Danos Colaterais - Restos de uma História Feliz escrita por Esther


Capítulo 7
Cap. 6 - Ian


Notas iniciais do capítulo

Boa noite! Dia! Tarde!....

Demoro mais, está aqui... Não tinha planejado esse cap. ele simplesmente veio assim, de repente, eu sinceramente espero que vocês gostem, e particularmente depois desse cap fiquei apaixonada pelo Ian!

Bom chega de papo furado!

Boa Leitura



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A alguns dias que eu venho pensando nessa menina, Elena, ela é o tipo inteligente e audaciosa, além de ser muito bonita, ela tem os cabelos lisos, castanhos claros, que destacam perfeitamente a cor da sua pele branca, seus olhos parecem com duas amoras, eu diria que ela é perfeita, daria tudo para passar uma noite com essa mulher.

É sexta e eu estou dando a minha primeira aula, e ela ainda não chegou como sempre ela esta atrasada e hoje não vou deixar.

Continuo com a minha aula, faço um pergunta não muito fácil para todos os alunos, mais tenho certeza de quem vai responder com exatidão. Quando se passa 10 minutos ela entra em minha sala toda desajeitada com sua amiga Jennifer atrás, olho pra ela, e eu teria a minha punição, nada me daria mais prazer do que vê-la corar aquelas bochechas lindas e pergunto a elas a resposta correta daquela questão discutida entre os alunos.

— Bom como eu estava explicando aos demais, o seguinte caso: João pega uma furadeira pertencente a seu vizinho José, sem que este saiba disto, com o intuito de usá-la para pendurar um quadro na sala de sua casa, e ele a devolve intacta minutos depois, no mesmo lugar. José descobre tal fato. Na hipótese, o que ocorreu? Podem me responder?

— Furto de uso, que é fato atípico. — Como eu já havia previsto, Elena responde e dava para ouvir o seu ego gritando.

Eu a desejava na minha cama.

No decorrer da aula, fiquei analisando ela, eu estou precisando de uma menina desse jeito no meu escritório, acho que vou contrata-la, e tenho certeza que ela se daria bem, seria uma grande advogada, além de trabalhar pra mim é claro.

Espero até o final da aula e converso com ela, ofereço-lhe um emprego em meu escritório. Em quanto converso com ela, eu fico reparando em sua boca, ah! Como ela é irresistível. E em um impulso eu beijo o canto de sua boca, ela é linda, depois que eu beijei o canto de sua boca sua expressão corporal ficou rígida, e eu senti e sabia que ela queria mais do que aquele simples beijo, mas não era o momento certo, tudo ao seu tempo.

Eu vou para a sala dos professores, tenho algumas provas pra corrigir, sento em uma mesa no canto da sala, me preparo pra corrigi as provas da semana passada e por um acaso eu pego a dela, e é perfeita, sem nenhum erro, como ela consegue ser tão esperta assim? Será que passa o dia estudando? Eu passo mais tempo do que deveria corrigindo as provas, quando me dou conta já é tarde.

Quando eu saio da faculdade encontro alguns alunos na porta paro ali para cumprimenta-los, mexo em alguma coisa e quando eu olho para frente a vejo vindo em minha direção e olhando dentro dos seus olhos sinto meu corpo queimando de desejo por ela, a dona dos meus pensamentos.

— Oi – ela me diz timidamente.

— Oi Elena, ficou até agora na faculdade? – eu pergunto não me admirando muito, não é a toa que ela sempre tira 10 em minha matéria.

Ela balança a cabeça indicando que sim, suas bochechas coram.

– Estudando – ela acrescenta rapidamente indicando o monte de livros que estão em seus braços.

Ela me deixa intrigado, acho que essa mulher é diferente de todas que eu já havia tido, e é uma lista muito extensa, eu sorrio para ela.

–Eu vou indo – ela diz indicando seu carro velho estacionado ali perto.

–Tudo bem, posso te fazer uma proposta? – eu logo acrescento, eu tinha resistido até hoje manter distancia dela, mas isso estava prestes a mudar.

–Hum? – murmura ela parecendo interessada.

– Você jantaria comigo? Para discutirmos melhor os termos, sou seu orientador não é? – eu digo pensando no que poderia acontecer após esse jantar.

– Ah sim, claro, tudo bem! – ela concorda sendo muito natural e inocente em sua resposta.

