PEV - Pokémon Estilo de Vida escrita por Kevin


Capítulo 15
Capítulo 14 – Julgamento


Notas iniciais do capítulo

Salve, Salve netspectadores,,, opa... vcs estão lendo e não assistindo.... netleitores! kkkkk



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Pokémon Estilo de Vida
Saga 01 - Estilo de Profissões
Etapa 04 – Coordenadores

Não deixe seu fogo se apagar, faíscas por insubstituíveis faíscas,
na troca perdida no não exato, do ainda não, do de jeito nenhum.
Não deixe o herói na sua alma se extinguir, numa frustração pela vida que você mereceu e nunca pôde alcançá-la.
O mundo que você deseja pode ser ganho.
Ele existe, é real.
Não asfixie. É possível.
É seu.”

(Anônimo)

Capítulo 14 – Julgamento

Kevin deu duas batidas na porta, antes de girar a maçaneta e examinar o interior. Era a primeira vez que estava indo a sala da coordenação de seu curso e nunca imaginou que faria isso em pleno sábado. Perguntou-se muito o motivo daquela convocação feita pelo Doutor Hércules, o professor padrinho de sua turma, mas resolveu que não sofreria por antecipação.

– Pontual! -

Kevin esperava encontrar Gary Carvalho ali. Como vice-coordenador do curso de medicina pokémon o pesquisador e professor, um dos poucos não médicos que atuavam no curso, cuidava de tudo o que não era referente a medicina enquanto o coordenador cuidava dessa outra parte.

– Uma das matérias do semestre é comportamento. -

Kevin fez um gracejo para responder a Gary Carvalho. Aquele senhor de cabelos castanhos e uma blusa roxa social sentado atrás de sua mesa acariciando um belo Umbreon. Pokémon raposa de pelos negros com alguns poucos detalhes amarelo dourado. Parecia bem distraído em cima da mesa, sendo acariciado, mas, era nítido que seu rabo estava seguindo cada movimento de Kevin.

Não era comum pessoas com aquela evolução de Eevee. Para uma evolução daquelas era necessário que o pokémon tivesse costumes noturnos e eram raros os treinadores com tais costumes. Gary Carvalho era uma pessoa peculiar. Ex-mestre pokémon, pesquisador, professor universitário e vice-coordenador de curso. Mas, o interesse de Kevin em Gary era nulo.

Olhou em volta e pode ver Núbia, sua colega de classe e líder de turma naquele semestre. A menina ruiva estava sentada ao lado do Doutor Hércules, ambos a direita de quem entrava na sala e a esquerda estavam um outro professor, que Kevin não conhecia, junto com Bernard um aluno do terceiro período que era líder de outra turma. Estavam todos com roupas casuais, exceto os professores que trajavam roupas sociais.

– E está indo muito bem. - Disse Doutor Hércules. - Mas, nosso assunto com você hoje foge um pouco da sala de aula, mas permanece no campo do comportamento. - Ele levantou-se e cedeu seu lugar, para que ele senta-se junto de Núbia.

Kevin fechou a porta atrás de si e saudou a colega com um beijo no rosto, no gesto de toque de bochechas. Ele sabia que a mesma o forçaria a tal caso não fizesse de imediato. Núbia era sempre muito animada e tagarela, gostava que as pessoas parassem de formalidades enquanto estivessem com ela.

Seguiu com um gesto de cabeça para cada um dos demais presentes, não pretendia sair apertando a mão de todos, principalmente por não saber qual era o assunto.

– Como está o novo computador? - O professor sentou-se ao lado de Kevin.

– Operacional. - Disse Kevin. - Como o recebi na quinta, não pude ainda instalar o que costumo usar ou mesmo fazer um backup. - Ele parou por alguns instantes. - Mas, é tão bom quanto o antigo. - Kevin percebeu que o assunto correria em cima daquilo e que talvez se mostrar satisfeito para que tudo acabasse logo fosse o melhor a se fazer.

– Fico feliz em escutar isso. - Bernard pareceu aliviado. - Então, acho que podemos dar o caso como resolvido? -

– Queria que fosse tão fácil. - Comentou Gary. - Kevin, está reunião é para deixá-lo a par, como vítima, das ações que este departamento, em nome da UPK, está tomando com relação ao incidente. - Gary levantou-se e deu a volta na mesa, sentando na parte da frente dela. - E ajudar-nos a chegar num veredito quanto ao que fazer. -

Kevin pareceu não entender muito bem.

– Como havia conversado com você logo no início, trotes não aprovados previamente são contra as regras da instituição e podem gerar punições caso os calouros sintam-se lesados pelo mesmo. - Núbia virou para o colega. - Sou imensamente grata por não ter comentado nada com ninguém da classe e ter esperado pacientemente pelo novo computador. Sei que o que te emprestaram não atendia metade de suas necessidades. -

– Foi molecagem. - Sorriu Kevin para Núbia. - Se tivéssemos que punir todos os atos idiotas a faculdade provavelmente estaria vazia. - Ele manteve o sorriso e olhou para Gary. - Eu nem estaria aqui. -

Gary Carvalho riu. Conheceu aquele jovem quando era uma criança imatura que quando muito irritado tacava sapato na cara das pessoas. Era bom vê-lo crescido e melhor ainda saber que não mais seria alvo dos ataques repentinos de um sapato voador que tinha seu rosto como endereço.

