Porvir escrita por Lura


Capítulo 2
Família Fullbuster


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!

Eu estou devendo o próximo capítulo de Vínculo Mágico, mas acredito que ainda vai levar alguns dias até sair. Isto porque escrever e descrever trechos de ação é muito complicado. Mas já adianto que cerca de 40% do capítulo está escrito

Como fico impaciente quando não consigo escrever, resolvi ir adiantando esta fanfic. Não sei se vocês vão gostar do capítulo, já que ele é uma sequência de desastres, que também é difícil de escrever. Então me digam se está ficando legal e se o futuro dos nossos queridos magos está ficando convincente. xP

Então é isso. Espero que curtam.



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Família Fullbuster

Magnolia - x807

 

A manhã corria calma, corriqueiramente quente, considerando as temperaturas que Magnolia costumava atingir no verão. O sol invadia cada residência da cidade, aproveitando as brechas oferecidas e esquentando ainda mais os ambientes que atingia. No apartamento do quarto andar de um dos prédios mais recentes da rua ladeada pelo Rio, seus raios transpunham o tecido translúcido das cortinas alvas, e aquecia o habitualmente gelado lar da família Fullbuster.

Animada como sempre, Juvia retirou o Bolo Congelado do refrigerador - receita preferida de seus filhos gêmeos - e se encaminhou para a copa, deixando a bandeja sobre a mesa, onde Gray, impaciente, já se satisfazia com um grande copo de suco de laranja.

— Ohayo! - Saudou Gael, entrando na pequena copa e tomando seu lugar a mesa, a voz marcada pelo seu característico mau-humor matinal.

— Ohayo! - Os pais do garoto responderam em uníssono, embora o tom de voz de ambos exalasse uma diferença gritante. Gray respondeu demonstrando que seu humor não estava muito melhor. Juvia respondeu de forma amável e gentil, voltando para a cozinha em seguida, cantarolando. Definitivamente, ela era a única que acordava bem disposta naquela família.

— Cadê a Crystal? - Gray perguntou a Gael. Já tinha alguns dias que não via a filha, pois ela tinha aproveitado o período de férias¹ para fazer uma mini turnê com sua banda, retornando apenas naquela madrugada. O mago queria pelo menos certificar-se de que ela estava inteira antes de partir com Juvia para a missão que tinham combinado com o time no dia anterior.

— Sei lá. - Gael respondeu, debruçando-se sobre a mesa, fazendo com que os vastos cabelos negros caíssem sobre seu rosto, sentindo os olhos pesarem pelo sono.

— Como não sabe? - Gray rebateu, o humor cada vez melhor.

— Eu estava dormindo. Não tenho como saber. - Retrucou, sem se levantar. - Não é porque nascemos juntos que temos que continuar grudados. - Provocou.

— Ora seu... - Irritou-se Gray, usando sua magia para formar vários cubos de gelo e jogando dentro da gola da camiseta de Gael em seguida.

— ARGH!!! - O garoto gritou e deu um salto, finalmente despertando, enquanto o mago mais velho rachava de dar risada. - ISSO É COVARDIA! - Protestou, furioso.

Gray, ignorando a fúria do adolescente, continuava gargalhando, o corpo completamente jogado contra a espalda da cadeira. Determinado a dar o troco, Gael moldou outros tantos cubos de gelo e começou a atirar contra o pai, que na tentativa frustrada de se desviar acabou se desequilibrando, fazendo com que a cadeira caísse para trás e ele fosse junto com ela.

Satisfeito, agora Gael é que ria, debruçado contra o próprio corpo, as mãos na barriga dolorida.

— Droga, pirralho! - Gray gritou, fazendo menção de correr atrás do filho. O garoto, certo de que o pai não deixaria barato, virou-se mais que depressa se preparando para correr, percebendo tarde demais o erro que tinha cometido. - ICE MAKE: FLOOR! - O moreno mais velho gritou, colocando ambas as mãos no chão, transformando o piso de madeira imediatamente em uma pista de gelo, fazendo com que Gael escorregasse e caísse de cara contra ele.

