Lost in Time escrita por ThisGirl


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

E aqui vamos nós nos aprofundando na história.
Espero que goste e tenham uma ótima leitura.

E mais uma vez, obrigada pelos comentários maravilhosos meninas: Sarah Walker, Laristico, Poeta Girl e Ianca Évelin. You all rock!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/587488/chapter/4

“Como esta seu braço querido?”

“Bem melhor” afirmou “Não se preocupe”.

Uma semana ja havia passado desde o incidente e mesmo assim Marianne não cansava de perguntar.

Ela sorriu, ajeitando o casaco dele.

“Você tem quase trinta anos e ainda não aprendeu a se arrumar direito?” bateu de leve no ombro dele “Quanta falta de atenção Seeley”.

Ele gargalhou, guardando um envelope no bolso.

“Já tem noticias de Jared?”

Marianne suspirou “Ainda não, eu temo pelo seu irmão, querido”.

“Ele vai ficar bem mãe, não se preocupe.”

A mulher suspirou, observando o filho mais velho.

Seeley havia se tornando o orgulho da família desde o falecimento do pai, mas aparentemente toda sua insensatez passada fora transferida para o irmão.

“Vou supervisionar a preparação para o chá, quero que tudo seja perfeito”.

“Por acaso você não teria convites sobrando?”.

Marianne observou-o curiosa.

“Alguma senhorita que deseja convidar?”

“Eu hmnn” gaguejou “Vou à casa do senhor Brennan tentar resolver alguns problemas relacionado às outras propriedades e pensei que seria educado convidar a filha e a esposa dele”

“Finalmente você trocou de advogado, graças ao bom Deus.” Ela disse aliviada “Vou pedir para Teresa separar os convites”.

Ele agradeceu.

Quando sua mãe estava na porta do quarto, parou observando o filho.

“Você só vai convidá-la por educação, Seeley?”

“Como assim?” ele perguntou confuso.

“Ela é bem bonita para uma enfermeira” explicou “E não me parece como as demais moças”.

Ele corou diante da insinuação de sua mãe.

Claro que iria convidá-la apenas por educação – certo? – por mais bonita e inteligente que ela fosse, era apenas uma enfermeira, e isso não seria bom para a imagem dele.

Seus negócios eram importantes demais. Suspirou.

Ao menos pensava que eram.

“Apenas estou sendo cavalheiro, Mãe” respondeu “Sei das minhas obrigações”.

“Eu sei que você sabe, querido”.

Ela respondeu e por um segundo Booth pensou ter detectado um tom triste em sua voz, mas logo em seguida ela saiu.

...

Seeley chegou à residência dos Brennan no meio da manhã e foi recebido por um homem alto, um pouco intimidador.

“Olhe minha irmã não está interessada. Passar bem!” e fechou a porta.

Ele bateu novamente e escutou vozes dentro da casa.

“Pai, tem um idiota na porta atrás da Tempe de novo” informou “Sua vez!”.

Max suspirou.

Desde que sua filha havia completado vinte e dois anos todos achavam que estava mais que na hora dela se casar – Por Deus, até ele achava isso – porém ela se negava a aceitar qualquer cortejo que seja, e isso o deixava um pouco feliz.

Sabia que sua Tempe chamava atenção por onde passava. Os olhos azuis e o corpo esbelto atraiam muitos homens à porta de sua casa, mas todos voltavam da mesma forma que chegavam. De mãos vazias.

Sua filha se recusava a se juntar com os camponeses brutamontes e ele a entendia. Preferiria que ela fosse alvo de fofocas a sofrer nas mãos de idiotas.

Abriu a porta.

“Senhor Booth, que surpresa” Max disse.

“Eu acho que houve um mal entendido” Seeley informou.

“Eu acredito que sim, e peço desculpas” ele abriu mais a porta, dando passagem ao cavalheiro “Russ não lida bem com os pretendentes de minha filha, e deve tê-lo confundido”.

Ele acenou.

Oh, então ela tinha pretendentes. Interessante. Mas por algum motivo essa informação não o agradou.

“Eu tenho uma irmã, e espero que essa época não chegue tão cedo. Preciso carregar minha espingarda”.

Os homens gargalharam e Booth continuou.

“Eu vim aqui na esperança de que o senhor pudesse me ajudar com algumas questões burocráticas.” Informou “Estou realmente precisando de um advogado”.

“Claro, vamos ao meu escritório”.

...

Horas haviam se passado e os dois continuavam no escritório, conversando sobre os negócios.

Seeley estava impressionado, ele realmente era um bom advogado. Resolvera em horas o que seu antigo não conseguira em meses.

“Estou surpreso pela sua competência, senhor Brennan. Advogados como o senhor são raros nos dias de hoje” ele sorriu “Posso ver de onde sua filha puxou a inteligência”.

Max o encarou surpreso.

Ele sabia sobre Tempe e sua inteligência rara? Ela não contava a muitos sobre isso.

Booth percebendo o olhar do advogado se explicou.

“Ela me contou sobre o fato a caminho de sua residência, quando a encontrei”.

Ele apenas sorriu.

“Apenas fazendo meu trabalho, senhor”.

“Gostaria de saber se está disposto a trabalhar para mim?” informou “Apreciaria muito de alguém do seu caráter me ajudando com meus negócios”.

“Eu ficaria honrado, senhor Booth.”

“Pode me chamar de Seeley, esqueça as formalidades.”

“Obrigada pela oportunidade” ele encarou o homem a sua frente “Seeley”.

Booth lembrou-se dos convites, e entregou-os ao advogado.

