As Crônicas do Apocalipse - ''A Escolhida'' escrita por PatrickTorrres


Capítulo 6
Semi Demônio e Nephilim




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CAPÍTULO 6.
Dezoito anos antes.
Eram quase meia noite, Mabel, estava em uma festa, era uma bela moça. Cabelos loiros, pele clara, olhos azuis, e um corpo desejável e invejavelmente perfeito. Descendente de alemães.
Um rapaz se aproximou dela, pegou-a para dançar. O rapaz era alto, bonito, esbelto. Um olhar brasileiro tão chamativo que conquistou o coração de Mabel.
Os olhos do moço eram negros. Mas não um negro comum. Hora pareciam estar tomados pela escuridão, e outra hora pareciam estar apenas com um olhar cativante para a bela garota em seus braços.
Mabel.
Eles dançavam em perfeita sintonia. O rapaz parecia levar Mabel com o pensamento. Parecia capaz de leva-la para onde bem quisesse apenas com seu olhar conquistador.
– Qual o seu nome? – Perguntou a jovem.
– Porque quer saber?
– Ah, você está dançando comigo não é mesmo? Ao menos se apresente. Meu nome é Mabel.
– Me chame de Raphael!
– Belo nome. Combina com você.
– Obrigado. Mabel.
Eles continuaram a dançar, ainda de forma perfeitamente bela. Alguns minutos depois, a dança já estava em outras intenções, as mãos de Raphael deslizavam pelo belo corpo do Mabel. Mabel, por sua vez, entregava-se ao rapaz em busca de fazer algo diferente.
Essa diferença passou a ser notada quatro minutos depois, quando o casal estava em um beco escuro, já sem roupa.
Raphael dominava a garota de forma tão forte que fazia-a delirar. Ela sentia o prazer circulando pelas suas veias. O prazer era tão imenso e avassalador que descontrolava até mesmo os sentidos de Mabel. A jovem conseguia, por alguns momentos, enxergar nos olhos de Raphael uma névoa negra, tomando conta de todo o olhar arrebatador.



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– Eu tenho que ir. – Disse Raphael ao se levantar da cama de um motel de luxo.
Eles haviam ido para lá para terminar o que começaram.
– Eu também tenho que ir. – Mabel disse. – Foi bom te conhecer.
– Igualmente, Mabel.
Um ultimo beijo se acontecia. E sem querer, Mabel abriu os olhos e olhou em direção ao olhar de Raphael. Estavam mais uma vez negros. Completamente. Ela se afastou do rosto do rapaz e ele olhou-a, com um olhar humano e gentil.
– Não gostou?
– Gostei. É que... Raphael, eu vejo algo diferente em seu olhar.
Um silencio tomou conta do quarto. Raphael virou as costas para Mabel, e saiu do quarto. Sem mais nem menos.
Adeus, disse a jovem em sua própria mente.
Ela não sabia, mas Raphael...
Era um demônio.


Semanas depois do encontro, Mabel sentia-se enjoada. Sentia-se doente, algo que ela nunca sentiu antes. E se passava algo em sua mente, era uma sensação de ter algo dentro dela.
Mabel estava grávida de Raphael.