Como esperado, Gray, ainda deitado no chão, comemorava seu feito rolando de gargalhar.

— Do que vocês estão rin… KYAAAAAAAA!!! - Juvia gritou. Completamente desprevenida, a pobre mulher chuva adentrou a copa. Estando com ambas as mãos ocupadas, uma pela bandeja de torradas e outra pelas correspondências que tinha acabado de pegar, não pode se segurar, escorregando e fazendo com que uma chuva de papeis e pães coroassem seu magnífico tombo de pernas para o ar.

— Oka-san!

— JUVIA!

Gritaram ao mesmo tempo pai e filho, sem entretanto conseguir evitar o acidente.

— Itai! - Reclamou a maga, tentando se sentar, sendo auxiliada pelo esposo e pelo filho, que a seguravam um de cada lado. - Gray-sama! Gael-chan! - Exclamou, irritada, fazendo os dois encolherem - Quantas vezes Juvia já pediu para vocês não brigarem com magia dentro de casa? - Completou, inflando as bochechas.

— Foi ele que começou! - Acusaram em uníssono, um apontando para o outro.

— Isso não vem ao caso. - Ralhou ela. Era extremamente difícil imaginar a maga doce e gentil dar uma bronca no esposo ou nos filhos que amava tanto, mas não era realmente raro de acontecer. Não quando três usuários de Magia de Criação provocavam tantos desastres dentro de casa. - Olha só! As torradas que Juvia fez com tanto carinho agora estão estragadas! - Indicou os alimentos espalhados pelo chão, caindo no choro.

— AAAAAAHHH!!! Ela vai inundar a casa! - Desesperou-se Gael, praticamente nadando para longe do chafariz em que a mãe tinha se convertido.

— Cala a boca!!! - Gray gritou para o filho. - Juvia, se você continuar chorando, o resto do café também vai estragar! - Avisou, voltando-se para a esposa, tentando desesperadamente acalmá-la, constatando aliviado que estava funcionando.

— Ok, Gray-sama. - Ela fungou e engoliu o choro, ficando de pé com o auxílio dele.

— Tadaima! - Os três escutaram a voz melodiosa de Crystal gritar da sala e ecoar pela casa. Todos estavam tentando se recompor, esquecendo-se totalmente de alertar a tempo a pobre garota sobre o estado em que a copa se encontrava.

— Oka-sama eu trouxe o leite que você pediu. - Falou, indicando a garrafa de vidro que trazia e adentrando o ambiente.

— NÃO!!!! - Gray, Juvia e Gael gritaram, estendendo e chacoalhando as mãos para frente, tentando impedir a garota de entrar. Todavia, Crystal não entendeu a razão do estardalhaço e continuou avançando.

— Não o qu… ÊÊÊÊÊHHHHHH??!!!! - Gritou, escorregando e caindo de pernas para cima de forma idêntica a que a Juvia caira momentos antes, e também de forma bem semelhante fazendo com que a garrafa de vidro que segurava voasse e se projetasse de volta na direção de seu rosto. - KYAAAAA!!! - Gritou, perdendo os reflexos ao ver a garrafa cair.

— WATER NEBULA!!! - Juvia gritou, conjurando um jato d’água, que não apenas desviou o objeto com sucesso, como também inutilizou o restante do café da manhã que estava sobre a mesa. Vendo o que tinha feito, os olhos da maga se umedeceram novamente.

— JUVIA, NÃO CHORA! - Gray implorou.

— Nós tentamos avisar. - Gael Justificou olhando a gêmea estatelada com as pernas para cima, caindo na risada em seguida pela esplêndida visão.

— Baka! - A garota exclamou, tentando se levantar.

— Aqui! - Gray ofereceu a mão para a filha, puxando-a, porém um objeto jogado no chão ao lado da garota chamou sua atenção. - MAS QUE PORCARIA É ESSA??? - Gritou, pegando uma revista e soltando Crystal que tornou a cair, intensificando absurdamente as risadas de Gael.

