PEV - Pokémon Estilo de Vida escrita por Kevin


Capítulo 17
Capítulo 16 – Coragem para decidir


Notas iniciais do capítulo

Ja abraçaram suas mães hoje? FAÇAM!

Começo agradecendo a Tchug! Esse cara que vem sempre comentando na fic me presenteou com uma maravilhosa recomendação e a vocês com mais um personagem a reaparecer. ^^

O personagem escolhido por ele aparecerá em breve, mas hoje vocês verão um personagem antigo a aparecer também. Eu estava devendo e pago sempre minhas dividas. VAMOS COM TUDO!

E agora vamos episódio de hoje!



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Pokémon Estilo de Vida
Saga 02 – Fantasmas do Passado
Etapa 05 – Competições Escolares

Existe uma maré nos casos dos homens.
Cuja, levando à inundação, nos encabeça à fortuna.
Mas omitidos, e a viagem das vidas deles está restrita em sombras e misérias.
Em um mar tão cheio estamos agora a flutuar.
E nós devemos pegar a correnteza quando nos for útil,
Ou perder as aventuras antes de nós ”

(Shakespeare)

Capítulo 16 – Coragem para decidir

– Existe uma maré no caso dos homens... -

Leila provocava a irmã na mesa de café da manhã. Se havia algo que Lívia não gostava era de livros, isso vinha desde pequena e havia apenas piorado após ter crescido. Para a aspirante a médica pokémon as histórias pareciam muito surreais e mentirosas. No entanto, naquela manhã de terça em que as aulas do primeiro período de medicina pokémon ainda estavam suspensas, Lívia estava tomando o café enquanto lia um livro.

– Ainda estou tentando entender essa parte. - Lívia suspirou. - As vezes me pego pensando que sou a mais fraquinha dos alunos de minha turma. -

– Mesmo assim o tal egocêntrico e metido a gênio foi quem desistiu. - Comentou Leila tentando animar a irmã. - Como era mesmo o nome dele? -

– Albert. - Disse Lívia. - A turma está diminuindo a cada dia. Antes de Albert desaparecer teve o Walter que foi suspenso do semestre e ninguém nos contou o motivo. E agora, temos o Zeliomar que agrediu o John, certamente será expulso. -

Leila ficou olhando a irmã durante alguns instantes. Ela se revezava entre ler o livro e comer algo da mesa farta de café da manhã que prepararam.

Na noite anterior falaram sobre o incidente e o que poderia acontecer com John. De fato era amedrontador para qualquer pessoa ficar ao lado de John, sabendo de seu passado. Mas, a universidade certamente tinha ciência disso desde sua matrícula.

Se ele já havia pago por seus crimes e procurava uma vida nova, alguém poderia negar? Se ele estava tendo a coragem de enfrentar a sociedade em busca de uma vida melhor porque as pessoas não poderiam encontrar a cortagem de conviver com ele?

No entanto, Leila não acreditava que tudo aquilo fosse coragem e sim necessidade. Não sabia como John teria ido parar na turma da irmã, voltar a uma vida comum depois de anos de crime e atrocidades não era por coragem.

– Por que Julio Cesar? - Questionou Leila. - Shakespeare apesar de ser uma das melhores literaturas é uma das mais complexas para quem não está acostumado a ler. -

– Bem... - A irmã sorriu sem graça. - O clube do livro que o professor de português, Otello, montou da até nove pontos extras por mês para quem ler os quatro livros do mês, é um livro por semana, e participar do encontro semanal de uma hora. -

– Está fazendo qualquer coisa por pontos, né? - Leila riu. - Até aceitar favores de Kevin. -

– Não estrague o café. - Resmungou Lívia que logou depois pareceu derrotada. - Confesso que a vaga dele me ajuda muito e quem me falou do clube do livro também foi ele. - Leila fez uma cara sínica que a mais velha tentou ignorar. - Mas, não estou em condições de negar-me receber ajuda. -

Lívia percebeu que a irmã parou de rir e ficou a encará-la estranhou a atitude. Dificilmente a mais nova deixaria de provocá-la a respeito de Kevin, ainda mais desta confissão.

