PEV - Pokémon Estilo de Vida escrita por Kevin


Capítulo 12
Capítulo 11 - Álcool da confusão


Notas iniciais do capítulo

Feliz Pascoa Galera!
Para quem gosta, espero que tenham muito chocolate!
Para quem não gosta, espero que compreendam o significado.

Mas, para todos, hoje temos um novo episódio de PEV. Para muitos, que já sabem que o enredo sofreu duas alterações fortes um presente: Episódio totalmente igual ao primeiro que tinha planejado. Sim, esse aqui foi idealizado no inicio e até hoje permaneceu o mesmo o.0



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Pokémon Estilo de Vida
Saga 01 - Estilo de Profissões
Etapa 04 – Coordenadores



Não deixe seu fogo se apagar, faíscas por insubstituíveis faíscas,
na troca perdida no não exato, do ainda não, do de jeito nenhum.
Não deixe o herói na sua alma se extinguir, numa frustração pela vida que você mereceu e nunca pôde alcançá-la.
O mundo que você deseja pode ser ganho.
Ele existe, é real.
Não asfixie. É possível.
É seu.”

(Anônimo)



Capítulo 11 – Álcool da confusão


Acordou assustado com o punho fechado e um olhar feroz, no entanto não havia nada ameaçando-o. Os sonhos estavam sendo constantes e aquilo não o deixava confortável. Uma vez por semana sonhava com um demônio correndo atrás dele, enquanto carregava uma garota e deparava-se com alguém com uma arma em punho que logo era disparada.



– Você precisa ir ao médico. - Disse Albert sem muitos rodeios. - Pelo menos o de hoje você não gritou muito. -



Kevin tentava acalmar-se respirando da forma mais lenta e profunda que conseguia. Pensou em pedir desculpas a Albert, mas não tinha coragem. Como poderia pedir desculpas se os pesadelos continuariam. Há anos tinha pesadelos com pokémon descontrolados e aqueles não conseguiria retirar da cabeça, sendo que nesses os gritos realmente deveriam assustar. Mas, já havia diminuído seu estardalhaço noturno a ponto de que as pessoas nem acordavam, parecia apenas um sonho agitado. Já nesse novo sonho da pessoa com a arma, não tinha certeza o quanto incomodava as pessoas em volta.

Olhou para Albert que estava sentado na pequena escrivaninha que o correspondia e parecia trabalhar no computador com as luzes apagadas. Olhou rapidamente a hora e viu que eram duas da manhã.



– Está estudando desde aquela hora que deitei? - Kevin pareceu surpreso.



– Deitei faz umas duas horas. Mas, acabei levantando com uma tentativa de assalto. - Ele pegou o notebook e foi até Kevin. - Acho que assustou o ladrão. -



Kevin franziu o cenho não compreendendo. A voz dele estava baixa e parecia que não queria que outras pessoas escutassem. A menção de um ladrão o perturbou. Pensou em chamar Gengar para ver se ele havia visto algo, mas lembrou-se que Albert não queria pokémon pelo quarto como mandavam as regras.



– Estão desaparecendo coisas pelos dormitórios, tanto masculinos quanto femininos. Estão dando como perdas por distrações, mas ainda mais por serem coisas de pequeno valor. Mas, olha a listagem. - Albert estava no portal do campus direcionado para os dormitórios, onde havia lista de coisas perdidas. Havia uma lista de mais de cem itens que não deveriam custar mais de dez pratas, mas juntas já faziam um valor razoável, especialmente se novas. - Não levei a sério até que escutei passos pelo corredor e maçanetas sendo giradas uma atrás da outra. Quando tentei levantar vagarosamente para ver quem estava no corredor você começou a gritar “pare” e a pessoa saiu correndo. Me apressei para a janela só o vi já distante, correndo pelo campus. -



– Um ladrão no campus? - Dizia Kevin enquanto olhava a lista de objetos desaparecidos. - Não seria incomum. Mas, porque estava no computador? -



– Enviei um e-mail, enquanto você ainda estava no seu pesadelo, pedindo para que olhassem os vídeos de monitoramento. Mas, assim que acreditarem nos furtos vão fazer algo para inibir tais práticas e alertar os universitárias para tomarem cuidado. O que significa estardalhaço. O palhaço vai parar ou tomar mais cuidado dificultando que o peguem. - Albert voltou para escrivaninha colocando o computador no lutar e o fechando, deixando tudo cair na penumbra. - As autoridades são iguais em qualquer canto. Os procedimentos padrões servem para dar tempo do criminoso experto fugir ou proteger-se e não para pegá-lo. -



Kevin se calou enquanto Albert parecia disposto a ir dormir. A ideia de que um ladrão estava no campus até era perturbadora. Mas, após um pesadelo de alguém atirando contra ele era difícil não pensar que a pessoa na verdade não estava querendo roubar e sim encontrá-lo.



Será que já fui descoberto? Será que nunca poderei deixar para trás tudo o que já fiz? Kevin refletia sobre a possibilidade de seu passado ter ido até ele novamente.



