O Futuro é o mais concorrido! escrita por Princess Rose


Capítulo 8
Capítulo 7 - Não vou mais fugir.




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– Eu… Desculpe. – Ela se prepara para sair. – Eu vou… eu preciso… Olha, eu tenho que ir. – Diz totalmente vermelha.

– Mogami Kyoko! Pare de fugir! Meu Deus, Mulher! – Digo, inconformado e a puxo de volta para mim. Dando outro beijo, simples mais ousado. – A gente precisa conversar em outro lugar.

Eu a puxo pelo pulso enquanto ela me olha assustada, completamente alarmada e a levo para um cenário do filme onde antes era o quarto de hotel que Yumi e Heiden ficaram hospedados. Depois de achar que já é suficientemente longe e que ninguém irá nos ouvir viro-me e a encaro enquanto seus olhos estão perdidos tentando imaginar o que irá acontecer agora. Sem dúvidas está esperando uma bronca, do jeito que é boba deve achar que foi tudo uma encenação.

– Moga… Kyoko. Eu… Eu gostaria de lhe dizer, não espere um pedido de desculpas de mim. Eu a beijei e não me arrependo. Eu sei que você deve estar com raiva de mim e que a partir de hoje sempre que me olhar vai querer fugir mais é cansativo guardar um sentimento dentro de você, ainda mais se você não sabe o que é e como funciona. Eu amo o jeito que você sorri, a maneira que cora quando está com vergonha, gosto de como fica com raiva e como entende errado as coisas mais bobas. Me irrita o fato de não ter notado ainda o meu sentimento que já dura mais de cinco anos. Na realidade eu sei que dura bem mais. Me desculpe por não ter lhe falado antes mas na verdade eu sou…

– Corn… Kuon… – Ela me corta.

– Então você sabe?

– Sim…

– E por que não falou nada?

– Achei que se você quisesse me contar, contaria. Se era um segredo pra você então eu preferia manter o seu segredo…

– Você devia ter me falado. De qualquer forma, eu estou cansado de ficar guardando tudo e por mais que eu tivesse tentado esquecer o que eu sentia nesses últimos três anos, foi impossível. Eu não consegui. Eu estive mal quando descobri que você iria se casa, doeu. Doeu achar que fosse perde-la mesmo sem nunca tê-la tido. Eu precisava mesmo que você não me ame, mesmo que não me queira eu precisava dar um beijo em você antes que fosse tarde de mais. Eu sinto muito por ter apaixonado-me. Eu sinto por fazer isso com você mas não vou me desculpar pelo nosso beijo. Se você não gostou então tudo bem, mas por favor não me ignore se quiser fingir que não existo por favor não fala isso, eu aceito a amizade apenas, aceito ser apenas senpai mas não conseguiria viver em um lugar no qual você não fale comigo. Eu amo você, Mogami Kyoko. – Então depois de me expressar, noto que suas lágrimas estão caindo e não sei dizer se são de felicidade ou de tristeza.

Viro-me para sair do set de gravação e ando alguns metros até que a ouço chamar meu nome. Quando olho-a ela vem correndo em minha direção e se joga no meu colo, sua boca encosta na minha e sua língua procura ferozmente a companhia da minha, quando se encontram nossas línguas dançam em um ritmo rápido e ao mesmo tempo terno, suas mãos entre os meus cabelos puxando minha cabeça ainda mais na direção da sua. Quando estamos totalmente sem folego ela desvia o rosto do meu e coloca o ouvido em meu coração.

– Bate rápido… – Diz ela, distraída. Está brincando? Me dá um beijo desses só para dizer que meu coração bate rápido? – O meu está assim também… Eu tenho medo.

– Medo?

– Medo de que minha paixão por você me machuque mais do que a última vez que sofri. Eu me apaixonei por você… Eu já estava com dezessete anos, achei que você nunca fosse olhar pra mim, achei que nunca fosse me aceitar. Você é alguém que pode ter qualquer pessoa e por que justo iria me querer? Isso começou a doer cada vez mais sempre que eu tentava esquece-lo. Fui embora com o pretexto maior de conseguir esquecer o amor que nunca seria mútuo e mesmo assim, quando voltei e vi você beijando a Lisa, meu coração doeu tanto… Acho que não pode imaginar. Eu fiquei desolada e mesmo assim quando dei por mim estava chorando ainda por você na cachoeira onde nos vimos a primeira vez. Eu amo você. Mas eu não sei se você me ama tanto quanto eu sinto. É uma coisa dolorosa acredite. Então, eu fui embora. Não queria que você pensasse coisas ruins de mim.

– Aquele beijo… Foi um erro. Não vai acontecer de novo. Lisa disse que estava apaixonada por mim e me beijou. Eu fui errado em não para-la mas naquele momento quis que fosse você a me beijar e não ela. E vê-la correndo, fugindo daquele jeito… Quando eu soube que você iria se casar, eu não consegui pensar em nada para me acalmar e quando a via não sabia o que poderia te dizer. Cada parte do meu corpo temia liberar as coisas ruins que em mim existiam. Que Kuon pudesse sair do controle então sempre fugia. Apesar de conversar com Lisa minha mente sempre buscava um ponto distante e esse ponto me levava a você.