– Sabe que se você não tomar coragem logo, vai acabar perdendo-o, né? -

Coragem? Apenas acho-o diferente, bonito, atencioso, uma ótima companhia e diferente de mais da metade das pessoas que conhecia. Isso não quer dizer nada. Ou quer? Lívia ficou olhando a irmã por alguns instantes. Mas, o que Leila diz tem sentido. Se ele realmente for um cara que fica dando em cima de novinhas e outros mais, ele não ficaria disponível para sempre.

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– Toda essa minha produção para nada. -

Havia uma aglomeração de jovens em volta de um grande cartaz. Pareciam animados e aqueles eram apenas os que queriam, mais uma vez, pegar as informações do evento de final de semestre do Colégio Norte. Quando chegaram para mais um dia de aula depararam-se com uma grande placa na entrada, alguns cartazes pela escola e vinhetas recorrentes sendo tocadas durante os tempos livres.

“Quarenta e oito horas de intensidade, quarenta e oito horas de batalhas, quarenta e oito horas de celebridade! Viva esse Estilo! ”

A diretora observava de longe, acompanhada do professor de história. Ela não parecia nada satisfeita, estava com uma bota de couro, cabelos arrumados e maquiagem. Ela realmente esperava chutar o professor naquele dia para fora da escola, mas ainda havia a oportunidade para isso durante a semana.

– Não sei como o pouco dinheiro que possuía permitirá fazer tudo que está anunciando. - A diretora desdenhou. - O chutarei depois que não tiver como pagar por tudo isso, ou até melhor. No meio do evento quando as pessoas que contratou perceberem que vão levar um colate. -

A maioria dos jovens estavam animados, tudo começaria na sexta feira a noite as sete. Haveria uma cerimônia de abertura e logo depois uma celebridade do mundo pokémon, que seria a cerimonialista do evento, faria uma exibição para todos. Ninguém sabia quem era a celebridade, mas era a primeira vez que a maioria teria a oportunidade de ver alguém grande do mundo pokémon já que Khubar não tinha esse tipo de tradição.

No dia seguinte a atração ficaria por conta de um grande torneio pokémon entre os alunos que desejassem encarar o desafio. A noite seria preenchida com uma grande festa no estilo boate. Essa era uma atração que estava atraindo-os intensamente. Um dia de batalhas, onde poderiam zoar e parabenizar cada atuação e uma noite para dançarem e tentarem a sorte com alguma paquera.

Para encerrar no domingo haveria as finais do torneio e o campeão do torneio poderia passar algumas horas com a celebridade pokémon. As finais atraiam, mas uma agitação grande ocorria com aquele tipo de prêmio. Fosse quem fosse a celebridade, aquele que ganhasse o pequeno torneio poderia conversar com a celebridade e muitos queriam fazer uma lista de coisas a perguntar para alguém que vive para os pokémon.

– Estou feliz que esteja torcendo pelo sucesso do evento de sua escola. - Mevoj satirizou rapidamente. - Mas, a celebridade virá de graça, tenho uma pessoa para coordenar o evento de graça, comida e bebida são acordo de vendas onde dez por cento ainda volta para nossos bolsos. As únicas coisas que pagamos foi a empresa de evento para nos dar sonorização, iluminação e publicidade. -

A diretora encarou o professor com certo desdém. Ela tinha certeza que Cody Mevoj não tinha nada pronto na sexta feira, viu no rosto dele o desespero quando questionado. No dia anterior, segunda feira, estava surpreendida com a série de questionamentos de seu suposto assistente, mas estava claro que nenhum deles tinha ideia do que fazer afinal nenhum centavo havia sido retirado da conta da escola reservada para o evento. Chegar e ver aqueles cartazes e vinhetas sendo tocadas enquanto alguns técnicos de sonorização analisavam a escola para saber o quanto de sonorização e luz precisariam estava tirando-a do sério.

