O Futuro é o mais concorrido! escrita por Princess Rose


Capítulo 7
Capítulo 6 - O Filme, Daniel e o Beijo.


Notas iniciais do capítulo

Atenção cenas não apropriadas para menores de 16 anos! :@



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Faz dois dias que ela me evita. Eu imaginei que isso com certeza pudesse acontecer mas não sabia que doeria tanto. A essa hora ela deve estar odiando-me, pensando que violei sua pureza como uma indigna japonesa que é. Pior é que eu não consigo me arrepender. No fundo, eu não me arrependo nem um pouco.

– Tsuruga-san? – Ela chama, timidamente.

– Oi Mogami-san. Você esteve ótima naquela gravação. – Digo tentando fingir que o beijo não aconteceu enquanto suas bochechas ficam demasiadamente vermelhas.

– Obrigada Senpai. Sobre aquilo… Eu gostaria de me desculpas.

– Aquilo?

– O beijo. – Diz, corando ainda mais ficando da cor de uma pimenta.

– Ah.

– Eu realmente sinto muito… Eu não deveria tê-lo beijado.

Antes que eu possa falar alguma coisa o diretor aparece e a puxa para longe, ela se vira e me da uma ultima olhada então força um sorriso que sei que não é real e continua conversando com ele.

Mais tarde, nos preparamos para gravar uma outra cena.

– Estão prontos? Então, ação! – Grita o diretor.

Chegando em casa Yumi vê um carro estacionado, ela não o reconhece bem devido a escuridão da rua que é quase compatível com a cor preta do carro. A primeira vista parece um opala normal. Um rapaz alto olha para ela com seu olhar acinzentado profundo então abre a porta e desce lentamente. Heiden anda em sua direção com seu andar sensual e provocante enquanto ela olha para ele com uma sobrancelha levantada e o olhar irônico.

– Por acaso devo sentir medo de estar sendo seguida? – Pergunta ainda irônica.

– Acho que sim… – Ele sorri, – Olha, esqueceu seu celular no camarim aquele dia.

– E você veio até aqui me entregar o celular?

– Sim. E você é muito mal-agradecida. – Diz jogando o celular para ela.

– É que eu achei que não fosse vê-lo mais. Então comprei outro.

– E a lista telefônica?

– Nada que eu não possa conseguir de novo.

– Os amigos que mandaram mensagem? – Como se levasse um tapa, da um passo para trás e seu rosto se enche de amargura.

– Olha vou entrar. Tchau.

– Tchau. – Ela anda com passos firmes para a porta e ele fala baixinho – Fresca, não vê nada de bom na vida.

– Olha aqui, você é um idiota! Vive em um mundo perfeito de fantasias. Minha vida não é como a sua. Eu não fico julgando você por ir para a cama com uma mulher diferente todas as noites! Então pega sua fama, seu dinheiro e enfia naquele lugar! – Ela grita e ele, que antes estava boquiaberto agora começa a rir.

– Desculpe. Por que não me conta da sua vida?

– Vai embora. – Ela diz e entra em casa batendo a porta forte.

– Corta! Parabéns, a cena ficou excelente. Vamos para o próximo cenário.

A banda faz muitos shows durante a semana e no penúltimo dia ele resolve lhe fazer uma visita de despedida pois no último será praticamente impossível devido a quantidade louca de entrevistas e os dois últimos shows que tem para fazer.

Ao chegar na casa dela e se aproximar da porta, ele ouve algum tipo de gritaria como se ouvisse meio pedido ajuda. O barulho é quase inexistente para quem não está praticamente colado a porta.

Ele arromba a porta com um chute, a casa cheira fortemente a bebidas, os vestígios de pó branco espalhados pelo chão e os gritos ensurdecedores com a televisão ligada no volume máximo. Invade a casa chamando pelo nome dela, assim que olha na direção da mesa de café da manhã vê o rosto dela repleto de lágrimas, lágrimas que saem de olhos tristes, desesperados e amedrontados. Suas mãos presas nas costas e o vestido bege totalmente despedaçado no chão. Atrás dela, um homem corpulento, com cabelos grisalhos o olhar feroz e um sorriso psicopata nos lábios. Sua calça está jogada em cima do sofá e ao reparar melhor ele nota que a televisão está em um canal pornográfico. Um segundo exato se passou desde que invadiu a casa e agora, como se tudo voltasse ao normal a irá sobe e escapa do seu corpo. O velho corpulento solta os braços de Yumi e a joga no chão como se ela fosse um saco de batatas o corpo frágil dela bate no chão e as lagrimas começam a sair ainda mais dolorosas pelos seus olhos. Inutilmente, com os poucos retalhos do chão, ela tenta se esconder seu pequeno corpo. O velho levanta a cueca e pega a garrafa de sminorff colocando-a nos lábios sai para o banheiro como se nada estivesse acontecido.