– O fato de não se sentir lesado significa que o trote não autorizado não gerará punição aos responsáveis. - Sorriu o professor ao lado de Bernard. - Mas, não que as pessoas que fizeram tal ato criminoso ficaram sem as devidas punições. -

– Achei que tínhamos conversado a respeito disso no conselho que fizemos com todos os padrinhos e líderes de turma. - Questionou Núbia. - Só geraria punição caso Kevin indicasse que queria que os responsáveis fossem punidos. -

Núbia encarou Bernard. Estava em ata e aquilo não deveria ser mudado, pelo menos foi o que fora lhe passado. Trabalhou duro para que Sarah e Rafael tentassem conter a subida implicância que havia de John e seus amigos para com Kevin. Chegou a dispensar por duas vezes a investida de Zeliomar que nitidamente estava interessado nela. Mas, sabia que se saísse com ele contaria algo e Walter seria o primeiro a ficar sabendo disso.

– Punição quanto ao trote não autorizado. - Disse Doutor Hércules. - Infelizmente, quanto as implicações criminais... - Ele parou um pouco. - Não acho expressão melhor, apesar de achar que dar isso como ato criminoso também seja pesado demais. - Ele deu de ombros. - Mas, infelizmente não podemos tapar nossos olhos. -

– A universidade possui um nome, um padrão e um conceito a zelar. - Disse Gary. - Victor Frey criou um programa malicioso dentro de nossas dependências. O programa não apenas danifica propriedade particular, mas também rouba dados. - Gary parou. - Uma vez que sabemos que existe um aluno construindo tais artefatos usando recursos da faculdade, temos que tomar uma atitude. -

Victor Frey confessou, sem perceber, que havia pego o programa trote da computação e transformado em um programa de captura e destruição de dados. Era uma conversa informal onde estavam todos falando do quanto eram bons. Quando percebeu que havia falado demais e que aquilo era uma armadilha, não confessou ter dado ao irmão, Walter Frey, o software que alterara. Mas, para azar dos irmãos gêmeos, Walter foi filmado durante o trote mexendo nos pertences de Kevin.

– Mas, a prova contra Walter é totalmente circunstancial. - Disse Núbia. - Ele mexeu nas coisas de Kevin, ok! Mas, o que isso prova? Na filmagem não se pode ver se ele espetou um chupa cabras, ou seja lá o termo que usam, no laptop do Kirian. - Núbia olhou para ele. - Ele pode ter errado de bolsa. Não estou querendo defendê-lo, só não estou querendo que alguém seja punido sem provas. -

– Por isso estamos aqui hoje. - Sorriu Hércules. - Pois eu tenho uma prova. -

Núbia e Bernard olharam assustados para o professor. Kevin se manteve calado sem saber ao perto se deveria dizer algo ou não. De fato tudo aquilo estava além do que imaginara para o seu dia. Estava feliz de ter um computador móvel e potente novamente e aquilo bastava.

– Em nenhum semestre trabalhos de defesa livre, como o primeiro, trouxeram abordagens tão parecidos quanto os que Walter, Franciano, John e Zeliomar apresentaram. Até notava a mesma base que as ideias de Kevin, apesar de os rumos serem muito distintos. - O professor Hércules enfiou a mão em sua pasta e tirou cinco trabalhos impressos. - Achei que tivessem feito o trabalho juntos, mas depois notei a hostilidade entre o grupo de Walter para com Kevin. Então, a resposta chegou quando Ford me procurou para informar a Kevin que havia conseguido recuperar os dados do computador e me passou um pendrive para entregá-lo. - O professor mostrou o pendrive.

Kevin não sabia de nada sobre aquilo. Esticou a mão pegando o pendrive e apenas acenou com a cabeça agradecendo, deixando seu sorriso característico no rosto.

– Sinto muito! - Disse Doutor Hércules. - Não resisti em olhá-lo, já que Ford disse que era para mais uma vez se desculpar com você por não ter conseguido recuperar seu trabalho a tempo. Então, logo identifiquei que falava do trabalho que apresentou. Você teve de refazê-lo porque o que estava desenvolvendo foi perdido. - Ele apontou para os trabalhos que estavam circulando entre as mãos das pessoas presentes. - O trabalho dos quatro era exatamente a cópia, sem tirar nem por, do que Kevin já havia feito. Não acrescentaram nada! - Ele parou. - Exceto John, mas o que ele acrescentou foi meio redundante. -

– Está dizendo que eles roubaram o trabalho de Kevin? - Núbia ficou estática.

– Alguém roubou. - Disse Doutor Hércules. - Quem, eu não posso afirmar. Mas, eles usaram. Conscientes ou não. - Ele sorriu. - Então minha cara líder de turma, temos uma decisão a tomar. Se quiser que as provas sejam circunstanciais no roubo de dados, zerarei o trabalho dos quatro, pois claramente usaram um trabalho pronto. Não saberia dizer como conseguiram, mas tenho provas de fraude. -

– Ou podemos punir Walter, assim como puniremos Victor. Dando uma suspensão semestral e permitindo que voltem o semestre que vem cientes de que outro deslize culminará em expulsão. - Completou Gary. - Victor não é nossa responsabilidade, mas Walter sim. Puniríamos por roubo e danificação de propriedade particular. -

Os três alunos ficaram calados. Nunca pensaram que a faculdade pudesse fazê-los ter que tomar decisões tão duras. Bernard até pensou em questionar se realmente não puniriam os outros três, caso entendessem que era para punir Walter por roubo, mas talvez os três nem soubessem da origem do trabalho. Era comum alguém chegar com alguns rascunhos para que os colegas compartilhassem a ideia de seus trabalhos. Talvez John e os demais estivessem hostilizando Kevin sem saber que usaram de seu trabalho para suas notas, por mais pífias que tenham sido.

