PEV - Pokémon Estilo de Vida escrita por Kevin


Capítulo 7
Capítulo 06 – Pressão das palavras


Notas iniciais do capítulo

Começamos com as explorações. Hoje teremos exploração de outro personagem interessante para vocês! ^^



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Pokémon Estilo de Vida
Saga 01 - Estilo de Profissões
Etapa 02 – Motivos para Desistir



Difícil não é lutar por aquilo que se quer,
e sim desistir daquilo que se mais ama.
Eu desisti. Mas, não pense foi por não ter coragem para lutar,
e sim por não ter mais condições de sofrer”

(Bob Marley)



Capítulo 06 – Pressão das palavras



Derrotado. Fracassado. Medroso. Sem moral. Vergonhoso. Eram alguns dos adjetivos que estavam atribuindo a Kevin Maerd Júnior e Barreira por terem desistido do desafio da elite e sequer justificado. Normalmente a pessoa escolhia sua ofensa favorita e discursava a respeito. Mas, dentro do navio de cruzeiro no qual Are e Juliana estavam existia uma pessoa que usava todos esses e muitos outros.

Juliana forçou Are a ignorá-lo, bem como a qualquer outro que falasse mal de Kevin. Sabiam que não era verdade e que não seriam palavras jogadas ao vento que iriam transformá-las em verdade. Apesar de Are querer jogar as pessoas ao mar pelos insultos ao Maerd, ele seguiu o pedido da menina por alguns dias. Mas, não aguentou quando escutou um novo xingamento.



– Covarde! -



Parecia quase uma palestra. As pessoas aglomeraram-se ao redor de um jovem de quase 1 metro e oitenta e cinco, com uma espécie de terno um pouco aberto e gravata afrouxada. Usava um anel chamativo na mão direita com as siglas TP, o anel de formatura da Tecpokémon.

Era por do sol, mas o jantar já havia sido servido. O fuso era complicado quando se estava no meio do oceano. Próximo ficava uma arena de batalhas pokémon e nela, após uma luta e um comentário, o discurso sobre Kevin estava sendo iniciado.



– Kevin Maerd Júnior é um covarde. Ele... -



O rapaz parou de falar ao sentir uma mão tocando seu ombro. Ele virou-se e viu um cabelo crespo bagunçado, meio oculto por um boné. Óculos e muita gordura em mais de dois metros de altura.



– Pois não? - O rapaz era alto e magrelo, mas perto de Are realmente ele parecia ainda mais magrelo e não tão alto. Um cabelo preto em forma de topete, olhos escuros e pele branca. Era uma pessoa que não se destacava por sua fisionomia, mas a forma como falava era altamente debochada. - Posso ajudá-lo? -



– Pare de falar mal de Kevin Maerd Júnior! - Disse Are.



– Ou? - Ele encarou o gigante a sua frente. - Por acaso é uma das mocinhas de seu fã clube? -



– Arentilmar Hoo. - Ele estendeu a mão. - E gostaria que mostrasse um pouco mais de honra ou pelo menos maturidade caso não saiba o que é a outra coisa. -



– Por que? - O rapaz pegou na mão de Are. - Então acha que não tenho maturidade e honr... - Sentiu uma forte dor na mão. Segurou-se para não transparecer tudo o que estava sentindo. Are estava tentando quebrar sua mão em um aperto. - Des... - O aperto foi maior.



– Poderia me dizer seu nome? - Are nem parecia fazer força enquanto apertava a mão do rapaz. Mas, resolveu soltá-la para que ele não se ajoelhasse, já que já estava fazendo-o. - Sente-se bem? -



– Sou Brad Torque. - Disse o rapaz massageando a mão. - E agora está desafiado a mostrar suas habilidades. Afinal se quer tanto defender seu namoradinho na aren... - Antes que pudesse terminar de falar Are pegou a outra mão dele, para aceitar o desafio e apertou com força fazendo-o se ajoelhar desta vez.



– Deveria tomar cuidado com suas palavras. - Disse Are sorrindo e lhe dando as costas. Sacou um pokebola e sacudiu para ele mostrando que dirigia-se a extremidade da arena que estava mais próxima. - Mas, apenas um contra um. O jantar já foi liberado e tenha certeza, estou faminto. -



Então vou mantê-lo aqui a noite toda ou você acabará com a comida do navio, seu gordo. Brad apenas pensou, sentia as mãos doendo demais para ser imprudente de zoá-lo novamente.



Brad via a plateia que antes estava apoiando-o contra Kevin, agora cochichar quanto a situação e rir da pressão que o gordo havia feito a ele. Ele que tentava envergonhar alguém acabou sendo envergonhado. Não iria deixar o mesmo acontecer na arena.

Enquanto caminhou para se posicionar perguntava-se porque haveria alguém que defenderia Kevin Maerd Júnior naquele navio. Kevin foi seu rival durante um ano inteiro, enquanto viajavam por Sinnoh. O encontro deles foi encerrado por uma amarga derrota por parte de Brad nas semifinais. Todo o seu status de melhor aluno da Tecpokémon da história foi jogado no lixo.