~~’’~~

Isso está mesmo acontecendo? A gente se beijou e Tsuruga Ren está apaixonado por mim? Não posso acreditar. Na verdade isso é algo impossível. Eu nunca imaginei que ele pudesse se apaixonar por mim.

Depois das nossas declarações ele me puxa em um abraço e ainda consigo ouvir seu coração. Ele tem um lindo som que tem perfeita sincronia com o meu. Se ele soubesse o quanto eu realmente o amo… Um dos passos que dei para a música foram por causa dele… Foi tanto sentimento preso em um só corpo que por fim precisei de uma maneira, de alguma liberação e minha liberação foi a música.

– Vamos. Vou te levar em casa. – Ele oferece.

– Tsuruga-san?

– Por favor, gostaria que me chamasse pelo nome.

– Mas eu nã…

– Pelo nome. Eu realmente ficaria muito feliz.

– Ren-san.

– Só o nome.

– Ren-Kun?

– Ren!

– Ren… – Digo testando o nome. Então sorrio. – Ren.

– Vamos Kyoko.

– Ren…?

– Sim?

– Você comeu hoje?

– Hã… bem… Não.

– Como não?! Você tem que cuidar da sua alimentação. Isso não é nem um pouco profissional.

– O que quer comer?

– Pode escolher.

– Sapos assados?

– Arrg! Não. Quero um hambúrguer com ovos em cima!

– Certo, hambúrgueres e ovos. – Ele diz e eu sorrio diante da careta inicial dele.

Ele me leva a um drive-true onde pegamos o nosso lanche e vamos embora. Estaciona o carro em um estacionamento grande e vazio. Abro o pacote e tiro os dois pratos de isopor. Um entrego a ele que sorri pra mim enquanto come.

– Olha isso. Está tudo sujo de molho. – Digo sorrindo enquanto limpo sua bochecha. Um rastro de vergonha passa em seus olhos.

– Onde está ficando?

– Em um hotel ali no centro.

– Gostaria que ficasse comigo essa noite.

– Eh? – Mais já? Nem ficamos juntos direito.

– Não… – Ele começa a rir. – Apenas me faça companhia. Você já fez isso antes.

– Sério?

– Oh, sim. Não se lembra que uma vez a chamei para fazer arroz e você só colocou o ketchup em cima? Então. Me fez companhia.

– Você me chamou aquela noite para lhe fazer companhia?

– Sim. – Ele diz, sorrindo como se estivesse se lembrando.

– Hei, Corn?

– Oi?

– Você conseguiu?

– O quê?

– Voar…

– Claro.

– Sério?

– Sim. Voei, voei por muito tempo até conseguir acha-la. E agora que achei não preciso mais das minhas asas. – Ele me olha sincero, sorrindo.

Passamos no hotel e depois de pegar algumas roupas vamos direto para a casa dele, ele abre a porta sorridente e eu entro. Eu entro e o apartamento está como era exatamente a três anos atrás. O ambiente ainda é acolhedor e o espaço é grande.

– Vou tomar um banho… – Comunico.

– Claro. Você sabe onde fica o banheiro. – Ele aponta para o corredor.

~~’’~~

Agora que ela está aqui parece que minha casa está mais cheia, a presença dela acalma meus ânimos e me deixa contente. Não consigo expressar bem a emoção de tê-la aqui comigo. Eu gostaria que ela pudesse ficar aqui para sempre. Ouço a porta do banheiro se abrir e sei que terminou. Ela sai com o cabelo enrolado na toalha, uma calça larga marrom, a camiseta rosa e uma blusa de frio marrom que combina com a calça.

– O banheiro está livre. – Ela me diz.

– Obrigada, sinta-se a vontade.

Depois de tomar banho sento-me no sofá com ela e assisto a um dos primeiros filmes que ela fez nos Estados Unidos. Conta a história de Lucinda, uma garota que tinha problemas com os pais e da melhor amiga dela, Anna que estava quase morrendo. No decorrer do filme ela sempre se queixava com sua amiga dos problemas que tinha em casa e com sua família. Seu namorado a tinha deixado e ela basicamente só reclamava dos seus problemas. Pitter, irmão dela era apaixonado pela Anna e sabia que ela já não tinha muito tempo de vida. Anna havia sido diagnosticada com câncer e era irredutível. Durante o filme Lucinda fala e fala mas nunca tem tempo para ouvir sua amiga Anna, e no final quase no fim quando as duas tem uma briga Pitter diz o que realmente está acontecendo com Anna. Luci promete a Anna que estará com ela quando os aparelhos que a mantem viva forem desligadas e no dia, quando sua mãe proíbe ela vai até o hospital com o irmão e a veem morrer. Quando eles voltam para casa com os olhos todo molhados e o nariz vermelho de tanto chorar a mãe dela lhes diz “Viram?! Lhes avisei para não ir. E mesmo assim vocês foram. Valeu apena?” e ainda chorando Lucinda diz “Sim, pois quando chegamos lá, faltava pouco tempo de desligar as maquinas ela sorriu para nós e disse: Eu sabia que vocês viriam…” e então filme acaba. Triste mais com uma história que realmente deveria ser contada. Anna foi interpretada por Kyoko que fez o papel de maneira magestosa.