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Os aplausos eram muitos. Apesar de desconhecida por quase toda Arton, estava belíssima e isso já contava pontos para uma apresentação em concursos pokémon. Os cabelos com um leve cacheamento e aparência de molhados. Seu corpo mostrava curvas atraentes, mas nem tudo o que a maioria dos homens desejavam ver estava visível. Afinal, seu biquíni, no mesmo azul de seus cabelos, era comportado e ainda ficava oculto pela saída de praia branca rendada em formato de bolhas delicadas.

Muitos eram os coordenadores que vestiam roupas de gala para suas apresentações, mas poucos faziam como Juliana que vestia-se naquele momento baseada no tema de sua apresentação. Apresentações temáticas eram altamente raras e exigia do coordenador mais do que habilidade, requeria uma criatividade que mesmo os mais renomados Top Coordenadores nem sempre demonstravam.

Juliana liberou seu pokémon, Mudpik, com um gesto suave de mão. A pokebola nem chegou a ser solta. O brilho branco materializou o pokémon que parecia em ótimo estado e as luzes do palco pareciam refletir suas hastes amareladas do rosto.

O pokémon equilibrou-se em suas patas traseiras e começou a andar de costas. A plateia aplaudiu timidamente enquanto os três jurados do concurso observavam curiosos aquela pequena demonstração de equilíbrio e coordenação motora. De repente o pokémon de água começou a criar bolhas enquanto andava equilibrado nas patas traseiras. Ele andava ao redor de sua coordenadora que mantinha o sorriso e ia girando lentamente junto a ele, em meio ao palco.

Um balançar. Mudkip pareceu perder o equilíbrio e caia para trás, mas com uma meia cambalhota ele se pôs de pé agora sobre as duas patas dianteiras e continuou a circular sua treinadora fazendo as bolhas que iam ficando paradas onde foram criadas. Logo o pokémon começou a abusar das cambalhotas fazendo a plateia aplaudir um pouco mais forte.

Chegando ao ponto de partida Mudkip se lançou para cima e girou disparando água enquanto rodava no ar. Ele usava certamente o Water Gum para aquele feito e as gotas de água que se espalhavam reluzindo devido as luzes do palco. A plateia achou belo e os jurados ainda permaneciam observando atentamente.



– Chicote de Bolhas! - Juliana comandou abrindo os braços assim que seu pokémon tocou o solo.



Mudkip posicionou-se de frente para a plateia, em sua aterrissagem, e inclinou-se para direta, bem como Juliana o fizera. De repente todos puderam ver as bolhas que permaneciam paradas ao redor de Juliana e Mudkip começarem a girar para a direta. Juliana inclinou-se para a esquerda e Mudkip, ao mesmo momento, se inclinou para a esquerda. As bolhas interromperam o giro para a direita e giraram para a esquerda.

Juliana fez um movimento com o braço direito, como se ele fosse um chicote e Mudkip fez o mesmo gesto com a cabeça e logo as bolhas saíram do círculo, uma atrás da outra e serpentearam quase até o público enfileiradas no mesmo movimento, como se fosse um chicote de verdade. Juliana começou a movimentar o braço direito como se ele fosse realmente um chicote e Mudkip parecia acompanhar com a cabeça pois a fileira de bolhas agira como um chicote indo nas mesmas direções, assustando o publico e aos jurados que começavam a aplaudir, especialmente quando começaram a escutar estalos supostamente vindos do chicote, mas que eram produzidos pela boca de Mudkip.



– Finalize com enrolar! -



Comandou Juliana em meio aos fortes aplausos que recebia. O chicote então foi em direção a um jurado que teve a cabeça envolvida pelas bolhas, alinhadas como chicote, e sentiu-as pressionarem até que estouraram todas de uma vez em um jogo de pingos de água que reluziam devido ao holofote que estava sob os juízes.

A dupla saudaram o publico de modo formal enquanto os juízes em seus acentos apertam botões fazendo luzes verdes acenderem para apresentação.



– Esta foi Juliana, meus caros amigos. - Disse um rapaz trajando terno branco com luvas negras. Seus cabelos iam até os ombros e tinham um tom alaranjado. - Foi realmente uma apresentação com habilidades aquáticas realmente formidável. O controle, a sincronia e a precisão realmente estavam presentes. - Ele sorriu tomando o palco enquanto Juliana e Mudkip saiam. - Vamos ouvir um de nossos jurados. Que tal a atual treinadora campeã de Arton Lúbia Mar? -



– Seria uma honra Ellion! - Era uma moça com um ar jovial. Pele escura, rosto de criança, cabelos escuros cacheados. - Inicialmente não estava muito empolgada. Mas, o uso do palco foi formidável. Toda água que jogava no palco refletia as luzes. Parecia uma escolha super calculada para cada gota de água refletir a luz de uma maneira única. - Lubia sorriu. - Claro que o pokémon estando nessa ótima forma ajuda bastante. -



– Essa foi a opinião da jurada Lúbia Mar, a menina prodígio de Arton. - Disse Ellion prosseguindo com o evento.