Resolveu ir para um continente que não houvesse Kevin Maerd Júnior, bem longe de Kanto. Arton parecia promissor. Mas, ao que parecia pessoas ligadas a Kevin estavam pelo mundo tudo.



– Preparado para perder? -



Brad já estava posicionado com uma pokebola na mão. Não pareceu que alguém fosse fazer as vezes de juiz daquela batalha. Ambos simplesmente jogaram a pokebola no ar e depararam-se com o pokémon adversário.

Brad analisou a escolha de Are. Um Eevee. Famoso pokémon raposa quadrupede, com pequena estatura, pele creme para marrom com atributos balanceados e que se bem treinado poderia ver com uma variedade de ataques. Aquela escolha impressionou Brad que começou a se animar com a ideia de vencer aquele cara grandão.



Sunflora? Ao cair do sol? Are estava surpreso com a escolha. Tratava-se de um pokémon planta de quase um metro e meio de altura. Corpo quase todo verde, com exceção da cabeça que estava no formato de um girassol.



– Comece com Absorção. -



Brad comandou um movimento e viu o sorriso no rosto de de Are se formar. Uma espécie de bolha verde começou a se formar em volta de Eevee que apenas correu para o lado escapando do ataque facilmente. O gordo treinador conseguiu perceber que sua velocidade era muito superior.



– Double Team, Agility e Quick Attack! - Comandou Are.



Brad estreitou os olhos. O pokémon adversário multiplicou-se e logo várias raposas corriam por toda a arena, usando o ataque rápido contra o girassol gigante que levava todos os ataques. Os quatro lados eram usados para o ataque e mesmo conseguindo preparar-se para defender-se de alguns ataques, acabava levando-os em outra parte do corpo que os braços folhas não protegiam. Era como uma chuva de ataques aleatórios.

Double Team era um movimento que criava copias do pokémon. Era uma ilusão, realizada principalmente por conta da velocidade, que não causa dano ao adversário, mas serve para confundir e tirar sua atenção. O número variava de acordo com o o nível que o pokémon possuí e o quanto está acostumado a usar a técnica. No entanto, a técnica tinha seu poder aumentado quando combinada com outros movimentos.

A combinação do Double Team com Agility era forte, simples e muito conhecida. O pokémon que usava o Agility aumentava sua velocidade. A combinação culminava no aumento de copias, já que a base da ilusão era a velocidade. Mas, o pokémon tornava-se tão rápido que conseguia se reposicionar no lugar das copias fazendo-as quase reais. Possibilitava o pokémon usar ainda uma terceira técnica, criando uma tempestade de ataques, vindo de vários lados.

O ataque rápido era um terceiro movimento muito favorecido nessa combinação e assim o pokémon quase tornava-se um borrão para seu adversário.



– Double Team, Agility e Shadow Ball! -



Brad levantou a sobrancelha direita. Ao invés do pokémon usar inúmeros ataques rápidos agora estava usando inúmeras esferas negras. Shadow Ball era um movimento fantasma energético que criava uma bola de energia escura a ser lançada contra o adversário. Uma técnica poderosa que indicava que Eevee estava num nível alto.



– Fique em posição defensiva e vá usando Fotossíntese. -



O pokémon planta continuava a ser acertado. Brad parecia certo de que reverteria a situação em breve, nenhum golpe utilizado era realmente efetivo e isso garantia uma tranquilidade para ele. Para Brad a estratégia de Are era falha. O pokémon dele iria ficar desgastado em breve.

Uma combinação de três movimentos era algo de treinadores e pokémon de alto nível. Mesmo que Eevee tivesse um alto desempenho, para Brad estava claro que Arentilmar não compreendia o que estava fazendo. Uma combinação tripla era muito desgastante para o pokémon e fazer duas em sequência significa que ele iria estar esgotado em breve.



– Double Team, Agility e Iron Tail! -



Não é possível! Brad segurou uma expressão de surpresa. Realizar aquela combinação três vezes era improvável de ser feito por um pokémon sem que ao menos ele parasse alguns instantes para descansar. Eevee era muito mais forte do que aparentava e Are estava consciente da força e capacidade de seu pokémon. Nem pokémon nem treinador eram fracos.



– Concentrar energia! - Gritou Brad.



Sunflora agora estava sendo acertado por inúmeros Iron Tails. A pokémon planta sentia que o tempo entre um golpe e outro estava diminuindo. Tinha quase certeza que os golpes do Ataque Rápido, o famoso Quick Attack, tinham tido um intervalo de acerto muito maior do que o ataque Rabo de Ferro.

Concentrar a energia significava que iria fazer um dos ataques mais fortes. Sabia exatamente o que seu trenador estava pedindo. Mas, começava a duvidar que iria estar de pé quando estivesse totalmente carregada.



