Danos Colaterais - Restos de uma História Feliz escrita por Esther


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores, estou sentindo falta de vocês... Espero que comentem e critiquem... seus comentários são muito valiosos para mim...

De todo o coração eu espero que vocês gostem desse capítulo... sem mais delongas...

Boa leitura a todos... Mil beijos ◕‿◕

Att Lady Chris ❤



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Então simplesmente nossos olhares se cruzam, quando ele levanta sua cabeça lentamente, e sai sem falar uma palavra, nem ao menos um oi, ou um adeus, talvez tenha sido o fim pra nós, ele não olha pra traz, simplesmente entra em seu carro e eu fico lá parada, olhando, não consigo mexer um músculo sequer e fiquei assim por um bom tempo olhando ele sumir pela rua.

Foi então que eu me dei conta de que, que algo estava errado, alguma coisa havia acontecido, ele não parecia ser mais o mesmo menino mal humorado que havia conquistado o meu coração, seus olhos estavam baixos distante, ele parecia decepcionado.

Resolvi entrar em casa de novo, esquecendo tudo o iria fazer. Quando aos poucos vou me lembrando dos planos que tinha para o final da minha tarde, e fico me perguntando por que será que ele apareceu aqui desse jeito? E porque ele esta com aquela fisionomia? Será que esta tudo bem? São tantas perguntas, eu não posso deixar o que aconteceu me afetar, eu não estava mal, mas estava com um vazio muito grande em meu peito, como no momento em que ele me deixou, e me expulsou da sua casa, é como se tudo houvesse acontecido novamente, desde então sinto esse vazio no peito, e agora estou sentindo esse sentimento se agravar cada vez mais, a preocupação com ele me invade, porque de tudo isso?

Eu peguei minha bolsa rapidamente, entro no carro e vou sentindo a casa do Sr. Mason, fazia muitos anos que eu não o via, e enfrenta-lo de novo e sozinha não seria fácil, principalmente depois de tantos anos em que se passaram e depois que eu fugir de sua casa, não que ele era uma má pessoa. Mas estava revoltada com a morte dos meus pais e não queria ser controlada por ninguém muito menos por uma pessoa que não conhecia direito.

Ele por diversas vezes tentou me tirar da casa de Jenny me levar de volta a sua casa e colocar algum juízo em minha cabeça, mas eu era uma menina muito difícil naquela época.

Quando cheguei a frente à casa do Sr. Mason, estava exatamente igual quando eu morava aqui ela era uma casa típica de Londres com as paredes de tijolinhos vermelhos mais já estavam gastos por causa do tempo, tinha dois andares com janelas grandes, ela parecia igualzinha às outras casas vizinhança eu fiquei congelada por alguns minutos, olhando pra casa. Fui determinada para enfrenta-lo.

Quando criei coragem foi que toquei a companhia, fui atendida por sua esposa, uma mulher de uma idade muito avançada, ela usava seus ovais, seu vestido marrom liso com mangas longas e um colarinho típico dos vestidos de pessoas idosas que pareciam mais com uma camisola, ela usava pantufas de dormir, que é claro são muito mais confortáveis que um chinelo normal. Ela sempre foi muito gentil comigo no passado, mais acho que não me reconheceu, também com todos os anos que se passaram.

— Oi, em que posso ajuda-la — ela me pergunta com um rosto de curiosidade.

— Oi, procuro o Sr. Mason.

— Só um instante, ele já vem atender-lhe, seu nome?

— Elena Villar — quando eu digo meu nome ela já me reconhece e fica surpresa.

— Ai meu Deus, Elena entre, por favor, você cresceu tanto — ela diz segurando minhas mãos e agora me abraçando.

— Nossa você esta tão diferente — E a admiração ainda toma seu rosto.

— Obrigada, a Senhora sempre foi muito gentil.