Enquanto evento ocorria de forma animada, as coisas mudavam completamente de figura nos bastidores. O corredor de acesso ao palco era silencioso e pouco do que acontecia para os espectadores podia ser ouvido dali. Apenas o ruído de duas pessoas caminhando podiam ser escutadas.

Juliana parou e resolveu recolher Mudkip, vendo que o próximo coordenador parecia estar muito atrapalhado. Cambaleava pelo corredor e as vezes parecia dar passos para trás, como se estivesse a ponto de cair. A medida que ambos davam passos pelo corredor e iam se aproximando um cheiro forte começou a ser notado.

A menina de roupas de praia parou quase que arregalando os olhos. Ele estava bêbado. Não acreditava que alguém pudesse ser tão imprudente para ir se apresentar alcoolizado. Seu Smoking estava completamente bagunçado, como se estivesse voltando de uma festa e tinha quase certeza que havia uma uisqueira aparecendo pelo bolso da calça.

Quando ficaram um ao lado do outro ele olhou para ela sorrindo e jogou um beijinho. Juliana apertou o passo. Não havia ninguém ali e certamente qualquer confusão poderia desclassificá-la. Aquele ali não iria longe na competição e isso não precisava acontecer com ela.



– Juro que não entendo! -



A voz ecoou pelo corredor e Juliana percebeu que já estava no fim dele de frente para Are. Ela havia perdido-se em pensamentos quanto ao coordenador bêbado. Olhou para o gordo companheiro de viagem e seus olhos pareciam um misto de fascínio e confusão.



– As leis, os costumes ou a bebedeira? -



Juliana sorriu para ele fazendo-lhe a pergunta. Havia ignorado as reclamações do gordo por grande parte de sua jornada, especialmente porque concordava com todas as reclamações. Mas, ele insistia em falar aquela frase tantas vezes que já havia se perdido sobre o que ele reclamava.

Arton era uma região desenvolvida com grandes industrias e cidades altamente povoadas. Uma cidade era ligada a outra, normalmente, por grandes rodovias e tudo era muito moderno ou organizado por onde passavam. Apenas não tinha essa visão quem por ventura fosse viajar a pé pela região. Mochileiros ali não eram tão bem vindos quando realizavam suas jornadas a pé. Quando se tratava de treinadores e coordenadores pokémon a coisa ficava ainda pior. Ou viajava-se usando meios de transporte ou sofriam em seus percursos.

A região não possuía muitas rotas por meio de florestas e as poucas que existiam as vezes davam de frente para uma propriedade particular cujo dono não aceitava que passassem por dentro, fazendo com que os viajantes dessem a volta. Quando acompanhavam as grandes rodovias acabavam não tendo por onde caminhar livremente, já que não havia uma área real para pedestres ou canteiros. Existia locais demarcados para pernoite dos viajantes, como campings comunitários com toda a estrutura necessária para o viajante, fazendo com que acampamentos a beira da estrada ou em qualquer parte não sinalizada pudesse ser presenteada com a visita de policiais que poderiam multá-los se não estivessem de bom humor.

Are havia discutido com a maioria das autoridades sobre isso e várias outros assuntos que dificultavam a vida de um treinador pokémon em jornada na região. “Juro que não entendo!” Era uma das suas frases mais faladas ali, mesmo depois de já ter conquistado uma insignia na cidade de Tapista, a primeira parada da dupla.

O que estava fazendo-os sofrer mais do que o esperado era a velocidade da jornada. A dupla era preparada e caminhariam facilmente 5 a 6 quilômetros em uma hora. No geral percorreriam em média cinquenta quilômetros em um dia. Mas, não podiam acampar em qualquer lugar fazendo-os parar muito antes do normal. O percurso era completamente irregular diminuindo a velocidade deles devido a atenção que tinham que ter para não se machucarem.

Isso fez Juliana perder dois concursos seguidos por atraso para a inscrição. O primeiro na cidade de Tapista, e o segundo na ilha de Hershey. Certos de que os costumes locais continuariam fazendo-os locomover-se mais lentamente resolveram pegar um transporte para a cidade de Petrinya para que Juliana não perdesse mais um concurso. Os valores não eram tão caros quanto pensavam, mas ainda assim era mais dispendioso do que eles gostariam.



– Na verdade falava dos concursos. - Are parou por alguns instantes. - Como assim bebedeira? -



Chegaram ao Centro Pokémon de Pentrinya as 17:00 da tarde, com bastante tempo para Juliana realizar o registro para o concurso. Mas, o centro estava lotado. Um festival acontecia em Petrinya o que dificultou o encontrar de vagas para a dupla que depois de muito conversar, conseguiram convencer a Joy que qualquer quarto com dois colchões já serviria. A enfermeira não queria colocar ninguém em um quarto tão pequeno e mal arejado, já conhecia bem a fama das pessoas que vinham para os festivais locais, normalmente encrenqueiros que reclamavam de tudo, especialmente após estarem bêbados.