– Double Team... - Are começou o comando mas viu que o rosto de Sunflora brilhou intensamente. - Continue na combinação e aumente a velocidade. -



– Você só pode estar de sacanagem. - Brad gritou. - Pokémon nenhum faz isso sem estar fadigado. Mas, só preciso de um ataque para te levar para o chão. - Brad sorriu e cerrou os olhos. - Gire a cabeça no Raio de Sol! -



Sunflora estava sendo acertada, mas parou de se proteger e girou a cabeça disparando para todos os lados o raio de sol. Um dos ataques mais fortes de um pokémon planta que era fortificado quando havia luz solar, como naquele momento. Era um golpe que precisava de tempo para energizar e tinha um impacto forte.

Eevee, mesmo correndo em alta velocidade, foi surpreendido pelo raio que ao acertá-lo o lançou para trás. Cada copia foi desaparecendo até que nenhum outro havia a não ser um caído na arena.

Quando o Raio de Sol acabou o por do sol havia acabado e tudo começava a escurecer. Are estava olhando incrédulo para Eevee nocauteado e totalmente machucado. Como era possível um ataque fazer tudo aquilo?



– Isso é... -



Are abaixou-se perto do Eevee analisando-o. Seu pokémon era extremamente resistente e tinha certeza que por mais forte que aquele Raio de Sol tivesse sido ele não seria derrotado por um único golpe.



Eevee devia estar correndo na direção dele quando foi acertado pelo raio. Se ele foi de encontro ao raio a alta velocidade de Eevee com a velocidade da luz do raio fez o impacto aumentar em muito. Are tentava compreender o que havia acontecido. Olhou rapidamente para Sunflora que apesar de muitas marcas pelo corpo caminhava tranquilamente ao lado de seu treinador.



– É o BRAD! - Gritou Brad diante de Are como marca de sua vitória.



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Era a primeira vez em meses que conseguia ficar sozinho. A casa tinha dois andares, três quartos, uma cozinha uma sala anexa a sala de jantar, uma pequena lavanderia, um quintal grande e um único banheiro. Era relativamente grande e daria para se esconder quando quisesse ficar sozinho, mas a verdade é que morando com duas adolescentes a casa parecia pequena, especialmente quando chegava a hora de tomar banho.

Tinha várias coisas para escolher fazer e outras inúmeras que tinha de fazer. Mas, sentar no sofá sem disputar o controle remoto durante três horas não tinha preço. Cody Mevoj estava começando a gostar da ideia de ter deixado-as irem encontrar os colegas de escola, sozinhas, no parque da cidade.

Era a primeira vez que as duas saiam a noite sozinhas. Ele já sabia que o parque era o ponto de encontro da garotada, como ele tentava não expressar para elas. Ficava ao lado do Centro Pokémon e conheciam bem o caminho. Se fez de difícil pelos primeiros dez minutos e depois começou a estipular regras para aquela aventura noturna. Foi uma conversa de quase meia hora onde muitas recomendações foram feitas e uma ameaça velada quanto ao que aconteceria se passassem do horário. Era meia noite em casa ou podiam esperar por um certo professor aparecendo no parque chamando duas garotas de filhas no meio de quem quer que fosse. Não iria fazer nada, mas não achava que meninas de 16 anos deveriam ficar na rua após a meia noite sem nenhum tipo de supervisão.

Mas, após a primeira hora de silêncio ele começou a achar que as filhas poderiam voltar mais tarde. Principalmente após ligar para o Centro Pokémon e a enfermeira informar que as sextas feiras uma policial ficava no topo do prédio observando a garotada para certificar-se de que nada anormal aconteceria.



– Nunca tenho tempo para cuidar de você direito, né? -



Cody estava divertindo-se com seu mais antigo pokémon, uma Tangrow. Um pokémon enorme e com inúmeras trepadeiras envolvendo o núcleo de seu corpo. Os dois divertiam-se desde pequenos, em meio as trepadeiras de seu corpo. A tentativa de desembolar todos aqueles vários chicotes causavam risadas, em especial quando começavam a ficar mais embolados e Cody precisava de ajuda após ficar preso.

Tangrow agitou-se fazendo Cody não entender o que acontecia, mas aos poucos pode sentir que um cheiro foi forte e estranho foi surgindo. Escutaram a porta abrir e alguém entrar. Olharam para a porta de entrada e viram Riley coberta de lixo e exalando um cheiro terrível.



– Não posso deixar você sozinho que você se embola? - Perguntou Riley com cara de derrotada.



Tangrorow fez uma careta maior. O cheiro estava ainda mais forte para a pokémon planta que recolheu-se para a pokebola. O senhor Mevoj olhou para a filha sem saber bem o que havia acontecido e olhou o relógio que estava na parede. Não eram nem onze horas ainda. A noite certamente havia sido desastrosa. Entendia que ela estava tentando esconder a tristeza e a vontade de chorar puxando outro assunto que não motivo dela estar naquele estado.



– Caiu na lixeira? - Perguntou ele hesitante.