Combinamos o horário, eu vou para casa, chegando ao meu escritório, abro uma gaveta e pego um arquivo que tinha seu nome, Elena Villar Becker, CEO das empresas “BB Technology and Services”, obviamente quem exercia essa função em seu nome era seu tio só que por algum motivo ele passou essa funções a Calebe seu filho, um metido a executivo que na verdade não passa de um ladrão.

De repente me ocorre que era eu quem trabalhava para ela, chega ser irônico, essa garota, tão simples e ingênua dona de um enorme império industrial tecnológico. Eu era advogado de sua empresa, de seu tio e seu primo bastardo.

Eu olho novamente, não havia muitas coisas sobre ela em meus arquivos, seus pais eram os fundadores dessa enorme empresa, mas foram mortos, provavelmente pelo seu tio que na época administrava a empresa junto com seus pais, mas é claro eu não poderia provar nada disso, eu era pago apenas para encobrir os podres desse filho da mãe e manter minha boca fechada.

Ela era tão inocente, talvez seja isso que tenha me atraído, a ideia de uma pessoa não corrompida pelas coisas más que tem nesse mundo dos negócios, eu queria protege-la, era uma divida que eu tinha comigo mesmo. Eu tinha que ser uma pessoa melhor, e coloca-la no jogo seria a forma mais correta de arrancar daquele crápula o que ele sempre temeu, o império que não lhe pertencia, mas isso implicava em sua segurança, era um jogo arriscado e eu não sei se sou capaz de jogar.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ II ~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Eu estou parado em frente à casa da Elena, por um segundo fico me perguntando se eu deveria seguir em frente com aquilo, ela era tão jovem, destemida, ela era linda e tinha certamente um futuro brilhante na advocacia, e eu iria corrompê-la para meu mero prazer.

Ela estava prestes a entrar em um jogo perigoso, de sedução e poder, ela teria que fazer coisas imperdoáveis, e sua alma seria arrastada junto a minha para o inferno.

Abro a porta do meu carro e sigo até a entrada da sua pequena casa, é decepcionante de se ver, uma garota com tanto dinheiro viver em um lugar que mal cabe um rato, toco a campainha, ela então surge e esta linda, e eu tinha que controlar o meu desejo por ela e a vontade de senti-la junto ao meu corpo, pelo menos por enquanto.

– Você esta linda Elena. – eu digo tentando disfarçar a minha surpresa.

–Obrigada – ela responde corando suas bochechas.

–Vamos? – e ela simplesmente acena com a cabeça, e andamos em direção ao meu carro luxuoso, Maserati Gran Turismo preto.

Seguimos para o restaurante, no decorrer do jantar conversamos muito, mas nada que eu já não saiba sobre ela, e em algum momento ela me pega de surpresa querendo saber sobre mim, e de repente a conversa começa a ficar pessoal de mais... Mudo de assunto, não quero dar muito detalhes da minha vida, não naquele momento.

Quando eu estaciono o carro em frente a sua casa, ao nos despedirmos ela me surpreende com um beijo, o seu gosto é mil vezes melhor do que imaginava, seu cheiro é embriagante, ela se entrega em nosso beijo e cada vez mais fico preso ao seu encanto, minhas mãos estão ansiosas para explorar seu corpo, não aguento de desejo e então seguro em sua nuca, e te dou um beijo profundo quero saboreá-la o máximo possível. Nunca tinha sentido um beijo tão maravilhoso, uma sensação incrível em minha vida. E pra minha surpresa uma de suas mãos desce até meu membro quente e duro e começa a acariciar e aperta. Eu estou muito excitado, eu a desejava tanto, mas, não poderia avançar mais do que isso, eu queria tanto sentir o seu corpo, mas não podia, se isso acontecesse seria uma viagem apenas de ida.

Nossa respiração estava irregular, e a ver corar ainda me deixava com mais desejo, ela estava muito envergonhada. Em um impulso ela tenta sair em disparada, seguro o braço dela e peço para se acalmar que eu iria abrir a porta, e então eu me apresso e saio do carro, impedindo a sua fuga eminente abrindo a sua porta.

Ao nos despedirmos eu dou um beijo em seus lábios macios.

Era uma promessa, de que eu não iria fugir, eu estava disposto a assumir um compromisso, aquela garota estava me tirando do serio há muito tempo e eu estava disposto a colocar em jogo tudo o que eu tinha para viver aquilo.