Juliana compreendeu o problema assim que entrou no quarto. Pequeno, milagrosamente tinha um banheiro já que nem mesmo janela o cubículo possuía e parecia ser muita sorte não ser um beliche que estava no quarto que tirando as camas, só tinha um parco sistema de refrigeração que era apenas uma tubulação que trazia um pouco de ar gelado para o local. Mas, era aquilo ou tentar a sorte em uma pousada qualquer. Eles precisavam descansar depois de tanto sofrimento. Juliana jantou cedo indo dormir antes mesmo das nove da noite. Are por outro lado quis conferir o festival e voltou horrorizado com a quantidade de gente bêbada que havia pelas ruas.

Petrinya era uma cidade dividida em quatro grandes áreas sendo duas de litoral pouco explorado já que o mar negro era temido pelos habitantes que acreditavam muito em lendas e pokémon deuses. Por isso havia festa para vários tipos de pokémon que acreditavam trazer sorte para a região. Naquele Mês de Março era a festa de Gyratina e muitas pessoas estavam enfeitadas como o pokémon sendo que embebedavam-se a todo momento.

Juliane e Are não tinha idade para beber, apesar de já terem experimentado em tempos distintos e decidido que aquilo não fazia bem a carreira deles.



– Já havia visto algo assim? - Perguntou Juliana, cética. - Um bando de gente irresponsável enchendo a cara como se não houvesse amanhã? - Ela olhou pelo corredor onde seu concorrente havia passado agora pouco. - Indo para competições completamente fora de si? -



Are parou por alguns instantes tentando entender o que ela falava sobre bebedeira. Quando caminharam para o local do concurso encontraram pessoas trocando as pernas a caminho de lugares para repousar e inclusive pessoas que estavam vomitando. No entanto, foi há pelo menos quatro horas. não entendia o motivo para aquele assunto.



– Não. - Disse ele sem querer entender o que motivou aquele assunto. Não queria discutir com ela durante o concurso. Não queria desconcentrá-la. - Mas, é sério! Não entendi nada do concurso! Nem como fez aquilo! Não entendi nada! - Are tentou voltar ao assunto original.



Juliana riu e ambos olharam em volta. Haviam vários competidores preparando-se naquele outro corredor e mais ainda na sala de espera que estava de frente para eles. Are parecia ser o único não competidor, mas ninguém parecia.



– Achei que tinha assistido a final do Grande Festival de Sinnoh. - Comentou ela. - Bom, as coisas aqui devem ser parecidas, mas um pouco menos pegadas. O que achou até agora? -



– A maioria muito devagar. Mas, a sua me surpreendeu! - Disse Are animado. - Foi algo evolutivo e apesar de não ter certeza das técnicas utilizadas, eu vi movimentos perfeitamente estudados e executados. Uso e combinações incríveis! -



Juliana sorriu. Realmente sua apresentação era algo evolutivo demonstrando o conhecimento e dominação profunda do elemento água. Começou demonstrando que seu pokémon tinha força, equilíbrio, agilidade e graça. Fazê-lo mostrar acrobacias era o melhor jeito que ela encontrou de fazê-los perceber que ele estava bem fisicamente. Mostrar que mentalmente ele estava bem era fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo e isso ficou para as bolhas.

Bolhas simples, com uma densidade de água maior. Molhar o ambiente com o Water Gun fazia parte apenas do preparo, mas o salto com o giro faria a água ser lançada na direção das luzes do palco e assim fazer um efeito colorido de luz passando pelos pingos de água. Foi difícil fazer o calculo da posição de onde fazer o salto e para onde girar. Quantos giros dar para poder molhar todo o ambiente, aproveitar o ar condicionado do lugar para espalhar a água para perto do publico e jurados, dependeu de conhecer a posição dos holofotes.

O penúltimo lance foi o prato principal. A sincronia de pokémon e coordenadora eram apenas uma distração, para que o foco das pessoas não ficassem somente no pokémon e não percebessem que ele concentrava o Water Pulse. O movimento que reunia energia e água do ambiente. Mudkip concentrava energia próximo a boca e assim toda a água do local agitava-se querendo reunir-se para fazer uma esfera de energia e água que lançada poderia direcionar a água em uma direção.

Mudkip precisava apenas reunir pouca energia e antes de começar a formar realmente o golpe, lançar o concentrado em determinado lado. Assim as bolhas iam para aquele lado. Para fazer o efeito do chicote precisava apenas ser mais veloz. Concentrar energia lançar na direção que queria que as bolhas fossem e logo depois reunir energia, com um pouco de mais força, para que o chicote voltasse para ele.

A parte mais difícil era precisar o quanto de energia usar para que a esfera azulada do Pulsação de Água não se formasse e assim entregasse o truque. Enquanto não houvesse a esfera de energia diante dos olhos de todos, era como se Mudkip realmente estivesse manipulando bolhas a sua vontade.

A parte do enrolar era o trunfo final para Juliana convencer aos jurados de que aquilo era um chicote. Enrolar era um movimento comum para pokémon com tentáculos ou chicotes. Ela sabia que seu chicote de bolhas precisava ser o mais realístico possível, o som de estalos provocados pela boca de Mudkip, em uma sincronização perfeita, era um deses elementos, mas o enrolar, uma das ações básicas de um chicote, precisava ser feita.

