Gamer Love escrita por NMCMsama, silentread


Capítulo 11
Quest de Erebor - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Lady: elen sila lumenn omentilmo, chimichangas! s2



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Bilbo estava meio que desconcentrado, algo que era bastante raro de ocorrer, principalmente levando-se em consideração que iriam jogar “Terra Média- online”. Ora, sempre ficava ansioso e extremamente concentrando quando estava jogando, mas sua mente insistia em se distrair, principalmente direcionando sua linha de raciocínio para algo que ocorreria em um futuro próximo: o encontro que teria com o Thorin Durin. Ainda não tivera a coragem de dizer aos amigos que iria a Comic-con com aquele que deveria ser seu inimigo mortal. Era estranho, realmente, apesar deles terem terríveis encontros anteriores, não podia negar que sentira uma incrível atração por aquele rapaz carrancudo e mal-educado.

“Concentre-se, Bilbo!” Disse para si mesmo, tentando focar sua atenção em seu personagem, “Burglar”, o pequeno hobbit que seguia os amigos por uma estrada em meio ao ermo. Estavam se dirigindo ao suposto ponto de encontro, e teriam que tomar cuidado, pois aquele mapa do jogo era realmente perigoso - o ermo era caracterizado por albergar monstros de diversos níveis, desde os mais fracos até os estupidamente fortes. Nunca se sabe o que pode encontrar naquelas terras aparentemente inabitadas.

– Logo os encontraremos. – Avisou Ori aos amigos.

“DB”, o elfo arqueiro, personagem de Drogo, estava logo atrás e estava sendo acompanhado por seu inseparável coelho de estimação virtual.

“Ótimo!” Pensou o Bolseiro mais velho, rolando os olhos “Esse outro grupo de aventureiros irá nos ridicularizar por termos um coelho inútil como mascote! Demoramos tanto para construirmos nossa fama como o legendário grupo de ladrões da Terra Média, de modo que até Robin Hood iria ficar com inveja! Mas como a imagem deles iria sobreviver com a mascote fofa?”

– Pare de fazer careta! Sei que está pensando algo sobre o Edmund – Resmungou Drogo, lançando um olhar mortífero ao primo.

– Eu? Não estou pensando nada. Aliás, quero saber qual será a função do coelhinho... Servir de distração para os inimigos?

– Edmund não vai participar da luta! – Drogo parecia assustado unicamente com a possibilidade de ver seu querido bichinho de estimação virtual machucado ou pior, deletado por morrer.

Bilbo rolou os olhos novamente e completou a ação suspirando. Aquilo era drama demais em relação a um simples ser digital.

Pessoal. Será que podemos nos concentrar? Já estamos no ponto de encontro... - Informou Ori, querendo impedir que mais outra briga se iniciasse, afinal podia ver que o Bolseiro mais novo estava literalmente bufando de raiva.

– Certo, certo... – Resmungou Bilbo – Onde estão os... – A pergunta sumiu em sua garganta, seria como as palavras tivessem partido em retirada, afinal, até o próprio cérebro de Bilbo parecia ter entrado em greve. Tudo estava em um maldito curto circuito.

– Esse é o “Escudo-De-Carvalho”? – Sussurrou a pergunta, ainda atônico ao ver o guerreiro anão que tanto conhecia na sua tela do notebook. Lógico que essa pergunta foi retórica, afinal as letras garrafais que indicavam o nome do personagem estavam logo acima de sua cabeça.

Drogo também parecia estar em um estado de choque.

– E-ele... “GrandeDurin”... – Balbuciou debilmente apontando para a tela.

Ori era o único a permanecer calmo e exibindo um tímido sorriso.

– Não achas que é uma grande consciência? Nossos grupos se encontrarem novamente... Bem que as circunstâncias agora são diferentes.

Bilbo olhou desconfiado para o seu amigo, e imediatamente estranhou a sua tranquilidade. Ori deve ter percebido olhar e, num passe de mágica, seu semblante relaxado foi substituído por nervosismo e, talvez, até um pouco de culpa.

“O que ele está escondendo?” Pensou o Bolseiro mais velho arqueando uma sobrancelha.

– C-como... Digo... – Drogo ainda estava se recuperando da revelação de modo que não conseguia formular uma frase inteligível – Eles... Nós...

– Oh, céus! – Bilbo rolou os olhos, não pela última vez, impaciente – Acho que o que o meu primo deseja questionar é como isso aconteceu? Pensei que eles nos odiavam...

– Será mesmo? Você parecia estar se relacionando bem com o “Escudo-De-Carvalho”... Deu até a espada que roubamos para ele.