– Vou almoçar. - Disse a diretora saindo e vendo Mevoj dando um passo para acompanhá-la. - Não me acompanhe que você me causa indigestão. -

Cody Mevoj deu uma risadinha. Kevin Kirian Júnior realmente havia salvado-o. Foram sentaram as cinco da tarde do dia anterior, no Centro Pokémon, após Mevoj deixar as filhas em casa e avisar que chegaria apenas as onze da noite e que não queria saber de molecagens naqueles dias. Com quatro horas eles identificaram o que ainda não havia sido feito e tinha a proposta, explorar os pokémon, o que visivelmente era uma das habilidades que Kevin possuía. Depois que Mevoj decidiu por aquele tipo de evento, Kevin terminou o planejamento em uma hora.

Kevin Kirian Júnior era Kevin Maerd Júnior. Por isso, tinha experiência com torneios, contatos com celebridades que não se incomodariam em estar com crianças e tinha a habilidade com festas. Já conhecia como fazer a maioria das coisas, de esquema de baratear comida, organização do evento e tipo de empresas que poderiam cobrir sonorização, publicidade e iluminação. O tempo não permitia que eles escolhessem muito e a falta de conhecimento sobre Arton forçaram-nos a aceitar fechar contrato com a primeira empresa que fez um preço que cabia no bolso e aceitasse o tempo curto, dando a eles um slogan e cartazes nas próximas horas.

Mejov queria saber quem era Kirian, mas a promessa estava feita e ele jamais poderia perguntar como um jovem de dezenove anos poderia saber tanto de organizar um evento em um curto espaço de tempo. O jovem parecia um adulto experiente enquanto o professor um garoto desesperado. Mas, sua curiosidade não poderia ser sanada. Queria curtir o triunfo. Os elogios que recebia dos vários alunos que sabiam que ele era o responsável pelo evento do ano.

– Será que minhas filhas estão curtindo? - Mevoj se perguntou, percebendo que ainda não havia visto as meninas desde a chegada a escola.

A escola era grande e com isso Maya podia almoçar e desaparecer para tirar um cochilo em qualquer parte. Apesar que naquele dia parecia complicado. Muitos passavam por ela dizendo “Nos vemos na arena!” e dava o maior sorriso que ela já recebera naquela cidade.

– Maya! -

A voz de Riley ecoava pelo corredor. A loira olhou para a morena que se aproximou dela com olhos questionadores e um tablet na mão.

– O que é isso? - Riley sacudiu o tablet. - O que é isso? -

– Sei que é muita tecnologia, mas você já viu um tablet antes. - A loira sorriu diante da própria piada e segurou o tablet. - O que é isso? - Sua expressão mudou rapidamente.

– Nos vemos na arena, Neet! -

Alguém passou saudando Maya e de repente a menina entendeu a saudação e entendeu a informação do tablet.

– Por que Maya? - Riley ainda olhava pra a prima esperando uma explicação. - Você quer nos pôr em risco, de novo? - Riley parecia confusa e suplicando uma explicação.

– Claro que não! - Ela falou mais alto do que queria e então percebeu, estava no corredor da escola. Naquele momento ninguém que passava parecia interessado nelas, mas sabia que era apenas questão de tempo até perceberem o que estava acontecendo.

Puxou Riley pelo braço e foram até a sala de aula delas, tinha certeza que estaria vazia e dali poderia conversar mais reservadamente. Sua prima estava um pouco alterada e apesar de gostar de ver Riley em um estado diferente da tristeza, aquele não era o momento para ela ficar preocupada daquela forma. Tinha que admitir que o motivo não era dos melhores.

A escola teria um torneio pokémon durante o evento e na listagem de competidores estava o nome Mata Neet. A pessoa precisava se inscrever e a família Mevoj, junto a Maya Neet não queriam chamar aquele tipo de atenção para eles. Maya participar significava uma exposição grande demais.