– Vamos votar. - Disse Gary. - A maioria vence. Não podem se abster. Em caso de empate, já tenho o voto do coordenador do curso neste envelope. - O vice coordenador tirou do bolso um envelope lacrado. - Quem deseja começar? -

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Lembrava-se perfeitamente do dia em que passou mais medo na vida. Sua casa fora incendiada junto com a cidade. As pessoas morrendo aos montes em gritos agonizantes enquanto ele gritava por ajuda, mas era ignorado por todos o que prestavam atenção nele. Não sabia nem como havia sobrevivido e muitas vezes acreditava que os criminosos não quiseram gastar tempo matando alguém como ele.

Mas, Arentilmar Hoo havia acabado de descobrir algo que lhe deixava tão amedrontado quanto aquele dia, perder seus pokémon e sua credencial de treinador. Essa seria a sentença se algo não mudasse naquele julgamento.

– Se não houver mais nada a ser apresentado, proferirei a sentença. -

Ao ser preso após o resgate, Are, Dark e Brad foram levados para delegacias diferentes. Sem contato uns com os outros, não tinham ideia do que estava acontecendo até que os delegados, dois dias depois informaram que eles eram acusados de sequestro de duas pessoas, invasão de propriedade, roubo de veículo e uso de pokémon como armas.

O jovem gordo treinador até tentou explicar, mas o velho que estava preso junto com Juliana dentro do bar não conseguia distinguir seus sequestradores. Além disso, era ele o dono do bar que havia sido destruído e só aquilo já estava sendo um fator para ignorar a todos.

– Não há mais nada a declarar. -

No sábado pela manhã, uma semana após todo o incidente, os quatro foram reunidos, mas não para uma reencontro ou averiguação. Uma sala minúscula com poucas cadeiras e uma mesa no centro. Até acreditariam se tratar de um interrogatório não fosse a fachada com as inscrições “Fórum de Justiça”.

O advogado tentou explicar a situação e orientá-los, mas era muito complicado. Are que foi o primeiro a entrar criava toda uma comoção sempre que um chegava e tudo ficou pior quando a jovem Pendraco entrou em uma cadeira de rodas, com perna engessada, tipoia no braço e bandagens na cabeça e em outras partes do corpo. Brad estava revoltado por nem fiança lhe ter sido concedida enquanto Dark parecia ter ameaçado todos os policiais com quem teve contato naqueles poucos dias. Juliana ficava calada e era a única que parecia achar que o advogado era a única esperança deles.

– É sério? - Perguntou Juliana cética diante da fala do advogado.

Os quatro ficaram completamente amedrontados quando os doze sequestradores, que estavam atrás de Kevin, foram condenados a trinta anos de prisão, mas que subitamente morreram em um acidente enquanto eram transportados para o presídio. Armação, acaso ou queima de arquivo? Ninguém saberia dizer.

O roubo e destruição do jipe foram os mais simples de se resolver. O advogado conseguiu convencer o dono a retirar as queixas em troca de indenizações e um veículo novo. Felizmente os pais e Juliana eram ricos e apesar de prometerem prenderem-na em casa até os 21 anos, deram instruções ao advogado a pagar o que fosse preciso para manter a filha e seus salvadores longe da cadeia.

As acusações de sequestro, invasão de propriedade e o agrave da destruição do bar eram situações complicadas para serem resolvidas com dinheiro e foi necessário reunir inúmeras provas de que Are, Brad e Dark não sequestraram Juliana e sim a salvaram, bem como ao velho dono do bar. Dificultou a comprovação disso não apenas pelo velho não saber quem era as pessoas que invadiram seu bar e o fizeram prisioneiro, mas também por pessoas afirmarem que os irmãos Torques viviam brigando com Juliana, sem contar que após levantar e ficha e Are identificaram-no não como o amigo de jornada da jovem, mas como um rival que vivia a discutir com ela. Dessa forma, nem as palavras de Juliana indicando que eles eram amigos e não sequestradores ajudava.

No entanto, os outros doze mantiveram-se calados por todo o julgamento anterior o que era bem diferente da postura dos três acusados de sequestro. Só por isso não foram ligados ao sequestro do velho, bem com a invasão. Mas, quanto a destruição nada podiam fazer. Mesmo uma promessa de pagamento não foi aceita já que o bar estava no seguro.

– Quanto ao roubo do carro, não há mais caso já que ocorreu acordo e o proprietário passou a alegar empréstimo. - A juíza fez uma careta. - Quanto a invasão, inocentes. Quanto aos sequestros, inocentes. Quanto a destruição do bar, considero-os culpados e terão de pagar cem mil cada um de indenização e serviços comunitários por dois meses. -

Brad ia se manifestar, mas foi contido pelo advogado que admitia ser um valor absurdo para um bar que não deveria valer mais de cinquenta mil. Mas, já esperava por aquilo. A estatística mostrava que Petrynia não era lugar para coordenadores e treinadores passarem sem que sofressem perdas terríveis.