“Minha mãe estará dando um chá hoje à tarde, e realmente ficaria honrada se sua mulher e filha comparecessem”.

“Infelizmente minha mulher está doente, mas tenho certeza que Tempe adoraria”.

Verdade seja dita, ela iria odiar, mas não se podia negar um convite desses, principalmente de seu mais novo patrão.

...

Já era meio da tarde quando Temperance caminhava em direção à casa da família Booth. O endereço informado no convite não era muito distante da cidade, e ela sempre apreciara uma caminhada.

Estava impressionada pelo verde do campo, algumas partes cobertas pela neve, mesmo assim o lugar era magnífico. Rodeado por algumas poucas arvores gigantes e flores se alastravam pelo caminho.

Parou a sombra de uma arvore, admirando uma rosa que ali desabrochava.

“Cuidado com os espinhos, Temperance”.

Ela virou-se surpresa com a voz – já conhecida – e avistou o dono da propriedade aproximando em seu cavalo. Ele desceu e beijou sua mão, a cumprimentando.

“Eu sei como tocá-las, não se preocupe” ela respondeu “Cresci a minha vida toda lendo sobre elas em livros, mas nunca tive a oportunidade de vê-las. São lindas”.

Seeley a observou, maravilhado.

“Sim, elas são” continuou “Nós temos um roseiral logo à frente, perto de um carvalho. Gostaria de vê-lo?”.

Ela olhou em direção a propriedade, aonde algumas carruagens já chegavam.

“Eu adoraria, mas acho que não chegaria a tempo para o chá”.

“Você não parece do tipo de gosta dessas coisas, frívolas” ele disse.

“Não gosto mesmo, mas meu pai me obrigou” ela informou “Por sua causa”.

Ele riu diante da sinceridade dela.

“Não seja por isso, siga-me”.

Ela encarou-o e quando o viu caminhar resolveu seguir junto. Afinal, que mal faria alguns minutos de atraso?

...

Eles andaram algumas dezenas de metros até chegarem ao roseiral.

Temperance suspirou, maravilhada. As rosas se estendiam por toda parte do campo e parecia não ter fim. Ela caminhou entre as flores, sentindo a textura macia das pétalas sobre seus dedos.

Algum tempo depois, ela se juntou a Booth a sombra de um carvalho.

“Esse lugar é lindo” disse entusiasmada “Se soubesse da existência dele antes, provavelmente estaria presa por invasão de propriedade”.

Ele gargalhou.

“Sinta-se a vontade para visitá-lo sempre que quiser” ele disse “Minha mãe adora plantas também, então meu pai resolveu presenteá-la com isso”.

“Seu pai era muito gentil, assim como você”.

“Pelos Deuses! Um elogio? Eu escutei bem?” ele brincou.

“Retiro o que disse. Você não escutou nada!”.

“Tarde demais, senhorita” ele se aconchegou mais ao tronco da arvore. “Elogio gravado com sucesso!”.

Temperance apertou sua capa contra o corpo ao sentir o vento gelado daquela tarde.

“Como esta seu braço?”

“Bem melhor” ele respondeu, alisando “Fui atendido por uma ótima enfermeira, acho que você a conhece”.

Ela riu e preferiu o silencio.

“Seu pai lhe contou sobre o incidente com seu irmão?” ele gargalhou “Preciso dizer com todo respeito é claro, mas foi hilário”.

“Ele esta cansado de estranhos batendo a porta” ela completou “Assim como eu”.

Ele a observou. Pensava que ela gostava de ser cortejada, mas não era o que parecia, não pela resposta.

“Pensei que você gostava de seus pretendentes”.

“Eles são brutamontes idiotas que acham que mulheres são feitas pra satisfazem suas vontades” ela bufou, exasperada.

“Esse é um pensamento bem diferente” Seeley esticou o braço “Seus pais não se importam?”.

“Às vezes sim, eu não sei, mas não ligo muito” suspirou “Estou bem sozinha”.

“Sabe, nós somos mais parecidos do que você queira admitir”.

“Mesmo?” ela perguntou rindo.

“Eu não quero me casar também, mas não tenho muita escolha.”

“Tenho certeza que deve ter dezenas de mulheres esperando você na sala para cortejá-las” ela brincou.

“E todas essas mulheres estão de olho em uma coisa. O legado dos Booth e toda sua fortuna”.

Temperance suspirou.

“Espero que você encontre alguém legal” se levantou, ajeitando a capa “Eu deveria ir, o sol logo irá se por” e disse “Você acha que sua mãe ficara muito chateada comigo por perder o chá?”.

“Não, ela não liga muito para isso, é só uma disputa boba entre senhoras” ele informou “Vou dizer que foi por um bom motivo!”.

Ela meneou.

“Eu faço companhia pra você” ele já estava de pé, ao lado dela “Não posso deixar minha bela amiga caminhar sozinha”.

“Amiga?”

“Você é legal, destemida e sincera. Gosto disso” e completou “E muito interessante de se conversar. Isso nos faria conhecidos, mas eu prefiro o termo amiga”.

Ela sorriu.

“Acho que posso viver com isso”.

Seeley estendeu o braço para ela, que aceitou de bom grado e começaram a caminhar.

“Você acha que seu irmão vai bater a porta na minha cara de novo?”

“Ninguém maltrata meus amigos, Seeley”.

Ele sorriu. Gostava da sensação que tomava conta de seu corpo quando estava com ela. Uma paz interior que até conhecê-la não havia encontrado.

“Bom saber, Temperance.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então ... Gostaram ?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lost in Time" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.