Um Pulsação de Água fraca direcionando as bolhas para o jurado e uma outra, que fosse rodopiando em espiral fazendo as bolhas irem fazendo o mesmo movimento e apertando-se.



– Acho que essa é a graça dos concursos. Ver a presentação, surpreender-se com o que viu e ficar pensando em como aquilo foi montado. - Juliana fez um sinal para Are esperá-la. Ela entrou na sala de espera e voltou, agora usando um roupão. - Vamos sentar em algum lugar que tento te explicar como o concurso funciona. Achei que soubesse do funcionamento. -



– Não muito. - Confessou Are acompanhando a menina. - Sei a diferença do propósito de treinadores e coordenadores. Treinadores usam estratégia para neutralizar o adversário. Coordenadores usam estratégia para valorizar o pokémon. - Eles caminharam para uma espécie de lanchonete que ficava a disposição dos competidores. - Não é só beleza como dizem, é uma questão de fazer as pessoas perceberem o quanto o pokémon é especial. Esse conceito errôneo sobre beleza é como nas batalhas que dizem que o mais forte ganha. A melhor estratégia ganha nas batalhas, se a estratégia for a força, que seja! Entendo que no concurso a melhor estratégia para demonstrar o potencial de seu pokémon ganha. Sendo que a estratégia pode ser beleza! -



Juliana até chegou a parar de caminhar. Ele tinha uma visão bem forte e interessante dos concursos. Ela não poderia dizer algo melhor. Muitos baseavam-se em beleza, mas era um recurso que se usava quando ainda não se tinha muita experiência.

Sentaram em cadeiras que estavam em volta de uma mesinha redonda com aparência metálica. Ficava de frente para o telão onde Juliana poderia acompanhar o evento. Fez sinal pedindo um suco e Are pediu o maior hambúrguer que podiam lhe oferecer.



– Vou te explicar da maneira como aprendi. Mas, vão haver variações e opiniões diferentes. - Disse Juliana. - Eis a primeira coisa que deve saber, existem duas fases. A primeira é classificatória e funciona como uma peneira onde cada coordenador deve mostrar suas habilidades evidenciando seu pokémon com uma apresentação. -



A primeira fase era crucial para o evento. Todos tinham chances iguais de demonstrar suas habilidades e chamar a atenção do público e dos jurados. Em algumas regiões, para ser ainda mais justo, o concurso era dividido em categorias de beleza, precisões e outros. Se um pokémon quer evidenciar-se pela beleza não deveria disputar com outro que queria evidenciar-se por outros fatores. Porém, não eram em todas as regiões que essa divisão acontecia. Arton eram todos juntos buscando ressaltar-se, independe do fator. Os jurados pontuavam as apresentações e assim havia-se um ranking classificatório de cada apresentação.

Poderia acontecer, tanto na fase um quanto na dois, de os jurados desclassificarem a apresentação, ascendendo luzes vermelhas de imediato caso percebessem alguma irregularidade, assim como poderiam ascender luzes verdes que poderiam classificar automaticamente a apresentação se fosse algo fora do comum.

Juliana em sua apresentação temática recebeu três luzes verdes tendo sido classificada automaticamente. Era evidente que ela ainda teria uma pontuação para ser ajustada numa posição entre os finalistas, podendo até receber nota abaixo dos não classificados que ainda assim participaria da final.



– A segunda fase é a fase das batalhas. Você deve nessa parte realizar uma batalha tentando evidenciar o quanto o pokémon é especial. - Juliana parou. - Dependendo do concurso você pode usar um pokémon diferente na segunda fase, pode usar dois pokémon e por ai vai. Cada evento faz suas regras. -



– A troca de pokémon pode ser uma boa, já que você poderia fazer uma apresentação baseada em beleza e na luta baseada em força. - Comentou Are. - Mas, ai entra algo que não entendo. Como se decide o vencedor da batalha, pois vi que tem juiz, jurado, tempo, pontuação e não sei mais quantas coisas. -



– Bem... - Juliana distraiu-se olhando a tela da televisão. Estava acontecendo a última apresentação. - A batalha dura cinco minutos e os jurados possuem um botão para cada participante da luta. A cada movimento realizado que eles julgarem não ter sido eficiente para demonstrar o quanto o pokémon é especial eles apertam o botão correspondente fazendo a pontuação do coordenador diminuir. Se eles acharem que o movimento foi bom a ponto de ofuscar o pokémon adversário apertam o botão do outro coordenador. -



– Ofuscar? - Questionou Are.



– Ofuscar. - Afirmou Juliana. - Na apresentação você tem toda atenção voltada para você. Já na batalha a atenção está dividida entre você e o adversário. Quanto melhor você vai, mais seu adversário está ofuscado. Ou podemos dizer, mais foco existe sobre você e menos sobre o adversário. -



Are pareceu compreender. Aquele esquema de pontuação agora parecia ficar claro na mente dele. O juiz fazia o papel de um juiz de batalha realmente. Os jurados é quem ditavam a pontuação apertando o botão de cada participante para diminuir a pontuação de um deles a medida que iam julgando a eficiência em ressaltar cada movimento realizado na batalha. O tempo parecia ser algo apenas para limitar a duração do combate.