– Viu pai! - Ela deu um sorriso amarelo e sem graça. - Você é uma pessoa inteligente que sabe que uma menina como eu não anda deste jeito por querer. -



Realmente ela estava acabada. Trajava um corsário jeans que estava com uma espécie de mancha marrom, que dificilmente alguém entenderia ser sorvete de chocolate. Havia chicletes presos também. A blusa clara que já não podia identificar a cor estava encardida com várias cascas de banana agarrada, além de molho de tomate. Usava um colete que tinha mais chiclete e cascas de banana pregadas nela. Seu cabelo estava todo bagunçado e Cody tinha certeza que o que estava agarrado no cabelo da filha não sairia com um banho simples.

Riley sabia que seu pai sempre tinha a coisa certa a dizer, mesmo nas piores situações. Talvez ele não sentisse a pressão que ela sentia todo o tempo quando tinha que falar algo.



– Isso porque é seu pai. - A voz de Maya tomava conta do ambiente. Ela passava pela porta fechando-a e trancando-a. - Nem queriam deixá-la subir no ônibus, mas quando ela ameaçou começar a chorar o motorista acabou ficando com dó e nem cobrou a passagem. - Ela deu um sorriso maroto já certa de que embolsaria o dinheiro. - Enfim, fedorenta e menina lixo foram os apelidos mais brandos. -



As meninas haviam saído para se enturmar e acabaram voltando com a imagem mais manchada do que poderiam. Tudo correu bem até alguém perguntar se elas tinham um pokémon para batalhar. Estavam todos reunidos em volta de uma arena onde as pessoas do clube de batalhas da escola realizavam batalhas amistosas. Leila já havia derrotado quatro pessoas e eles ficaram na companhia de Marcela e Rodolfo. Quando Mordecai chegou Leila estava retirando-se da arena ele ficou a pedir uma batalha com alguém. Rodolfo ia batalhar quando Marcela questionou se as duas não teriam um pokémon.

O destino sorriu para Riley que havia deixado sua chickorita em casa, mas não para Maya que havia levado seu simpático Totodile. Enquanto Mordecai foi a forra pelo incidente do primeiro dia, Riley tentava incentivar a amiga que estava levando a maior surra.

Rodolfo inclinou-se sobre Riley para sugerir que ela diminuísse os incentivos pois estava ficando vergonhoso e possuía gente de outras escolas começando a se aproximar. Mas, Riley assustou-se e acabou caindo da arquibancada, mesmo Rodolfo tendo conseguido segurá-la por uns instantes.

Sua queda foi amortecida por várias sacolas de lixo. Infelizmente elas estavam dentro de uma caçamba e muita gente havia jogado coisas soltas ali dentro naquela noite, até mesmo vomitado. Leila correu para ajudá-la enquanto Maya desistia da luta para fazer o mesmo. Marcela foi fazer o mesmo até que alguém gritou “Rodolfo está jogando o lixo fora!”. A morena parou no mesmo instante. Até estava simpatizando com a “menina boazinha”, como Riley estava sendo rotulada, mas sabia que se ajudasse iria ser zoada.



– Menina lixo? - O pai saiu da sua cara de desentendimento para um sorriso que foi seguido de uma risada contida. - Parte que se joga fora. Mergulhadora do latão. - Ele começou a gargalhar imaginando o que havia sido falado.



– Comedora de lixo! - Completou Maya. - Sobras! - A loira não resistiu, era realmente engraçado e agora que já estavam em casa não tinha porque manter a seriedade. - Acredita que tinha um grupo de aves, que não consegui identificar quais, seguindo a gente. - Ela apontou para a amiga que fedia enquanto ria. - Por isso demorei para entrar, estava espantando-as. -



Riley olhou incrédula fez uma cara de irritada e caminhou para a escada, subindo a passos pesados enquanto escutava as risadas e Maya contando o que havia acontecido. O que era sentimento de humilhação passou a ser raiva. Voltou para a sala surpreendendo os dois.



– Se preparem para segunda feira. Você será chamada de catadora de lixo, pois me tirou de dentro do lixo e trouxe-me para casa. - Ela apontava o dedo para Maya que parou de rir. - E você papai. Vão te oferecer sobras durante toda a semana. Viram suas filhas fuçando o lixo e os levando para casa. Tadinho, tá passando fome! O rei do lixo! -



Riley virou-se ainda irritada e foi para o segundo andar tentar tomar um banho.



– Acha que isso vai acontecer? - Perguntou o Senhor Mevoj a Maya que apenas confirmou com a cabeça. - A graça acabou. -



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– Sabia que a comida ia me fazer mal depois de uma derrota como aquela. -



Após a derrota para Brad, Are acabou extravasando a raiva na comida. Quando voltou para o quarto Juliana já dormia e ele acabou tentando dormir com a cabeça quente. Cochilou algumas vezes, mas a maioria do tempo ficava virado olhando a parede da cabine onde estava hospedado.



Brad é realmente bom. Mesmo usando meus melhores movimentos, permitidos para um navio, ele não se abalou e contra-atacou com bastante poder. Eu deveria ganhar e mostrar para ele o quanto ele estava sendo babaca, mas acabei derrotado e escutando a noite toda ele tagarelar sobre Kevin ser fraco. Causas nobres deveriam ter vitória garantida. E agora, tenho que ficar calado. Tenho que desistir de defender Kevin. Como posso desistir se o cara a quem ofendem salvou minha vida? Are tinha muitos questionamentos e não se conformava de ter perdido. A derrota pura não era problema, mas as consequências da derrota sim.



