PEV - Pokémon Estilo de Vida escrita por Kevin


Capítulo 13
Capítulo 12 – Fogo que se apaga


Notas iniciais do capítulo

Saudações caros companheiros!
Para quem curtiu a aparição de Lubia, Campeã de Arton, hoje temos finalmente a aparição do personagem graças a recomendação de tsunami. AEEEEE Muito obrigado pela recomendação!



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Pokémon Estilo de Vida
Saga 01 - Estilo de Profissões
Etapa 04 – Coordenadores



Não deixe seu fogo se apagar, faíscas por insubstituíveis faíscas,
na troca perdida no não exato, do ainda não, do de jeito nenhum.
Não deixe o herói na sua alma se extinguir, numa frustração pela vida que você mereceu e nunca pôde alcançá-la.
O mundo que você deseja pode ser ganho.
Ele existe, é real.
Não asfixie. É possível.
É seu.”

(Anônimo)



Capítulo 12 – Fogo que se apaga



A cabeça nunca doeu tanto quanto naquele dia. A tentativa de levantar-se só não era mais torturante que o cheiro que estava impregnado no quarto. Pensou em gritar com Are sobre aquele fedor, mas a cabeça só iria doer mais. Além disso, ele estaria devorando o café da manhã ou talvez até o almoço. Perguntou-se quanto tempo teria se passado desde o fim do concurso.

Não se lembrava bem de muita coisa do dia anterior. A vergonhosa derrota para Juan, o coordenador de temática de bêbados, estava bem clara em sua mente. Mas, não tinha muitas lembranças dali em diante. Seja lá o que tivesse feito depois, Juliana desejava ter aumentado a intensidade para conseguir esquecer também o que aconteceu antes.



– O fedor é demais. -



Abriu os olhos e congelou diante a visão. O quarto estava com a luz acessa e a cama de Are estava perfeitamente arrumada, com uma pessoa nada parecida com Are sentada em cima dela. Fechou os olhos morrendo de vergonha e virando a cabeça sem tempo de deixar sua mente reconhecer a pessoa.



O rápido movimento fez tudo girar, fazendo a cabeça doer ainda mais, o que só confirmou o que achava ter lembrado. Bebera a noite passada. Um porre para tentar esquecer a vergonha e afogar os medos que tentavam tomar conta dela. Lembrava-se de Are no bar, mas depois daquilo tudo era borrão.



– Ter empatado com Barreira e assim dividido o título de Campeã do Grande Festival de Sinnoh na sua primeira temporada como coordenadora mexeu com seu ego. - A pessoa comentou. Uma voz suave e de menina. - Imagino que sabia que ainda tem um longo caminho, mas acho que ser derrotada em seu primeiro concurso pós conquista foi forte demais para você. - Juliana virou-se para a pessoa para identificá-la no momento em que estava com o indicador direito junto a bochecha parecendo pensar. - Talvez não devesse ter tentado subir seu nível tão rápido sem conhecer a origem de seu talento. -



Cabelos encaracolados na cor marrom escuro, que muito combinava com a pele escurada de olhar curioso e vivido. Seu corpo estava bem desenvolvido, apesar da altura poder confundir algumas pessoas, ficava valorizado pela roupa Uma blusa de alças pretas de um tecido delicado que parecia conter bem os médios seios, e uma calça jeans que não escondia a grossura das pernas. Tratava-se de Lubia Mar, que a olhava com um sorriso meio estranho.

Sempre teve um sorriso bobo no rosto desde os dez anos de idade e agora com seus 17 anos e ostentando um título de campeã de sua região natal o sorriso era ainda maior. Estava em várias capas de revista pelo mundo, hora sobre suas habilidades com pokémon, hora quanto a sua inteligência privilegiada e hora sobre ser bonita e não ter namorado.

A fala havia revoltado Juliana e ela estava pronta para responder o comentário não pedido. Mas, ao se deparar com Lúbia percebeu que algo estava muito errado e que talvez não tivesse passado tanta vergonha na noite passada após a bebedeira. Sentou-se percebendo que realmente estava no quartinho que reservara no Centro Pokémon de Petrinya, apesar de não se lembrar de como chegou ali.



– O que quer? - Perguntou Juliana. - O que quis dizer com origem do meu talento? - Passando a mão na cabeça sentindo-a latejar baixou a cabeça. - Por que está aqui? -



– O motivo para eu estar aqui é isso. - Ela retirou do bolso um pequeno envelope e colocou em cima da cama limpa, onde estava sentada. Logo depois esticou a mão direita exibindo dois comprimidos. - Eu lhe ofereceria água, mas acabei com a garrafinha antes de você acordar e não creio que queira sair do quarto neste estado. -



Juliana olhou para suas roupas todas sujas e parecendo estar com uma substancia seca nela. Torceu o nariz percebendo que era seu vômito e olhou de relance para a cama totalmente imunda. Se ela não se mijou a noite foi pura sorte.