– Agora as coisas parecem mais claras. - Are sorriu e fez com que Juliana sorrisse orgulhosa da explicação. - Mas, porque os jurados possuem competência para julgar? -



– Cobra traiçoeira! -



A ofensa não tinha um endereço certo, aparentemente. Mas, Juliana vestiu a carapuça rapidamente. A voz era inconfundível e mesmo que não fosse com ela, odiava a dona da voz o suficiente para irritar-se só de escutá-la. Ignorou a pergunta de Are e segurou a expressão carrancuda que queria formar-se em seu rosto ao olhar para trás.

Um pouco menor que Juliana usando botas, um short que não cobria muita coisa com algumas correntes negras de adereço e bustiê. Ambos de couro negro fechando o conjunto. Mas, os lábios e a maquiagem escura apenas davam um toque ainda mais sombrio para a garota de cabelos pretos preso em um rabo de cavalo que caminhava na direção de Juliana.



– Como ousa imitar minha apresentação de forma tão descarada? - Ela parou de frente para Juliana. - Tinha certeza que era você no navio, mas meu irmão insistiu que não. Só porque você foi esperta em não defender o namoradinho Maerd. - Ela bufou. - Quase acreditei que não era você realmente, afinal não apareceu em nenhum dos dois concursos anteriores. Mas, aqui está você, Juliana Pendraco, com um novo visual e com repertório roubado. -



A maioria das pessoas olhavam assustados para o escândalo que a jovem de cabelos negros estava fazendo. Alguns até iniciavam uma tentativa de apaziguar, mas eram impedidos por outros que já sabiam quem era a menina de roupas curtas e negras.

Are ficou observando aquilo, enquanto atacava o sanduíche que havia acabado de chegar, sem entender bem o que a menina falava. Ela era Dark Torque, irmã de Brad torque. Por isso ele não estava surpreso com o escândalo. Parecia ser dom de família. Mas, a menção de que Juliana havia roubado seu repertório havia confundido-o um pouco.



– Roubado repertório? - Juliana pareceu bem calma. - Além de barraqueira é idiota. - Juliana levantou-se de sua cadeira colocando a mão esquerda na cintura e a mão direita sacudiu na frente de Dark com o dedo em riste. - Corrente das Trevas é a técnica altamente conhecida e manjada que você usa. Chicote de Bolhas, que apliquei, também é conhecido. Ambos têm o mesmo principio artístico. -



– O seu conhecido? - Dark começou a gargalhar. - É a primeira vez que você usa isso em palco e usou porcamente. -



Juliana irritou-se com aquilo. Mas, sentiu uma mão tocar em seu ombro, bem como viu uma luva negra tocar no ombro de Dark.



– Calem a boca as duas ou desclassifico-as. - Ellion, o Top Coordenador, havia aparecido para ver o motivo da gritaria. - Não entendi o que ocorreu, mas pelo visto estão falando sobre Corrente das Trevas e Chicote de Bolhas. - Ele retirou a mão dos ombros das duas e olhou as pessoas que olhavam a situação. - Acabou o show de horrores, mas antes de circularem uma explicação. Existe uma apresentação temática idealizada e executada por Lúcia Maerd que se chama Mundo de Água. Consiste em quatro fases, ou atos já que falamos de apresentação. - Ele sorriu sem deixar que seu olhar irritado desaparecesse. - Chicote de Bolhas, Corrente de Água, Enchente e finalmente Globo. Todos formam o Mundo de Água. - Ele apontou para as duas. - Elas não criaram as técnicas, apenas aplicaram. No caso de Dark fez uma modificação do elemento. - Ele pareceu se acalmar. - Não quero tirar o mérito do feito de vocês, foi excelente. Mas, brigarem por estarem uma imitando a outra? Faça-me rir. Nenhuma das duas têm posse dos direitos de uso da técnica. Podem usar até o dia em que os herdeiros resolvam reclamarem-na, mas acho que os Maerds não o farão. - Ele disse saindo de forma elegante. - Vejo as barraqueiras na fase dois. -



Dark ficou olhando surpresa pela rápida passagem de Ellion. Era realmente um Top coordenador estranho. Havia sido convidado por Arton para ser o mestre de cerimônia daquela temporada, já que Arton ainda não possuía um. Era um homem elegante e jovem, pulso firme e bem controlador. Era difícil quem não o notasse. Dark teria voado no pescoço dele por chamá-la de barraqueira não fosse o fato dele ter se afastado rápido.

Juliana por sua vez acompanhou-o com olhos apenas por alguns instantes, afinal a informação que ele dera era substancial. Elas estariam na fase dois. Juliana já sabia que estaria na fase dois e não duvidava das competências de Dark para o mesmo. Mas, se Ellion estava dizendo aquilo significava que o resultado da fase um já havia saído e as chaves de batalha já estavam disponíveis.