Ele não tinha o mesmo estilo ou potencial de Kevin, mas era seu amigo. O primeiro amigo que fez na vida e a primeira pessoa que estendeu a mão a ele. Tinha certeza que já estaria morto se não fosse por ele. Nunca teve a oportunidade de agradecer a altura e quando teve a oportunidade foi derrotado como se ele não fosse nada. Ser derrotado era humilhante, mas não conseguir fazer Brad parar de falar de Kevin era arrasador.



– Como alguém que está defendendo alguém pode perder? -



Ele virou-se perguntando a Juliana, mas lembrou-se que ela já estava a horas dormindo. Arrependeu-se de ter questionado tão alto. Se ela acordasse teriam uma briga daquelas. E curiosamente, apesar de muitas farpas, eles não haviam brigado feio ainda. Mas, a menina não estava na sua cama.

A cama estava remexida, como se ela tivesse dormido e levantado-se, sem arrumá-la. Olhou pelo quarto que se encontrava na penumbra e viu que a porta do banheiro estava aberta e ninguém parecia estar lá. Não estava em nenhum lugar do quarto.

Arentilmar poderia ter ficado quieto em sua cama. O que ela havia ido fazer não dizia respeito a ele ou teria acordado-o. Mas, a curiosidade uniu-se ao fato de não conseguir dormir. Levantou-se e puxou um casaco que ocultaria sua roupa de dormir e saiu da cabine olhando em volta.

Estavam em uma ponta do navio que não havia muita movimentação noturna. Se ela tivesse ido para alguma festa, cassino ou algo daquele gênero, estaria do outro lado. Daquele lado ele poderia apenas verificar as áreas de esportes como piscina, quadras e arenas.

As arenas pareciam mais promissoras. Até aquele momento ela não havia interessado-se por piscina ou nenhum outro lazer. Passava horas lendo um livro antigo e bem acabado, fazendo anotações em uma espécie de diário. Sempre em locais isolados com poucas pessoas. Sempre vestida com aquela sua roupa que quase a ocultava.

Foram alguns minutos até chegar ao espaço das arenas onde realmente havia alguma movimentação. Caminhou com calma para identificar o que estaria acontecendo. Lá estava a menina dos cabelos e olhos de coloração azul escuro. Ela comandava um treino físico ao seu pokémon do tipo água, Mudkip.



– Pode se aproximar que o escutei aproximando-se faz tempo. - Comentou Juliana sem tirar os olhos de seu pokémon e seus exercícios. - Não conseguiu dormir depois de perder para o Brad, né? -



Are não disse nada. Aproximou-se com calma observando os exercícios. Ela treinava seu pokémon exercitando os músculos como se fosse um humano. Era diferente do que ele fazia repetindo o mesmo movimento várias vezes exigindo sempre muito mais força. Mas, coordenadores eram diferentes de treinadores e a menina era uma coordenadora.



– Brad Torque é um idiota e mais revoltante que você. - Comentou Juliana. - Mas, é um treinador de alto nível. É um dos muitos treinadores que ficaram escondidos durante os ataques das organizações criminosas. Ele é o tipo de pessoa com quem você não discute. Depois de um minuto ele já está sacando uma pokebola querendo provar que está certo pela força de seus pokémon e suas habilidades. - Ela olhou para ele por alguns instantes. - Encontramos com ele e as irmãs em Sinnoh e caímos na besteira de discutir com ele algumas vezes. Acabamos presos por causa da confusão que se formou. - Ela parou. - Acha que eu não queria matá-lo? Me dói desistir de defender Kevin. Mas, ele diria que são apenas palavras. Não é risco real, entende? -



Are apenas pensou sobre aquilo. A famosa viagem que Amanda, Juliana e Kevin por Sinnoh resultou no confronto com a família Torque. Não tinham nenhuma tradição no mundo pokémon, mas pelo que Juliana contava, eram bons.



– Já acho que ele faria Brad calar a boca. - Ele suspirou. - É muito doloroso desistir do que você acredita. - Are realmente parecia perturbado. - Mas, entendo. Você pintou os cabelos e está usando essa lente para não a reconhecerem como Juliana Pendraco. Apesar de não esconder seu nome. - Are olhou-a por algum tempo. - Inicialmente achei que estava fugindo de pessoas perigosas, mas agora sei que é para evitar pessoas como Brad e que lhe perguntem de Kevin. -



A menina assentiu, apesar de ser apenas meia verdade. Ela realmente mudou seu visual para que ninguém a identificasse e ficassem questionando. Mas, porque pessoas perigosas estavam atrás de Kevin e mais cedo ou mais tarde iriam atrás dos amigos de Kevin para forçá-lo a aparecer. Mudar o visual e afastar-se o máximo possível era a melhor solução para proteger a todos.

Are ajeitou os óculos com o mindinho. Percebeu que havia algo mais naquele look novo e então entendeu que o perigo era tão real quanto os questionamentos. Será que ele por estar com ela também corria perigo?