Eu sigo para a minha casa em silencio, mas com os pensamentos em Elena, naqueles lábios, ela estava dominando todos os meus sentidos, eu estava ficando maluco.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~II~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

No dia seguinte eu estava em meu escritório, ela não saia da minha cabeça, não parava de pensar naqueles lábios gosto de mel, eu tinha que vê-la, eu estava doido por ela, nunca tinha sentido algo desse tipo por nenhuma mulher, eu tinha uma necessidade de protegê-la de estar com ela, eu estava apaixonado, por tanto tempo eu escondi isso e de uma hora pra outra aconteceu, por quê? Não tinha resposta, eu comecei jogando sujo com ela e agora eu a desejo tanto, e meu maior medo era colocar isso a perder, essa relação que poderíamos construir e arriscar nossas vidas, ela era inocente de mais para saber disso e eu tolo e apaixonado demais para não perceber que por ela eu daria a minha vida.

Manter distância dela era a coisa certa a se fazer, mas como eu poderia manter distância daquela boca macia, daquela língua ligeira, daquele toque, da sua respiração ofegante, ela era a minha perdição e eu estava rendido aos seus caprichos.

Eu decido então ir até a sua casa, ela não estava, eu sento por alguns minutos e lá estava ela, toda suada em suas roupas de corrida, tão sexy, eu tinha que me controlar. Invento uma desculpa para sair com ela, ela parece aceitar, pede para que eu entre e espere ela a tomar banho e se arrumar, ela estava sozinha, eu tinha que me controlar, não poderia estragar o que estava acontecendo entre a gente, não agora.

Ela me deixa em sua minúscula sala com o controle da sua TV, algum tempo se passa e ela aparece linda como sempre, perfeita de mais para aquelas roupas baratas que ela usava.

Seguimos para o teatro, ela insistiu tanto em pagar o jantar, não tive outra opção em concordar, quando estávamos na metade do caminho de volta pra casa dela ela começa a passar mal. Eu encosto o carro em um posto no meio da pista interestadual. Porque diabos eu concordei que ela me levasse naquele restaurante horrível, onde eu estava com a cabeça?

Para minha surpresa pouco depois de falar algumas palavras ela desmaia rapidamente eu retiro meu cinto de segurança para examina-la, ela estava respirando, eu estava perdido, pego rapidamente meu celular e ligo para meu médico particular, Dr. Edward Mordrake e sigo correndo para a casa dela, quando chego o medico já estava lá, eu a coloco em sua cama ele a examina, receita alguns remédios e instala ali mesmo um soro.

— Sr. Brandom, essa menina esta doente, provavelmente não se alimenta direito, se continuar assim vai ficar com uma ulcera no estômago e anêmica, dê esses remédios pra ela, e qualquer coisa é só me ligar — Ele me diz, suas notas altas estavam lhe custando sua saúde, o que me deixa mais preocupado. Será que ela ficou sem se alimentar direito por causa doa estudos ou porque não esta com condições de comprar uma ótima refeição.

Ela não se alimentava direito, provavelmente estava desnutrida, minha fúria era aparente, olho seu armário, algumas coisas, roupas e mais roupas velhas, achei algo bom para vesti-la, quando retiro sua roupa enquanto ela dorme vejo seu corpo quase nu sob a luz fraca do luar, ela era perfeita, semelhante a um anjo.

Eu a visto, pego um travesseiro e me deito ao seu lado na cama.

Ela falava muito durante a noite a maior parte coisas desconexas, até que ela falou algo que me chamou a atenção.

— Por favor... Ian... Não me deixe... Não vá... Meu anjo... Não vai... Eu estou morrendo...

E então ela sussurrava — Eu te amo Ian, por favor... — Lágrimas escorriam dos seus olhos enquanto dormia, ela estava em agonia.

Eu estava assustado com a intensidade das suas palavras, e a demonstração de seus sentimentos... Eu pela primeira vez chorei ali escondido, baixinho com ela em meus braços. Eu estava amando.

Permaneci ao seu lado, monitorando o seu soro cheio de medicamentos, depois que eu escutei ela se declarar em quanto dormia, fiquei pensando, ela me amava! Se eu fosse ela seria mais esperta se afastaria de mim,

Seu soro termina, eu retiro gentilmente a agulha de seu braço exatamente como o medico havia me explicado e deito novamente ao seu lado e adormeço ouvindo seus gemidos.