Então eu entrei e me sentei em uma sala muito grande, bem diferente da que eu havia conhecido, com um conjunto de sofás enorme eram de couro preto, que dava ao lugar aquele ar de velho e ao mesmo tempo moderno, os tapetes persas combinavam perfeitamente com a decoração em preto e branco, o ambiente era muito iluminado, obviamente não foram eles que redecoraram aquele lugar, quando me deparei por um homem velho caminhando em minha direção, percebi que anos não foram gentis com ele assim como foram com sua mulher, isso era notório. Ele já usava seu pijama, listrado em preto e azul, usava pantufas parecidas com as da sua esposa. Seus óculos minúsculos ainda lhe davam aquele ar de mistério, o que causava em mim um tremor que eu não sabia ao certo por que.

— Elena, olha pra você já é uma mulher, esta tão linda, igual a sua mãe, mas com os olhos do seu pai, é claro.

— Tudo bem com o Senhor? — eu falo me levantando tentando ser o máximo possível amável com eles, a final de contas eles nunca foram os culpados por minhas rebeldias.

— Creio que sua visita não seja social não estou certo minha jovem — ele me diz agora me dando um beijo na testa como se eu fosse sua neta que não via há muitos anos.

— Queria dizer o contrario Sr. Mason, infelizmente, eu acho que consegui traçar alguma coisa para o meu futuro e gostaria de assumir o meu lugar na empresa que meu pai me deixou, eu vou honrar seu nome assim como ele queria.

— Fico feliz com isso minha criança, você mudou muito desde a última vez em que te vi há dez anos.

Sentamo-nos novamente e ele detalhadamente me contou o que aconteceu com a empresa nesses últimos anos em que eu tomava juízo na minha cabeça, ela havia crescido consideravelmente, haviam expandido os setores de informática para telecomunicações, tinham seu próprio departamento jurídico, que para minha surpresa quem administrava era Ian, ele prestava serviços para minha empresa, eu estava de boca aberta com essa informação.

— Alguma coisa de errado Elena? — Ele pergunta vendo minha cara de surpresa quando fiquei sabendo.

— Não, prossiga, por favor — eu falo balançando a cabeça como se esse simples gesto pudesse afastar os lugares que minha mente vagou naquele instante.

O Sr. Mason ainda conseguia guardar cada anotação que ele fazia em sua mente, e pelo que percebi a empresa havia crescido muito, eu iria enfrentar homens gananciosos, pessoas difíceis de lhe dar, e era uma coisa que eu não estava preparada ainda, mas iria correr o risco, eu precisava correr o risco.

— Eu deixei meu filho cuidando de tudo, é claro com prestações de contas mensais, ele e Ian vão orienta-la na transição, você se lembra de Calebe, não minha querida? — ele me diz me tirando do transe que estava.

— Ah sim, Calebe, como ele esta? — eu concordo escondendo pensamentos obscenos do passado.

— Ele está ótimo, estava noivo, mas ela a abandonou há alguns meses atrás. — Eu estava surpresa com a notícia, nunca poderia imaginar Calebe noivo, não o Calebe que eu deixei pra trás.

— Ah, mas que pena, mas ele está bem não é?

— Sim... Sim..., deixe seu endereço anotado minha querida, ele ou Ian vão entrar em contato, eles que estão cuidando de tudo na empresa agora, irei marcar uma reunião com eles para você.

Eu concordei com o que ele falou e conversamos sobre mais algumas coisas simples, ele me contou que seus outros dois filhos que eu não me recordo mais o nome, haviam se casado, tinha cinco netas lindas, o que eu não podia duvidar, todos os filhos dele sempre foram lindos.

Por fim ele me diz que além do dinheiro que ele me deu quando sai da sua casa, ele havia guardado um cartão de um fundo que meus pais haviam deixado pra mim, caso eu precisasse em alguma emergência, quando ele falou os números eu simplesmente não pude acreditar, era muito dinheiro e muito mais do que eu precisaria por uma vida, e mais do que eu poderia usar, era dinheiro pra comprar uma cidade inteirinha, tá bom, eu estou exagerando um pouco agora eu penso, mas era algo que a meu ver era impossível uma pessoa só gastar sozinha em uma vida inteira.

