As Crônicas do Apocalipse - ''A Escolhida'' escrita por PatrickTorrres


Capítulo 5
O Exorcismo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/587610/chapter/5

– Eu já fiz o que eu deveria fazer. – o demônio balbuciava através da boca de Rayssa. – Estou aqui para dar um simples recado. Minha missão é avisar vocês. Lúcifer e Miguel estão furiosos com o que vocês estão fazendo, vocês estão sabendo de muita coisa. Coisa demais. E isso está deixando os reis do Céu e Inferno com ódio de vocês.
– E o que nós fizemos para eles? – Quézia grita.
– Vocês não sabem? Pois um dia vão saber.
O demônio começou a contorcer o corpo de Rayssa, a jovem estava caída ao chão ainda possuída. O corpo se debatia. Ela teria a cabeça girada, assim como aconteceu com os outros.
– Vos vello hoc corpus. Revertere ad locum tuum. Vos vello hoc corpus. Revertere ad locum tuum. Vos vello hoc corpus. Revertere ad locum tuum.... – era Quézia.
Ela segurava em suas mãos um livro de exorcismo em latim. Claro que tinha um, era uma escola católica, afinal.
‘’te arranco deste corpo, volte para a sua casa’’.
O demônio continuou a se debater, porém gritando.
Demônio ou Rayssa?
– Vos vello hoc corpus. Revertere ad locum tuum. – a voz de Quézia subiu algumas oitavas – VOS VELLO HOC CORPUS. REVERTERE. AD. LOCUM. TUUM. – Disse pausadamente.
O corpo de Rayssa parou.
Os olhos estavam fechados.
Um silêncio tenebroso tomou conta do local.
Ela estava de volta.
Ajoelharam-se ao redor de Rayssa, chamaram por seu nome. Novamente os olhos castanhos se abriram e lá estava ela. Sã e salva.
– Alex! – ela gritou – Alex!
– Acabou, ele está morto. – disse Bejamin.
Vittória estava demasiadamente em êxtase pelo que acontecera. Os olhos em espanto, assustada. Pálida.
– Não! – Rayssa continuou.- Não, não.
Ela estava em choque.
– Rayssa acalme-se. - Gritou Quézia já sem paciência.
Ela obedeceu, rapidamente se colocou de joelhos.
– Eu fiz isso? - Ela disse.
– Não. – Bejamin assentiu.
– O que diabos foi isso? – Falou Vittória.
– Acho bom nunca mais nós tocarmos em um livro apocalíptico. – Bejamin avisou.
Eles levantaram, olharam ao redor. Tudo estava em seu lugar, as cinzas sobre a mesa da mulher que estava estendida no chão. Morta. Alex estava ao lado de uma estante, o pescoço completamente girado. Morto. Era o fim.
Eu sempre soube que um dia isso ia terminar em problemas para estes jovens. Sempre.
– O que vamos fazer agora? – Perguntou Vittória.
– Fugir! – Disse Quézia.
– Fugir? A gente não vai fugir! – Bejamin respondeu.
– Se continuarmos aqui, seremos acusados de homicídio qualificado, idiota! O meu pai trabalha para a polícia e com certeza seremos todos culpados, e presos em locais tenebrosos. Duvido até mesmo meu pai acreditar em mim. Temos que criar uma desculpa para o que aconteceu, sair sem sermos vistos.
– Está louca, Quézia? – gritou Vittória. – Não podemos dar o fora assim. Como isso vai ser explicado?
– Meninas... – Bejamin falou, chamando a atenção delas.
Elas olharam para ele. O garoto levantou os olhos para luzes vermelhas nos cantos do teto da biblioteca.
Câmeras.
– Estamos todos no fim. – disse Rayssa, que até então apenas escutava.

– Mas espera! Vocês viram o que aconteceu aqui. Com certeza a câmera filmou exatamente o que ocorreu. – Bejamin prosseguiu.
– Vamos checar. – falou Quézia, de forma firme.
– Como? – Bejamin olhava para ela, enquanto ela se levantava na mais bela forma feminina que uma garota poderia ter e se dirigia para o computador da bibliotecária.
– Touché – Disse ela, olhando para o computador. – Merda!
– O que foi? – Falou Vittória, com o mesmo ar de susto.
– As imagens, vejam vocês mesmos. – Quézia disse.
Levantaram-se e foram até o computador.
As imagens estavam em perfeito estado, quando Quézia deu o play. Até o momento em que a bibliotecária se levantou e caminhou em direção aos meninos. A imagem ficou chiada, cinza e cheia de rabiscos. Não se via mais nada além de chuviscos. Como uma TV que não funciona mais.
– Malditos demônios.
Sim. Eles poderiam burlar qualquer coisa, inclusive uma câmera simples que o observavam.
A imagem só voltou ao seu normal, quando todos estavam ao redor de Rayssa, no chão.
– E agora? – Disse Rayssa.
O sinal da escola tocou. É a próxima aula.
– Seremos acusados. – Continuou Quézia.
– Eu vou ser presa? É isso? Eu vou ser presa? Isso jamais pode acontecer. Eu não fiz nada. Eu não fiz absolutamente nada. – Vittória começou a gritar, rondando pelo cômodo da sala de livros.
– Todos estamos tão preocupados quanto você. – disse Bejamin.
– Olha, eu não sei vocês. Mas eu vou dar o fora deste lugar. Dessa cidade. Antes mesmo que me percebam. – Falou Quézia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Crônicas do Apocalipse - ''A Escolhida''" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.