Eu acordo e já esta de dia, ela ainda esta dormindo, eu resolvo ir ate a cozinha e preparo um café da manha, quando estou levando ela aparece na minha frente de roupão, a confusão no seu rosto era engraçada, eu esboço um sorriso, trocamos algumas palavras e eu vejo o rubor em seu rosto ela entra em seu quarto, deixo sua bandeja de café e saio.

Quando ela aparece novamente pronta eu a desejo, seus olhos brilhavam, minha luxuria gritava dentro de mim, eu queria beija-la inteirinha, queria ama-la, ela estava linda.

— Eu vou te levar para a faculdade e vou passar em casa tomar um banho e trocar de roupas, nossa aula é depois das 9h20min certo? – pergunto dando meu melhor sorriso, e disfarçando minha ereção evidente.

— Tudo bem — ela concorda, saindo do quarto e me dá beijo casto.

— Você fala enquanto dorme Elena! E pare de mover os olhos desse jeito, por favor, isso causa um efeito avassalador em mim, e eu pretendo ser um cavalheiro com você — quando ela fica perdida naquele olhar sonhador, aquilo me mata, eu ficava louco para possui-la.

— Eu sei, tenho tido problemas pra dormir nos últimos dias, e desculpa, vou tentar não fazer mais isso com os olhos — ela parece não dar importância ao que eu falo, era o suficiente eu saber aquilo, eu iria protegê-la, ela ia ser minha e eu a queria por inteira não apenas metade.

— Você não quer saber o que falou ontem? — eu seguro suas mãos beijando levemente meus dedos.

— Não. Ela responde dando pouca importância, talvez ela saiba apenas esta tentando se proteger, era o que eu faria se fosse ela.

— Só queria que soubesse que me deu um motivo pelo qual insistir na nossa relação — acrescento a puxando junto ao meu corpo.

Começamos a nos beijar e meu desejo por ela só aumentava, eu precisava tê-la, e as coisas ficaram quentes, eu queria possui-la ali naquele momento daquele jeito sem nenhuma cerimônia.

Mas em algum momento nossos lábios se separam e ela então me questiona sobre nossa relação, eu a acalmo, eu estava perdidamente apaixonado por aquela garota, ela tinha tudo de mim.

Logo após os esclarecimentos nós estávamos nos agarrando novamente, eu iria possui-la naquele dia, eu não aguentava mais, minhas mãos percorriam seu corpo perfeito, ela era uma sereia, eu retiro suas roupas e ela as minhas, meu desejo aumentava e eu sabia que ela podia me sentir junto ao seu ventre, eu queria possui-la.

— Por favor, para, não eu não posso — ela sussurra com um pedido de suplica, nós exalávamos luxuria e desejo.

— Aconteceu alguma coisa? – pergunto e então ela ruboriza no mesmo instante, tão óbvio, ela era pura, um anjo.

— Eu... – ela suspira enquanto abaixa a sua cabeça envergonhada.

— Você é virgem? — eu falo deduzindo.

— Sou. — ela confessa.

Eu torno a beija-la com carinho, ela era o meu anjo, feita apenas pra mim.

— Tudo bem, não tem problema meu anjo, tudo ao seu tempo – eu digo a segurando em meus braços passando as minhas mãos pelos seus cabelos.

— Se você aceitar trabalhar comigo e ter um relacionamento sério vou te fazer a mulher mais feliz do mundo, você vai ver — eu prometo a ela.

— Você me deixa confusa — ela fala e eu não sei ao certo sobre o que se tratava isso.

— Sobre o que? — eu pergunto levantando minha sobrancelha.

— Você diz que quer ter um relacionamento sério comigo, mas não fala a respeito do que sente por mim, não diz o que quer de mim.

— Vamos descobrir isso junto meu amor não pense muito sobre isso, deixe as coisas acontecerem, eu estou com você e isso é o que importa no momento.

— Você vai se atrasar de novo – eu digo olhando para o relógio alertando-a.

— A culpa não é minha, acontece que eu fui atacada por um louco que fica me perseguindo em minha casa – ela brinca passando suas mãos delicadas pelo meu peito, e em um segundo eu estou duro novamente.

Eu me desculpo indo até o banheiro, quando meu celular tocar, e quando volto ela está com ele nas mãos.

—Te ligaram, o homem disse que é um cliente antigo, pediu para você retornar assim que possível, ele não quis dizer o nome – ela diz fazendo aquela cara de culpada.