– Poupe-me do sermão. - Juliana revirou os olhos antecipando qualquer fala de Lubia ao pegar os comprimidos e engoli-los a seco. - Acho que sou grandinha o suficiente para cuidar de mim mesma. - Lubia parou de olhar Juliana e olhou para a cama suja e fedorenta. - Aquilo foi um momento de fraqueza. - Disse a menina de cabelos azuis ao perceber o olhar de Lúbia.



– Nesse caso, vou responder a última pergunta. - A menina sorriu abertamente. - Se morrer e alguém vier me culpar, direi que alertei-a do quão burra estava sendo. -



Juliana a encarou irritada. No entanto, ela estava certa. Expor-se em um concurso e depois sair bêbada no meio de um festival era chamar atenção demais para quem corria risco de vida e queria manter-se escondida. Mas, como iria explicar suas ações para Lúbia? Na verdade, por que explicaria suas ações para a menina campeã?

Ela era chamada de a filha prodígio de Arton, assim como Barreira era o filho prodígio que no momento estava sendo odiado. Era uma das melhores treinadores de sua geração, tendo como rivais diretos, ainda em atuação, apenas Barreira, o Mestre Pokémon de Jotho Trevor Gutmor, sua melhor amiga e estrela musical Marjori Star e Kevin Maerd Júnior. Após um acidente que a deixou de fora de uma competição entre as regiões, ela em um ano e meio terminou os estudos e fez faculdade de tecnologia. Era dita como a menina gênio e havia feito uma parceria com grandes empresas para seu Mestrado.

No entanto, no inicio do ano passado anunciou seu retorno as arenas de batalha e conquistou a Liga Pokémon de Arton. Agora ela espera pela oportunidade de enfrentar a Elite dos Quatro de Arton que não ocorreu devido a uma discussão da Associação de Batalhas sobre o formato do Desafio do Mestre proposto por Arton.

Não havia quem não gostasse da campeã. Um rostinho bonito, com sorriso quase infantil, apesar dos 17 anos. Cordial, sempre falando com calma e sendo gentil e atendendo a todos. Juliana não tinha como irritar-se com a campeã pelas ofensas que estava recebendo, já que sabia ser verdade.



– Para eu explicar a minha fala eu preciso que me responda. - Disse Lubia. - Concursos pokémon são um esporte ou uma apresentação artística? -



Juliana ficou calada por algum tempo. Era uma pergunta para lá de estranha, já que era tratada como esporte. Ela baseava sua vida artística de coordenadora nas anotações de um antigo diário de Lucia Kirian, que era muito mais conhecida como Lucia K. Maerd. Ótima antes de conhecer Kevin Maerd, Top Coordenadora após o casamento. Era uma coordenadora dita como lenda em quase todas as regiões que possuía concursos.

Kevin ao viajar por Sinnoh levou consigo o diário que acabou servindo de base para ele, Amanda e Juliana aventurarem-se pelo mundo dos concursos. Talvez não existisse guia melhor. Observações técnicas quando se tratava de movimento e combinações, mas observações pessoais de pura reflexão e teorias sobre todo o resto.



– Acho que deve saber sobre Lúcia Maerd, mãe de Kevin. - Lubia parou pensando. - Sim, sabe! Tentou replicar a apresentação dela ontem. - Lubia levou o dedo novamente a bochecha, pensando. - Ela acreditava que os coordenadores tinham cinco níveis. -



Juliana sabia daquilo, estava escrito no diário de Lúcia. Coordenador Iniciante, Coordenador Treinador, Coordenador Combinador, Coordenador Pokémon e Coordenador Pokémon de Elite. Os níveis não levavam o pokémon em conta e muito menos o tempo de palco que o coordenador possuía. Apenas contava a habilidade em coordenar uma apresentação que mostrasse o quanto pokémon usado poderia ser especial. Em outras palavras, era a competência que o coordenador tinha para enxergar o potencial do pokémon e trazê-lo para fora.



– Coordenador Iniciante comandam, na visão de Lúcia, golpes simples que os efeitos sejam belos. Eles buscam golpes visualmente bonitos que agrade aos olhos de quem vê, sem exigir muito do pokémon ou da criatividade do coordenador. Um grande exemplo é o Beijo Adorável, movimento em que um pokémon joga um beijo no ar e diversos corações parecem surgir e encantam quem olham e provocam paixão em quem acerta. É um nível que evidencia-se a beleza acima de tudo. - Disse Lúbia.



