Save me escrita por Bella


Capítulo 4
Distribuindo ajuda


Notas iniciais do capítulo

Oi leitoras mais lindas e fofas do mundo! Obrigada mesmo pelo carinho, amei os comentários e obrigada a quem favoritou e quem está acompanhando.
Como vocês pediram pra postar rápido eu decidi postar rápido hahaha.
Boa leitura.



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Pov Austin

Entrei dentro da cabana com Allycia em meu colo, o lugar continuava igual da última vez que estive ali. Velho, escuro e sujo.

Me lembro de estar ali a 2 meses atrás, para pegar... vocês sabem o que.

─ Depressivo? – Ian disse surpreso saindo de uma sala pouco iluminada – O que está fazendo aqui? Vocês não saem da escola a essa hora.

─ Uma oportunidade apareceu. Onde estão Carlos e Paul?

─ Foram pegar o carregamento lá fora, eu vou resolver os negócios com eles. E você prenda ela no quarto. – e saiu.

Me dirigi até o “quarto” que eles utilizam diariamente para fazer coisas que me causam repulsa e nojo. Aí vocês se perguntam, então por quê continua com esses capangas? Porquê eles me dão o que eu necessito e infelizmente estou praticamente dependendo. Drogas.

Entrei naquele quarto, pequeno porém com uma cama de casal vermelha enorme e vários adereços como chicotes e outras coisas que eu procuro não fazer contato visual para que minha total repulsa não cresça mais.

Coloquei Allycia deitada na cama, e olhei pra ela.

Seu rosto sereno e inocente, uma garota bonita e tem o que eu daria tudo para ter, que é uma vida.

Eu não queria amarra-la naquela cama, a culpa e nojo que eu estava sentindo de mim mesmo já eram o bastante.

Cogitei a ideia de pegá-la e tira-la daquele lugar, mas antes mesmo que eu pudesse fazer qualquer coisa, Paul apareceu.

─ Vejo que não é tão fracassado assim. – falou sorrindo de lado.

Paul é alto,moreno, forte e grande. Se meter em uma briga com ele é pedir pra morrer.

Ele tirou o cigarro da boca e olhou para o corpo inteiro da Allycia de uma forma maliciosa.

─ Vamos nos divertir hoje. – falou levando o cigarro a boca.

Teorias do que eles iriam fazer com essa pobre menina me atormentaram e por um instante, me afoguei nessas horríveis possibilidades.

Sem dizer mais nada saí daquele quarto e fui para o lado de fora da cabana.

Olhei para o céu e puxei meus cabelos querendo arrancar minha cabeça. Eu não aguento mais isso. Essa dor, culpa, tristeza, solidão, dependência e raiva. Tudo isso ta acabando comigo!

─ Depressivo! – ouvi Paul me chamando.

Respirei fundo e entrei de novo naquele... eu sou incapaz de achar denominação que expresse meu nojo por esse lugar.

Entrei no quarto e me deparei com Allycia com seus pés e mãos amarrados na cama, e só de roupas íntimas. Fiquei chocado com aquilo.

─ Eu e os caras iremos resolver os últimos assuntos do carregamento. Enquanto isso, fique de olho nela. – falou com uma voz autoritária e saiu me deixando sozinho com Allycia.

Era doloroso vê-la daquele jeito, e ainda pior sabendo que foi minha culpa. Eu só sei fazer merda.

Peguei um banquinho de madeira e me sentei perto da cama.

─ Desculpe. – sussurrei. – Eu não queria ter feito isso, eu sou um imbecil tão grande que cheguei ao ponto de te levar para a sua triste sina. Você não merece isso. Nenhuma das vítimas daqueles idiotas merece, eu espero que possa me perdoar.

Eu sou mesmo um idiota! Eu colaborei com o sequestro dela e tenho a cara de pau de pedir perdão! Eu não mereço o perdão dela.

Comecei a chorar, me lembrando da minha antiga vida e de como eu queria que nada daquilo tivesse acontecido. Apoiei minha cabeça entre as mãos deixando a tristeza me consumir.

─ Onde eu estou?! O que está acontecendo?! – ouvi uma voz doce e desesperada.