O bebê tinha olhos azuis e ralos cabelos lisos e escuros. Uma pele branca, parecia-se muito com a mãe, mas isso não ocultava os traços do pai.
Era uma tarde brasileira de chuva. Rio de Janeiro, cidade maravilhosa, nascia mais uma criança no mundo. O filho de Mabel e Raphael. Uma humana e um demônio.
– Bejamin é o seu nome, filho. Bem vindo ao mundo.
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Dezoito anos antes. Southampton, Inglaterra.
O casal se divertia no tempo de neve da cidade. Eram as suas férias, Harry e Debora estavam em um parque de diversões, observando crianças agasalhadas com várias peças de roupas no corpo. Elas estavam brincando.
– Quero ter um filho com você. – Harry disse olhando nos olhos de Debora.
– Isso está na minha lista de planos com você, meu amor.
Harry riu. Abraçou a jovem de cabelos negros e longos, com a pele bronzeada ainda do verão brasileiro. Era alta, esbelta, corpo desejável e um sorriso encantador.
Harry era forte, músculos bem definidos, cabelos ralos e escuros. Pele clara, mas anda assim, não deixava para trás os seus traços brasileiros. Era um dos rapazes mais bem sucedidos do nordeste do Brasil. Rico, famoso e na lista dos homens mais belos do país.
No fundo da área do parque de diversões, um homem estava sentado num banco de madeira observando o casal apaixonado.
O rapaz chamou a atenção de Debora, porém apenas ela parecia nota-lo no meio das crianças, Harry estava tão focado na jovem que não percebia mais nada acontecer ao seu redor.
– Quer um cachorro quente? – Perguntou Harry, olhando no fundo dos olhos de Debora.
– Adoraria.
– Vem comigo? Vou comprar dois pra nós. – ele a puxou pelo pulso em direção a uma barraca de hot-dogs na entrada de uma tenda.
Ela puxou seu pulso das mãos do jovem. Ele a olhou de forma estranha.
– Vá sozinho. Ficarei aqui. – Disse Débora em um tom meigo.
– Certo. – disse Harry sorrindo e dando um beijo nos lábios carnudos da garota.
– Bastante mostarda! – gritou Débora para Harry enquanto ele se afastava dela. Ele acenou e levantou o polegar para cima em sinal de positivo.
Debora trocou alguns olhares com o moço sentado no banco enquanto Harry comprava os hot-dogs.
Não era para menos, o homem era alto, pele clara, cabelos lisos e compridos, chegavam a cobrir um pouco da testa. Seu maxilar era exageradamente definido, dando a ele um contraste perfeccionista. Ele estava estranhamente pouco agasalhado, parecia não sentir o frio que fazia no Reino Unido nessa época do ano. Dava para se notar os músculos definidos e belos ao longo da manga da camiseta do rapaz.
Ele era perfeito. Lembrava uma forma angelical.
Debora caminhou até o homem.
– Hi, what’s your name? - disse ela em um perfeito inglês.
– Eu falo português e também gosto de mostarda no hot-dog. Prazer, Matheus.
Os olhos de Débora brilhavam, um sorriso se fez, ela pegou uma caneta de seu casaco e agarrou a mão branca e forte de Matheus. Anotou seu numero.
– Ligue-me quando puder.
Ela se levantou e foi até Harry, sem deixar perceber que ela estivera com um outro homem.
– Vamos para casa meu amor, estou com sono.
– Claro. – Respondeu Harry entregando o cachorro quente na mão de Débora.

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Eram duas da manha, Débora estava numa cama, agarrada com um homem, um homem magro e forte. Os braços dele a envolviam de forma espetacular. Ela estava em um outro mundo. Ela passava as suas mãos pelo corpo do rapaz, deslizavam por todos os músculos, inclusive pelos cabelos lisos e grandes que estavam molhados.
Matheus.
A graça do rapaz era notável, ele fazia com Debora o que nenhum outro homem fez com a mesma garota. Em certos momentos ela até esquecia que estava traindo quem realmente a amava. Harry.
Enquanto ela passava as mãos pelas costas do homem belo, sentia duas cicatrizes se estenderem pelas suas clavículas. Eram feias e horrendas.
Asas.
Eram como se asas houvessem sido arrancadas.
Debora não sabia, mas Matheus tinha morado em outra dimensão.
O céu.
Matheus era um anjo.
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Nove meses depois, Debora estava em uma maternidade. Harry abraçando-a com uma extrema felicidade aparente em seu sorriso.
– Teremos uma filha daqui a dois minutos, meu amor. – disse Harry olhando para Debora com os olhos lacrimejando.
Debora sabia de quem era aquela criança. E não era de Harry.

– Bem-Vinda ao mundo, minha filha. Quézia.


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