De Repente Mágica escrita por Cah Esteves


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários e continuem acompanhando.



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Capitulo 2

Acordei muitas vezes, mas não consigo distinguir o que era real do que não.

Lembro-me de estar deitada no colo de alguém, dentro de um táxi, com uma menina da minha idade

mexendo no meu cabelo enquanto gritava para o motorista ir mais rápido.

Havia uma menina do lado dela, chorando e gritando algo que não consegui entender.

A menina cujo estava mexendo no meu cabelo, fazia cara de forte e dava apoio para a outra.

Uma hora, quando eu acordei de novo, vi minha madrasta desesperada na porta de casa, chorando muito e perguntando oque tinha acontecido, e a menina que fazia cara de forte, chorando um pouco escondido.

Também me vinham lembranças antigas.

Quando tinha cinco anos, era completamente apaixonada pelo meu vizinho.

Estávamos brincando no quintal no seu quintal e a mãe dele estava cozinhando para a gente.

– Mike, vamos brincar que somos heróis e acabamos de sair de uma luta e estamos fazendo uma fogueira para dormir no meio da floresta?

É, eu acho que não era do tipo de brincar de boneca.

Mike, que costumava sorrir sempre que eu falava alguma coisa e olhar para o céu com uma cara de travessura, ficou completamente sério e tenso.

–Da onde você tirou isso?

–Minha irmã mais velha lê Percy Jackson.

–AH, ah, claro, vamos!

Pegamos dois pedaços de madeira.

–Hum... você sabe fazer fogo?

–Hã – Mike começou a olhar fixamente para mim – Aaah – olhou para os pedaços de madeira como se só tivesse percebido que eles estavam ali naquela hora – não..

Silencio.

–Eu posso pedir para minha mãe acender...

–Ok.

–Fica ai, ok?

–Tá bom.

Passados cinco minutos, fui atrás dele para perguntar por que ele estava demorando tanto...

Atravessei o jardim passei pela enorme sala – para mim era enorme, já que eu tinha 1,15- e ao entrar na cozinha hesitei ao ouvir uma conversa:

–Filho, não fique triste, eu sei que você confia nela, mas ela não é como você, você é mais maduro para sua idade, e ela iria se assustar... você não quer isso não é?

–Mas mãe!!!!!!!

Ele começou a ficar vermelho, vermelho, eu – naquela versão de menininha de 5 anos – me escondi atrás do armário.

SHHUUAAA, com um estalo o calor subiu 50 graus e meus olhos começaram a arder.

Pois é, Mike estava envolto em raios elétricos.

De repente, tudo parou e ficou em silencio.

Ao dar um passo para traz, derrubei uma panela.

Os dois olharam para mim.

–Malu... oque você... - gaguejou Mike quase em um sussurro.

–Eu... eu...

Então, no meu ato de coragem, sai correndo.

Nunca mais o vi.

Minha infância não foi uma das mais normais.

Quando acordei de vez, meus olhos demoraram a se acostumar, meu cérebro parecia não entender o porque das coisas, por exemplo, porque eu estava viva, porque eu estava no meu quarto, e porque estava com as roupas queimadas.

Tentei levantar da cama, fui tomada pela dor, sentei na cama e comecei a escutar passos e vozes se aproximando.

Deitei rápido – o que é bem difícil se você quase morreu a pouco tempo – e fingi que ainda estava dormindo, queria saber até que ponto tudo aquilo era real e o que as pessoas sabiam.

Abriram a porta do quarto delicadamente para conferir se eu estava acordada, como não, entraram no quarto, eram duas meninas e minha mãe, elas estavam conversando baixo e quando abri disfarçadamente os olhos, reconheci elas imediatamente, minhas melhores ( e únicas ) amigas.

–Mas tia, você tem certeza de que ela vai ficar bem?

Minha mãe respirou fundo:

–Não... eu não quero preocupá-las, mas eu tenho que ser sincera. Eu não deveria contar isso a vocês, mas como sei que se a Malu acordar, ela contaria do mesmo jeito. Bom, eu não vou contar tudo agora, mas eu posso afirmar, não era para ela estar viva, era para ela ter morrido a três dias, quando foi atacada, foi um milagre...

–Olha tia, eu nem quero saber de mais nada, só se a Malu vai acordar?!?!?- interrompeu a outra menina.

–Provavelmente sim, mas se ela acordar, haverá graves consequências, tanto para o mundo, quanto para ela.

–Por que para o mundo? E oque acontecerá com ela???