— Vou mandar buscar o cartão que seu pai deixou, da poupança extra que seu pai deixou para depois que você terminasse sua faculdade, creio que você vai poder usa-lo para alguma coisa agora enquanto os fundos não caem sua conta. — Ele por fim me diz, e ainda tinha mais dinheiro, eu estou boquiaberta, mas eu concordo.

Conversei por horas com sua esposa e com ele, ambos tão amáveis e agradáveis como eu me lembrava, exceto que eram mais mandões e muito rígidos com o horário escolar, e é claro com milhares de atividades extracurriculares.

Contei que estava concluindo minha faculdade, alias uma das melhores de Londres, é claro, fiquei sabendo que foi exatamente a faculdade que meus pais se conheceram, fiquei muito emocionada com isso é claro, então passei meu endereço e meu telefone para eles, e sai me despedindo.

— Obrigada Sr. Mason, por tudo o que fez por mim e minha família todos esses anos, fico triste que não soube reconhecer antes. – eu digo a ele com a maior sinceridade do meu coração.

Quando cheguei à minha casa, havia uma BMW 2013 preta com vidros fumes, não reconheci parado na minha porta, mais já imaginava que seria Ian, nem me preocupei de ficar olhando, pois se for o Ian ele não vai sair daqui sem escutar o que tenho pra dizer, só de pensar no que fez hoje de me beijar e de aparecer aqui e ir embora sem avisar e já fiquei furiosa, eu o amava, mas se ele quiser que eu volte pra ele, haviam muitas coisas que teriam que ser esclarecidas. Quando entro em casa, olho pela janela e o carro permanece por um tempo e em seguida vai embora.

No dia seguinte, eu acordei de um sonho que não me recordava achei muito estranho, pois eu sempre me lembrava dos sonhos que tinha, forcei minha mente por diversas vezes, pra ver se eu conseguia me lembrar do sonho, mas simplesmente sumiu da minha mente.

Minha amiga batia a minha porta, foi quando eu me dei conta de que eu deveria contar a ela sobre meus planos, eu pretendia comprar uma casa melhor para morarmos, não que a minha fosse ruim, pelo contrario, foi um lar nos momentos mais difíceis, mas se eu fosse seguir como planejado eu precisaria de mais segurança, de mais espaço e é claro de algo mais luxuoso ou as pessoas sairiam falando por ai...

Quando eu abri a porta encontrei uma Jeniffer eufórica, mais do que eu poderia esperar.

— Lê, olha isso — ela diz me estendendo a mão com um belo anel de diamantes no dedo, havia um diamante enorme no centro rodeado por diamantes menores que seguiam até a metade da lateral do anel que era em ouro.

— Ai meu Deus! — eu falo ainda com surpresa nos meus olhos e gritando e pulando igual uma louca de mão dada e abraçando-a logo em seguida.

— Jenny, eu estou tão feliz por você.

— Eu sei, não é demais? — ela me fala com um sorriso tão lindo e apaixonado.

— Sim, mas quando foi isso me conta, quero os detalhes.

Então ela começou a contar à história, que meu amigo Junior tinha a levado para jantar em um restaurante que provavelmente deve ter custado o seu salário inteiro e mais um pouco, e então foi ai que ele a pedia em casamento, a história em si era simples, mas o que contava era o esforço dele, é claro, fazer das tripas coração para levar Jenny a um restaurante muito chique, isso não é qualquer um que faria.

— Eu estou tão feliz por você amiga — eu falo ainda com lágrimas nos olhos de tanta alegria.

— Não chora sua boba, eu amo você e não estou te abandonando – ele me diz me abraçando novamente.

— Agora você vai me deixar, eu tinha tantos planos para nós duas, falando nisso tenho que te contar uma coisa. — Eu falo sentando na minha cama

— Desembucha logo! — ela me diz sentando-se ao meu lado.