— Oto-sama! - Crystal reclamou, esfregando o traseiro.

— OTO-SAMA O CARAMBA, PODE IR EXPLICANDO O QUE É ISSO AQUI!!! - Berrou, indicando furioso a capa da última edição da Sorceres, revista semanal mais famosa entre os magos de Fiore, que por acaso estava entre as correspondências que choveram na cozinha momentos antes. Crystal, entendendo a razão do pai estar tão irritado, empalideceu.

— Eu… Eu não… - Gaguejou, levantando-se com a ajuda da mãe.

— O que você está fazendo seminua na capa de uma revista??? - Gray continuava esgoelando.

— Eu não sei! - A garota respondeu, desesperada. - Eu não dei permissão para ninguém tirar ou publicar essas fotos! - Justificou.

— Isso é porque você fica tirando a roupa o tempo todo. - Gael lembrou. - Não é muito difícil conseguir fotos suas desse jeito.

— KYAAHH, minha garotinha está ficando famosa! - Juvia exclamou, sonhadora.

— E ISSO LÁ É MOTIVO PARA COMEMORAR? - Perguntou Gray aos berros para a maga da chuva. - E EU JÁ NÃO DISSE PARA VOCÊ CONTROLAR ESSA MALDITA MANIA??? - Voltou-se para a filha, pocesso.

— COMO SE VOCÊ PUDESSE FALAR ALGUMA COISA!!! - Crystal rebateu, irritada.

— Por que vocês dois não olham para si mesmos neste exato momento? - Gael perguntou, apontando para ambos, que assustados constataram que estavam apenas com as roupas íntimas.

— Mas quando...? - Eles perguntaram, tentando se cobrir com as mãos.

— Crys-chan se parece tanto com Gray-sama! - Juvia continuou com o seu tom, sonhadora.

— Não sei se isso é bom para ela. - Gael observou.

— Eu não quero que você continue com essas apresentações! - Gray determinou, apontando para a filha.

— Por quê? - A adolescente perguntou, surpresa, enquanto torcia os cabelos azuis completamente encharcados. - Qual o problema das apresentações?

— Você quer saber qual o problema de um show de striptease musical? - Gael perguntou, irônico.

— Você não está ajudando! - Crystal encarou o gêmeo, irritada.

— Esses malditos fotógrafos se aproveitam desses shows para conseguirem esse tipo de foto! - Argumentou Gray.

— Então você vai me castigar por um erro deles? - Questionou a garota.

— Eu não estou te castigando! - Defendeu-se o pai.

— Está sim! - Acusou a filha.

— Não est…

— Crys-chan! Gray-sama! - Chamou Juvia. - Já chega! - Ordenou.

— Mas Oka-sama…

— Mas Juvia…

— Não quero ver vocês dois discutindo! - Ela cortou ambos. - Se Crys-chan quer continuar com a banda, ela vai continuar. - Decidiu.

— Yes! - A garota comemorou.

— Juvia! - Gray exclamou, contrariado

— Temos que respeitar as decisões da nossa filha, Gray-sama. - Continuou a mulher chuva. - Se vocês quiserem entrar em um consenso, sem discussões, por mim tudo bem. Mas ninguém vai obrigar ninguém a nada. - Finalizou. Gray bufou, irritado.

— O café já era… - Gael lamentou, pegando um pedaço de bolo escaldado em cima da mesa.

— Gomen, Gael-chan. - A mãe pediu. - Juvia não tem tempo de prepará-lo novamente. Já estamos atrasados.

— Sem problemas, a gente fila a boia na casa da Nashi. - Decidiu o garoto.

— O quê? - A mãe perguntou desconfiada. Ainda não conseguia se acostumar com a ideia de que um dia perderia o amor do filho para outra mulher. E ela desconfiava seriamente que a primogênita de Natsu e Lucy era forte candidata.