– Quanto a usarem pokémon contra humanos, culpados! - Disse a juíza. - O vídeo que mostra Juliana atacando rapazes e o depoimento do pobre senhor Arcon, dono do bar destruído, é o suficiente para mim. Não importa o motivo, não podem usar pokémon como armas. -

Dark teve vontade vomitar ao escutar aquilo. A verdade era que Arton não admitia que alguém usa-se pokémon e desta forma não perdia a oportunidade de punir treinadores que se excedessem, mesmo que em defesa própria. O único motivo para a região ainda possuir uma liga era a tradição que não podia ser quebrada, o prestígio dos nomescomo Kevin Maerd, o finado pesquisador, Mestre Pokémon de fantasmas Agatha e muitos outros não podia ser deixado de lado.

O advogado não apenas alertou-os de que aquilo aconteceria, mas que não poderia fazer nada para inocentá-los. Apenas um a cada cem casos conseguia ser inocentado e apenas um a cada mil realmente eram totalmente absolvidos. Para o advogado a briga deveria se concentrar em deixar a pena branda, afinal eram culpados.

– Serão presos por cinco anos, terão suas licenças caçadas e seus pokémon serão avaliados para saber se poderão ser liberados na natureza ou terão de ser sacrificados. -

– O que? - Are quase surtou.

Estavam de pé, trajando macacões laranjas. Perfilados e não muito distante de seu advogado. Pareciam não acreditar que aquilo estava acontecendo. Quando vieram para Arton estavam cheios de sonhos e agora teriam que encarar uma provável execução de seus pokémon.

– Objeção! -

– Desculpe Doutor Olivar. - A juizá deu uma risadinha sarcástica. - Mas, acho que após dar meu veredito o que você deve fazer é entrar com recurso e não fazer objeções. -

O advogado encarou a juíza enquanto alguns funcionários riam da situação. Era a resposta que ele esperava no momento em que ele esperava. Aquela juíza já havia condenado mais de setecentos profissionais atuantes com pokémon, muitos inocentes completos. Não inocentaria aqueles quatro jovens de algo que eram culpados confessos.

– Quero apenas evitar transtornos desnecessários meritíssima. - O advogado caminhou até junto a bancada, vagarosamente. - Serei obrigado a fazer inúmeros recursos. Eles ficaram presos sempre na expectativa. Os pokémon não entenderam o que acontece e a senhora receberá processos, intimações e muito provavelmente, também será afastada de seu cargo. -

– Está me ameaçando? - A juíza levantou-se de imediato interrompendo-o.

– Ameaça? - Ele riu. - Estou dizendo apenas o que ocorrerá. Você está condenando três menores de idade como se fossem adultos e sem a presença dos seus responsáveis legais. Isso na frente de um agente dos direitos humanos internacionais. - Ele viu a juíza franzir o cenho. - Pretende estender a punição do ataque aos pokémon, sacrificando-os, sem consultar órgãos de proteção ao pokémon, que por sinal também está presente. - A juíza olhou em volta. Não via ninguém que parecesse representar nenhuma das duas entidades. Mas, claramente estava ficando preocupada com aquilo. -Está caçando licenças internacionais como se possuísse chancela das associações que as concederam. Mas, top coordenador e treinadora campeã estão presentes com documentos que afirmam que esse julgamento não pode punir a carreira desses jovens. -

Já estava olhando em volta em meio a policiais, testemunhas e algumas pessoas que não tinha ideia quem eram. Mas, a menção de top coordenador e campeã fizeram-na identificar facilmente Ellion e Lubia, sentados com grandes pastas em seus colos. Estavam vestidos formalmente e olhavam calmamente para a juíza. Dali em diante foi fácil para ela identificar, ao lado das duas celebridades, dois homens de ternos que não pareciam nada satisfeitos com o que estava ocorrendo ali. Certamente, direitos humanos internacional e proteção ao pokémon.

A juíza parecia ter percebido a armadilha em que havia caído. O advogado por todo o tempo deixou o promotor pintá-los como inconsequentes e criminosos. Apenas tentava diminuir a carga de culpa deles ao mínimo justificando suas ações e nunca retirando deles a culpa dos atos. Pareceu para a juíza que advogado Olivar não passava de uma pessoa escolhida de última hora por meio do classificado dos jornais. Mas, ele nunca veio para inocentá-los, apenas para levá-los para casa com a menor pena possível.

Achou mesmo que eu viria de Jotho em um voo de 48 horas só para fazer uma defesa impossível? Eu sei do seu jogo mulher. A cada festival pelo menos dez treinadores desavisados recebem punições arbitrarias nessa cidade. Se os acusados ficam com defensores publicos eles estão automaticamente condenados. Se acham um advogado nesse curto espaço de tempo que oferecem, ele fica perdido tentando achar uma forma de inocentar o cliente que não percebe a falta de permissões desse tribunal para fazer tais condenações. Olivar sorria ao ver a expressão de pânico se formando no rosto da juíza.

O pânico que achavam estar estampando-se no rosto da juiza era, na verdade, frustração. Olivar apenas deixou isso tudo ocorrer por conta de Brad. O rapaz era o único adulto do grupo e se rogasse que os outros três eram menores ele seria julgado em separado. Mas, tendo sido julgado juntos estava recebendo a mesma sentença que agora a juíza entendia, teria de mudar se não quisesse problemas. Agora, teria que amenizar ao ponto do advogado aquietar aqueles quatro representantes, não convocados para a audiência, e pensar em como defender-se posteriormente de possíveis investigações.

