De Repente Mágica escrita por Cah Esteves


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira história.
Espero que gostem!



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De repente Mágica

Aula de história. De novo.

Tinha acabado de voltar de férias. Era a primeira semana de aula e eu já tinha ido para a diretoria duas vezes.

Não que eu fosse uma má aluna. É só que... tá, talvez eu fosse.

A questão é que minha família não ligava para isso. E eu achava uma bobagem ter que ir para a escola já que eu ia para a escola por um mês e me mudava de cidade. E eu também não acreditava que eu ia ser mais do que garçonete.

Além de que nenhum professor parecia gostar de mim. Só o de história, mas eu achava que era por pura educação.

E meus pais estavam ficando mais nervosos por que estava chegando o meu aniversário de treze anos. Devia ser por que eles não teriam dinheiro para fazer festas. Não que fossemos pobres, mas no momento, o trabalho do meu pai estava ficando pesado e ele estava a ponto de se demitir.

Era a primeira aula do dia e eu já estava morrendo naquela prisão.

Olhava fixamente para lousa e estava tão na rotina que a minha cabeça já fazia que sim automaticamente quando o professor olhava para mim para dizer que eu estava entendendo tudo.

Meu celular vibrou e eu sutilmente o peguei do bolso.

Era uma mensagem da minha mãe pedindo para eu ir direto para casa hoje por que precisávamos de uma conversa séria.

Ótimo, agora que eu não ia prestar atenção mesmo.

Comecei a repassar tudo que eu tinha feito de errado no mês. E o pior, é que eu não tinha feito nada. Eu sempre me metia em encrenca sem ter feito nada de errado.

Fiquei tanto tempo pensando que nem percebi que o professor tinha se aproximado de mim e eu ainda estava com o celular na mão.

Nem tentei me defender, só fechei os olhos e falei:

-Diretoria?

Ele só fez que sim com a cabeça e voltou lá para frente.

Bufei e me abaixei na cadeira.

Peguei minha mochila, joguei ela nas minhas costas e sai da classe.

Atrás de mim veio uma menina que senta no fundão com quem eu nunca tinha falado. ( O que não é surpresa já que eu nunca falei com ninguém naquela escola).

Sai da classe e ela me parou.

-O que foi?? - eu disse impaciente com medo que nos vissem conversando em horário de aula fora da classe.

Ela deu um sorriso e abriu a boca para falar alguma coisa quando o sinal tocou e fomos separadas por dezenas de adolescentes sonolentos e raivosos.

Iria começar outra aula, o que significava que eu não ia precisar ir para a diretoria. Tínhamos cinco minutos de pausa entre uma aula e outra. Entrei no banheiro para lavar o rosto.

Eu estava sozinha no banheiro.

Quando eu era menor, costumavam dizer que eu era alegre, eu tinha amigos. Mas de um tempo para cá tudo piorou. Começamos a nos mudar, eu perdi as únicas amigas que eu tinha, minhas notas caíram e eu só compareço a escola de corpo, por que atenção é a ultima coisa que eu tenho.

A única coisa que estava me animando era que as únicas amigas que eu já tive iriam me visitar no final de semana.

Eu estava ansiosa para voltar a ser aquela menina que fica conversando por horas e rindo.

Dei um pulo quando a porta de uma das cabines abriu e bateu com tudo.

-Cuidado, quem se assusta tão fácil tem culpa no cartório... - disse a Gabi com um leve sorriso e a cabeça levemente inclinada como se estivesse me analisando.

Suspirei. Essa era a conversa mais longa que eu tive em semanas e agora eu entendia por que eu preferia ficar sozinha.

- O que você queria falar comigo?

Ela deu um passo para trás e a porta de entrada bateu e a tranca virou impedindo a única passagem que eu tinha.

Fiquei meio impressionada pelo vento forte mas ignorei.

- Você não é tão inteligente quanto pensam...

Já era a segunda pessoa que me falava isso, mas não levei como ofensa.

Fiquei olhando fixamente para ela, esperando ela continuar, mas ela não disse nada.

-Eu ainda não entendi...
- Então eu vou ser mais clara – ela me interrompeu – qual é a fórmula?