As duas se encararam uma última vez e enfim ignoraram-se indo ao telão que exibia as chaves.



Isso é alguma sacanagem? Como os jurados deixaram aquele bêbado passar? Juliana estava perplexa. Não acreditava que o coordenador bêbado que veio após ela havia classificado-se e a enfrentaria na primeira batalha da fase dois.



De repente a pergunta de Are começava a rodar a cabeça da menia de cabelos tingidos de azul. Por que os jurados tinham competência para julgar?

A maioria dos concursos contava com três jurados pelo menos. Deles sempre havia uma enfermeira Joy do centro pokémon mais próximo, o que normalmente era o da cidade que sediava o concurso. Ela avalia a condição física e mental que os pokémon apresentavam, já que era basicamente seu ramo de conhecimento. Era fácil para a enfermeira, normalmente ela fazia exames nos pokémon que iriam ao palco quando os coordenadores passavam no centro para fazer exames para garantirem o desempenho máximo nos concursos. Ela já tinha uma ideia prévia do que iria encontrar.

O segundo jurado era sempre alguém da família Sukizo. Família tradicional que fundara a associação de apresentações e concursos e mantinha sempre uma cadeira cativa como jurados. O conhecimento dos Sukizos estava no âmbito do quão inovador ou comum a apresentação era. Assistiam todos os concursos e podiam falar de imediato se algo semelhante já havia sido feito, o quão a quem dos demais estava a apresentação ou mesmo se aquilo estava dentro das normas.

O terceiro normalmente era um convidado especial que estivesse próximo da cidade. Geralmente com prestígio no mundo artístico. Procuravam sempre alguém pudesse falar mais do coordenador do que do pokémon, assim mantendo o equilibro das opiniões. Para aquele concurso Lúbia Mar fora a escolhida, a atual campeão da Liga pokémon de Arton. A escolha era estranha, A menina era totalmente lógica e técnica, mas quem contestaria a presença da campeã?

Fosse culpa dos três ou apenas de um deles, o tal coordenador bêbado estava classificado e enfrentaria Juliana que não acreditava em tal coisa. Para ela os jurados haviam bebido da mesma garrafa que ele.



– Fique calma! - Disse Are acompanhando as passadas rápidas dela pelos corredores. - Você venceu o Grande Festival de Sinnoh. -



– Eu sei disso. E não estou preocupada que um bêbado me derrote. Eu não perderei para ele. Só não acredito que alguém assim passou. - Ela parecia irritada. - Existe muita diferença, certamente, entre o meu nível e o dele. -



– Bem... - Are não estava convencido de que ela não estava com medo. Mas, percebeu que não poderia acalmá-la levando aquela história a frente. - Sucessos! - Disse Are de forma firme e confiante.



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Nunca imaginou que pudessem haver tantos bares em uma cidade relativamente pequena. Demorou tanto vasculhando cada um deles que começava a se perguntar se realmente a informação estava correta. Mas, era a melhor pista que tinha e se fosse verdade não se perdoaria por ter ignorado.

O novo bar que entrava não era mais bonito ou mais feio que os outros. Mal iluminado e com aquele ar de que apenas bêbados e pessoas atrás de algum tipo de diversão diferente estariam por ali. Sentiu os olhos espreitando sua entrada. Resolveu que observaria da porta com esperança que uma olhada rápida indicasse se deveria permanecer ou não. A visita aos outros rendeu alguns passeios entre as mesas, toques em pessoas apagadas e conflitos com alguns clientes que já estavam alterados.

Odiava o efeito que o álcool causava nas pessoas. Não recriminava quem bebia, mas começava a se perguntar se as pessoas esperavam encontrar algo no fundo dos copos que esvaziavam com tanto afinco. Nunca viu um efeito do álcool que vale-se a pena ser alcançado, exceto no concurso pokémon de horas antes.



– Finalmente! -



Caminhou pelo bar indo até o banquinho que ficava na parte mais afastada do balcão. Ali estava uma pessoa com roupas escuras e um capuz que escondia o rosto. As roupas de Juliana passavam despercebidas para qualquer um. Are precisou aproximar-se para confirmar que era ela.

A garrafa próximo a ela era de uma bebida amarronzada que ele não conhecia, mas só importava entender que metade da garrafa havia ido embora. Ela já devia estar bem alterada.



– Precisava mesmo disso tudo? - Disse Are afastando a garrafa de Juliana quando viu que ela preparava-se para encher o copo. - Foi só um concurso. -



– Foi só um concurso. - Disse Juliana remedando-o com voz de gralha. - A feita de boba fui eu. - Ela gritou. - Beba ou suma. -



Are suspirou. Brigavam constantemente enquanto sóbrios, agora com ela bêbada seria confusão certa. Encostou no ombro da menina e instantaneamente um homem do tamanho de Are surgiu do outro lado do balcão, encarando-o seriamente.



– A baleia está incomodando-a senhorita Juli? -



Baleia. Are sentiu que se não mantivesse a calma e fosse rápido, as coisas ficariam perigosas. Se entrasse em conflito com o dono do bar, quantos clientes iriam partir para cima dele?