Então eu começo a contar-lhe que resolvi assumir o nome de meus pais e a minha empresa, ela faz uma cara de surpresa que eu nunca vi na minha vida, já fazia tantos anos que nós não falávamos sobre isso, de inicio eu vi o receio em seus olhos, ela não era fã da minha família assim como eu também não era, eu sabia dos riscos que estava assumindo, meus conceitos estavam mudando assim como eu.

— Se você acha que é o melhor pra você amiga, eu não sou ninguém pra dizer não, pelo contrario sempre vou te encorajar, siga em frente corra atrás dos seus sonhos. – e essas foram às palavras que eu nunca mais vou esquecer.

Quando começo a falar sobre Ian, ela faz uma careta típica, eu sabia que ela não gostava de Ian, não depois do que ele fez comigo, mas era algo que ainda não estava resolvido, eu abri meus sentimentos pra ela e ela compreendeu, em suas palavras: pra isso servem as melhores amigas não é?

O assunto mais difícil de falar foi sobre a minha decisão de comprar uma nova casa, eu sabia que isso iria afetar ela, mas estava na hora de caminhar com as minhas próprias pernas, iria ser difícil pra eu não ter o seu apoio todos os dias, não poder desabafar todos os dias, mas eu teria que seguir em frente com isso, era a única forma de crescer, e ela compreendeu isso.

— Fico feliz por você Lê — ela diz segurando minhas mãos — você sabe que pode sempre contar comigo, sempre... Sempre...

— Eu sei, você vai casar, é claro meu plano era que você morasse junto comigo, mas você vai casar... Ai meu Deus, eu não consigo pensar em algo melhor do que isso... — Então nós estávamos chorando, não por tristeza, mas porque em meio a tantas coisas ruins que aconteceram algo bom e feliz floresceu.

— Você sempre vai ser minha irmãzinha você sabe disso não é? — ela diz com um sorriso nos lábios, eu balanço com a cabeça, o assunto tinha encerrado, não tinha mais nada a ser dito, exceto que eu teria que fazer compras, sustentar o nome da minha família não seria tarefa fácil...

E em pouco tempo, nos arrumamos e saímos minha amiga, não conseguia parar de falar do seu noivado e das coisas que ela queria fazer, sobre seu casamento e meus pensamentos é claro estavam em outro lugar, eu estava sendo uma amiga insensível eu sabia disso, ela era não só uma amiga, mas uma irmã para mim desde sempre. E eu não estava interessada no que ela estava falando.

Eu escolhi as roupas mais caras, camisas, shorts, calças, saias, vestidos, sapatos e joias, com a aprovação da futura Sra. Jenny eu pude levar, e quando cheguei ao caixa, que ela viu o preço, era exorbitante, ela olhou pra mim.

— Acho que nos esquecemos de verificar o preço. – ela diz com um olhar de desculpas.

— Não tudo bem, eu tenho dinheiro — eu respondo tirando o cartão da bolsa.

Depois que compramos tudo fomos direto para o meu carro, eu gostava muito desse carro, pois era do meu pai e ele me deu como herança, e eu o mantive comigo todo esse tempo, eu amava muito, mas eu sabia que teria que me desapegar, e me colocar a altura de uma Becker. Então saímos a caminho de casa.

Quando estava chegando a minha casa, estacionei o carro e percebi que havia um carro quase igual ao do Ian parado em frente de casa, o que diferenciava era a cor, eu tinha certeza que era o Ian, desci do meu carro e para minha surpresa, era Calebe filho do Sr. Mason que sorria grandemente para mim.

O que é claro me fez lembrar os nossos momentos juntos, quando criança, éramos muito apegados, dizíamos que iríamos nos casar algum dia, que éramos namorados, coisa de criança é óbvio, meus olhos se encheram de lágrimas, quando o abracei não soube explicar o que houve, acho que era saudade e tive uma leve impressão de que ele também sentia a mesma coisa naquele momento.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam dos comentários quero opiniões sinceras...

Beijos!



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