– Coordenador Treinador é aquele que treina seus pokémons para que eles efetuem seus golpes da melhor forma possível, lembrando treinadores pokémon em muito de seu jeito e estilo de atuarem. - Juliana iniciou a explicação do outro nível afim de mostrar que sabia de tudo aquilo. - Baseiam-se na execução perfeita dos movimentos diversos, especialmente os difíceis, que possam evidenciar o pokémon. Coordenadores neste nível já entendem que há mais que beleza nos concursos e buscam outras características para evidenciar como força, precisão, defesa ou agilidade. -



– Coordenador Combinador faz apresentações combinando movimentos em cima da criatividade do coordenador ou de combinações comuns de movimentos. Tentam criar um efeito inesperado com suas combinações, geralmente visuais. Podem ser combinações consagradas como Agilidade com Time Duplo que multiplica o pokémon ou combinações mais inesperadas onde água é jogada no ambiente para refletir luz do holofotes. É uma busca por evidenciar as habilidades que o pokémon possui, sem necessariamente exigir que uma característica seja ressaltada. - Lubia falou o seguinte.



– Vamos discutir coordenação agora? - Juliana pareceu ficar mais irritada. Tentou levantar-se, mas as pernas não obedeceram. A ressaca estava forte. - Então deve saber que para todos esses três níveis um treinador pokémon se sairia perfeitamente bem se tiver um pouco de talento ou dedicação, né? - Ela aceitou permanecer no assunto.



– Exatamente! - Ela sorriu. - Já um Coordenador Pokémon é o nível em que você normalmente se apresenta. Lúcia dizia que ali a pessoa poderia dizer que realizava a verdadeira coordenação pokémon. A criatividade do coordenador se junta ao pokémon comandando golpes comuns para sair de uma forma diferente. Precisava coordenar o pokémon que usa-se um golpe simples de forma variada. O melhor exemplo é um jato de água, não apenas apontando para algum lugar, mas controlando força, intensidade, tempo e direção a ponto de fazê-lo variar. Como se o Jato de Água fosse sair em espiral. Evidencia-se o domínio do pokémon sobre a técnica. -



Juliana acreditava estar nesse nível por conseguir fazer seus pokémon usarem os golpes de maneiras variadas e incomuns. Não precisava que Lúbia dissesse aquilo. Entendia que o nível exigia um conhecimento profundo por parte do coordenador em cima da técnica. E quanto maior o conhecimento em cima da técnica mais características conseguia evidenciar junto ao domínio.



– Como estou nesse nível quero subir para o próximo, Coordenador Pokémon de Elite. - Disse Juliana. - Inovar no quesito apresentação em forma de arte e não mais nos meros movimentos. Procurar algo pouco usado para criar a partir dali algo novo, ou recriar algo pouco visto que impacte no público. Abusar de apresentações temáticas, comprovação de teorias cientificas ou aperfeiçoamento de lutas. O importante é causar impacto ao público para evidenciar a arte. O pokémon é evidenciado ao mesmo momento que evidencia alguma arte escolhida. -



– Ai está seu erro. - Lúbia comentou. - Top Coordenadores nem sempre alcançam esse nível. Já que tem que causar ao público grande impacto a cada apresentação, significando que a cada novo concurso precisa continuar impactando o que pode significar ter que criar algo novo toda vez que subir aos palcos. - Lúbia viu a cara de irritação de juliana aumentar. - Não precisa ter apresentações de nível coordenador Pokémon de Elite para se tornar Top coordenadora. Top não é um título como mestre é só um reconhecimento. -



– Está louca? - Juliana aumentou a voz e levantou-se. - De onde tirou isso? -



– Do mesmo lugar que você. Diário de Lúcia. - Disse Lúbia.



– Impossível! - Juliana pareceu assustada. - O diário foi quase destruído e estou com os restos deles tentando reconstruí-lo para Kevin e Julia. -



Sim. Aquele era o maior motivo dela estar em jornada para nova temporada de coordenadora, recriar todo o diário que foi destruído. Uma das poucas recordações que os Maerds possuíam da mãe. Passava a maior parte de seu tempo disponível lendo e reescrevendo o diário, tentando entender as técnicas para recriá-las.



– Se não estivesse sendo cabeça dura, estaria em casa fazendo isso e não batendo perna por Arton, procurando Kevin e correndo risco de vida. - Disse Lúbia calmamente. - Quando passei por Jotho recentemente visitei sua família e não a encontrei lá. Mas, na casa dos Gutmore, Amanda comentou sobre a destruição do diário e sua tentativa de recriá-lo - Lúbia sorria enquanto falava. - Amanda acha que é só para ganhar a afeição de Kevin, mas eu não vou entrar nesse mérito. -



Não havia como retrucar já que era verdade. Ser coordenadora era divertido, mas também um caminho. Se fosse uma coordenadora de renome e pudesse recriar as coisas da mãe de Kevin talvez conseguisse superar suas concorrentes ao coração dele por se assemelhar mais a mãe dele.



