar que a aluna conversa-se durante as apresentações, como ele já havia percebido que ela faria. Em especial por comentário dos outros professores. - AI! - Ele pulou para o lado saindo do acento. - Não era para fazer isso com a unha. -

Os alunos riram enquanto o professor aproximava-se de Kevin, massageando o local onde foi unhado ao invés de beliscado, mas também rindo. Sinalizou para Kirian ficar um pouco mais oculto para que ele pudesse falar com a turma.

– Quando as apresentações começaram eu tinha certeza de que o negócio estava feio. Com exceção de Rafael e Sarah, a cada apresentação eu tinha mais certeza que essa turma ia ter que trabalhar muito para conseguir chegar a um nível aceitável para alunos da Medicina Pokémon. - O professor estava ainda com cara de espantado. - Peço licença a Kirian e Landsteiner para externar algumas coisas agora. -

Os alunos já sabiam que as apresentações não foram boas. Por sinal, o segundo tema apesar de ter tido notas melhores foram alvos de críticas imediatas por parte do professor e muito mais pesadas. “Relacione a medicina pokémon e as condições atuais da região de Arton.” Núbia tirou cinco perdendo-se em sua apresentação, sem conseguir chegar em algum lugar. Albert foi até bem preciso conquistando uma nota seis e meio, mas superficial e sem ter argumentos suficientes para defender o que apresentava.

Sarah ficou com oito e meio. Ela fez um mapa de Arton mostrando a rota que treinadores faziam para a conquista das insignias e outro mostrando a sequencia que os coordenadores faziam para os concursos. Após mostrou as áreas mais carentes de Centros Pokémon e por fim começou a discursar como Arton poderia ser um local propicio para médicos recém-formados, que não tivessem hospitais fixos, para conseguir clientes. Muitas áreas sem auxilio médico poderiam se tornar áreas de rentáveis para esses profissionais e até mesmo Arton se soubesse explorar tais áreas. A melhor apresentação, mas não a melhor nota.

Rafael tirou um nove usando um mapa de ervas medicinais pouco exploradas na região. Mostrou como as ervas seriam benéficas e substituíram muitos medicamentos caros para os tratamentos. A diferença entre Sarah e Rafael era a dinâmica que Sarah possuía na apresentação e a simplicidade da teoria de Rafael.

Lívia tirou um seis e meio que quase tornou-se a menor nota de todas. Ela tentou demonstrar que Arton tinha uma tradição com medicina pokémon de anos, não apenas por conta da universidade, mas por sua história. Sendo que nos tempos atuais poderia a medicina ser um caminho para equilibrar as finanças. Ela começou bem, mas acabou comparando os médicos pokémon com as enfermeiras Joys. O professor a cortou no mesmo momento questionando-a, no meio da apresentação, qual a diferença entre os trabalhos das duas profissões e ela se enrolou completamente para responder, gastando quase todo o tempo da apresentação. Quando chegou nas perguntas, Sarah, Rafael e Kevin ajudaram-na fazendo perguntas leves, mas que sabiam que poderiam ajudá-la a reforçar sua apresentação.

– Vieram sem um roteiro pré-definido para apresentar. Dando voltas em muitos pontos e sem conseguir concluir a ideia. - O professor levantou um dedo. - Não se faz medicina de qualquer jeito, existe um propósito e um caminho. Poderiam fazer qualquer tipo de apresentação, mas que desse para entender. - Um segundo dedo foi levantado. - Não controlaram o tempo que possuíam. Cinco minutos para apresentar a teoria que formularam do tema. Acham que quando um ser vivo chegar doente vocês terão todo o tempo do mundo? - Um terceiro dedo foi levantando e alguns alunos começaram a temer que ele chegasse ao décimo dedo. - Falta de fontes. Achei incrível que apenas quatro alunos tenham apresentado fonte de onde tiraram frases, imagens e outros, sendo que para entrar na faculdade publicaram artigos científicos. -

Naquele momento alguns perceberam que a coisa estava feia. Quanto mais escutavam o professor, mais percebiam o quanto ele estava irritado com o problema e o quanto os erros cometidos pareciam bobos.

– Três pontos básicos, três pontos fáceis e três pontos que quase todos perderam. - O professor suspirou. - Além desses três fatores, estava dando quatro para a apresentação, dois pelo responder das perguntas e um pela participação na aula. -

No geral o trabalho era muito simples. Foi dado um tema, que na verdade eram conceitos para falarem a respeito. Não havia certo ou errado, eles deveriam discursar sobre aqueles temas, posicionando-se a respeito deles, criando argumentos, pesquisando fontes para sustentar e defender sua teoria.