O único cliente antigo que tenho é Calebe, insuportável pessoa, alguma coisa tinha acontecido... Ele nunca me ligava em meu celular particular...

— Não tem importância, deve ser do escritório — falo para a Elena pegando o celular analisando o numero, e confirmo de quem eu estava desconfiado.

Eu a deixo na faculdade, e sigo pra casa, quando chego ligo para Calebe.

Ele estava aos berros comigo, ele sabia que eu estava saindo com sua prima.

“Se eu souber que você saiu de novo com minha prima ou contou alguma coisa sobre a empresa pra ela você está morto Ian”. — ele dizia e eu sabia exatamente o que aquilo queria dizer.

— Calebe, não esta acontecendo nada de mais entre nós, eu gosto dela e ela de mim apenas isso — Eu tento acalma-lo, mas é em vão.

“Não quero saber, ela não sabe de quem gosta, se eu souber que você está saindo com ela, você e ela estarão mortos, ouve bem as minhas palavras, você não passa de um pau mandado, depois não diga que não foi avisado”. Ele desliga.

Mais que merda. Eu penso.

Eu sabia do que ele era capaz, eu tinha que me afastar, eu tinha que proteger ela.

Quando eu chego à faculdade ela estava lá linda esperando a aula começar, meus olhos a seguiam enquanto eu ministrava a aula, eu amava deixa-la nervosa.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~II~~~~~~~~~~~~~~~~

No final da aula resolvo levar ela pra conhecer minha casa e seguir com meu plano para afasta-la de mim. Quando nós chegamos a minha casa eu a levo até o banheiro e saio olhando para o meu celular que esta tocando insistentemente há algum tempo.

Era Calebe, ele sabia que ela estava aqui, provavelmente colocou alguém para segui-la, conversamos brevemente, eu digo que iria terminar com ela, matar alguém não resolveria nada, ele queria rescindir o contrato comigo, e eu sabia o que viria depois disso, “queima de arquivo”.

— Você não precisa executar ninguém. Já está tudo resolvido. Calma. — Eu falava pra ele.

Meu nervoso era aparente, eu temia pela minha vida e pela vida dela, eu consegui o acalmar, dizendo que não a veria mais.

Eu tinha que afasta-la. Pra minha surpresa ela estava ouvindo a conversa próxima à escadaria.

— Há quanto tempo você está ai Elena? — eu pergunto nervoso.

— O suficiente — ela me responde com lágrimas nos olhos.

— Vamos conversar Elena, por favor — eu imploro.

— Que diabo de execução você está falando Ian, você é o que? Um assassino, um matador?... Ah pelo amor de Deus! Eu sabia que não deveria me envolver com você, eu vou embora.

Ela sai correndo em direção à entrada pegando sua bolsa, eu a sigo. Estava feito, eu a havia afastado de mim, mas eu precisava ter certeza que ela não viria atrás de mim novamente.

— Espera Elena deixa pelo menos o meu motorista de levar de volta.

— Em vez de você me dar uma explicação, você quer que seu motorista me leve de volta? Eu não quero nada de você... Você estava me usando pra que? Para se aproveitar de mim, iria me executar depois disso? Tenho sorte em não ter me entregado a você! Eu nunca deveria ter deixado isso acontecer, você foi o maior erro da minha vida! Você não passa de um aproveitador sem vergonha, não preciso de você nem do seu dinheiro e muito menos do seu emprego, e quer saber, vá se ferrar — e ela consegue me tirar do sério, mas era preciso afasta-la, infelizmente isso tinha que acontecer, era pra segurança dela.

Eu seguro forte seus braços, perdendo a noção da minha força. Pois não queria a deixar partir, eu a quero do meu lado, quero seu beijo. Mais eu não poderia fazer nada, eu tinha que a deixar ir embora.

— Olha aqui sua menina mimada, ninguém sai assim da minha casa entendeu?

Agora não teria volta, eu tinha certeza disso, eu tremia por dentro, provavelmente tinha magoado a única pessoa que foi capaz de me amar neste mundo.

— Me solta você esta me machucando — ela fala puxando seus braços, foi ai que eu vejo as marcas das minhas mãos em sua pele sensível, eu a tinha machucado, nunca me perdoaria por isso.

Quando eu a solto ela me dá um tapa no rosto, eu sabia que tinha merecido isso, e com certeza merecia muito mais. Abro a porta para ela.