– Amanda me falou sobre esses níveis não serem hierárquicos e que talvez você não enxergasse dessa forma. - Comentou Lubia. - Lúcia pensava no nível da apresentação. Talvez ao passar para o diário não tenha conseguido expressar que o nível não era do coordenador por toda a vida, mas sim da apresentação que realizava. Você pode fazer uma belíssima apresentação no nível de Coordenador Pokémon hoje e por estar estressada e outros mais não conseguir realizar a apresentação corretamente tendo que recorrer ao mais básico para salvá-la. Ou seja, uma apresentação de nível iniciante. - Lubia parou com o dedo na bochecha novamente. - Ontem você tentou uma temática, mas fez isso de forma evolutiva o que fez com que a apresentação passasse por quase todos os níveis. -



– Mas... - Juliana ficou calada por algum tempo lembrando-se da sua apresentação e da batalha. Realmente não pode manter a temática todo o tempo. Teve que usar de coisas mais básicas para poder prosseguir e sustentar o que estava fazendo. - Tem razão. - Disse por fim sentindo-se derrotada novamente. - Mas, o que isso tem haver com origem do meu talento e com a questão de ser esporte ou arte? -



– Você segue os passos de Lúcia. Lúcia julgava a coordenação como arte. Mas, você é mais treinadora. Usa conhecimento e ideias de treinadora. Saí bonito e funciona quando usa sua base treinadora. Se você tenta ir para uma base totalmente artística, você até consegue um bom efeito com trabalho duro, mas não se iguala a quem já tem a base artística. - Ela sorriu. - Juan é um artista não um esportista. Por isso não percebeu que a bebedeira era arte e não fraqueza. Quando você abandonou o tema e partiu para uma batalha seu lado treinadora sabia o que fazer e seu conhecimento de coordenadora te dava as ideias de como fazer a arte surgir e conseguiu avançar, mas infelizmente tarde demais. -



– Base artística. - Balbuciou Juliana pensando em tudo aquilo sentindo a cabeça latejar.



– Basta pensar no Barreira. - Comentou Lubia levantando-se. - Ele é um coordenador e treinador. Mantém o mesmo perfil quanto atua como nas apresentações ou nas batalhas de liga. Aproveitar-se dos movimentos do adversário para evidenciar seu pokémon ou abater o adversário. -



– Sempre se defendendo o máximo que puder para fazer o adversário se cansar e errar. - Juliana balançou a cabeça compreendendo. Barreira era realmente uma pessoa fantástica no que fazia. Era um treinador brilhante e um coordenador temido. - Eu sei ser treinadora e isso ainda está em mim. Continuar nesses conflitos ao tentar temas enquanto não conseguir equilibrar a coordenadora e treinadora. -



– Eu não iria tão longe. Eu apenas ficaria com apresentações no nível que está e criaria coisas em cima do seu talento de treinadora, que os com base artísticas não compreendem. - Ela sorriu abrindo a porta. - Não precisa subir para um nível que não exista. - Lubia começou a fechar a porta.



– Por que me ajudar? - Perguntou Juliana tentando segurar a porta.



– É o que os campeões fazem. Além disso, leia a carta. - Disse Lubia Mar fechando a porta sem chance que Juliana conseguisse segurá-la.



Juliana franziu a testa não entendo que carta ela falava, mas o desfez enquanto a cabeça doía e o estomago revirava. Iria tomar um banho, pedir roupas de cama limpa a enfermeira Joy e depois procurar por Are caso ele ainda não tivesse voltado. Caminhou para sua mochila em busca de roupas limpas para o banho e foi quando viu o envelope em cima da cama e compreendeu que o envelope continha uma carta. Sim, Lúbia veio inicialmente entregar aquilo. Ficou tão irritada com os insultos iniciais que pouco se ateve ao envelope.

Evitou sentar na cama de Are para não sujar. Tinha agora a recordação de Are a carregando pelo meio das ruas em festa, não deveria ser sonho. Abriu a carta tentando segurar um riso enquanto se lembrava do gordo amigo carregando-a enquanto ela vomitava.



Juliana,

De todas as vezes que quis brigar com você, nem uma teve um motivo real. Acho que nós convivemos bem essas semanas por termos crescido e tudo antes era apenas falta de maturidade nossa. Amadurecemos e você se mostrou ser pior que uma criança.

Kevin salvou minha vida e me deu um rumo quando eu poderia ter morrido ou virado um criminoso. Ninguém me deu uma chance por eu ser gordo e tímido, ele foi o único que confiou em mim e disse que eu podia. Mas, talvez ter nascido de família rica com pais que estão preocupados com você faça você não saber o que é gratidão e desejo de mostrar o quanto cresceu.

Você bebeu e falou demais. Me insultou, me comparou a ele e no final disse que estava tentando me manter longe dele. Que iria vagar comigo por Arton até me fazer desistir de encontrá-lo. Entendo que de alguma forma idiota esteja tentando protegê-lo, mas me fez idiota gastando todas minhas economias em uma jornada sem sentido alegando estar correndo risco de vida quando nunca a vi ameaçada nem por um mero Magikarp.

Estou desfazendo nossa parceria. Se morrer por causa de seus perigos idiotas, não me importo. Estou apenas avisando a Lubia porque sei que está mal pelo concurso e logo pela manhã vai estar muito confusa por ter bebido tanto.