– Não me inscrevi. - Disse Maya ao chegar na sala colocando a prima para dentro e ficando encostada no batente da porta por onde conseguia vigiar o corredor. - Sabe que sou horrível em batalhas. -

– Bem... - Riley olhou para a prima mais aliviada e um tanto constrangida. - Desculpe-me. -

– Não tem problema lindinha. - Ela sorriu. - Você fez o melhor para todos e agora eu terei de fazer o melhor para todos. -

– Como assim? - Riley não entendeu. - A única coisa que tem que fazer é retirar seu nome. -

– Sou uma Neet. Não fugimos de um desafio, ainda mais se esperam que nós o façamos. - Maya parecia irritada. - Quem fez isso quer me enfrentar e eu vou para cima. Porque um Neet não foge de uma boa briga! -

– Odeio que seja uma Neet! - Riley falou desapontada.

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– Sinto por incomodar! -

Are estava cansado. Sua mochila era pesada e perdeu-se uma dúzia de vezes pelo caminho de Veridiana a Pallet. Quase resolveu pernoitar por lá, mas Tin estava tão próxima e com um Centro Pokémon a disposição que a opção de dormir novamente em um saco de dormir não pareceu tão convidativa.

– Incomodo algum. - A voz calma e olhar terno realmente deixava a pessoa a vontade. - O Centro Pokémon lhe ofereceria de tudo, mas acho que conversar aqui em casa seria muito mais... -

– Seguro? - Are fez uma sugestão que foi confirmada por um aceno de cabeça pela loira.

Tin era a cidade Natal de Kevin Maerd Júnior, bem como de sua irmã Julia Maerd. A jovem dos longos cabelos loiros e dos claros era considerada uma das mulheres mais lindas de Kanto e com seus 23 anos era uma Mestra Pokémon fazendo história por sua região e arredores. Ainda tinha residência em Tin, morando em uma casa elegante anexa a uma espécie de sítio.

Quando Are chegou ao Centro Pokémon da cidade pretendia descansar e procurar a mestra apenas no dia seguinte, pois nunca havia ido a casa dos Maerds, mas para sua sorte a mestra estava no centro a conversar com a enfermeira local.

No entanto, já era umas dez da noite e Are pediu para que pudesse conversar com a loira ainda naquela noite. Acabou sendo convidado para hospedar-se na residência Maerd o tempo que ficasse por Tin, o que certamente não seria muito já que não havia muito na cidade para se fazer.

– Por saber a palavra que eu tentei evitar deve ter encontrado com os fantasmas. - Julia Maerd não pareceu querer fazer rodeios. - O que te fizeram? -

Estavam na sala de jantar, onde Julia tomava chã enquanto Are tentava não devorar muito rápido o bolo que lhe foi servido. Ele não escondia o quanto estava impressionado com a mestra. Sempre a achou bonita e sempre soube que ele era extremamente talentosa, mas o poder de dedução que ela possuía era assustador.

Em batalha ela usava aquilo de uma forma ainda mais impressionante. Diziam que era como se estivesse a manipular o adversário durante toda a batalha, mas quem era derrotado dizia com toda certeza, ela não era mestra por acaso.

– Juliana e eu estávamos em Arton. Nos separamos e ela foi sequestrada, interrogada e torturada pelos tais fantasmas. Com a ajuda de alguns amigos, se é que os Torques podem assim ser chamados, resgatei-a, mas o incidente nos fez ser expulsos de Arton. - Ele pareceu suspirar. - Aqueles que atacaram Juliana morreram misteriosamente em um acidente de carro enquanto eram transportados da audiência. -

Julia estava a par daquilo tudo. Acompanhava diariamente as notícias de Arton, de jornais a diários oficiais, não deixando de lado Sites de fofoca e outros. Sabia exatamente onde o irmão estava, apesar dele na noite que saiu não ter dito para onde iria. Mas, ele queria ser médico, não era apenas a morte de Joy que iria tirá-lo daquele caminho.