Olho para Kyoko que está dormindo apoiada em meu braço, seus olhos fechados e a boca semi-aberta. Ela dorme lindamente, parece despreocupada e é como um verdadeiro anjo. Eu a pego nos braços e levo lentamente pelo corredor até chegar em meu quarto. Coloco ela na cama e a embrulho. Ela se vira e continua dormindo.

Saio do quarto tentando não fazer nenhum barulho. Passo pela sala e vou direto para a varanda do apartamento, o horizonte é uma bela vista e gostaria que ela pudesse acordar olhando isso amanhã. As luzes de Tokyo reluzem por um longo espaço até que tudo o que se vê são pequenas bolinhas amarelas acesas a distância. Disco o número do presidente enquanto admiro a vista.

– Boss? – Ele atende.

– Ren… O que precisa, ligando a essa hora.

– Precisava conversar com alguém.

– Entendo. Sobre o que quer falar? – Ouço o barulho de macacos pelo seu telefone.

– Boss… Há macacos ai na sua casa?

– Sim. Ei, não quebrem esse vazo! – Ele grita para os animais depois se volta para o telefone.

– Eu disse a ela.

– Disse…?

– Boss, por que você deu a ela a chance de ir embora?

– Entenda, ela é a número 1. Pode não parecer mais mesmo sem querer, ela ter ido foi uma coisa boa para vocês dois.

– O que quer dizer?

– Olhe, desde que ela foi, conseguiu abrir novas portas em sua carreira… É uma das estrelas mais brilhantes. Conseguiu entender a sua importância para ela. Quando a vi abraçando você quando eram os irmãos Hell soube na hora que ela sentia algo por você. Eu a chamei e foi naquela época que lhe dei um tempo de folga. Conversamos depois que você saiu e ela praticamente desabou em lágrimas na minha frente. Eu dei a ela a chance de escolher entre abrir as cortinas e escolher te contar ou deixa-las fechada e apenas seguir em frente com o que queria. Depois que terminamos o filme e a história dos irmãos Hell acabou eu dei a ela a oportunidade de parar de sofrer e ela aceitou. Desculpe Ren, não fiz para ser ruim com você mas para ajuda-la. Desde que a vi ela se tornou um desafio momentâneo e é até hoje.

– Ela abriu as cortinas…

– Sério? Esperei que ela fizesse isso somente depois de você.

– Mas foi o que aconteceu… Eu disse primeiro.

– Se tivesse dito antes, talvez ela tivesse aberto antes. – Ele diz, bastante descontraído.

– Depois conversamos, vou desligar.

– Cuide dela Ren.

– Farei isso. – Digo e desligo. Assim que desligo digo o próximo número.

– Alô, Kuon? – A voz macia chama meu nome.

– Oi, mãe…

– Está tudo bem? Estou feliz que tenha ligado querido… Senti tanto sua falta.

– Senti a sua também mãe…

– Há algum problema?

– Não, claro que não. Eu só queria ouvir sua voz de novo…

– Oh, Kuon… Você sabe que sempre será meu pequeno, não sabe? Olha, seu pai disse que quer dar um oi. – Ela diz e entrega a ele o telefone.

– Oi Kuon!

– Oi pai…

– Está tudo bem?

– Sim… Gostaria muito de agradecer a você.

– Pelo quê?

– Por cuidar dela…

– Eu cuidaria mesmo que não tivesse nada a ver com você, afinal ela é Kuon também…

– Eu sei. Mas fico feliz mesmo assim. Como ela descobriu?

– O quê?

– Que eu era Corn… Ren…

– Ah, aqui em casa tem algumas fotos suas e claro ela percebeu a semelhança do Corn que ela conhecia com o Kuon adolescente que tem fotografias aqui em casa.

– E como ela soube que eu era o Ren?

– Isso eu já acho que você teria que perguntar a ela.

– É, talvez… Bom, vou dormir. Boa noite, se cuide pai…

– Bom dia. Se cuide Kuon.

Desligo o celular e volto para o quarto onde encontro a bela menina de cabelos alaranjados adormecida em minha cama. O rosto ainda angelical parado no mesmo jeito de quando sai. Me sento ao seu lado na cama e não me canso de observa-la.

Me deito ao seus lado porém em cima do lençol, estamos virados um para o outro e está dormindo em um sono profundo. Resisto a vontade de acariciar seu belo rosto…

Você é a coisa mais linda que já vi. Bons sonhos, querida…


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