Um aviso: Quando nos encontrarmos da próxima vez esteja com seu pokémon mais forte.

A.H.



Juliana ficou olhando para a carta. Are parecia um pouco confuso sobre o que escrever, isso ela podia sentir. Parecia que ele evitara ofendê-la ou qualquer coisa do gênero. Isso a incomodou mais do que se ele tivesse esperado e rasgado o verbo com ela. Criança e idiota era leve comparado as ofensas que costumavam usar. Deveria ter ficado mesmo magoado.

Juliana suspirou fechando os olhos e imaginando as asneiras que falara para ele. Foi então que abriu os olhos assustada. Ele devia estar a horas de vantagem a sua frente em qualquer direção e ela ainda não tinha a menor condição de viajar.



– Eu devo ter bebido um bar inteiro para ter feito essa merda. - Ela caiu no chão sentada, sentindo a cabeça tontear. - Kevin vai me matar se Are chegar em Khubar. -



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Pentrinya não era a única a ter festival por aqueles dias. Khubar, cidade formada por um grupamento de ilhas, tinha a tradição de realizar o festival do “Tchau, Tchau Verão”. Nada mais do que uma festa na praia com barracas, gincana, comida, bebida e muita música. Um evento famoso organizado pelos estudantes e patrocinado pela prefeitura e muitas empresas.

Uma festa na praia significava muito sol, bebidas, barracas e palco dispostos voltados para a praia para que pessoas pudessem apreciar do mar, caso tivessem vontade, tudo o que acontecesse. Se anoite chegasse e o calor permanecesse banhos noturnos ao som de muita música agitada aconteceria, mas se o frio já estivesse presente uma fogueira surgiria ditando o novo clima. Era um festival de verão feito de jovem para jovem.

A festa normalmente começava as onze da manhã de sábado e ia até as onze da noite de domingo. Trinta e seis horas de muita bagunça na praia onde os estudantes revezavam-se na execução do evento. O dinheiro arrecado era revertido para os próprios estudantes em suas formaturas, por isso cada barraca era de um curso, fosse da faculdade fosse do ensino médio, ou mesmo o fundamental. Na gincana também havia premiações que ajudavam a formatura. Apesar de tudo ir para aqueles que estavam para se formar, todos ajudavam, mesmo que fosse apenas indo curtir a festa.

Tchau, Tchau Verão era o evento mais esperados pelos jovens em Khubar. Era o primeiro evento aberto que reunia jovens dos 12 aos 27 anos, sempre com muita gente nova, já que universidade recebia muitos calouros a cada ano. Azaração e pegação certas, especialmente para aqueles que sabiam como chegar em seus alvos.

Para a galera do ensino médio era um evento cheio de desafios, os meninos tinham que disputar as meninas contra universitários, as meninas tentavam fugir de alguns universitários e se jogar em cima de outros. A falta de grana e permissão dos pais muitas vezes impediam de curtir toda a festa. Mas, certamente a maioria gostava de se arriscar com as bebidas, afinal ainda eram menores e só ali, onde a supervisão poderia falhar, é que poderiam beber sem riscos de serem pegos.



– Bebezão! - Gritavam para Mordecai. - Não aguenta, bebe leite! -



Mordecai estava superconfiante naquele dia. Conseguiu ficar em um grupo reduzido de sua escola, sem pessoas que normalmente o jogariam no mar ou mesmo o deixariam fazer coisas idiotas. O grupo era formado por Marcela, Riley e Maya de sua sala. Ainda do segundo ano havia Rodolfo. Do terceiro ano havia Jorge e Ingryd, e uma jovem caloura chama Isa.

Tudo indicava que Jorge queria pegar uma das meninas, ele dificilmente se misturava com Rodolfo, mas todos percebiam que quando Leila não estava Rodolfo bem que curtia uma zoação mais forte. No entanto, para Mordecai nada daquilo importava. Venceu uma batalha logo no começo do evento contra um universitário, recebeu elogios da equipe do terceiro ano da gincana que o convidou para participar da prova de natação e humilhou, como gostava de dizer, Rodolfo e Jorge com seu abdômen sarado.

Jamais iria esquecer o momento que o grupinho juntou-se e os meninos retiraram as camisas e ficaram zoando-o dizendo que ele era menina por ficar de camisa. Enquanto Jorge exibia uma barriga engraçada e Rodolfo alguns músculos nos braços, mas nada que vale-se comentários quanto ao abdômen Mordecai tinha gomos definidos que Marcela chamou de tanquinho escondido.

Mordecai estava em seu ambiente favorito e não tinha como ser ridicularizado ali. Batalhar na praia dava vantagem aos seus pokémon. Nadar no mar era algo que ele fazia todo final de semana e isso havia rendido a ele o tanquinho escondido. Estava tão confiante que quando chegou sua vez de buscar bebida não duvidou que conseguiria. Mas, ao retornar sem ter provado o que conseguira acabou descobrindo que vendedor lhe dera leite puro

Antes que pudesse praguejar contra o rapaz que o atendeu começou a ser zoado por Jorge. “Quem não aguente bebe leite!”. Até Rodolfo gritava sacudindo Mordecai. As meninas apenas riram, mas admitiam que tentar servir leite ao invés de álcool era realmente motivo para ser zoado.