– E porque veio a Tin? - Questionou Julia. - Sobre o que quer falar? -

– Vim pedir sua ajuda. - Disse ele parando de comer. - Juliana e os irmãos Torque estão caçando os fantasmas. - A face sorridente e calma da moça tornou-se preocupada. - Eles conseguiram um nome e estão seguindo atrás dele. Tentei falar que era loucura, mas eles estão convencidos de que virão atrás deles e querem pegá-los primeiro. -

– Realmente irão atrás deles. - Disse Julia pensativa. - Todos os amigos de Júnior correm perigo. São loucos, mas confesso que é a decisão mais corajosa que poderiam ter tomado. -

Are ficou calado pensando naquilo. Uma decisão corajosa o grupo havia tomado, mas ele não teve tal coragem. Apesar de nos primeiros dias estar inclinado a ir com eles, devido ao que fizeram a Juliana, ele não tinha o espírito vingativo. Queria ser tão heroico quanto Kevin, mas assim como nunca ouvira dizer que Kevin saiu caçando pessoas, ele não o faria.

Mas, coragem era a chave de tudo. Precisava de muita para seguir caçando, mas precisou de muito mais para falar ao grupo que não seguiria por aquele caminho. Não por não ter medo, mas sabia que no final ele precisaria tomar uma decisão do que fazer quando os encontrasse e não queria que morte fosse a única opção.

– Quem são eles? - Perguntou Are quebrando o silêncio que se fez.

– Bem... antigos membros da Estilo de Poder. Antigos treinadores que meu irmão irritou. Pessoas as quais ele denunciou e agora querem vingança a qualquer custo. - Ela ainda parecia bem pensativa. - Amigos, amantes, parentes e outros de pessoas que foram prejudicadas por atos que Júnior realizou algum tempo atrás. -

Are parecia surpreso. Kevin para ele era um exemplo a ser seguido. Conhecia centenas de pessoas que idolatravam o jovem Maerd e não acreditava que poderia alguém pudesse ter raiva dele a ponto de querer matá-lo. Talvez uma ou duas pessoas, mas não tantas.

– Qual o nome que eles estão seguindo? - Questionou Julia.

– Murilo Moonglade. - Ele sorriu satisfeito por se lembrar sem ter que procurar as anotações em sua mochila. - Sabe quem é? -

– Acho que sim. - Ela deu uma risada. - Mas, não ligado a meu irmão. - Ela suspirou. - Esse cara, eu acho, tem mais haver com Lubia Mar. -

– Sério? - Ele pareceu pensativo. - Isso é um quebra cabeças. - Ele demonstrou todo o cansaço que estava sentindo. - Vim aqui para avisar que aqueles três malucos estão tentando se matar e te dar esse nome. Claro, também achei que você poderia me dar alguma informação útil. Não quero caçá-los como aqueles três malucos, mas... - Are pareceu preocupado. - Talvez virão atrás de mim, queria saber com o que estou lutando. -

– Compreendo. - Julia voltou a ter o sorriso calmo e acolhedor. - Posso te passar alguns detalhes sobre a forma como eles normalmente agem. Tem me ajudado a não ser atacada.. -

– Nunca te atacaram? - Are lembrou-se do evento da morte de Joy, mas resolveu fingir não saber. Não sabia se era segredo para ele também. - Mesmo sendo irmã de Kevin? -

– Uma vez. - Ela comentou. - Mas, faz alguns meses. Mais recente apareceu um garoto muito estranho de olhos fundos e coleira. Ele parecia ser um dos fantasmas, a princípio. Estava me procurando querendo informações sobre o campeão. - Julia parou rindo. - Mas, quando me apresentei a ele para que ele não causasse problemas a cidade, ele simplesmente arregalou os olhos e fugiu. -

Are ficou pensativo deixando Julia sem entender o que o garoto estava pensando. Aquela descrição ele conhecia, não tinha certeza, mas parecia com a descrição de um rapaz que ajudou em Sinnoh antes de encontrar-se com Juliana.

– Esse rapaz era baixinho e levava um vulpix com ele? - Perguntou Are.

– Era baixo sim. - Comentou Julia. - Mas, não sei sobre seus pokemon. Ele parece ter andado por metade de Kanto buscando informações sobre o Ju. Chegou a ferir um dos irmãos do Brock e a destruir o ginásio de Cerulean. - Ela levantou o dedo indicador. - Mas, não me parece ter relação com os fantasmas. -

– Modo de agir diferente. - Disse Are.