“Não acredito! Ori está me questionando abertamente?” Bilbo agora estava sem fala, não sabia como argumentar, estava acostumado com o seu amigo tímido e retraído e não com ele tecendo comentários sagazes e certeiros.

– Confesso que também me encontrei algumas vezes com o “GrandeDurin”... – Revelou Drogo, timidamente.

– Então, eles não são nossos inimigos e sim amigos, não é? – Sugeriu Ori exibindo um grande sorriso.

– Talvez... - Resmungou Bilbo, ainda teimoso em demonstrar o que na verdade estava muito feliz em reencontrar a sua outra paixão: o misterioso guerreiro anão.

“Espero que Thorin não seja ciumento...” Sorriu com o pensamento que surgiu em sua mente, afinal, ainda nem estavam namorando! Eles só eram amigos... Pelo menos ainda. E quanto ao misterioso jogador virtual? Deveria dar uma chance? Um ressentimento surgiu em seu coração, não podia esquecer que também sentia atração por outro rapaz, mesmo que nunca o tenha conhecido... Agora se sentia dividido. Quem deveria escolher?

– Agora vamos discutir sobre a quest? – Ori os lembrou.

– O que iremos fazer, afinal? – Inqueriu Drogo, parecendo mais animado com a possibilidade da união das equipes.

– Estão prontos para conquistar Erebor?

◊◊◊

Dwalin adorou a forma como seus amigos reagiram. Thorin soltou um alto e grande palavrão, o qual ocasionou olhares reprovativos de outras mesas próximas a eles. Frerin se engasgou com as batatinhas que tinha acabado de comer, de modo que teve que cuspir - uma visão nada bonita de ser ver (não precisa nem enfatizar que isso também gerou olhares e feições críticas dos vizinhos). Ambos os irmãos, agora, estavam com os olhos vidrados nas telas de seus respectivos notebooks.

– O que significa isso? – Exigiu, autoritário, Thorin.

– Ora, quer que eu explique mesmo como funciona uma parceria? – Disse Dwalin, em um tom zombeteiro, o que resultou no ranger dos dentes do seu melhor amigo.

– Eu não imaginei que seriam eles... Digo... Não que eu ache ruim, na verdade, é bom! Muito bom. Mas... - Frerin tagarelava, trombando nas palavras – Você poderia ter nos dito antes... Teria causado um efeito menos extremo de nossa parte, se é que me entende. – O Jovem Durin indicou os olhares severos das mesas próximas e os cochichos.

– Ora, e tirar a minha diversão? – Dwalin deu os ombros - Nah! Assim foi melhor.

– Idiota! – Rosnou Thorin.

– Se estão sendo tão dramáticos quanto a isso, posso tentar conversar com eles e findar com a aliança. – Falou isso, fazendo menção que iria começar a escrever em seu notebook.

NÃO! – Thorin e Frerin falaram ao mesmo tempo e, também, simultaneamente ficaram embaraçados pela a forma que agiram. Dwalin sorriu, realmente estava se divertindo à custa deles.

– Bem, eu até pensei que talvez vocês não gostassem se eu explicasse com detalhes quem seria os nossos parceiros na quest e desse modo não aceitariam jogar, levando em consideração que tivemos um péssimo primeiro encontro com o grupo do “Burglar”. Eu entendo caso vocês não gostem muito dos jogadores... Isso pode prejudicar a aliança então...

– Besteira. – Cortou Thorin cruzando os braços diante do peito – Eu não vejo nada de errado em lutar lado a lado do “Burglar”. Vou mostrar para ele o quão forte eu fiquei!

– Também não vejo nenhum problema, na verdade, como disse antes, acho que seria algo bom. – O Durin mais novo olhava quase que com adoração a tela de seu computador, seguindo com os olhos o arqueiro elfo com o seu inseparável coelho – Na verdade, creio que foi a melhor ideia que você já teve.

– Ótimo, se é assim, vamos começar a jogar!

– E que quest iremos fazer, afinal? – Questionou Thorin, afoito - era bastante claro que o rapaz queria mostrar suas habilidades para o seu rival. Dwalin rolou os olhos, já presumindo que o método do Durin seria tentar impressionar o “Burglar”: atuaria tal como um pavão, mostrando suas plumas para cortejar a sua fêmea. Em resumo, agiria de forma totalmente ridícula.

– Já ouviram falar da quest da reconquista de Erebor?

◊◊◊

O caminho para Erebor era, como imaginado, difícil. Aquela quest não era algo que jogadores iniciantes normalmente optavam por seguir. Bilbo perdera a conta de quantos monstros eles já tinham enfrentado mas, graças a aliança, estavam avançando rapidamente. Ora, agora existiam mais guerreiros para auxiliar no combate e tudo se tornava mais fácil deste modo; contudo, como poderiam enfrentar um dragão?! Isso, sem dúvida, o incomodava.