– Nunca mande um menino fazer trabalho de uma mulher. - Marcela era a que mais ria. - Mostra para ele, Maya. -



Marcela tinha um truque que parecia a prova de falhas quando aplicado por ela para conseguir bebida, ou mesmo comida, de graça. Era menor de idade, mas seu corpo não dizia isso. Bastava estar com um shortinho e a parte de cima de um biquíni que já chamava a atenção. Um sorriso e um pouco de conversa que começava a extorquir dos pobres universitários que se sentiam mais tímidos em investir na mulherada. As vezes escolhia os mais gatos e tirados, afinal ela gostava de tirar casquinha deles, bem como sabia que eles gostavam de tirar casquinha dela. Uma dança e uma fala de sede, devido ao calor, e logo estava com uma bebida em mãos.



– Ice, cerveja e vodca. - Maya deu um sorriso debochado. - Claro, será moleza achar algo diferente disso. - Desfez o rabo de cavalo e deu as costas ao grupo.



As meninas estavam todas iguais a Marcela, shortinho jeans e parte de cima do biquíni, com exceção de Maya e Riley que usavam uma camisa regata branca por cima. Até os cabelos estavam presos iguais, em um rabo de cavalo.

Era um jogo de conseguir bebida e não de se embebedar. Tanto que a pressão quanto a beber, ou ao menos experimentar o que era conquistado era zero. Riley e Maya eram as únicas que não bebiam nada, enquanto Ingryd recusou apenas a vodca pois achou que era demais para ela. Os demais consumiam todos os artefatos conseguidos na disputa. O desafio era simples em sua vez tinha que trazer uma bebida alcoólica diferente da já conquistada. Ponto extra se viesse em uma quantidade acima de duzentos ml e se conseguisse de graça.

Jorge havia sido o primeiro a conseguir algo. Trouxe uma latinha de cerveja que despejou num copo para que ninguém os flagrasse bebendo, ganhando assim dois pontos. Ingryd falhou pois pediram a identidade dela na barraca de cerveja e ice. O que deu chance a Rodolfo de trazer uma ice que ganhou enganando um rapaz meio tonto. Fingiu que ele havia derrubado sua bebida e para evitar confusão acabou pagando uma suposta nova ice. Dois pontos, já que a garrafinha não tinha mais de duzentos ml.

Marcela pediu a vez e foi ao ataque conquistando três pontos e deixando o placar menos vergonhoso para as meninas. Quando Mordecai foi ao ataque Marcela já esperava derrota do grupo das meninas, mas adorou a vergonha que Mordecai passou com o leite.

Não haviam muitas opções para conseguir bebidas. Era uma barraca de água e refrigerante. Uma cerveja e ice. Uma de sucos e vitaminas. Uma de bebidas fortes puras e uma de misturas e batidas.

Todos viram Maya se aproximar a passos lentos com um olhar um pouco longe. As bochechas estavam avermelhadas e ficava apenas olhando para frente quase em choque. Ela trazia um copo de quinhentos ml nas mãos. Quando chegou na roda não disse nada. Mordecai pegou o copo temendo que ela tivesse conseguido, pois percebeu que ela foi na barra de misturas e batidas.



– Amiga, o que aconteceu? - Riley nunca havia visto Maya naquele estado.



Ele me passou uma cantada! Disse Maya mentalmente, sem coragem de dizer aquilo em voz alta. Já havia recebido cantadas antes, mas nunca daquele jeito e nunca havia ficado sem graça com aquilo. Até o telefone dele estava gravado no celular dela.



– Isso é água! - Reclamou Mordecai.



– Ótimo! Estava precisando. - Disse Ingryd que após beber um pouco passou o copo para a menina do primeiro ano.

– Nossa tem bastante gelo! - Disse Isa feliz por beber algo diferente de álcool. Não estava mais aguentando se fingir de descolada e beber tanto.

– Gelo? - Jorge sorriu. - Ótimo, a vodca tá quente. -

– Ótimo trabalho Maya. - Disse Rodolfo sorrindo e colocando parte do gelo da água na vodca.



Estava esperando algo como quem não aguenta bebe água. Mordecai se roeu por dentro por não terem zoado Maya. Ao que parecia todos estavam querendo água e ninguém queria admitir. Ele precisava tirar o foco dele.



– Sua vez plantinha. - Disse Mordecai a Riley.