– Isso! - Julia sorriu. - Os fantasmas ficam nas sombras e nunca se mostram. Quando atacam ninguém fica sabendo e quando são descobertos acabam morrendo misteriosamente. Já esse rapaz pequeno é diferente. Não tem medo que vejam seu rosto. - Julia percebeu o rapaz pensativo. - Você encontrou alguém assim? -

– Acho que sim. - Are olhou Julia por alguns instantes. - Mas, não pode ser a mesma pessoa. Mas, fico preocupado dele não ser um dos fantasmas, significa que há mais gente maluca querendo acertar as contas com Kevin. -

– Ele pode ter amadurecido, mas continua causando muita confusão. - Julia suspirou pensando em quanta confusão o irmão de dezenove anos poderia se meter.

<><><><>

As pernas fraquejaram e teve que parar a corrida apoiando ambas as mãos próximo aos joelhos. Arfava e o suor escorria pelo seu rosto misturando-se aos fios de cabelos que desgrenharam-se dos cachos. Fechou os olhos para ignorar a sujeira de seu short preto e da blusa de curtas mangas vermelhas.

– São poucas as pessoas que capturam pokémon com as mãos, espero que saiba que nenhuma delas corre atrás deles como está fazendo. -

Quis erguer-se e encarar a voz, mas faltava forças para a ação. Permaneceu na mesma posição em que estava e apenas pensou em ignorar. Tentou, por alguns instantes e depois de não mais ouvir a voz sorriu, ainda de olhos fechados, certa de que havia sido deixada sozinha e o comentário fora apenas uma zombaria.

– Quanto tempo levou para os pokémon desta área derrubarem seu Totodile? -

Caiu no chão, assustada com a voz tão perto. Com os olhos abertos viu a mata a sua frente, não tão densa, mas grande o suficiente para que os pokémon pudessem se esconder dela sem muito esforço. Girou a cabeça o máximo que pode e identificou Leila, sentada de pernas cruzadas, observando-a.

– Não se preocupe, Maya! Cheguei a apenas cinco minutos. - Disse Leila prevendo a pergunta que a amiga faria.

Maya apenas virou-se respirando mais profundamente. Estava cansada e sem vontade de conversar com a nerd atrás dela. Correra por quase duas horas após ver seu pokémon de água ser derrubado por um mísero spearow. Apesar de sem outro pokémon, não podia simplesmente deixar de lado a situação de que precisava de dois outros pokémon, no mínimo, para poder participar do torneio.

– Por que simplesmente não fala que não foi você quem fez a inscrição? -

– O que? - Maya virou-se para Leila como quem havia escutado o maior absurdo. - Então foi você? -

Maya se perguntara diversas vezes quem havia sido o cretino que tentara humilhá-la. Não tinha ideia de quem era, mas tinha certeza que a pessoa mais cedo ou mais tarde iria se revelar, afinal aquilo era para zoá-la e isso aconteceria cedo ou tarde. Chegou a ensaiar, algumas vezes, o que faria com a pessoa, mas não esperava que fosse uma pessoa amiga a fazer aquilo.

– Se está falando da pessoa que fez a sua inscrição, desculpe desapontá-la. - Disse Leila que assustou-se quando Maya soltou sobre ela. - O que está fazendo? -

Leila havia sido jogada para trás. Bateu as costas na grama do local e agora via Maya em cima dela, olhos furiosos e pronta para acertar-lhe um soco. Nunca Leila havia se sentido impotente contra alguém, seus braços pareciam curtos demais para manter sua agressora longe e mesmo sendo mais velha, a menina parecia ser muito mais forte naquele momento.

– Por que? - Gritou Maya.