– Com eu dizia antes, culpados. Serão presos por cinco anos, terão suas licenças caçadas e seus pokémon serão avaliados para saber se poderão ser liberados na natureza ou terão de ser sacrificados. - A juíza suspirou. - Mas, ofereço a alternativa de pagarem cinco mil de indenização a cada um que foi atacado, que ainda está vivo, e serem extraditados de Arton sem direito a voltarem por um ano. Levaram os pokémon, mas não poderão entrar com eles em Arton novamente. - Ela sorriu confiante. - Claro. Como bem lembrado pelo advogado de vocês a primeira alternativa será contestada por vários anos, que permanecerão presos. -

Olivar caminhou até seus clientes e balbuciou um “aceitem”. Não conseguiria mais do que aquilo naquele momento e se voltassem para a prisão poderiam nunca mais saírem.

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A música era calma, mas muito gostosa de se escutar. Estava preenchendo quase toda a casa de dois andares mais terraço. Era uma propriedade realmente grande e uma das mais caras e bem localizadas da ilha central de Khubar. Com quatro quartos e dois banheiros na parte de cima, a parte de baixo contava com uma grande sala de visitas, uma sala de jantar que caberia facilmente vinte pessoas, apesar da mesa só comportar oito, uma cozinha equipada que quase não tinha uso e uma área de serviços onde ficavam, dentre o material para cuidar das roupas às ferramentas para cuidar da casa e do jardim.

– Eu não bebo. - Dizia Maya. - Mas, acho que não há problemas uma menina de dezesseis anos o fazer. Se elas podem sair pelo mundo, sozinhas, em uma jornada pokémon não vejo problemas em beber se souber seus limites. -

Maya e Riley foram convidadas por Leila a passar o dia de sábado com ela e a irmã em uma espécie de dia de meninas. Unhas, cabelo, fofocas, comidas, filmes e o que elas mais pudessem inventar. Leila estava altamente entediada já que todos os simulados que fazia acabava tirando a nota máxima sem muito esforço.

Lívia havia ficado sem companhia por todo o final de semana, já que John e os meninos de sua turma iriam a um show em uma cidade qualquer. Núbia disse que teria reunião boa parte do dia de sábado e que depois tinha um encontro que não tinha hora para voltar. Albert era detestável para com ela, o olhar superior e convencido só não era superado pela arrogância de quem parecia sempre insinuar que sabia de algo que as pessoas em sua volta nem imaginavam. Sarah já era uma massagista de mão cheia e após a festa do “Tchau, Tchau Verão” acabou arrumando muitos clientes e iria atendê-los por todo o sábado. Sobrou apenas Kevin, mas acabou ficando sem coragem de chamá-lo para fazer algo, temeu que ele interpretasse o convite de outra forma e para falar a verdade ela mesma não sabia se ela interpretaria de outra forma. Mas, estava gostando das amigas da irmã. Entendia porque Leila preferia a companhia das duas a qualquer outra garota da escola. Eram gentis, educadas e engraçadas. E enquanto era Riley doce com ar de timidez, Maya era extrovertida com um ar de ousadia.

– Enfim, sei que isso pode causar algum problema para o tio Cody. - Comentou Maya. - Então não bebo. -

De todos os assuntos conversados até aquele apenas um acabou sendo estranho ao ponto de Riley precisar puxar outro assunto e assim acabar com o estranho clima formado. Família era um tema que visivelmente não agradava a nenhuma das quatro e só foi abordado por terem de comentar que a casa era da tia das irmãs Landsteiner. Falar sobre os pais de qualquer uma delas pareceu ser mais complicado do que o necessário.

Mas, um novo desconforto começava. Lívia tinha a visão de que para muita coisa elas eram novas demais, sendo bebidas uma delas. Talvez as coisas não tivessem começado a ficar estranhas se Maya não tivesse percebido que o assunto realmente incomodava a Lívia. Ela gostava de perturbar as pessoas.

Para Lívia aquele assunto era irritante por ter sido tema das rodas de conversas em todos os momentos possíveis da universidade. Até alguns professores resolveram falar do mesmo.

– Isso é legal. - Sorriu Lívia parecendo resolver amenizar as toda situação. - Mas, concordo que se a pessoa tem idade para viver sozinha deveria ter idade para muitas outras coisas também. -

– E garotos? - Disse Riley aproveitando para mudar de assunto. - Comentaram comigo que Rodolfo tinha uma queda por Leila. - Elas estavam apenas deitadas na sala esperando as unhas, que acabaram de pintar, secarem.

Leila soltou uma risada, mais por ver a tentativa abrupta de troca de assunto que Riley fizera do que pelo comentário em si. Lívia era uma irmã do qual ela não podia reclamar, mas as vezes se perguntava se a irmã achava que as pessoas tinham idades apenas com um digito e ignorava completamente o um do dezesseis.

– Ele tentou algumas investidas o ano passado, admito. - Leila pareceu se lembrar das investidas. - Mas, mesmo ele sendo bonito e termos o mesmo tipo de papo... - Ela fez um menear com a cabeça. - Está longe de ser o meu tipo. -

– Quem te falou sobre isso? - Perguntou Maya. - Nunca me falou sobre isso. -

– Não preciso contar tudo. - Diz Riley constrangida.