Riley viu o grupo incentivando-a a ir e olhou para Maya que estava ainda em transe. Ela não teria ajuda da amiga para isso. Suspirou e começou a caminhar pela areia em direção as barracas. Lembrou-se que Maya soltou os cabelos e pensou que talvez isso fosse ajudar. Ela tinha cara e jeito de menina nova, apesar dos dezesseis anos. Após soltar os cabelos respirou fundo e parou a poucos passos da barraca de misturas e batida. O rapaz estava preparando algo, sacudiu de um lado para o outro um misturador e despejou em dois copos para uma dupla de rapazes que o saldaram animados enquanto saiam. Ela olhou para trás, rapidamente, virando-se antes que ele visse seu rosto inseguro. Dali ela podia ver os amigos, mas já havia percebido que eles não conseguiam ver o que acontecia.



Vou ficar o máximo possível de costas, pedir qualquer coisa com álcool, pagar e dar o fora sem conversa. Voz de adulta Riley, Voz de adulta!



– Oiii! - Assim que chegou no balcão acabou soltando um oi meio infantil e bastante sonoro.



Riley burra! Era sua chance. Ele estava de costas, era só fazer o pedido que ele provavelmente ia atender. Burra! Burra!



Olhos azul esverdeados, alto, loiro, sorriso cativante e bebendo algo que parecia gostoso, pois sugava com vontade o líquido do copo em suas mãos.



– O rapaz da Meganium. - Disse ela em meia voz com os olhos arregalados. Não esperava vê-lo de novo. Da última vez quase chorou na frente dele e agora ele estava ali, sorrindo como antes e ela pronta para mais uma trapalhada que poderia acabar em choro.



– A mocinha da chickorita! - Sorriu Kevin. - Terminou tudo bem para você depois do incidente? -



– Estão me chamando de plantinha por causa daquilo. - Disse ela ainda mais envergonhada. Se perguntou porque havia falado aquilo. Abaixou os olhos tentando tomar coragem para fazer o que precisava. Queria ir embora, mas iria bancar a idiota. - Sede! - Ela levantou o rosto estendendo o dinheiro em seguida.



– Bem... - Ele parou de beber e esticou o copo para ela. - Veja se gosta desse. -



– Bebida! - Ela esboçou um sorriso, mas parou de repente enquanto esticava as mãos para provar. - Bebida, não! -



Kevin franziu a testa por alguns instantes e logo depois soltou uma risada leve voltando a sorrir. Tentou começar a falar, mas Riley foi mais rápida.



– Prometi para papai que não ia beber. Que ia voltar cedo. Não ia deixar Maya se meter em confusão. - Ela disse apressada. - Grupo em disputa de quem consegue mais álcool. Não quero para mim, quero para eles. Por favor, não me mande para junto deles com leite ou água, vou passar vergonha. Vende qualquer coisa com álcool. Juro, não vou tomar! Sou uma boa menina! -



Riley olhou para ele que ainda sorria para ela. Mas, também movia os olhos para o lado como se olhasse ela e algo que estava ao lado dela. Só então foi que ela percebeu que alguém havia parado ao seu lado e escutado tudo o que havia falado. Pior do que isso, foi ela se dar conta do que havia falado. Fechou os olhos morta de vergonha e baixou a cabeça encostando-a no balcão.



– Boa tarde Kevin. - Era uma voz de mulher. - Ainda tem Quase Lá ou esse na sua mão é a última dose? -



– Ainda tem bastante Oficial Jane. -



A resposta de Kevin fez Riley arregalar os assustada. Ficou congelada de medo. Manteve a cabeça baixa esperando que ela fosse embora. Escutou o liquido sendo despejado no copo e o cheiro de álcool em seguida.



– Estou sem troco para tudo isso. - A voz de Kevin parecia tranquila. - Posso cobrar um a mais para essa gatinha aqui? - Riley escutou aquilo e quase engasgou. - Vai animar o dia dela! -



– Claro! - Disse a oficial saindo. - Mal não vai fazer!Aproveite, boa menina. -



Riley sentiu que a Oficial Jane saiu e levantou o rosto olhando para ela se afastando. Quando olhou para Kevin ele estava sorrindo e olhando-a.



– Gatinha? - Ela sorriu sem graça. - Eu... - Ela ficou ainda mais sem graça. Não conseguia agradecer pelo elogio ou mesmo falar algo. - Tenho dezesseis anos! Acha mesmo que posso? - Soltou de uma vez não acreditando no que acabara de ouvir.



– Com dezesseis anos você não pode ser gatinha? - Kevin peguntou fazendo ela ficar vermelha e desviar o olhar.



Agora sei o que aconteceu com Maya. Pensou Riley.



– Quase Lá é uma batida de frutas, açúcar, refrigerante de guaraná e leite condensado. - Disse Kevin acabando a sua bebida e pegando uma garrafa de batida e colocando em um copo roxo de trezentos ml.