Levantei a cabeça e vi Allycia tentando se soltar e com os olhos cheios de lágrimas.

─ Você?! Por quê está fazendo isso? - ela falou tentando sem sucesso soltar seus pés que estavam muito bem marrados com cordas.

─ Me desculpe por ter feito aquilo. – falei sabendo que seria inútil me desculpar.

─ O que vai fazer comigo? – as lágrimas desciam sem cessar de seus olhos.

─ Eu não seria capaz de fazer nada com você, mas os... homens que me mandaram prendê-la sim.

─ Por quê me sequestrou?! Por quê fez isso? O que foi que eu fiz pra você? – o choro dela estava ficando mais alto.

─ Eu não queria ter feito isso! Mas eu tive de fazer, eles me chantagearam. – eu estava tentando justificar atos que não tem justificativa.

─ Como assim?

─ Olha, eu não sinto orgulho de mim por ter feito isso. E se eu te contar o motivo... esqueça você não entenderia. – falei passando as mãos pelos meus cabelos.

─ Me solte por favor. – ela praticamente implorava.

─ Não torne isso mais difícil. – supliquei.

Ela fechou os olhos e se calou, como se tivesse se dado por vencida e estivesse imaginando o que iria acontecer com ela.

O que eu estou fazendo?! Eu não sou assim!

Observei como ela estava triste e assustada, e como estava feliz e descontraída hoje de manhã.

Ela provavelmente tem pais que a amam, amigos e um futuro profissional e amoroso. E eu estou tirando isso dela. Eu estou fazendo isso.

Balancei a cabeça negativamente. Eu posso ter acabado coma minha vida, mas não irei permitir que acabem com a vida dela.

Me levantei, fui desamarrar seus braços, ela me olhou confusa ainda com o rosto molhado. Desamarrei seus pés, peguei suas roupas no chão e entreguei a ela.

─ Se troca rápido, anda! – falei indo vigiar a porta.

Ela se vestiu rapidamente, peguei em seu braço e a levei para fora daquele lugar.

Estávamos saindo da cabana, mas a empurrei para dentro nos encostando na parede. Ian, Paul e Carlos estavam conversando com outros capangas encapuzados.

Eles começam a brigar do nada, e Ian pega sua arma e atira no braço de um dos desconhecidos.

Allycia queria gritar, mas pus minha mão sobre sua boca a prensando na parede. Ela se acalmou, coloquei o dedo sobre minha boca indicando para que ela ficasse quieta.

Como eu vou tirara essa menina daqui?!

Peguei em seu braço novamente e rondei naquela cabana procurando alguma saída segura.

Depois de andar em círculos como dois idiotas, me lembrei de uma portinha nos fundos que usei para sair de lá quando Carlos e Paul queriam me bater por eu não ter dado a eles o dinheiro das drogas.

A guiei para os fundos e chutei a porta que soltou uma poeira gigantesca.

Saímos de lá, peguei em seus ombros fazendo-a olhar para mim.

─ Vá embora daqui, não conte a ninguém o que aconteceu ou eles irão te achar.

─ Mas... o que vai dizer pra eles? – ela perguntou preocupada.

─ Eu... sei lá, invento uma desculpa. Agora foge!

Ela hesitou um pouco, mas saiu correndo.

Sentei no chão.

Eles vão me matar.

─ AUSTIN! – agora danou-se.

Calma Austin, respira fundo, eles não podem te matar afinal estou devendo dinheiro.

Mas podem me dar uma boa surra.

Entrei na cabana, fui até o quarto e me deparei com três rapazes furiosos.

─ O QUE VOCÊ FEZ SEU IMBECIL?! – Carlos gritou.

─ Eu... – pensa! – Eu fui ao banheiro, o que aconteceu? – me fiz de inocente.

─ COMO ASSIM O QUE ACONTECEU?! A GAROTA ESCAPOU! VOCÊ TINHA DE FICAR DE OLHO NELA! – Paul estava tão furioso quanto Carlos.

─ Eu precisei ir ao banheiro, além do mais, foi você que a amarrou. – falei para Paul.

Os três ficaram vermelhos de raiva.

Ian pegou um pedaço de pau no chão e veio batendo os pés na minha direção.