– Evite o Brad. - Disse Juliana indo até seu Mudkip e lhe fazendo um carinho. - Ele e a irmã ainda não me reconheceram aqui. Mas, podem cismar com você assim como fez com Kevin em Sinnoh e ficar nos perseguindo por Arton. - Ela recolheu o pokémon e encarou o companheiro de viagens.



– Não tenho medo dele. -



– Seu objetivo em Arton é a liga e achar Kevin. - Comentou a meia voz Juliana, certa de que os ventos poderiam levar sua voz para ouvidos que ela temia estarem por ali. - Kevin não avisou a ninguém para onde ia, como se estivesse se escondendo, você vai levar as pessoas até ele? -



Are encarou Juliana por alguns instantes. As palavras dela pareciam calculadas. A menina parecia tensa. De repente ele percebeu que a palavra usada pela menina fazia muito mais sentido. Ele não havia sumido, havia se escondido. E se isso era verdade, não podia trair o amigo e levar pessoas como Brad até ele.



– Você tem razão. - Disse Are por fim fazendo um sinal para voltarem para o quarto. - Mas, você disse que evitou a irmã. Mas, antes falou de irmãs? Só uma está no navio? -



– Sim. - Disse Juliana caminhando. - Arton tem idade mínima para treinadores. Mesmo que você seja de outra região e tenha credencial de treinador, não pode atuar por lá antes dos quinze anos. -



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O sono foi interrompido de maneira abrupta. Sons de batidas aconteciam e começavam a dar-lhe dor de cabeça. Tentou colocar o travesseiro na cabeça, mas não adiantou as batidas continuaram. Alguém estava a porta e não parecia se tocar que ele não estava fisicamente disponível.

Levantou-se rápido afim de por fim ao barulho. Seu corpo foi rápido ao chão e teve ficar por ali mesmo. Tropeçou nas própria bagunça e tinha certeza, haveria muita pelo caminho. Novas batidas e a irritação aumentou.



– Já vai! -



Respondeu erguendo-se do chão e chutando a roupa agarrada no seu pé para o lado. Chegou a porta e abriu-a, apenas o suficiente para ver quem era e para o estorvo entender que estava incomodando.



– Bernard! - A voz saiu alta e muito preocupada. - Sei que são uma da manhã, mas a parada é séria. Precisamos descobrir quem e porque antes que o incidente vaze e a universidade passe a cancelar os trotes. Sabe o que vão fazer conosco se... -



– Pare! -



Bernard disso de forma forte e firme. Sua cabeça estava começando a doer mais do que ele poderia querer. Estava de ressaca e sabia que só depois de boas horas de sono é que ele estaria sentindo-se bem o suficiente para conseguir brigar com alguém.

Havia reconhecido o rapaz franzino, careca e de óculos de armação delicados. Ford nunca fora a pessoa mais atraente para as meninas, era um pouco esquisito, mas uma boa pessoa. Muito lógico não costumava fazer estardalhaço. Bernard lembrava-se do dia em que o esquisito engraçou-se para com uma menina que tinha namorado e o resultado foi um nariz quebrado. Mesmo com sangue jorrando ele ficou calmo. Não estaria batendo a sua porta desesperado por pouca coisa.



– Estou de ressaca! - Ele disse abrindo a porta e deixando que ele entrasse. - Não entendi quase nada. - Bernard olhou no corredor antes de fechar a porta. As pessoas ainda estavam bem acordadas. Era o primeiro final de semana e a maioria ainda estavam fazendo festas e outros mais. - Cuidado com... - Bernard tentou avisar, mas era tarde. Ford tropeçou nas coisas espalhadas pelo chão.



– Me socorra! Me socorra! - Gritava Ford. - Tem coisa algo me agarrando nesse chão. - Gritava o garoto. - Ta fedendo! Ta fedendo - Ele se desesperou.



Bernard acendeu a luz, a contra gosto, e ajudou Ford. O jovem de óculos olhou em volta assustado. O quarto tinha a mesma configuração que o seu,mas eram tantos livros espalhados, junto a roupas, que não se parecia nem de perto com o seu. Aproximou-se da cama tentando se acalmar enquanto via Bernard com a mão na cabeça tentando suportar as dores.



– O trote da medicina pokémon saiu do controle. - Disse Ford apoiando a mochila na cama e retirando um notebook.



Bernard olhou confuso. Seu trote havia sido perfeito. Dois professores estavam presente, seis câmeras filmaram todo o evento. A caça ao tesouro, as pinturas pelo corpo, sem afetar o cabelo ou pele de ninguém. A preparação da festa que os próprios calouros tinham que organizar. Danças malucas. Discursos. Disputa de bebidas. O desfile de modas. Imite o pokémon. do momento das boas vindas à liberação dos calouros para permanecerem com eles ou irem descansar, após vinte quatro horas, tudo foi filmado.

Bernard só conseguiu chegar ao seu dormitório as dez da noite, após limpar toda a bagunça. Chegou vomitando por ter inventado de beber um pouco mais após a limpeza. No entanto, o trote de medicina pokémon tinha sido um sucesso.