A criação dos argumentos era a forma de como elaborar a explicação de algum tratamento a ser dado. As fontes eram para justificar o tratamento. O tempo pequeno simulava o tempo que ele teria para o tratamento. A plateia era a pressão que os pacientes e familiares fazem sobre o médico. O cronometro é a pressão que o relógio tem quando existe pouco tempo. As perguntas são os questionamentos que não apenas pacientes e familiares fazem, mas também colegas de trabalho que por ventura estejam na mesma equipe. Era como uma redação discursiva, se fizessem uma comparação.

Toda a apresentação estava voltada para simularem uma situação comum na vida do médico. O professor iria forçá-los a todo momento a aprender a comportarem-se como médicos naquele semestre, não pretendia facilitar.

Havia ainda os temas, escolhidos a dedo. Relacionar Medicina pokémon e Arton a conceitos era um jeito rápido e fácil para que os alunos aprendessem sobre como a medicina posicionava-se no mundo e principalmente em Arton que estava a reestruturar-se após alguns incidentes organizações criminosas.

– Resolvi interromper agora, porque estou realmente surpreso que no final eu esteja tendo uma ótima apresentação e a última pergunta feita seja a mesma que eu ia fazer. -

As palavras do professor fizeram Lívia e Kevin sorrir. Talvez não fizesse grande diferença, já que Kevn estava sempre sorrindo, mas Lívia saiu de um rosto um pouco abatido com tantas broncas para um rosto radiante.

– As perguntas dos demais foram interessantes. Mas, veja a impessoalidade da pergunta e como ela resume a teoria apresentada em uma única palavra. - O professor encarou a jovem. - Ganhou o um ponto! -

Lívia não conseguiu se conter. Chegou a bater palmas para ela mesma. Sua nota seis e meio estava a deixando louca. Não podia ficar abaixo da média e aquele um ponto extra estava salvando-a. Olhou para Kevin que a olhava sorrindo.

– A pergunta da senhorita Landsteiner pode deixar um furo em tudo o que foi apresentado. A apresentação praticamente grita que ser treinador é o caminho para o amadurecimento. Logo, quem não é treinador não deveria amadurecer. - O professor sorriu. - Pode voltar à frente e nos responder. -

Kirian levantou-se calmo. Voltou até o meio da sala e olhou para os companheiros. Suspirou e colocou um grande sorriso nos lábios.

– Adquirir experiencias leva ao amadurecimento, mas não é a mesma coisa. - Ele disse ainda sem um sorriso. - Deixe-me achar algo que não está entre as vinte perguntas. -

Kevin começou a passar os slides até chegar a um que tinha apenas textos. Parecia fora da apresentação.

“ Eu nunca sonhei com nada disso. Na verdade, acho que nunca sonhei com nada. Nem tenho grande apreço por pokémon. Tornei-me treinador, entre outros motivos, para tentar descobrir durante a jornada algo que eu gostasse e pudesse fazer pela minha vida inteira. Conheci muitas coisas e pessoas que eu poderia dizer pelas quais me apaixonei. Mas, ainda não estou certo se sei o que quero fazer para o resto de minha vida. Sei apenas que ainda vou sair por ai em jornadas de treinador. Parado não vou adquirir experiencias que vão me ajudar nessa decisão. Ser treinador é adquirir experiencias. - Atual Campeão da Liga Pokémon de Sinnoh. ”

– Desculpe-me Lívia, desculpe-me professor. - Kevin os olhou. - A teoria se baseia em adquirir experiencia. Você pode até entender como amadurecimento, tem essa ligação realmente. Mas, então cairá nessa questão de você quase afirmar que apenas treinadores amadurecem. No entanto, quem no mundo pode adquirir mais experiências que um treinador em sua jornada, seja a pokémon seja a pessoal? - Kevin olhou para Lívia, diretamente. - As pessoas amadurecem em temos diferentes. Treinadores amadurecem mais cedo, normalmente, pois são forçados a isso quando se lançam nesse mundão. As experiencias contribuem para isso. No entanto, quem fica em casa e não vive tantas experiencias também amadurece, mas muitas vezes bem depois do que aqueles em jornadas. - Ele abriu um sorriso maior para ela. - Quem não assume-se como treinador apenas está pretenso a amadurecer mais tarde. -

Lívia sorriu de volta para ele. Ela o olhava, mas ao mesmo tempo pensava no que estava exibido na lousa. Um campeão que não fazia o que gostava estava ainda em busca de algo para amar e fazer pelo resto de sua vida. Ele ainda estava tentando se descobrir.