Fechei os olhos esperando a dor.

Pov Ally

Faz meia hora que estou correndo que nem uma maluca.

Meu Deus, eu quase fui...

Cheguei em casa ofegante, usei a chave de debaixo da planta para entrar. Me joguei no sofá tentando absorver o que aconteceu.

O loiro me sequestrou, me levou para onde Judas perdeu as meias, disse coisas que não fizeram NENHUM sentido e depois me ajudou a escapar. Normal.

Normal nada! Ele me falou que o chantagearam, e que ele não queria ter feito aquilo. E que eu não entenderia.

Qual o problema desse garoto? Será que eles o ameaçam? Por quê ele anda com eles, se pelo que eu notei, ele não quer? E por quê ele decidiu me soltar?

Fui tomar um banho para esfriar a cabeça, antes que a mesma exploda.

Depois de um longo banho morno, e de passar o dia inteiro com a cabeça cheia, minha mãe chegou do zoológico.

─ Oi filha. – ela se sentou ao meu lado no sofá e pegou um pouco da minha pipoca. – O que ta assistindo?

─ Programas aleatórios.

─ Como foi o dia? – fiquei meio tensa.

─ Legal. – falei tentando soar convincente. Tentativa falha com sucesso.

─ Agora fala a verdade. – minha mãe falou me encarando.

─ Bom... eu conheci uma pessoa, que parece ser legal, mas ela faz coisas erradas parece que contra a vontade dela. Parece que ela não é ruim, mas age como tal. Aí eu me pergunto, se essa pessoa é legal, por quê ela faria coisas erradas? – minha mãe pensou por um momento.

─ Ás vezes filha, as pessoas passam por dificuldades e problemas grandes, e deixam isso domina-las. Elas ficam presas nisso e não conseguem se libertar, deixam a dor consumi-las, assim acabam fazendo coisas erradas, para descontar a dor.

─ Mas, isso não seria idiotice? Nós passamos por dificuldades, e nunca fizemos idiotices.

─ Mas tínhamos uma a outra filha, talvez essa pessoa não tenha ninguém para ajuda-la. Não sabemos a história dela.

Pensei por um momento. O loiro parecia bem triste, eu notei isso. Será que ele é sozinho?

─ Por quê está perguntando isso? – minha mãe arqueou as sobrancelhas.

─ Nada não, só vi um garoto que parece ser legal, mas também parece ser triste.

─ Talvez ele precise de ajuda.

Assenti, e começamos a assistir Vingadores.

.................................

Acordei pulando da cama, fui rapidamente tomar banho e fazer minhas higienes.

Coloquei uma roupa que achei bonita, passei um pó de leve, rímel e gloss.

Desci correndo as escadas, meus pais estavam tomando café e me olharam assustados.

─ O que te deu pra acordar ás 7:00 horas? – meu pai perguntou espantado.

─ Quero chegar mais cedo hoje. – respondi.

─ Posso saber por quê? – minha mãe disse pondo leite na xícara.

─ Vou ajudar alguém que precisa de ajuda. – ela sorriu para mim.

Tomei o café, me despedi dos meus pais e fui pra escola. Eu nunca fiquei tão desesperada para ir pra escola antes.

Há vá, quem acorda cedo, saí da sua cama quentinha, todo animado com o seguinte pensamento: Eba! Hoje tem aula de matemática! Que felicidade e animação!

Se você é um ser humano que faz isso, então se interne na ala psiquiátrica.

Cheguei na escola 7:40, tenho 20 minutos antes do sinal bater.

Me sentei em um banco, e fiquei escutando música vendo os alunos conversando.

Até que um carro preto estacionou, e o loiro saiu de dentro dele, ele estava virado de costas para mim.

Fui correndo em direção a ele, que foi para um canto isolado dos outros alunos.

Me aproximei.

─ Hey. – chamei sua atenção.

Ele vira e me encara, e eu abro a boca surpresa e assustada.

─ O que fizeram com você?! – exclamei .

Ele simplesmente, começou a chorar.


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Notas finais do capítulo

Comentem, favoritem, não vou pedir recomendação pois a fic está no começinho, mas se quiserem.
Abraços com carinho e até mais!



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