— Sinta-se a vontade Elena. — Minhas palavras amargas a fazem chorar ainda mais, e ter vontade de abraça-la e dizer que aquilo tudo era uma mentira.

As lágrimas escorriam pelo seu rosto e eu chorava por dentro, eu a amava, mas era necessária eu tinha que a proteger, tinha mantê-la distante de mim.

— Porque você fez isso com a gente Ian? — Ela diz, tentando esconder o fato que não parava de saltar lágrimas e mais lágrimas pelo seu rosto.

— Não lhe devo explicações, não agora, saia da minha casa Elena. — Foi tudo o que consegui falar antes de me arrepender de ter feito tudo aquilo.

Ela se foi, eu retornei ao meu escritório remoendo tudo o que havia acontecido, foi tudo tão rápido, eu não tive tempo de calcular o que havia acontecido.

Duas semanas se passaram e certo dia eu estava na biblioteca entregando alguns memorandos para os alunos estudarem, quando eu me viro eu a vejo deixando seus livros sobre uma das mesas mais afastadas.

Ela estava magra, seus olhos estavam fundos e pareciam saltados quando me viu, ainda havia aquela chama ardendo bem lá no fundo daqueles olhos ela vestia moletom, estava desleixada, ela se furtou atrás das enormes estantes de livros tentando se esconder de mim.

Eu a segui, quando estava em sua frente tentei pegar seus braços para analisar as equimoses já bem claras em seu braço, mas, ela se encolheu esquivando-se de mim.

— Bom dia Senhorita Elena — eu falo pra ela, mas ela não responde, eu posso ver em seus olhos o desprezo.

— Elena eu sinto muito o que houve entre nós naquela tarde – sua cabeça estava voltada para baixo, ela tentava se esconder atrás de uma pilha de livros, mas seus olhos furtivos me olhavam — tem coisas que você não deve saber, acredite é o melhor que eu posso lhe falar.

— Se já terminou, por favor, eu preciso estudar – ela responde com a voz embargada e tentava discretamente enxugar suas lágrimas, que agora escorriam pela capa de um livro velho.

— Não Elena, você não esta bem, e eu não estou bem com o que eu fiz a você, então, por favor, me perdoe. — Eu pude ver o tamanho do dano que eu causei nela, eu a amava, eu queria consertar aquilo e por um segundo eu tinha esquecido o Calebe.

Eu tentei ajeitar seus cabelos bagunçados, mas, ela recuou novamente se encolhendo mais ainda. Que tipo de mostro eu sou?

— Muito tarde para explicações Dr. Brandom. — ela responde enfatizando suas palavras no Dr.

— Vou lhe dar espaço, mas isso ainda não acabou Senhorita Villar. — Eu digo me aproximando para beija-la, eu precisava sentir seus lábios salgados pelo choro, mas suas mãos tocam o meu peito me afastando. Então eu vou embora querendo me matar pelo que eu fiz com ela.

Meses se passaram e um dia eu recebo a noticia do pedido de transferência de período da Elena. O Professor que ministrava a mesma matéria no período noturno aposentou.

Que sorte a minha, no mesmo instante que ele deu baixa eu comecei a lecionar, mas ela não comparecia as aulas.

Era prova final, quatro meses haviam se passado, era irrefutável que ela aparecesse naquele dia, ou então ela não se formaria.

Fazia muito tempo que eu não há via, na minha mesa havia uma foto dela, meu coração disparava ao ver aquele anjo intocado.

Para o meu azar mais dois professores iriam monitorar a prova conjuntamente comigo, eu estava ansioso em ver aqueles olhos cor de amora, em ver aquela boca macia. Eu estava ansioso em ver a mulher que tinha o meu coração.

Eu estendo minhas mãos tremendo pelo nervoso excessivo para a maçaneta da porta, minha cabeça baixa se levanta automaticamente assim que eu dou meu primeiro passo dentro daquela enorme sala, meu coração bate cada vez mais forte na vontade de encontrar aquele pequeno anjo dos olhos cor de amora.

Meus olhos se afinam ao percorrer minuciosamente a enorme sala cheia de alunos desesperados, até que encontram-se com os olhos daquele anjo frágil.


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Notas finais do capítulo

Agora que curtiram um MEGA capítulo espero que comentem, quero opiniões, sugestões... aguardo vocês...

Lady Chris



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