— A gente come lá na guilda. - O garoto consertou, mentindo.

— Sei… Respondeu Juvia, nem um pouco convencida. Em seguida, retirou-se da copa, juntamente com Gray. Gael podia jurar que ouviu a mãe resmungar algo como “pequena rival no amor” enquanto se afastava.

Gray e Juvia se trocaram às pressas, temendo a reprimenda que levariam de Erza pelo atraso. Afobados, pegaram suas malas e se dirigiram a saída do apartamento.

— Itekimasu! - Juvia gritou, acenando para os filhos.

— Iterashai! - Os gêmeos responderam em uníssono.

— Itekimasu. - Gray passou pelos filhos ainda irritado. - Deem um jeito naquela bagunça! - Mandou, entre risos, e se retirou.

— Injustiça… - Os gêmeos exclamaram, novamente juntos, sob uma densa aura negra.

— Vamos começar logo então. - Crystal chamou, caminhando rumo a copa.

— Eu vou comer primeiro. - Gael avisou, indo em direção ao próprio quarto, sendo seguido pela irmã.

— Você não disse que ia comer na guilda? - Crystal lembrou.

— Eu menti para evitar a paranoia da mamãe.

— Ah! - Respondeu a garota, complacente.

Gael atravessou o próprio quarto e abriu a janela, que dava de frente para o rio e também para a velha casa laranja-desbotada, onde residia a companheira de time.

— Ice Make: Slide! - Falou o garoto, moldando um enorme escorregador, que começava em sua janela, passava por cima do rio e terminava exatamente na janela do quarto de Nashi, façanha possível graças ao fato de morar em um apartamento razoavelmente mais alto que o da amiga.

— Ela fica maluca quando você faz isso. - Crystal observou.

— Aham. - Gael concordou, subindo no parapeito. - Você não vem? - Perguntou para a irmã.

— Vou tomar um banho primeiro. - A irmã respondeu, pois tinha se sujado inteira quando caiu na lambança da copa.

Ok. - Gael assentiu, se virou e pegou impulso.

Crystal se debruçou na janela, observando o irmão deslizar até passar pela janela de Nashi e sumir. Mesmo estando a uma distância considerável, ouviu com perfeição quando a garota dos cabelos rosados começou a berrar:

— KYAHHHHHHHH, INVASOR!!! - O grito agudo e estridente fez até mesmo os transeuntes e os barqueiros se sobressaltarem.

— COMO EU IA ADIVINHAR QUE VOCÊ ESTAVA SÓ DE CALCINHA? - A voz de Gael era consideravelmente mais baixa, mas perfeitamente audível.

— CALA A BOCA! - Outro berro de Nashi, seguido pelo som de vários objetos sendo atirados.

Crystal, entre risos, continuou escutando a confusão até que ambos se acalmassem. Quando percebeu que o espetáculo havia terminado, rumou para o banheiro do próprio quarto, meneando a cabeça e resmungando:

— A Rival no Amor é sempre tão escandalosa!

ºoOoº

¹ Nesta fanfic os magos também desfrutam do período de férias, embora trabalhem por conta própria. Talvez em uma fanfic futura eu explique exatamente a razão.

 


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?

O que vocês acharam dos gêmeos?

Ambos usam a mesma magia que o pai. Os nomes, Crystal e Gael, foram escolhidos por Juvia; Crystal porque a maga acha lindo os cristais de gelo produzidos pela magia de Gray e Gael porque significa "Branco". Embora não sejam nomes japoneses, eu imagino os dois com a pronúncia afetada do idioma (Curystaru e Gaeru).

Não sei se vocês perceberam, mas eu adicionei o ano em que o capítulo ocorre no título (também editei o título do capítulo anterior). Lembrando que os capítulos não necessariamente seguirão uma ordem cronológica, mas retratarão momentos das famílias que podem ter ocorrido em diferentes épocas.

O próximo capítulo provavelmente se chamará "Família Scarlet".

Até lá. ;]