– Eu sei até quando você tem dor de barriga. - Diz Maya rindo e arrancando risadas de Lívia e Leila. - A não ser que ninguém tenha dito nada e seja você querendo saber sobre como está o território. -

– Uiii. - Lívia brincou rindo. Havia se esquecido como era aquele tipo de papo. Sarah e Núbia eram legais, mas estavam mais avançadas em relação a garotos do que ela queria se acostumar. - Rodolfo é aquele moreno de olhos amendoados? -

– Esse! - Leila confirmou com a cabeça, lembrando que a irmã o vira algumas vezes. - Que eu saiba ele não está com ninguém. Os últimos comentários dele com alguém são com você da época em que ele te dispensou jogando no lixo. -

– Sério? - Lívia pareceu horrorizada. - Ele te dispensou jogando-a no lixo? -

– Não. - Riley ficou com vergonha. - Eu nunca teria coragem de chegar em alguém assim. - Ela olhou para baixo sem graça. - Mas, e vocês? -

– Não tem ninguém que faça meu tipo por aqui. - Disse Leila calmamente.

– E qual seria o seu tipo, maninha? - Lívia perguntou curiosa.

– Não sou tão burra. - Disse Leila encarando-a. - Eu digo o meu tipo e toda vez que eu for brincar com você por causa de Kevin, levarei o troco. -

– Kevin? - Maya perguntou. - Achei que tinha dito que não tinha namorado. -

– Engraçado, esse é o nome do vendedor do coquetel. - Disse Riley mais rápido que Lívia pode responder.

– Não namoro com o Kevin. Não namoro com ninguém... - Ela parou. - Foi ele que vendeu bebida para você? - Ela pareceu em choque.

– Então ele ainda pode estar disponível! - Maya sorriu. - Apesar de achar difícil ser o mesmo. - Maya viu no rosto de Lívia que ela parecia pensativa. Não queria que o assunto voltasse a das bebidas, ou mesmo já imaginava que iria falar da diferença de idade. Chateá-la era legal, mas também não queria que ela se irritasse. - Ele tem no máximo 20 anos. Uma diferença aceitável. De qualquer forma é muito bonito, mas não é exatamente o meu tipo. - Ela sorriu meio boba. - Mas, quando ele olhou para mim dando aquele sorriso encantador, o mundo parecia ter parado. O pessoal falou que eu fiquei sorrindo com cara de boba por um bom tempo. -

– Igual agora. - Comentou Riley fazendo Leila rir.

No entanto, Lívia parecia estar em outro mundo. Questionava-se se realmente Kevin teria vendido bebida para menores. Ela sabia que ele havia ficado na barraca de bebidas por toda a falação que ocorreu na universidade. Ele não podia ser tão imprudente. Até cogitou que talvez ele pensasse como Maya, realmente sua apresentação sobre treinadores e amadurecimento poderia levar ao pensamento. Mas, ao pensar na Maya lembrou-se da menina comentando de uma cantada que ele havia dado nela. Para Lívia estava claro que Kevin não era o cara que parecia.

– Não me importo. - Disse Maya sorrindo. - Nunca tinha sentido aquela sensação antes. Ele passa um ar de... de...Não sei explicar. - Ela pareceu frustrada por não encontrar as palavras. - Se ele parasse de sorrir ajudaria. -

– Estou começando a querer conhecer esse garoto. - Leila riu. - Loiro universitário de sorriso encantador e que passa sensação estranha? - Leila parou o sorriso parecendo ter percebido algo. Virou-se para irmã e a olhou-o. - Parece com a descrição do seu Kevin. -

– Calada! - Lívia encarou a irmã. - Ele não tem cara de quem venderia bebida alcoólica para menores ou fica cantando-as. Não é o mesmo! E não é meu Kevin! -

– Mas, se fosse a mesma pessoa, lembro de ter dito que ele tinha dezenove anos. A diferença é só de três anos nem se pode considerar...

– Calada! - Lívia gritou.

– Que tal falarmos de comida? - Sorriu Riley tentando apartar a conversa. - Acho que um lanche da tarde vai cair bem! -

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O porto estava movimentado. Aquele navio que sairia de Petrynia iria se dirigir a pelo menos 10 regiões diferentes, antes de chegar as Ilhas Laranjas. Não era a melhor rota a se fazer, mas os quatro condenados deveriam pegar aquela embarcação ou ficariam em custódia da justiça. Ser extraditado de uma região parecia a pior coisa que já acontecera a eles, mas definitivamente era a melhor coisa do dia.

Dark, Brad e Juliana embarcaram de imediato, querendo evitar que alguém viesse a reconhecê-los e assim a mancha em suas carreiras fosse maior do que o necessário. Apenas Arentilmar demorou-se um pouco mais no porto para se despedir e agradecer.

– Muito obrigado pela ajuda. - Dizia o grande rapaz a Ellion e Lubia. - Se não tivessem contatado os Pendraco, em Jotho, provavelmente estaríamos indo direto para prisão nesse momento. -

– Vou confessar que quando Lúbia bateu em minha porta dizendo que precisava de ajuda para salvar suas carreiras, eu ainda estava acordando. - Disse Ellion. - Demorei um tempinho tentando entender se eu não estava apenas tendo um sonho estranho. - Ele riu. - Mas, era uma sorte eu ter contatos no mundo todo para achar um advogado louco o suficiente para encarar um julgamento que rolaria em menos de uma semana em Arton. -

– O que posso dizer, essa campeã deve proteger os atletas. - Lubia sorriu apontando para ela mesma. - Mas, não voltem a Arton. - Ela se aproximou de Are para dizer aquilo em meia voz, havia ao menos cinco policiais atrás. - Aqueles agentes de entidades eram farsa. -

Are segurou o arregalar de olhos e olhou para os policiais. Abraçou Lúbia e Ellion agradecendo mais uma vez e saiu pensando naquelas palavras. Olivar havia enganado juíza com agentes dos direitos humanos e proteção ao pokémon falsos. Será que se fossem verdadeiros tudo acabaria daquela forma? Será que se voltassem a Arton um dia poderiam ser presos porisso? Era melhor nunca voltar para descobrir.