– O trote do meu curso foi um sucesso. Não tivemos nenhum incidente. Apenas três saíram bêbados e ficaram sendo observados por alguns veteranos por mais de seis horas. -



Havia todo um cuidado com os trotes por parte dos veteranos da UPK. Dez anos atrás alguém perdeu a visão em uma brincadeira do trote de engenharia e após isso as turmas concordaram em garantir a segurança das brincadeiras. Foi sugerido, inclusive, que tudo fosse filmado e levassem professores para participarem, bem como apresentar planejamento ao padrinho da turma para saber se alguém teria alguma dificuldade quanto aquilo. A ideia foi aceita e durante os dez anos a UPK apoiava o trote sempre lembrando-os que se um novo incidente acontecesse os trotes seriam proibidos.

Ford era líder da turma do segundo período de computação e foi o responsável pelo trote de seu curso.



– O trote que criamos foi entregar para cada calouro um nootebook com um vírus. - Ford mostrou a tela do computador que colocou na cama. - A tela fica travada com essa informação de TROTE o tempo todo. O desafio deles era consertar o computador. Complicado, mas não impossível - Ele sorriu. - Não adianta formatar, não adianta passar antivírus. O computador vira uma sucata. - Ele ponderou. - Para cada meia hora levavam um castigo. Bebidas, comer coisas nojentas e... - Ford percebeu a cara de irritação de Bernard. - Tudo correu bem. Mas, as dezoito horas de hoje bateram na minha porta. Um aluno de medicina pokémon pedindo ajuda para com um vírus trote que inseriram no computador dele durante o trote de vocês. Pensei que era besteira, mas quando liguei o notebook tive que me controlar para não gritar. Era o vírus trote da minha turma. -



– O vírus trote da computação estava no computador de um calouro de medicina pokémon? - Bernard surpreendeu-se. - Mas, como? - Bernard parou ficando assustado. - Eu falei que os trotes tinham acabado. Se esse cara denunciar isso para a universidade vamos ser linchados. Vão cancelar os trotes e todos vão nos culpar. - Ele olhou para Ford. - Conserta isso e me diz quem é o calouro que vou tentar convencê-lo a não nos denunciar. -



– Você acha que se fosse simples assim eu estaria desesperado? - Ford não acreditava no que havia escutado. - Alteraram o vírus, não tem como eu resolver. - Ford falou ainda mais alarmado. - O notebook é caro. Arton não vende desses. -



– Por que fizeram um vírus desse? - Berrou Bernard. Sentiu dor na mesma hora. - Ajude-me a achar o celular. -



– Não fizemos! Eu acabei de dizer que alguém alterou. - Ele quase gritou, mas percebeu que aquilo piorava as coisas para Bernard. - O vírus que nós fizemos só trava a máquina. Mas, alguém pegou o programa malicioso que criamos e transformou nessa bomba que inutilizou o computador todo. E pior, parece que ainda roubou todos os dados dele. - Ford viu Bernard parar de procurar o celular. - Já sei o que vai perguntar, se tem chances de mostrarmos que não fomos responsáveis por isso. - Ele balançou a cabeça negativamente. - Já analisei o vírus, o cara usou os nossos códigos iniciais. Qualquer perito de merda que pegar vai identificar o vírus como o do trote de computação. E mesmo que não identificasse, acha que a universidade vai perder tempo com analisando algo? Olha a tela dizendo trote! -



Bernard ficou calado sentindo a cabeça pulsar. Aquilo era complicado demais para ele entender. Percebia que Ford estava usando um linguajar bem básico para ele compreender, mas ainda assim só conseguia entender que o vírus acabou com o computador e iriam ter que se virar para resolver o problema antes que isso vazasse.

Encontrou o celular, debaixo de uma pilha de roupas. Quando viu o visor havia trinta ligações. Vinte de Ford no intervalo de horas de oito da noite as próximo de uma da manhã, indicando que ele havia caçado-o por bastante tempo, e outras dez de um colega de classe.



– Cara, tenho que retornar uma ligação. - Disse Bernard começando a ligar para o cara que ligou para ele dez vezes. - Mas, o que vamos fazer? Tem certeza que foi perda total? Como é que ele pegou isso ? -



– Ele disse que estava na mochila embalada durante todo o trote e que só os veteranos tiveram acesso. - Comentou Ford. - Talvez tenha um jeito. Como eu disse alguém roubou os dados. Não foi uma copia de arquivos, foi uma imagem do computador inteiro. - Ford percebeu que Bernard não entendeu nada. - Você copia arquivos com copiar e colar. O cara fez um backup dos arquivos do computador. -



– Backup? -



Bernard fez um gesto com a mão para ele espertar.