Heiden se aproxima dela e observa as marcas roxas e as queimaduras de cigarro em suas costas. O sutiã velho está rasgado e ela tenta inutilmente tentar segura-lo. Ao aproximar-se mais ela se retrai como se fosse um animal indefeso e encurralado. Heiden tira sua jaqueta de couro grande e a cobre ela segura a jaqueta e olha fixamente para longe enquanto as lágrimas ainda escorregam por suas bochechas avermelhadas. A bochecha esquerda ainda está vermelha como se tivesse levado um tapa, forte. Acima da sobrancelha está um machucado que sangra um pouco, que antes Heiden não tinha notado.

– Espere aqui, por favor.

Certo, Mova a câmera lá para o final do corredor, uma no banheiro e outra no quarto dela. Continuem a cena!

Heiden abre descaradamente a porta do banheiro e encontra o velho corpulento sentado no vaso com o espelho no seu colo e o pó da cocaína espalhadas em linhas. Antes que o velho se mexa Heinden acerta-lhe um soco forte que o faz cair da privada levando o espelho junto que se quebra em milhares de partes quando se choca com o chão. O velho que ainda parece estar nas alturas começa a rir.

– Não se aproxime dela. Nunca mais.

– Ela é minha, eu faço o que quiser com ela. – Indaga o velho.

– Ela é sua?! Como pensa que pode chama-la de sua?! – Heiden explode.

– Eu a fiz. E isso me dá direito para fazer o que quiser com ela.

– Você é pai dela?!

– Sim.

– Então como pode fazer isso com sua filha? – Diz e dá outro soco no velho. Então dá outro e depois mais um. Até que nota que não levará a lugar algum e sai do banheiro batendo a porta seguindo para o ultimo quarto.

Ele olha o quarto por alguns segundos em todos os lados e tira uma mochila. Pega algumas fotografias, um livro que parece ser importante com a página marcada, um caderno que parece um diário por ter um cadeado e por fim um vestido claro lilás e os joga dentro da mochila com uma sapatilha velha e surrada.

Certo pessoal! Voltem a câmera para a sala, na saída e por fim uma dentro do carro.

– Ei? – Ele chama, ainda Yumi que ainda está em choque. Ela levanta os olhos para a mão que ele oferece e depois vira o olhar para o corredor de novo.

– Não deveria. – A voz dela é um sussurro.

– O quê?

– Você não deveria ter feito isso! – Ela grita e volta a chorar.

– Como assim?! Você ouviu o que está dizendo?? Aquele cara estava abusando de você. – Diz inconformado.

– Vai ser pior na próxima vez… – Ela pronuncia num sussurro como se não estivesse aqui.

– Não haverá uma próxima. Vamos, levante-se.

– Haverá… Sempre acontece de novo e de novo… – Ela parece totalmente em transe.

Ele a ajuda a se levantar e sobe o zíper da jaqueta fechando-a. A Jaqueta vai até a coxa dela e é bem grande, esconde todo seu corpo fazendo o trabalho que os retalhos do vestido não estavam fazendo. Ela segura pela mão dela e a coloca sentada dentro do Dodge Charger Preto 1970, o sofá de couro vermelho chama a atenção e ela passa a mão levemente no couro. Ele se senta no lado do motorista e dirige o carro pelas ruas de Tokyo em silêncio enquanto ela olha pelas janelas as luzes da cidade.

– Há algum parente com quem você possa ficar? – Ele pergunta com a voz mais compreensiva que consegue. Mas ela não responde. – Olha, preciso saber se você pode ficar com alguém. Se não tiver com quem ficar, irei leva-la comigo.

– Não.

– Não o quê?

– Não tenho pra onde ir. Não tenho mais ninguém. – Responde friamente em um volume baixo. – E não vou com você.

– Vai sim. Não vou deixa-la voltar para aquela casa e viver com um monstro.

– Isso não depende de você.

– Escute com muita atenção. Você. Não. Vai. Voltar. Pra. Lá. Isso é indiscutível.

A cena é cortada e paramos o carro em uma esquina enquanto o diretor e outras pessoas vêm atrás de nós e estacionam o carro. A noite está escura e no céu todas as estrelas brilham. Aqui da esquina podemos ouvir claramente o barulho da cidade mesmo no deserto em que nos encontramos.

Certo pessoal. Vamos agora para o Hotel.