Fórmula? Eu não consegui pensar em nada na hora. Nós nem tínhamos aula de química!

-Não vai falar não é?

Como fiquei quieta, ela continuou :

-Nesse caso, você virá conosco.

Assim que ela acabou de falar, uma coisa me puxou para frente. Mas ela estava parada e não tinha ninguém atrás de mim.

Comecei a fazer força para trás e me senti cada vez mais fraca.

- Você é teimosa ! - disse começando a cerrar o punho.

- Quem é você ??? O que está fazendo???

Ela só deu um sorriso e a força veio mais intensamente.

Uma voz começou a retumbar em minha cabeça.

Você se acha muito esperta. Você tem talento, preciso admitir. Mas pena que sua vida não vai ser muito longa e você não poderá usufruir dele. Venha conosco. Podemos aumentar o seu poder em troca da fórmula.

Dada a minha resistência, ela começou a ficar vermelha.

Eu não sabia do que ela estava falando. Comecei a gritar por ajuda.

Quando olhei de novo para ela, os olhos dela estavam brilhando com uma luz vermelha e um segundo depois, tudo começou a pegar fogo.

Ela olhou preocupada para o celular, e uma voz saiu de lá. Algo que eu não consegui entender direito.

-Eu sei, eu sei. Mas ela não ia falar mesmo. Você não vê que ela está do lado daqueles idiotas? E além disso, tem mais escolhidos por aí. Tá, eu sei que é diferente, mas a … - devido a um palavrão saído do celular, ela o desligou.

Do lado de fora, pessoas batiam na porta e perguntavam o que estava acontecendo. Comecei a gritar por ajuda. Eu disse que estava tudo pegando fogo.

Claro que eu não ia disse que tinha sido uma menina com um olhar que tinha feito todo o fogo.

Falaram para eu abrir a porta, mas eu ainda estava tentando resistir ao que estava me puxando.

-Muito bem. Não vai vir mesmo não é? Então se divirta...

Um segundo depois de falar isso. Ela sumiu. Literalmente desapareceu.

Eu estava muito confusa, mas aquela não era a hora de questionar.

O fogo começou a aumentar. E as batidas na porta pararam.

Eu tinha que sair dali. O fogo estava indo até o teto e cada vez tinha menos ar para respirar.

Do jeito que o banheiro era pequeno, ( só tinha duas cabines, duas torneiras e um espelho de menos de um metro ) o ar acabaria em minutos e eu já estava começando a ficar com a visão embasada.

Começaram a bater na porta de novo.

Dessa vez, junto com vozes masculinas me mandando molhar a blusa e colocá-la no nariz.

Fui correndo para pia.

Uma fumaça verde flutuou e o rosto de Gabriela lançou um flash em direção a torneira criando outra barreira de fogo.

-Você só pode estar de brincadeira! - gritei para o auto.

Mais vozes se estendiam atrás da porta.

Duas vozes muito familiares começaram a gritar:

-Malu ! Gente , o que está acontecendo?!?!?

O que elas estavam fazendo lá??? Era para elas chegarem só no sábado e ainda era terça.

Corri para a porta e gritei :

-O QUE ESTÃO FAZENDO AQUI??? A DANE-SE ! ME AJUDEM !!!

Elas responderam de imediato:

-A polícia já está chegando! Vão atirar na fechadura. Por favor, aguenta só mais um pouquinho!

Contei até dez e tentei respirar devagar. Mas meu cérebro praticamente implorava por ar. Senti o chão saindo de baixo de mim e vi tudo girando.

Me segurei na privada e gritei:

-Sem querer ofender, mas não é tão fácil quanto parece manter a calma aqui dentro.

Uma voz na minha cabeça fez o mundo começar a girar ainda mais rápido e vi o chão se aproximando.

A última coisa que me lembro é um barulho de tiro muito forte, a porta abrindo e as pessoas se afastando e homens vestidos de preto entrando. Massagem cardíaca e muitas vozes.


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Notas finais do capítulo

É o primeiro capítulo.
Levem em consideração que nunca escrevi.
Já tem até o capítulo 19.
Paro ou continuo ?
Comentem.



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