Lost in Time escrita por ThisGirl


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo, espero que gostem e tenham uma ótima leitura. E se quiserem comentar *.*

Queria agradecer a todas pelos comentários do capitulo passado : Ianca, Laristico - Sim, teremos Russ. Pode comemorar rs - Natalia, Girl of Bones e Poeta girl. Eles realmente me animaram e saibam que incentivam muito, agora vamos pra historia.



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“Você a salvou de dois homens com más intenções, e depois a levou em segurança para casa?” perguntou Harmony, entusiasmada.

Ele confirmou.

“Isso é tão romântico...”.

“Pare de ser bobinha, pequena” Seeley respondeu “Agora vá e traga-me algo quente”.

A garota concordou e saiu correndo em direção à cozinha.

Harmony Booth era a caçula da família com seus treze anos.

Uma menina alta, com longos cabelos castanhos assim como o resto dos irmãos. Com estranhos era extremamente tímida, mas quando tomava liberdades, que o senhor os proteja pois a menina falava como um papagaio.

Seeley viu sua mãe se aproximar, seguida de sua irmã e alguns criados.

“Meu filho, Harmony me contou o que aconteceu” ela disse, sentando-se ao lado dele “Você não esta ferido, está? Pobre moça”.

“Estou bem mãe, eram apenas dois idiotas bêbados” respondeu, bebendo o chá quente “Temperance esta bem, com sorte eu cheguei antes que alguma desgraça acontecesse”.

“Temperance? Esse é o nome dela?”

Ele concordou.

“Ela é a filha de Max Brennan, aquele advogado” ele explicou “Eu vou me deitar. Estou exausto. Você poderia me acordar antes do meio dia?”.

Ela acenou e Booth foi para sua cama.

...

Ele ajeitou sua roupa, enfiando a camiseta dentro de sua calça. Odiava isso.

Se pudesse viveria em uma cabana, do jeito mais desleixado possível, mas suas responsabilidades o chamavam.

Observou quando uma criada entrava em seu quarto para ajudá-lo a ajeitar seu traje. Depois de alguns puxões – o que o faziam se sentir uma mulher, às vezes – estava pronto.

O almoço já seria servido e encontrou sua irmã correndo pela casa, com a governanta em seu pé.

“Senhorita Harmony Booth, por favor...” a senhora implorava, mas com um tom divertido.

Ele sorriu, e se encaminhou para sala onde sua mãe revisava o que pareciam ser convites com uma criada.

“Eles tem que estar perfeitos, Teresa” Marianne Booth disse “Não quero que a senhora Pierce tenha motivos para me humilhar, aquela mulher sabe ser perversa”.

“Bom dia senhoras” ele cumprimentou “Vejo que estão ocupadas. Temos um chá se aproximando?”.

Chás eram bem comuns. A anfitriã organizava alguns petiscos e chamava algumas mulheres a fim de conversarem – fofocarem – sobre a vida alheia. Toda mulher de classe alta deveria dar um chá pelo menos uma vez, era uma forma negócios – mesmo que involuntário – estabelecendo a ordem da burguesia.

“Sim querido” sua mãe respondeu “Aquela megera Pierce ousou dizer que não organizamos chás porque não sabemos como receber visitas. Quanta ousadia!”.

Seeley sorriu.

“Tenho certeza que você sabe como receber suas visitas mamãe” afirmou “Vai convidar as mesmas pessoas de sempre?”.

“Algumas meninas novas e suas mães, a temporada de baile já chegou e a cidade esta cheia” suspirou “Senhorita Burley mandou uma carta para você, esta na escrivaninha”.

Booth pegou o envelope, enquanto seus olhos corriam pela caligrafia perfeita.

Obrigada pelo passeio Seeley – acho que já tenho intimidade o suficiente para chamá-lo pelo seu primeiro nome? – espero que seja o primeiro de muitos.

Encantada, Hannah Burley.

“Ela parece bastante interessada em você”.

“Claro, em mim, não na nossa fortuna” ele bufou “Eu apenas a levei para um passeio por questão de educação”.

“Dê a ela uma chance querido, às vezes ela pode lhe apresentar mais conteúdo” Marianne disse com cautela “Eu sei como se sente, mas não precisa se casar se não deseja”.

“Eu até gosto de loiras” ele disse “mas realmente não sei mãe, é difícil pensar em uma escolha com todas as solteiras da cidade sendo jogadas em cima de você”.

“Eu ouvi que Catherine Gress esta interessada em você também” Harmony disse, entrando no cômodo “Ela e a senhorita Burley até pararam de se falar”.

“Ainda bem que eu só tenho olhos para uma garotinha” Seeley disse, pegando a irmã no colo “E ela não é loira”.

A garota sorriu contente, abraçando o irmão.

“Podemos ir cavalgar hoje Seeley? Por favooor” ela suplicou “Estou com saudades de Meg”.

Meg era o pônei de Harmony.

“E por que ainda esta nessas roupas?”.

A garotinha saiu correndo, chamando os criados para ajudarem a se trocar.

...