Em meio a suas reflexões acabou chegando a cabine que era dividia por seus amigos. Brad lustrava pokebolas, Dark lia enquanto Juliana estava deitada para manter a perna descansando. O gigante foi até Juliana. A menina parecia mais frustrada do que cansada. Sentou-se no chão e esperou que ela virasse o rosto para ela.

– Vencemos. - Disse Are. - Não podemos mais voltar a Arton. Mas, é muito melhor que ficar preso e nunca mais ver nossos pokémon. -

Juliana olhava o amigo. Mostrava estar com uma vontade de chorar, mas talvez o orgulho era a única coisa que estava mantendo-a firme. Não choraria na frente dos irmãos Torque, não de novo.

– Queimaram o diário da mãe do Kevin. - Ela comentou e sentiu que não aguentaria falar sobre isso. Não sem chorar.

Ela não queria pensar que Kevin iria odiá-la por acabar de destruir o diário de sua mãe. Julia tentaria restaurá-lo, mas Juliana insistiu de que ela queria fazer aquilo. O que era a chave para abrir o coração do rapaz tornou-se a chave que a fecharia de vez.

– Você pode chorar se quiser. - Disse Dark. - Não vamos zoá-la por isso. - Dark levantou-se e foi até sua mochila e pegou algo dentro dela e caminhou até Juliana e Are. - Achei isso sendo queimado. A capa é dura e por isso demorou para começar a pegar fogo. Só as primeiras páginas foram danificadas pelo fogo, algumas parecem muito mais danificadas, mas não sei dizer o motivo. -

Juliana olhou o livro que estava sendo esticado para ela. Fechou os olhos e começou a chorar. Are pegou o livro sorrindo e deixou do lado da menina machucada que agora não parava de chorar.

– O que vocês vão fazer agora? - Perguntou Are levantando-se e se aproximando de Brad, na tentativa de uma falsa privacidade a Juliana.

– Kevin está se escondendo por causa desses malucos que querem matá-lo, isso agora está claro. - Brad parou de lustrar a pokebola. - Ele só vai voltar a ativa quando for seguro, não só para ele, mas para todos. - Levantando-se Brad abraçou a irmã. - Não bastasse a frustração de não poder mais enfrentar Kevin, esses desgraçados resolveram caçar meus adversários e mancharam minha carreira com essa extradição. -

– Vamos caçá-los! - Disse Dark.

Are deu um passo para trás. Aquilo era um total absurdo, mas via um olhar perturbado e louco nos olhos dos Torques. Conhecidos por não levarem desaforo para casa, eles pretendiam acertar as contas com as pessoas que fizeram Kevin se esconder. Era loucura. Os caras se mostraram totalmente perigosos e ainda assim aqueles dois queriam ir atrás deles.

– E quando encontrá-los? - Questionou Are. - Matá-los? Acha mesmo que matá-los será solução? - Virou-se desesperado para Juliana, mas então viu-a em uma situação inusitada.

Juliana estava sentada. Tirou a tipoia e o braço movia-se bem. Enquanto a perna não parecia estar tão ruim quanto na audiência. Realmente era apenas para chocar. No entanto, eram seus olhos que mais assustavam o jovem gordo. Molhado pelo recente choro o tom angustiado parecia ter traços de raiva dentro dele.

De repente Are calou-se. Recordações vieram a mente. As últimas palavras de Juliana antes de serem presos. Ele os teria matado! Aquilo perturbou a cabeça de Kevin por dias, mas preso e sem ter esperanças de sair o que Kevin faria ou não era o menor de suas preocupações. No entanto, ali estava a insinuação de novo.

Are encarou Juliana. O gordo parecia desolado e por alguns instantes ele teve certeza, seu herói mataria aquelas pessoas se tivesse chance. Os Torque olharam Juliana como se esperassem que ela falasse algo, afinal estavam agora todos correndo riscos e não sabiam exatamente com o que estavam lidando.

– Eles virão atrás de nós de novo. Têm o direito de saber. - Juliana suspirou. - O que iremos caçar e talvez tenhamos que... - Ela não ousou falar a palavra. Ainda estava abalada com tudo o que aconteceu e seus olhos molhados de lagrimas indicavam isso. - São fantasmas. Ao menos, assim se chamam. Por que? Não tenho a menor ideia. Mas, são pessoas que tentam matar o Kevin desde que ele começou a viajar por Sinnoh. - Juliana parou um pouco chateada. - Não sabíamos que eram um grupo até Kevin tornar-se campeão. Estávamos em uma ilha particular, em Kanto, onde Kevin e Julia treinavam para suas respectivas competições quando fomos atacados. Ali se revelaram como grupo. Trouxeram pessoas aprisionadas que foram assassinadas em frente a Kevin e enquanto tentaram vencer, Julia foi acertada e Kevin achou que ela havia morrido. - Juliana parou de falar.

– Kevin pirou e os matou? - Questionou Brad que só teve uma confirmação com a cabeça.