Comecei a ficar com medo, para o mundo? E, oque mais poderia acontecer comigo? Só fiquei bem quietinha para ouvir a resposta :

O que pareceu uma eternidade depois, minha mãe finalmente respondeu:

–Sim, para o mundo, mas disso não posso falar ainda. Mas se ela acordar, além de ter que resolver sérios problemas, haverá sequelas

Oque?????

–Oque????- eu disse alto de mais.

AAAARRGG! Eu não consigo ficar de boca fechada por um minuto! Agora viriam as perguntas e blá blá blá blá.

Todas as três deram um grito e colocaram a mão na boca.

Minha madrasta se aproximou devagar, como se para ver se era seguro, se eu não a atacaria.

–Você... você … está vi... viva- disse Ariana com os cachos loiros caindo no rosto.

–Você... do que se lembra? - dessa vez foi a Carol enquanto colocava o cabelo castanho e liso atrás da orelha.

–Eu... eu... - quase falei, mas tinha certeza de que iriam me chamar de louca – não tenho... certeza...

As duas meninas se aproximaram de mim mas pararam a meio metro, pois o olhar de minha madrasta ( sim,madrasta, longa história ) as aconselhava a se afastar.

– O que foi? -dessa vez foi eu quem perguntei.

Dessa vez elas ignoraram a minha mãe e sentaram na minha cama.

–O que sente?

É, e as perguntas continuavam.

–Só muita dor de cabeça.

–Isso deve passar logo. Eu não queria te incomodar agora, você precisa descansar, mas não temos muito tempo... - disse minha mãe quase jogando a gente escada abaixo de tanta demora.

Descemos devagar, eu me apoiando no ombro das duas garotas.

–Enfim, oque você quer falar? E o que você sabe sobre o incêndio?

–Eu sei de tudo. Assim que você saiu do banheiro a escola me ligou e depois … outras pessoas... vieram nos ameaçar.

–Ameaçar??? De que??? - será que a Gabi era tipo, sei lá, filha de um assaltante.

Bom, eu nunca fiquei sabendo de um assaltante que botasse fogo com o olhar e fosse capas de evaporar.

–Filha, a encrenca sempre te seguiu. O jeito que vocês se conheceram é uma das vezes em que o seu … gênio forte... te fez mal. Mas o que eu vou te falar agora, pode ser a explicação de todos os problemas que você teve, e a criação de outros ainda piores.

Vi prédios altos, indústrias, ruas agitadas e pessoas de um lado para o outro, no meio de tudo aquilo, pairava uma criança sozinha, morena de olhos cor de mel, baixa, com um vestidinho de babado, dela expandia paz e solidão.

De repente, se aproxima dela um homem com um carrinho de sorvete:

–Boa tarde mocinha! Gostaria de um sorvete?

A menina, na sua pura inocência se aproxima e entrega R$ 4,00 para o homem, oque ela não percebeu é que no bolso dele, havia uma faca...

O homem entrega o sorvete a ela:

–Pronto. Malu, você não é tão esperta quanto dizem, não é mesmo?

A menina para de tomar o sorvete e olha para ele:

–Como sabe meu nome? E quem disse que eu sou esperta?

–Me diz menina ,– disse enquanto tirava a faca do bolso – existem mais deles? Qual. é .a fórmula ???

A menina saiu correndo e o homem deixou, como se já esperasse isso de um criança de 7 anos.

Quando finalmente a menina saiu do alcance do homem, esbarrou em duas garotas, tinta vou por todo lado .

–Eeeeii, oque pensa que está fazendo sua louca! - disse uma menina.

Ela, apesar da aparência de cachinhos dourados, vestia uma roupa toda preta e apesar dos 7 anos, usava lápis de olho.

–Se meus livros tiverem amassado eu te mato!- completou a menina ao lado dela, que vestia um vestido rosa e uma sapatilha.

De repente, a cena avançou e eu estava escondida na casa de uma delas, contando sobre o homem do sorvete:

–Nossa! Ele deveria ser preso!

–Bom, tudo bem, já passou.

Ouve um momento de silêncio.

–Eu sou a Ariana, mas pode me chamar de Ari.

–Eu sou a Carol.

–Eu sou a Malu.

–Vamos te ajudar em tudo ok? - disse a Carol.

–É, desde que você não acabe com minha reputação usando esse seu vestidinho rosa.


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Notas finais do capítulo

Nome: Marilu Forge.

Idade: 13 anos.

Características: teimosa, inteligente e corajosa.



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