– Só vi agora as ligações, mas estou com um problema sério aqui. Fala rápido. - Bernard ficou a escutar a pessoa do outro lado. Olhou para Ford franzindo a testa e parecia que o que falavam do outro lado da linha fazia sentido. - Escuta o que eu vou dizer, mas presta bastante atenção! Vai deixar esse garoto ai a noite toda e vai ajudá-lo no que ele pedir. - Bernard fez uma cara de irritado. - Porque você me ligou para saber o que deveria fazer e estou dizendo que é para fazer isso! - Bernard pareceu escutar algo do outro lado da linha. - Depois eu explico! -



Ford viu Bernard desligar o celular e por a mão na cabeça. O dono do quarto caminhou até o criado mudo e pegou alguns comprimidos engolindo-os a seco e logo depois apoiou-se na parede próxima. Parecia preocupado e pensativo.



– Acho que já sei qual foi o aluno que foi atrás de você. Ao menos, tem um calouro lá na biblioteca com cara de quem vai virar a noite. - Desapoiando-se da parede ele percebeu que Ford não havia entendido. - Vocês da computação nem passam na biblioteca. - Ele revirou os olhos. - Mas, deve saber que ela fica aberta vinte quatro horas, usando estagiários de qualquer curso, principalmente a noite. - Ele viu Ford confirmar. - Um colega de classe faz estágio por lá na madruga de sábado e domingo. Nunca aparece ninguém e ele apenas dorme ou leva alguma gatinha para um estudo noturno. Mas, o calouro chegou lá as oito da noite e parece que está ligado no duzentos e vinte. Ele parece um furacão pegando livro, fazendo anotações e usando um notebook jurássico que tem que ficar na tomada o tempo todo. -



– Para sua informação é um clássico e aguenta dez minutos na bateria. - Ford havia emprestado no notebook extra que possuía para que o rapaz pudesse fazer seu trabalho. - Mas, voltando ao assunto principal. Quem fez isso tem um backup do computador, com esse backup eu posso tentar restaurar tudo. -



– Minha cabeça vai explodir. - Ele fechou os olhos levando pressionando as têmporas em seguida. - Não consigo pensar. Faça isso por nós dois ou vá direto ao ponto. -



– O que? - Ford arregalou os olhos e sentou-se na cama. - Eu vim aqui para você descobrir quem fez isso na sua turma de veteranos para que forçasse o cara a entregar o meu veterano. - Desolado o rapaz tirou os óculos e passou a mão pelo rosto. - Eu já apressei o preço e não vou mentir, vai sair uns sete mil com frete expresso. -



– Interroga todo mundo. - Disse Bernard. - Verifica as impressões digitais. Assiste as filmagens. Culpa o mordomo, o zelador, o parente mais próximo! -



Ford ficou olhando incrédulo. De todas as ideias possíveis de receber aquela foi a mais inusitada. Impressões digitais. Poderia ser viável, certamente quem fez o trote não usou luvas. Talvez tivessem sorte em invadir o sistema da universidade e ter a base de digitais cadastradas, mas não tinha ideia de como pegar a digital que estava no nootebook, sem contar que ele próprio já tinha marcado o equipamento com as suas impressões diversas vezes. Ainda assim era uma ideia interessante.

No entanto, percebia que Bernard estava no seu limite. Sua aparência de acabado e o cheiro da cerveja deixava claro que logo ele não teria mais utilidade, na verdade Ford achava incrível ele ainda estar de pé. A técnica da tempestade de ideias com coisas vistas em filmes policiais feitas por um bêbado seria algo hilário se a situação não fosse terrível.



– O parente mais próximo! - Bernard pegou o celular para fazer uma ligação. - Você disse que tínhamos que descobrir qual veterano dos meus fez isso para descobrir qual dos seus fez isso. - Bernard olhou para Ford. - Arriscaria colocar a mão no fogo por qualquer um do meu período para cima. Somos muito unidos e não iriamos sacanear um futuro colega desse jeito. Mas, não posso dizer a mesma coisa dos calouros do meu curso. -



– Está sugerindo que um calouro do seu curso fez isso? - Questionou Ford pensando. - Bom, não seria impossível. Nesse caso, até um calouro do meu poderia ser suspeito. O que tem haver isso com parente próximo? -



– Seu trote foi segunda feira. O nosso foi ontem a tarde. Tempo suficiente para seu vírus ser modificado e passado para um calouro meu. Que se lembro bem daqueles dez malucos, um deles falou que tem um irmão gêmeo na computação. -



– Irmão gêmeo? - Ford ficou tentando se lembrar quem no curso tinha irmão gêmeo e só percebeu que Bernard esticava-o o telefone quando ele parecia tombar na cama. - EI! -



Ford sacudiu-o umas duas vezes sem sucesso. Viu que o celular ainda chamada e foi até a mesa ver que remédio ele havia tomado.



Desgraçado! Vai me deixar sozinho nessa! Ford conteve o impulso de gritar ao identificar que era remédio para dor de cabeça, mas que dava sonolência com probabilidade de adormecimento repentino.


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Notas finais do capítulo

No capítulo oito teremos a personagem escolhida por Ichigo para estar aparecendo. Justamente nesse capitulo as coisas também darão uma guinada na fic e as coisas começarão a ficas mais violentas e interessantes, afinal vamos explorar as personagens! ^^



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