Quando chegarmos às ruinas de uma cidade próxima a Erebor, encontraremos um NPC. Ele parece uma espécie de mago cinzento, e então... Ele que nos dará a quest! – Explicou “FudinMaster”, que parecia ser o responsável por planejar tudo aquilo.

Um mago cinzento? Esse não foi o mesmo NPC que nos ajudou na quest do anel? – “DB” perguntou para “Burlgar”, e lógico que Bilbo lançou um olhar mortal para o primo, que apenas sussurrou um “desculpe”. Eles não deviam ficar revelando seus assuntos privados para o outro grupo - mesmo que eles fossem aliados, não significava que seria algo perpétuo.

Então era verdade o que se comentava nos fóruns? Vocês conseguiram resolver a quest secreta do anel! – A fala do “GrandeDurin” estava repleta de emojis felizes.

Um anel? O que isso tem de importante? – Lógico que “Escudo-De-Carvallho” tinha que parecer superior; na verdade, desde o início da união dos grupos, o jogador do guerreiro anão estava tentando demonstrar a sua força, atacando de forma imprudente vários monstros ao mesmo tempo e negando ser curado por poções ou magia. Ou seja, Bilbo estava achando tudo aquilo muito irritante e, contraditoriamente, fofo.

Trata-se de um item mágico muito forte! Na verdade, a quest para consegui-lo é única, deste modo não haverá outros itens como este disponíveis. – Explicou “GrandeDurin” – Além disso, a quest em si foi um evento muito estranho, não havia monstros para enfrentar, somente quebra-cabeças confusos para desvendar. O grupo do “Burglar” foi o único a conseguir terminar a quest e, logo, o único a ter o anel!

– Mas esse item não é lá essas coisas... – Interveio Bilbo, por meio do seu personagem “Burglar” – Até agora não sabemos para que serve, se ele é forte ou não. Não saberíamos responder... Na verdade, esse NPC chamado de Mago Cinzento é um verdadeiro pé-no-saco! Ele ao invés de esclarecer as coisas só deixa tudo mais enigmático. Se na quest de Erebor ele está envolvido, acreditem... Será difícil resolvê-la!

– Que seja... – Falou “FundinMaster” – Iremos reconquistar Erebor, tenho total certeza disso!

– Mesmo que não consigamos, já vale a tentativa e, também, devemos aproveitar esse momento que temos juntos. Cultivar o companheirismo e novas amizades! Esse é o objetivo principal de jogarmos juntos, não é? – Agora era a vez de Ori expressar o seu lado bondoso e politicamente correto. Bilbo rolou os olhos com aquela declaração, lógico que se fosse aceitar a quest, teria que vencer – e com honrarias!

Nossa. Como alguém pode ser tão sexy falando coisas fofas como estas? – Bilbo teve que reler, atônito, diversas vezes essas palavras. “FundinMaster” estava louco!?

– Ori, você vai deixar que ele fale assim com... - A pergunta de Drogo foi interrompida, pois Ori já tinha reagido:

Eu não falei nada fofo, só disse a verdade. Pare de agir como um pervertido! Não tem nada de sexy no modo como estou agindo e falando. Sinceramente, ainda irei lavar o seu cérebro com água sanitária!

Drogo e Bilbo estavam boquiabertos e totalmente surpresos com o modo que o tímido e pacífico Ori havia se manifestado. Normalmente, a reação esperada era que o seu amigo ficasse paralisado devido a vergonha e começasse a hiperventilar; assim, eles teriam que intervir para ajudá-lo. Mas ali estava Ori, bufando de raiva, com bochechas coradas e digitando fortemente no teclado do notebook, de modo que os Bolseiros temiam que o coitado do computador não aguentasse os ataques que os dedos lhe infligiam. O seu retraído amigo tinha mudado!

O que? – Rosnou Ori aos amigos, que desviaram rapidamente o olhar.

– N-nada... - Riu nervoso, Drogo. Bilbo apenas engoliu em seco e retornou sua atenção ao jogo; não estava mentalmente preparado para enfrentar um Ori raivoso. Um pequeno pergaminho no qual informava a localização deles, na lateral da tela, indicava que tinham alcançando as ruinas da cidade - logo encontrariam NPC. A quest de Erebor teria início.

Aquele jogo, sem dúvida, estava cheio de surpresas inesperadas.


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Notas finais do capítulo

Lady: namárië, chimichangas! s2