Booth cavalgava sobre seu cavalo, enquanto sua irmã tentava alcança-lo a passos lentos. Os dois estavam no campo, logo atrás da propriedade que se estendia por quilômetros.

“Vamos até o lago, bobinha”.

E eles teriam chegado lá, se não fosse por um pequeno incidente.

Há alguns metros do lago, o cavalo de Booth pareceu se assustar com algo, e estremeceu relinchando desesperado enquanto jogava seu ocupante a metros a frente.

Tudo que ele ouviu foi um estalar de algo, seguido por uma dor terrível.

...

“Querido nós deveríamos chamar um médico” sua mãe disse, preocupada “Já faz quatro horas desde o incidente, e seu braço esta da grossura de um pão”.

“Não preciso de nada mãe, vai passar”.

Ela apertou o braço dele, que grunhiu em dor.

“Isso deve estar fraturado” afirmou “Vou chamar o médico, agora!”.

“Não, mãe! Eu não gosto dele, parece um idiota vestido em branco que só sabe passar xaropes”.

Ela suspirou.

“Pelos Deuses! Nenhuma mulher merece um homem doente. Impressionante como se tornam crianças de uma hora para outra” desabafou, cansada “Você irá para enfermaria então, e lá acharemos outro médico. Vamos levante!”.

E ele não pode reclamar.

Meia hora depois a carruagem da família Booth parava em frente à enfermaria da cidade, enquanto seu chefe descia acompanhado de sua mãe.

O lugar estava cheio para o horário, e logo alguém guiou Booth para uma cama, avisando que logo iriam atendê-los.

“Esse lugar esta um caos”.

“Deve ser o frio. Muitas pessoas adoecem nessa época” Marianne explicou.

Alguns minutos depois uma enfermeira alta de cabelos presos veio em sua direção. Booth estava tão absorto na dor que nem percebeu de quem se tratava.

“Boa noite, desculpem-nos pelo transtorno. O frio esta adoecendo a todos” a mulher explicou “Meu nome é Temperance Brennan, em que posso ajudá-los?”.

Ele levantou a cabeça em um supetão, encarando diretamente aqueles olhos azuis já conhecidos.

“Senhorita Brennan” Booth cumprimentou “Quais as chances?”.

“Meu filho foi jogado a metros de distância do cavalo enquanto cavalgava e seu braço esta neste estado” sua mãe interrompeu, preocupada.

Temperance educadamente pediu licença enquanto desabotoava a lateral da camisa dele, subindo a manga até o antebraço.

Delicadamente ela deixou seus dedos tocarem a pele quente – como sempre – apertando, enquanto observava as reações.

“Dói?” ela pressionou os longos dedos – Seeley havia reparado – contra o lado interno de seu braço, e ele soltou um assovio de dor.

“Em uma escala de 0 a 10, como mediria sua dor?”

Ele observou as feições dela. O rosto assimétrico, marcado por um longo nariz – o que ele achou muito bonito – contrastava com a pele pálida, e os lábios um pouco cheios.

“Eu diria que talvez... Quatro?” ele respondeu depois de sair de seu transe.

Temperance observou o braço ferido por mais alguns minutos, como se estivesse se certificando, quando sentou na lateral da cama, pegando um pote e uma faixa branca.

“O senhor distendeu o músculo, Senhor Booth. Nada muito grave se for cuidado com a devida atenção” ela informou, passando a pasta no braço dele “Essa pomada irá amenizar a dor em algum tempo, e o senhor não se sentirá mais tão incomodado, porém é necessário que evite fazer movimentos com esse braço por duas semanas”.

“Não haverá nenhum dano permanente?” Marianne perguntou, observando a mulher enfaixar o braço de seu filho, passando uma tipoia por seu pescoço.

“Não se seguir minhas instruções, senhora Booth” ela ajeitou a faixa em volta do pescoço dele, tentando fazer o mais confortável possível.

Por uma razão que não conhecia, Temperance Brennan estava com a respiração densa, e até poderia dizer que seu coração estava um pouco mais acelerado que o normal.

“Obrigada senhorita Brennan, agradecemos seus cuidados” à mãe de Booth agradeceu, ajudando o filho a se levantar, já caminhando para saída.

Ele ficou de frente para ela, e a encarou por míseros segundos. Não se cansava. Sem aviso – como sempre fazia – tomou a mão dela na sua, deixando um beijo demorado em sua face.

“Ainda bem que fui atendido pela melhor” ele disse baixo o suficiente somente para ela ouvir, sorrindo.

“Considere uma retribuição do seu “pequeno” favor, Seeley” ela respondeu, retribuindo o sorriso.

Ele riu.

Seu pequeno favor com certeza era muito maior que isso, ele não a conhecia o suficiente – não por falta de vontade – mas encarou aquilo como uma provocação, e o pior de tudo foi que ele gostou.

Eram poucas as mulheres que não se intimidavam fácil como ela.

Ele soltou sua mão e caminhou seguindo sua mãe.

Essa seria uma noite longa.


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Notas finais do capítulo

Estão sentindo um clima ?



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