– Não fui eu! - Berrou Leila tentando se levantar, mas sendo impedida. - Sou sua amiga! -

– Só três pessoas sabiam que não fui eu que coloquei meu nome na lista. - Maya berrou. - Riley que jamais falaria isso para alguém. Eu que também não dei esse gostinho de me verem cair fora. E por fim, a pessoa que o fez. -

– Estive com vocês o dia todo. - Disse Leila tirando os óculos do rosto percebendo que Maya não seria convencida. - Fiz minha inscrição na frente de vocês e o seu nome já estava lá. - Leila fechou os olhos enquanto Maya parecia ainda mais irritada. - Você não poderia ter feito inscrição antes de mim sem que eu tivesse visto. -

A pressão sobre o corpo de Leila diminuiu. Ela pode sentir que Maya já não estava em cima dela, pronta para agredi-la. Respirou aliviada abrindo os olhos e sentando-se. Ajeitou os óculos de volta no rosto e observou Maya sentada um pouco mais afastada, ainda nervosa.

Estava anoitecendo e a Landsteiner havia ido ao Centro Pokémon examinar seu time após um treinamento puxado de três. Enquanto esperava pela avaliação da enfermeira resolveu caminhar pelo parque e viu, ao longe, próximo a parca mata que havia naquela área, alguém correndo de um lado para o outro. Surpreendeu-se ao descobrir tratar-se de sua amiga.

– Por que simplesmente não fala que não foi você quem fez a inscrição? - Leila repetiu a pergunta.

– Desculpe por atacá-la. Mas, não é algo que você entenderia. - Comentou Maya bufando. - Não vou fugir. Seja lá porque a pessoa me quer na competição, vai se arrepender. -

Leila via como Maya parecia revoltada, mas, ao mesmo tempo, decidida. Sempre soube que Maya era muito forte e não aceitava desaforos, mas também sempre a viu acima das fofocas e sistema de humilhações que a escola possuía. Mais uma vez ela estava tentando ir além e surpreendendo. Em vez de como qualquer pessoa retirar o nome para evitar passar vergonha na competição estava tentando se preparar para surpreender quem esperava que ela fosse a mais fraca.

– Você é a competidora mais fraca e só possui um pokémon. - Leila suspirou. - Precisa de uma estratégia melhor que a dos outros para poder ter alguma chance. - Leila sorriu. - Força ou velocidade. Essas são as duas estratégias que predominam na escola. -

– Vai me ajudar? - Maya pareceu não acreditar naquilo. - Por que? -

– Você é minha amiga. - Disse Leila. - Além disso, quem colocou seu nome o fez, muito provavelmente, para garantir que alguém teria um desempenho pior. Surrá-lo vai ser interessante, mas será mais divertido se você ficar melhor classificada que ele. -

Maya meneou com a cabeça dizendo que aquilo fazia sentido. Tentara ignorar que a menina havia comentado pela segunda vez que ela era a pior treinadora da escola. Apesar de ser verdade, não gostava de escutar aquilo.

– Apenas quatro competidores fogem dessas estratégias. Se conseguir pensar em algo para anular a força ou a agilidade, poderá avançar pelo torneio. - Leila voltou a comentar. - É sempre um ou outro. Marcela e Rodolfo apresentam os dois tipos, mas possuem um a especialidade de metal e outro a de pokémon do tipo nortuna. -

– Sério? - Maya pareceu surpresa. - Marcela? -

– Acredite ou não. - Leila riu levantando-se. - Mordecai apesar de parecer louco também é um dos quatro seguem estratégias diferentes. Ele usa pokémon de água e baseia-se em ataques de água, não tem força corporal ou agilidade. -

– A outra é você. - Disse Maya encarando-a e vendo que ela se preparava para ir embora. - Por que vai participar? - Maya parou por alguns instantes. - Tipo, Riley perguntou isso mais cedo. Por que as ficaram tão animadas com o torneio. -

– Não é o torneio. - Disse Leila despedindo-se da amiga. - É o prêmio. -

– O prêmio? - Maya perguntou sem entender.

– Você não entenderia. - Leila riu já um pouco afastada.

O prêmio além de um troféu simbólico é a possibilidade de desafiar a celebridade convidada. Talvez isso empolgue pessoas como Mordecai que sonha em ser mestre, mas empolgar Leila, a menina que é considera um gênio? Maya ficou pensando por alguns instantes. Será que ela gostaria de ser treinadora? Ela parece sempre tão independente, não acredito que ela esteja fazendo algo que não deseja.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam?



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