Significa que euzinha ainda posso encontrar algo para amar e me dedicar. Lívia sorria e pouco percebia que o professor havia dado dez para Kevin e saído da sala para um rápido intervalo. Burburinhos começavam e ela percebeu que o dez do Kevin tornou-se um problema para os demais que continuavam a não aceitá-lo.

Foi só então que ela percebeu, se Kevin Kirian tivesse ajudado-os como pediram por três vezes durante a semana, teriam todos tirado boas notas, ou ao menos acima da média. Naquele momento a maioria da sala olhava-o torto e apenas Rafael e Sarah foram falar com ele, mas fora da sala.

Talvez ele fosse tão individualista e não confiável quanto os meninos diziam. Lívia suspirou imaginando que talvez o pai estivesse certo e ela não fosse boa para julgar as pessoas.

<><><><>

A escola nunca pareceu tão cansativa em uma segunda feira. Muita matéria e muita zoação. A família lixo não chegou a ser um assunto tão forte, mas claro que Rodolfo jogando as sobras no lixo foi mais comentado. Zoar alguém que estava ajudando outra pessoa não pareceu tão divertido, mas para todos Rodolfo havia empurrado Riley para a lata de lixo e aquilo sim era um prato e tanto.

– Sinto muito, Riley!-

Era o final das aulas e muitos encaminhavam-se para casa, ou para alguma tarefa extra que possuísse. Riley caminhava devagar para o estacionamento, onde iria esperar seu pai e Maya, ambos agora estavam conversando com a diretora já que Maya resolveu fazer um dos garotos que tentou zoá-las comer o purê com todo o rosto.

Ela havia ido na companhia de Marcela que dizia para ela não ligar para as piadas que logo passaria. Apesar de a mesma estar zoando-a por todo o caminho. Mas, de repente Rodolfo apareceu e pediu um minuto de Riley fazendo Marcela sair aos risinhos pedindo para que ele não a jogasse fora, novamente.

– Sei que não me empurrou. - Riley dizia a Rodolfo que havia ido desculpar-se. - Na verdade, tentou me segurar. - Ela deu um sorriso envergonhado. - Eu é que me assustei quando se aproximou de mim do nada. Não precisa fazer nada. -

– Está sendo zoada, nitidamente está incomodada. Mas, estou aqui pedindo desculpas pelo mal que causei e dizendo que posso tentar reverter isso e você diz que não precisa. - Ele aproximou-se um pouco mais dela. - Metade da escola estaria lutando. Você é uma graça! -

Riley corou. Não lhe parecia que a zoação fosse algo importante ou séria. A escola até já estava dividida entre zoá-la por ter sido jogada fora e zoar Mordecai que após duas horas falando sobre como humilhou Maya passou a ser zoado por ficar se vangloriando de derrotar alguém inexperiente. Mas, parecia que aquilo era diferente o suficiente para chamar a atenção do garoto de olhos amendoados que metade das meninas babavam.

Isso foi um flerte? Riley tentou não parecer muito perplexa.

– Sinto-me culpado. - Disse o garoto dos olhos amendoados. - Você é uma menina legal e está sempre com essa expressão triste. Queria colocar um sorriso nesse rosto. - Um sorriso torto surgiu fazendo os olhos amendoados reluzirem.

Riley sorriu sem graça. O garoto até a interessava, mas não podia se envolver com ninguém e na verdade, nem queria. Respirou fundo tentando reagir, mas surpreendeu-se já que o menino aproximava-se.

– A culpa foi minha. - Disse Riley suspirando - Eu... não estou acostumada a pessoas querendo cochichar coisas no meu ouvido, ou ficarem tão próximas, sabe? - Ela deu um sorriso forçado. - Me assustei. -

– Se comparado aos demais alunos minha filha parece até um desistente.-

A voz de Cody Mevoj deixou Riley aliviada. Sentia as insinuações de Rodolfo e já sabia que não conseguia lidar com isso facilmente. O pai a estava tirando daquela situação.

– Bem... - Rodolfo olhou o professor e Maya que haviam chegado ao carro. - Farei algo por você para compensar ter ido parar na lixeira. Vou pensar em algo. -

Rodolfo sorriu para os três e afastou-se enquanto Maya e o professor ficaram a olhá-lo imaginando qual era o assunto.

– E então? - Riley adiantou-se. - Qual a punição que a diretora deu? -

– Punição? - Maya sorriu. - Ganhei meia hora a mais de almoço. -

– Vai ter que ajudar a limpar o refeitório. - O professor ria abrindo a porta do carro. - Ela se tornou a menina lixo no seu lugar. -

<><><><>

– Insisto que fique conosco essa noite. -

Era uma voz hospitaleira. O senhor com quase 50 anos sabia realmente ser um anfitrião em qualquer ocasião e isso ninguém podia negar. Nem mesmo Roger.