Chegamos no hotel alugado para fazer o filme, eles posicionam as câmeras e nos gravam chegando ao hotel. Eles gravam eu e a Mogami-san entrando no elevador e subindo para o vigésimo andar em silêncio dentro do elevador. Hora sim, hora não entra algum passageiro no elevador ou ele para.

A cena do quarto, tomada 1! Lisa pronuncia.

Os personagens andam pelo corredor e param em frente ao quarto 2001, com facilidade Heiden abre a porta e abre caminho para que Yumi entre no quarto.

– Você pode tomar banho. A cama é sua, irei dormir no sofá. Demore o tempo que quiser. – Antes que ele termine de falar, Yumi desmaia em seu colo e ele a coloca na cama.

Ele abre a jaqueta e a tira, pega uma de suas blusas da banda e passa sobre a cabeça dela. Ela ainda usa o sutiã destruído e a calcinha que não serve mas para nada. Heiden não a olha como uma mulher nesse momento mais como alguém que acabou de sofrer um abuso. Ele não a despe de suas roupas íntimas pois sabe como ela se sentiria ao saber que isso aconteceu.

– Parece tão indefesa… – sussurra em seu ouvido e a cobre.

Vamos voltar ao estúdio pessoal!

No estúdio, o quarto do hotel foi recriado assim como o corredor, tudo parece ser perfeitamente igual.

As três da madrugada Heiden ouve os gritos altos de Yumi e corre para o quarto. Ao chegar lá, se depara com Yumi tendo um pesadelo e mais uma vez gritando por socorro.

– Yumi! Yumi! – Ele a chama várias vezes. – Acorde! Está tendo um pesadelo.

– Eu… – Os olhos azuis perdidos em desespero mais uma vez tentando buscar ajuda nos olhos de Heiden. – me sinto tão suja…

Ele pega Yumi pelas mãos e a leva para o banheiro. Liga o chuveiro dentro da grande banheira enquanto ela espera sentada em cima da tampa do vazo. Ela encara o chão e então começa a se arranhar com as grandes unhas como se tentasse de alguma maneira limpar a sujeira que é invisível em seu corpo. Depois de muitos arranhões Heiden a pega, ainda com roupas e entra enquanto o chuveiro cai sobre os cabelos dela. Heiden a senta na banheira vazia enquanto a água escorre pelo ralo e se senta ao lado dela enquanto a água morna cai sobre os dois.

– Começou quando eu tinha dez anos… – Ela começa e Heiden olha para ela tentando entender o que ela falou. – Morávamos nós três em um treiler e em minha casa sempre havia discussão. Não era o ambiente correto para se criar uma criança. Eu tinha um amigo que sempre cuidava de mim… Eu o chamava de Den… – Heiden a olha praticamente chocado. – Eu não achei mesmo que você fosse me reconhecer, também não me importo mais. Depois que minha mãe foi embora e nos abandonou ele constantemente fazia coisas ruins que com o tempo começaram a piorar. Mas isso começou a acontecer depois que sua empresa faliu e viemos para Tokyo. Papai começou a se envolver com pessoas ruins e chegava muito bêbado em casa… O primeiro estupro foi quando eu tinha treze anos.

– Faz quatro anos isso acontece?

– Sim… uma vez, aos quinze… fiquei grávida. Mas meu corpo era muito jovem e não aguentou ainda mais por causa da violência. Eu perdi o bebê, talvez não fosse realmente para acontecer por que ter uma criança com o pai é algo errado. Mas eu já a amava… foi a única coisa que de fato realmente amei. Eu terminei a escola, ano passado e tive que começar a trabalhar para sustentar a casa em que estava vivendo com meu pai. Mas recentemente ele pegou o dinheiro e gastou com drogas e bebidas e estavamos para ser despejados. Hoje, quando eu estava em meu quarto arrumando-o ele chegou e ligou a televisão… Antes não tinha se dado conta de que eu estava em casa até ir na sala e pega-lo no ato fazendo coisas com o corpo enquanto via tv. Então o que aconteceu depois foi o que você viu quando chegou.

– Eu sinto muito Yumi… – Diz abraçando-a. – Desculpe, desculpe por não reconhece-la… Eu pensei em como você estava todo esse tempo… Depois que você foi embora, eu pesei que estivesse melhorado de vida.

Ele se levanta e consigo a leva enrolando-a na toalha grande e fofa do Hotel. Ele penteia os longos cabelos grandes e molhados dela e tenta enrolar em uma toalha para que ela não pegue uma gripe.

Ótimo pessoal! Parabéns as cenas de hoje ficaram incríveis. Nos vemos amanhã.