– Ele liberou um pokémon que parecia mais um demônio do que um pokémon. - balbuciou Juliana.

Are caiu sentado fazendo Dark se assustar. O grandão não conseguia acreditar que Kevin havia matado alguém usando um pokémon. Mesmo que para salvar outros e mesmo que dominado pela raiva, Kevin era considerado um herói.

– Quantos morreram naquele dia? - Perguntou Dark. - Não lembro de nada disso sido noticiado. -

– Cinco pessoas conhecidas e dez fantasmas.– Disse Juliana. - Fomos ajudados a esconder o caso. Julia apenas desmaiou. Mas, dentre os cinco conhecidos estava a pessoa que ele amava e havia escolhido, a jovem Joy. -

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Kevin havia voltado para o quarto pensativo. Walter Frey seria suspenso por todo o semestre para proteger os demais. Ninguém fora daquela sala saberia quem decidiu e Walter seria informado que se ele recorresse ou tentasse fazer algo a respeito zerariam o trabalho dos seus três amigos.

Se Walter Frey e seu irmão aceitariam passivamente, ele não sabia. Mas, ele não tinha nada com aquilo realmente. Não estragaria seu final de semana por causa de punição a pessoas que haviam lhe causado tantos transtornos. Não iria defendê-lo ou mesmo comemorar a punição.

Na verdade perguntava-se porque a UPK deixava que alunos tomassem parte na decisão. Não parecia, nem de perto normal. Mas, compreendia que era o Estilo de Arton. A região possuía costumes estranhos e alguns mantidos por leis rígidas que as vezes nem os próprios artonianos entendiam. Mas, não iria julgá-los. Gostava do fato de não haver tantos treinadores procurando-o.

Chegou ao alojamento com tranquilidade. Abriu a porta de seu quarto e deparou-se com uma cena estranha. A cama correspondente a Albert estava só com o colchão e com o colchão elevado. O computador que sempre estava na pequena mesinha desaparecera. Franziu o cenho e conferiu na porta que estava no quarto certo, acabou de entrar e viu que suas coisas estavam todas em ordem, mas o armário de Albert estava vazio.

– Gengar! - Disse ele fechando a porta.

O Pokémon fantasma apareceu e encarou o treinador. O fantasma sabia o que o treinador queria, era comum eles usarem a técnica dos pesadelos para criarem ilusões e assim Kevin poder ver o que Gengar sabia. Viu seu treinador sentar na cama e os olhos de Gengar brilharam em seguida.

Kevin tremeu por alguns instantes. Sua expressão era estranha e de dor, mas durou pouco tempo. Ele abriu os olhos no mesmo instante que Gengar fez os seus pararem de brilhar.

Um movimento que durante a batalha causava muito dano ao adversário que sofria com ilusões, pesadelos e outros mais. Mas, depois de algum treino Gengar podia fazer Kevin ver o que Gengar desejava. Assim, tudo o que aconteceu naquele quarto, enquanto Gengar lá estava, Kevin podia ver.

– Albert simplesmente entrou, pegou suas coisas com a velocidade de quem estava treinado para isso, saiu e não esboçou nenhuma única reação. - Kevin se levantou e foi até o colchão erguido e encostado na parede. - A única coisa seria essa mensagem que ele colou aqui desapercebidamente. -

Era algo que Kevin havia ficado impressionado. O rapaz se moveu rapidamente e com uma precisão invejável ao pegar suas coisas, embalá-las e sair com a mala com uma facilidade que Kevin duvidou de que realmente fosse ele mesmo. Precisou que Gengar passasse a imagem do levantar do colchão várias vezes em sua mente, pois percebeu que algo havia sido feito, mas não tinha ideia do que. Levantar o colchão era estranho. Por que fazer aquilo? Sabia que havia algo ali no colchão.

Kevin achou uma folha pregada no colchão. Para ele estava claro que Albert não queria que alguém o visse colocando aquilo ali. Nunca imaginou que ele tivesse tanta habilidade motora e conseguisse atuar tão bem para disfarçar aquela ação. Mas, por que faria de forma desapercebida?

– não Deixe o herói de sua Alma se extiNGuir, numa frustração pela vida que você mEReceu e nunca pôde alcançá-la.

Kevin leu a meia voz para que Gengar também pudesse escutar. Não entendia de imediato o que significava aquilo e porque tanto cuidado em deixar aquilo oculto. Por que sairia do quarto? Teria ele descoberto o ladrão do campus e agora estaria sendo ameaçado ou vigiado?

– Danger. - Balbuciou ele reparando nas letras maiúsculas que foram destacadas de forma estranha. - Eu em perigo. -

Deixei tudo para trás na esperança de proteger as pessoas que amo. Mas, quanto mais fico nessa vida, mais certeza tenho que mais cedo ou mais tarde precisarei daquelas habilidades que tento esquecer de como usar. Talvez, eu jamais volte a precisar, mas o que vai acontecer se eu precisar e elas não mais estiverem lá?

– Quem é esse cara? - Kevin amassava o papel irritado. - Gengar, vamos treinar. -


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Notas finais do capítulo

E Assim termina a primeira saga da fic.
O que ? Como assim? Terminou? Sim, mas somente a primeira saga. Onde personagens foram apresentados e parte da trama foi mostrada.

Seguiremos agora para muitas explorações onde romances aconteceram... torneios de batalhas aconteceram e muita rivalidade vai aflorar.

^^

Fiquem ligados!

Esperam que tenham gostado da fic até aqui!



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