O jovem dos cabelos pretos e olhos fundos havia chegado a uma área de camping correndo e bem sujo. A maioria dos viajantes que resolveram passar a noite ali se assustaram com a chegada de um menino baixo, com aparência de 12 anos, sem nenhum equipamento. Mas, aquele senhor repreendeu-os pela atitude e lhe deu comida e ajudou-o com material de higiene.

Era um pai que estava ensinando os filhos a como se virarem em uma jornada. Eram duas garotas, uma de quatorze e outra de dez, e um menino de doze. Iriam iniciar a jornada deles na metade do ano.

– Já fez muito! - Roger apertou a mão do senhor. - Gosto de caminhar a noite. É menos quente e mais silencioso. -

O homem pensou em insistir novamente, mas acabou aceitando que ele se fosse. Ficou observando-o sumir no meio da escuridão enquanto imaginava como ele iria se sair e se seus filhos conseguiriam ter a confiança que Roger tinha.

– Se esforce bastante! Continue lutando pelo que deseja e não desista! - Gritou o senhor para a noite afim de que sua voz chegasse a Roger. E chegou.

Aquelas palavras o irritavam profundamente. Até pensou em voltar lá e dar uma lição nele por dizer coisas como aquelas, mas não se via capaz, ainda, de bater em alguém que estendia a mão para ele.

Você normalmente luta por quase tudo na sua vida. Mas, algumas coisas pedem um preço muito alto que nem sempre você está disposto a pagar. O problema é quando o preço não é nem pela conquista e sim apenas pelo direito de lutar. Então talvez você comece a pensar que desistir possa causar menos dor do que sente agora. Queria que desistir fosse uma opção para mim. Roger forçou-se a continuar caminhando enquanto pensava no quanto ele estava pagando para continuar a lutar pelo que queria.

Na verdade ele nem estava lutando pelo que queria. Estava lutando pelo querer dos outros e para garantir que ficaria vivo.

Ele não queria ficar no camping por causa dos filhos daquele senhor que ele nem conseguiu gravar o nome. Eram felizes. Eram unidos. Eram livres para seguirem suas jornadas atrás de seus sonhos. Tinham um pai que os orientava com paciência e gastava seu tempo com coisas simples ao lado deles. Tinham tudo o que ele queria ter e sequer chegou a arranhar aquilo.

Pensar que poderia ter tudo isso e nunca teve era terrível. Precisou fugir de casa para garantir que sua vida não teria um fim tão cedo era terrível. Pensar que teria que voltar em algum momento para cumprir o destino de vinganças traçado por seu pai era algo que o revoltava. Precisava fugir, tornar-se forte e preparar-se para retornar passar a ser o dono do jogo e não apenas um mero brinquedo na mão dos outros.

– Velho idiota! Se tivesse ficado de boca calada... - Roger olhou para trás, mas na sua cabeça veio a imagem dos três filhos. - Pelos seus filhos, você vai viver! - Ele apontou para a direção do camping que a muito ficara para trás. - Mas, só por isso! Nunca mais fale em lutar pelo que se quer como se isso bastasse! Nunca mais fale em desistir! - Ele voltou a caminhar em meio a escuridão da noite.

Dizem que é tão simples lutar por aquilo que se e ama. Só um idiota não percebe que para se conseguir tudo o que se quer, precisa-se de força e muito poder. Não basta querer, neste mundo maldito! Tem que ter força para conseguir pegar o que se deseja e ser mais forte ainda para que ninguém tome o que é seu. Por que tem sempre alguém que deseja o que é seu e vai ganhar tudo sem merecer. Serei forte! O mais forte! Vou massacrar meu pai! Vou transformar os outros em meus brinquedos e eliminar quem tentar achar que tem direito sobre algo que é meu. Mas, antes vou matar o campeão! Se prepara campeão, Roger está chegando!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!

No próximo episódio teremos mudanças na estrutura do episódio e especialmente na velocidade da fic. Percebo que muitos esperam ação da PEV, a mesma ação que macou grande parte da PET... mas essa ação só chegaria mais para o episódio 20, bem como foi a PET.

Então resolvi mudar... no próximo episódio mais violência irá ocorrer, mais romance vai rolar futuramente e para falar a verdade... todas as cenas de hoje já nos levam aos romances... a promoção continua. Tanto que no próximo episódio... teremos a aparição de mais um personagem. hehehehe



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "PEV - Pokémon Estilo de Vida" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.