~~ ‘’ ~~

Ainda não sei bem como encarar o Tsuruga-san depois daquele beijo. Eu não me sinto realmente mal por beija-lo mas agora tenho vergonha de me aproximar dele… aquele beijo pareceu tão perfeito, queria que pudesse se repetir mas tenho vergonha do que ela dirá a mim e do que ele diria depois do beijo ter acontecido. Eu o queria mais, e agora depois quero mais ainda…

– Naomi? – Ouço a voz, a voz que sem duvida reconheço.

– Daniel? Meu Deus! Daniel! Como é bom vê-lo!

– Naomi que saudades.

– Por favor Daniel, me chame de Kyoko.

– Kyoko… – Repete testando o nome. – Certo, combina perfeitamente com você. Eu tenho um show marcado para hoje aqui em Tokyo e quis vir vê-la. Sua última ligação você disse que estava gravando as cenas do filme aqui nesse estúdio e eu o procurei. Ficou feliz em me ver?

– Claro! Como não poderia? Você era meu melhor amigo lá da França. – Ren se aproxima sorrindo seu sorriso mais brilhante e nada convincente. – Oi Tsuruga-san. Este é Daniel. Daniel, Tsuruga Ren, meu senpai.

– É um prazer conhecer o ator que é a cara do Japão. – Diz Daniel, sorridente.

– É um prazer Daniel. Mogami-san? O diretor gostaria de falar com você.

– Ah, obrigada. Vou lá falar com ele.

~~’’~~

– Você gosta dela. – Sua afirmação me pega de surpresa.

– Você também.

– Eu vejo como você olha para ela… Vejo isso escrito nos seus olhos.

– Se gosta dela então não ouse magoa-la, se tocar nela irei fazer com que se arrependa.

– Com quem você acha que está falando? Fala assim só por que é um atorzinho de segunda classe? Não sabe nada sobre ela.

– Eu com toda certeza sei bem mais do que você. Não tente sequer aproximar-se dela. Você é no máximo um amigo.

– E você um senpai. Estou um passo mais perto de conquista-la. – Antes que eu possa responder, Kyoko volta e nos encara como se soubesse a densidade do clima dentro dessa pequena bolha.

Ele a puxa e a abraça como se esfregasse em minha cara que nunca poderei fazer isso, ela olha para ele como se estivesse surpresa e totalmente perdida. Os olhos dourados piscam ainda tentando entender o que ele esta prestes a fazer. Maldito! Ele vai beija-la. Antes que eu possa pensar seguro sua mão e a puxo para mim antes que os lábios dele encostem no dela. A abraço e depois coloco-me entre mim e ele. Seu olhar demonstra que quer me atacar. Mogami-san olha para nós dois e ainda aturdida com o que acaba de acontecer basicamente se esconde atrás de mim com vergonha. Enfim cai a ficha do que aquele bastardo ia fazer com ela.

– Daniel, certo? – O encaro com meu olhar mais assustador possível.

– Olha aqui cara…

– Cale-se. – Eu o corto antes que termine. – Não ouse tentar pegar o que pertence a mim.

– Pertence a você?!

– Sim.

Eu me viro a abraço levantando sua cabeça para que sua boca encoste na minha, e sem demorar seus lábios se abrem recebendo os meus. O beijo é terno e calmo. Meu coração se esquenta enquanto procura lentamente pela língua dela. Ela coloca suas mãos entre nós e por um minuto acho que irá me empurrar mas não o faz, coloca a palma de sua mão em cima do meu coração e me beija com a mesma vontade que a beijo. Não imaginei que isso pudesse acontecer, de repente o sentimento de posse que tenho sobre ela se torna ainda mais forte. Eu a quero. Ela deve ser minha e não consigo aceitar o fato de outro homem a beijando. Depois de um longo beijo nossas bocas se separam e ela não me encara apenas encosta a cabeça no meu peito esquerdo como se fosse ouvir as batidas do meu coração que ferozmente tenta voar para fora do meu peito. Bom Bom Bom, faz esse sons centenas de vezes mais rápido e mais forte… Por um momento cogito ficar envergonhado com a possibilidade de que ela consiga ouvi-lo. Só então me lembro que o tal Daniel está aqui, atrás de nós.

– É isso Naomi? – Ele pergunta, com o olhar triste.

Ela não o responde. E mais uma vez seu rosto fica vermelho enquanto as lágrimas emergem de novo pelos seus olhos e começam a molhar lentamente a blusa social preta que estou usando. Desolado, o loiro de olhos verdes se retira do ambiente enquanto Mogami se recusa a dizer uma palavra. Eu devo ter piorado a situação de antes… Ela irá correr mais uma vez e dessa vez tenho plena consciência de que irá me ignorar por mais tempo. Desculpe Kyoko.


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