Pov Ally

─ Acorde filha, primeiro dia de aula esqueceu? – minha mãe me chacoalhava na cama.

─ Não mãe, eu estou tendo um caso com a minha cama, ma deixa dormir. – falei puxando o cobertor sobre a cabeça.

─ Se você for pra escola, talvez encontre um homem de verdade para você ter um caso.

A encarei divertida.

─ Então o cara mais popular da escola se apaixona por mim, ele era um bad-boy até eu descobrir seu verdadeiro eu, ele irá me fazer declarações clichês a luz das estrelas e viveremos felizes para sempre. – fiz uma voz fininha.

Minha mãe riu e eu a acompanhei.

─ Não seja maluca e levante. – ela saiu do quarto. Mamãe é muito bem humorada.

Nós somos mais amigas do que mãe e filha e isso faz nosso convívio ser muito agradável.Eu e meu pai também nos divertimos muito juntos, ele é o cara mais engraçado que eu já vi.Apesar que nem sempre foi assim, vivíamos isolados e tristes, mas passado é passado.

Primeiro dia de aula, vamos ver uma roupa apresentável e bonita.

roupa

Essa está boa, passei uma maquiagem e deixei meu cabelo solto. Peguei minha mochila e desci para tomar café.

─ Opa, onde pensa que vai tão arrumada? – meu pai perguntou tomando um gole de seu café com leite.

─ Deixe Lester, ela está linda – mamãe piscou o olho pra mim.

Me sentei e peguei um pedaço de bolo de chocolate, leite com achocolatado, um pedaço de pão e dois pães de queijo. O que foi? Comer é a melhor coisa da vida.

Fiquei tomando meu café enquanto observava meus pais tentando fazer panquecas, o que não foi uma boa ideia já que os dois estava completa e totalmente sujos de todos os tipos de ingredientes.

Ri com aquilo.

Eles tentaram me sujar também, mas fui mais rápida e peguei minha mochila mandando um beijo no ar de despedida.

Saí de casa rindo, ainda bem que agora somos uma família feliz.

E meu Deus que calor é esse?! O Sol tava carente e abraçou a Terra só pode. No Canadá, quando faz 26 graus eu já fico morrendo de calor.

A escola não ficava muito longe da minha casa, só alguns quarteirões.

Cheguei rapidinho e dei uma olhada no local. É realmente grande e vários alunos divididos em grupos faziam coisas diferentes. Alguns dançavam, outros conversavam alegremente e até líderes de torcida ensaiavam.

Sorri, parece que é uma boa escola.

Fui andando pelo lugar quando esbarrei em algumas meninas e acabei caindo no chão, uma delas foi comigo.

─ Me desculpa. – falei rindo da minha falta de atenção.

─ Tudo bem. – uma garota de cabelos pretos e cacheados me ajudou a levantar – É nova aqui? – assenti – Prazer, Trish.

─ Sou Ally.

─ Essas são Mary e Amanda – falou apontando para uma ruiva e uma morena. Sorri para elas.

─ Bom, vamos te levar para a diretoria para pegar seus horários. – a ruiva chamada Amanda disse. Concordei agradecendo.

Conversamos sobre vários assuntos, contei a elas praticamente minha vida inteira e parecia que as três conheciam a escola toda.

Por onde passávamos alguém vinha nos cumprimentar, principalmente meninos.

Depois de me apresentar para a quinquagésima pessoa, decidi perguntar.

─ Vocês são do tipo “populares”? – perguntei fazendo aspas com as mãos.

─ Mais ou menos, o motivo de todos estarem nos cumprimentando é você. Já chegou chamando atenção. – Trish falou sorrindo.

Chamar atenção? Bom, não sou muito alta, maus cabelos são castanho claro, cacheados com pontas loiras, minha pele é branquinha e meu corpo é até bonito. Mas chamar atenção não é algo que eu goste muito.

O sinal tocou, tenho aula de física agora de acordo com o meu horário.

─ Qual a aula de vocês? – perguntei.

─ Ciências. – Mary respondeu.

─ Então nos vemos depois.

Fui procurar pela sala de aula, procurei meu livro de física na mochila e... droga esqueci no armário. Parece que chegarei atrasada nessa aula.

Corri para o meu armário na esperança do meu professor não ser rígido em relação a horários.

Quando estava quase chegando, me esbarrei em alguém. Um garoto para ser mais específica.

Trombamos um com o outro e ele me segurou pelos braços. O garoto tinha cabelos loiros que estavam quase totalmente cobertos por uma toca, seu rosto estava pálido e seu olhar era meio cansado. Seus olhos cor de chocolate pareciam desanimados. Apesar de tudo isso, ele era realmente bonito.

Pov Austin

Como eu vou capturar a garota?

Essa pergunta rondava minha cabeça que estava confusa e cansada. Eu estou cansado disso, cansado dessa vida.

Parei na frente daquele purgatório mais conhecido como escola e fui até uma garota morena.

─ Com licença. – falei. Ela me analisou de cima em baixo e sorriu maliciosa. Eu mereço. – Poderia me dizer que é Allycia Dawson.

─ A aluninha nova? – falou com desgosto. – É aquela ali.

Olhei para o lugar que ela estava apontando. Vi uma garota morena realmente bonita conversando com uma ruiva e duas morenas.

Ela sorria e conversava alegremente com elas. Suspirei, não acredito que irei fazer isso com uma pobre menina inocente.

Senti vontade de me dar um soco.

Ela entrou acompanhada das outras três garotas. As segui discretamente sempre me mantendo perto.

Acabei escutando a história da tal Allycia, ela vinha do Canadá e depois de seus pais terem passado por muita dificuldade e problemas, se reconciliaram e mudaram pra Miami já que a família deles mora aqui.

De novo senti vontade de me socar, ela tem uma ótima vida com seus pais algo que eu daria tudo pra ter e agora irei leva-la para... eu sou um fracassado.

Suas amigas foram para suas respectivas aulas e ela saiu correndo. A segui até perdê-la de vista, rondei os corredores até sentir um pequeno e leve corpo se chocar com o meu.

Segurei seus braços e a encarei, ela me olhava com olhos castanho claro. Ela é realmente bonita, mas agora não é momento propício para admirar sua beleza.

─ Me desculpe, eu estou muito desastrada hoje. – ela falou com um sorriso divertido.

─ Não tem problema. – respondi sem expressão.

─ Err você não deveria estar na aula?

─ É... – tentei pensar em uma desculpa convincente. Há eu estava te seguindo para poder te capturara em algum momento oportuno. – Esqueci meus livros no armário.

─ Coincidência eu também. – falou sorrindo. – Deixe-me pegá-los antes que eu me atrase mais.

Ela ficou de costas para mim para abrir seu armário. Os corredores estão desertos e eu não sei se irei ter chance depois, é melhor acabar com isso agora.

Peguei um paninho e o pequeno frasquinho em meu bolso, despejei o líquido no pano.

Me sentindo, um fracassado sem princípios, pressionei o pano em seu rosto, ela caiu em meus braços na hora.

Suspirei e olhei seu rosto de porcelana, ela não merece isso.

Sendo cauteloso para que ninguém me pegasse, saí da escola e a coloquei dentro do meu carro.

O local que eles prendem as vítimas é uma cabana meio isolada da cidade, assim ninguém pode ouvir os gritos.

(local)

Estacionei no local, peguei a menina em meu colo e dei uma última olhada em seu rosto.

─ Eu sinto muito , me perdoe. – e a levei para dentro.

Continua...