– Quanto minha amiga está devendo? - Perguntou calmamente. - Diga o valor para que eu possa tirá-la daqui sem maiores problemas para você. -



Ao que parecia outros clientes estavam prestando atenção na pequena contenda que começava e gargalhadas tomavam conta do ambiente.



– Então você vai arrumar maiores problemas para mim? - O homem apoiou-se no balcão e saltou para o outro lado, caindo na frente de Are e preparando-se para encará-lo. - Não está achando-se muito marrento, gordão? -



– Marrento? - Ele sorriu. - Nunca! Estou apenas preocupado que os policiais que estão fiscalizando o festival encontrem no seu bar uma coordenadora de dezessete anos, totalmente bêbada. -



De repente o homem franziu o cenho e ficou pálido. Olhou para a menina e arrancou o capuz dela e virou o rosto dela rapidamente para ele. Como ele odiava aqueles festivais. Os adultos que bebiam em seu bar bebiam nas ruas e os jovens que não bebiam por falta de permissão invadiam os bares com nomes e permissões falsas. Juliana chegou já bebendo uma garrafa quase vazia e simplesmente assumiu que ela deveria ser maior de idade.

Virou-se para o gordo pronto para questionar como ele poderia provar que aquilo era verdade e então viu-o apontando para a pequena televisão ligada passando imagens do concurso pokémon daquela tarde. A imagem de Juliana aparecia, com nome e idade abaixo, sendo derrotada pelo coordenador bêbado que chamava-se Juan e possuía 19 anos.



– Tire essa maluca daqui antes que alguém a veja! - O homem berrou. - Essas merdas de jovem hoje em dia estão querendo ferrar com a vida das outras pessoas, não só com a deles! -



Em meio aos gritos Are apressou-se em pegar Juliana no colo, jogá-la nos ombros e sair. Juliana ainda tentou protestar e em meio a confusão ele sentiu que ela vomitou em suas costas arrancando risadas do grupo do bar.

Caminhou pelas ruas com a agitação do festival acontecendo. Tentava ignorar tudo em sua volta, inclusive Juliana que havia entrado em uma depressão ferrenha.

Ela havia perdido sua primeira batalha na segunda fase para o coordenador bêbado. Ela tentou seguir sua temática, mas até o pokémon estava bêbado ao ponto de desviar dos golpes de forma desengonçada. A plateia ria com as trapalhadas certeiras da dupla bêbada enquanto ela e seu pokémon aquático pareciam palhaços.

Deixou a temática de lado para tentar arrancar a vitória na força, mas estava muito atrás da pontuação. Em choque com a derrota. Mas, enlouqueceu quando Juan venceu Dark na final e ao se preparar para receber a fita ele de repente começou a andar sem cambalear e reverenciou a plateia, junto com seu pokémon revelando que não estava bêbado e tudo não passava de uma apresentação temática.

Are viu Juliana sair correndo e depois de uma hora procurando-a nos bastidores ouviu alguém comentar que acreditava ter visto uma das competidoras da segunda fase bebendo em um bar. Como apenas duas garotas haviam passado para a segunda fase e Dark ainda estava ali nos bastidores, Are entendeu que só poderia se tratar dela.



– Como eu pude ser tão burra em não perceber que ele estava enganando a todos? - Juliana já havia começado a chorar.



Are chegava ao centro pela porta dos fundos. Ainda não passava das oito da noite, mas não queria que as pessoas vissem Juliana daquele jeito.



– A graça dos concursos é ver a apresentação, surpreender-se com o que viu e ficar pensando em como aquilo foi montado. - Disse Are.



– Você é desprezível! - Disse Juliana batendo nas costas dele, enquanto estava dependurada no ombro. - E está fedendo! E pegajoso! - Ela reclamou não notando que era o próprio vômito. - Tenta se parecer com ele, mas ele nunca diria nada disso! - Disse a menina sendo jogada na cama. - Ele não me jogaria na cama! Ia me forçar a entrar debaixo do chuveiro! - Ela viu que Are a ignorou. - E não estaríamos nessa cidade de bêbados! -



Are não estava prestando muita atenção. Respondia apenas quando ela insistia muito na pergunta ou fala. Mas, aquele assunto despertou seu interesse. Sabia que estava bêbada e não dizia coisa com coisa, mas as vezes bêbados falavam o que não deviam. Naquele caso, ela estava dizendo que ele tentava imitar alguém e que esse alguém não estaria naquela cidade. Ele acertou os óculos com o mindinho.



– Tem razão. - Are virou-se a observando completamente revolta na cama. Tonta e quase adormecendo. - Não sou Kevin. - Ele abaixou-se perto dela. - Onde ele está? -



– Não posso... contar... - Ela gaguejou embriagada e sonolenta. - Iá vê-lo... você apareceu... brigaria comigo... por te levar... vou te fazer desistir... de achá-lo... -


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Notas finais do capítulo

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E para quem acha que Lubia apareceu rápido demais... hehehe foi só a introdução. Semana que vem ela no meslhor estilo Lubia Mar, campeã de ARTON!.



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