– Parece gostoso... - Riley pensou nas coisas que ele havia falado. - Gosto d leite condensado. -



– Para cada dois litros de guaraná e todo o resto leva um de cidra, que é uma espécie de champang mais barato e fraco. - Ele esticou próximo ao nariz dela que pareceu gostar do cheiro. - É menos de dois porcento de álcool. Mas, tem álcool. -



Ele então pegou uma tampa com canudo e aproximou do nariz dela que tossiu devido ao cheiro forte de bebida que havia na tampa. Ele riu e tampou o copo.



– Quando me escalaram para a barraca de misturas e batidas me falaram que normalmente a turma dos colégios tentam passar a perna nos vendedores. Então fui até a policia e propus essa batida, Quase Lá. Uma dose quase nula de álcool com uma tampa cheirando a álcool. - Ele esticou o copo para ela. - A policia vê o copo roxo e sabe que está tudo bem e só vai abordá-los se parecerem bêbados. Daí vão conferir se não batizaram meu produto. -



– Então quem compra quase lá, acha que pegou uma batida de bebidas forte por causa do cheiro, mas está levando algo totalmente oposto. - Riley segurou o copo nas mãos olhando para Kevin.



Riley não sorria. Parecia menos envergonhada do que no começo, um pouco mais a vontade com a conversa, mas não sorria. O que era um contraste gigante com o sorriso que Kevin.



– Você... poderia guardar segredo sobre o que tem aqui dentro? - Perguntou Riley com uma expressão meio incerta.



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Já havia percorrido sessenta quilômetros. Era revoltante que o ponto de pernoite mais perto da cidade de Petrinya ficasse a vinte quilômetros de distancia e o próximo estaria a cinquenta e cinco. Aquele calculo completamente desproporcional comprometia a viagem de qualquer viajante. Para Are estava tudo mais complicado. O guia de viagens, o mapa e tudo mais eram de Juliana. Abandoná-la era o certo a se fazer, mas infelizmente fazer isso em plena madrugada não foi muito esperto de sua parte.

Mas, estava pronto para na próxima parada conseguir seu próprio material. A sorte de ter que acompanhar rodovias, na maior parte do tempo, era não ter como se perder. Era só seguir na direção que o asfalto te mandava.

Conversar com a Campeã da Liga Pokémon de Arton havia sido empolgante. Já havia conversado com Lúbia Mar no passado, até mesmo feito uma partida um contra um com onde perdeu e ela teve a bondade de não deixá-lo envergonhado. Mas, agora ela era campeã e tudo era diferente. Não conseguia acompanhar a linha de raciocínio dela e talvez isso fosse o que o fazia ter pés no chão e sentir a diferença que agora existia entre eles. Chegava a lembrar Kevin em alguns momentos com sua postura, jeito de falar e a disposição de ajudar. Ela tinha indicando que seguisse direto para a capital de Arton, pois o líder de ginásio certamente era a pessoa mais influente da região e se Kevin, por algum motivo, estivesse vagando por uma das metrópoles de Arton, ele saberia.

Com sorte em menos de dois meses estaria frente a frente com Kevin e poderia desafiá-lo para um duelo. Certamente teria muito trabalho para vencê-lo, mas o importante era mostrar o quanto ele evoluiu.



– Seus babacas! -



Are só tinha que sobreviver a viagem. Cada carro que passava parecia querer atropelá-lo, o desta vez foi ainda mais irritante. Era um furgão negro tocando musica a alturas absurdas e ainda jogaram lixo pela janela. Parecia até que queriam acertá-lo, mas ele se ateve ao seu trajeto. Estava escuro, passava das onze da noite e pretendia apenas concentrar- em chegar logo no ponto de pernoite.



– Parece que o mundo realmente conspira. -



Are olhou para o lado, aquele carro havia chegado lentamente perto dele com os faróis baixos. A visão não era a mais animadora, um jipe laranja onde Dark e Brad estavam dentro. Dark foi quem dissera a frase e parecia não fazer muito sentido para Are, mas talvez fosse apenas um comentário solto.



– Suba logo antes que percamos o rastro. - Disse Brad. - Mesmo com um pokémon voador acompanhando-os será muito fácil perdê-los nessa rodovia escura. -



Are parou de caminhar pelo curto acostamento e assim o jipe parou. Os irmãos Torque pareciam um pouco mais sérios que o normal. Não pegaria carona com eles nem se estivesse chovendo granizo, mas eles pareciam surpresos de o vê-lo na estrada.



– Do que estão falando? - Questionou Are.



– Estamos tentando seguir o furgão preto. - Disse Brad. - Ou sobe agora ou deixamos você ai. -



– Por que eu os seguiria? - Are pensou durante alguns instantes. -



Brad revirou os olhos e começou a movimentar novamente o jipe, mas Dark impediu o irmão. Olhou para Are por alguns instantes e abriu a porta do jipe dando-lhe espaço para subir.



– Juliana foi sequestrada. -


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Notas finais do capítulo

Curtiram?
Sentiram que estava mais lento o episódio, né?
Preparem-se porque no próximo episódio... :) Veremos uma situação nada convencional!



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