Danos Colaterais - Restos de uma História Feliz escrita por Esther


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, e no próximo eu prometo caprichar em novidades... beijos e boa leitura!



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Eu acordo e estou em minha cama, não estou com muitas roupas, apenas uma camisola vermelha de cetim que eu guardava em meu armário para alguma ocasião especial, na verdade era para “a ocasião especial”, minha cabeça esta confusa, e a única coisa que consigo me recordar da noite anterior é que eu não estava nada bem, existe um travesseiro a mais em minha cama, será que ele dormiu aqui? Fico pensando o que aconteceu, e todas as consequências que haveria, e eu sei que tenho que tomar uma decisão, eu prometi para ele uma resposta hoje a respeito do estágio, eu não sei o que fazer, não depois do que aconteceu na noite anterior.

Obviamente meus sentimentos estão tomando as rédeas nesse momento, e quando se fala em colocar os sentimentos antes da razão, tendo a não fazer boas escolhas.

Olho no relógio e é quase 8 horas da manhã, eu me levanto com dor de cabeça e tonta, pego uma toalha e vou direto para o banheiro, meu humor não está um dos melhores, quando saio enrolada na toalha, levo um susto quando o vejo com uma bandeja de café da manhã e alguns remédios, na porta do meu quarto, ele sorri.

–Bom dia Elena você esta se sentindo bem? – eu estou pasma, bom era de se esperar que ele estivesse em algum lugar na casa, mas fazendo o meu café da manhã?

–Bom dia, eu estou bem sim, só com dor de cabeça - eu gaguejo ainda espantada com o seu humor volátil.

– Trouxe um remédio pra você tomar pra dor, foi o médico que lhe receitou, e trouxe algo pra você comer, Não queria te acordar, você fica muito linda quando esta dormindo, aliais você fala mais dormindo do que acordada – tá faz quanto tempo mesmo que estamos saindo? ... Talvez duas semanas ou três.

– O que aconteceu? – eu pergunto ainda um pouco confusa, eu definitivamente estou ficando louca por esse homem, e em todos os sentidos, isso não está trilhando caminhos agradáveis.

– Você desmaiou, estava com muita febre, eu chamei meu amigo que é médico, ele examinou você e diagnosticou uma intoxicação alimentar, além de uma inflamação muito grande em seu estômago, disse que você não se alimenta direito, e isso tem que ser monitorado, e lhe medicou e deu alguns remédios para você dormir e fazer um tratamento me encarregou de que você siga as instruções dele. – Ok é de mais pra mim, eu estou rendida diante o seu charme e perceber que estou sem roupas não esta ajudando em nada!

– Obrigada – eu respondo olhando para a toalha que ainda estava enrolada em meu corpo – ele percebe a vermelhidão em meu rosto, seus olhos estão em chamas, ele é puro desejo e luxuria, sua expressão é dura.

–Eu vou me trocar, estou ficando atrasada para faculdade – aponto para meu quarto, ele me segue com a bandeja e a coloca em cima da cama. Eu poderia deixar a toalha escorregar sem querer, obviamente não poderia mais frequentar suas aulas, não suportaria a vergonha que isso causaria em mim.

– Vou te deixar mais a vontade – seu sorriso ia de orelha a orelha, era impossível não imaginar os pensamentos sórdidos que se passavam na mente dele.

– Obrigada por cuidar de mim – eu sorrio ainda com o rosto em chamas, e ele sai com um sorriso meio torto ainda em seu rosto.

Então eu começo a me trocar, escolho uma saia modelo cintura alta creme liso com bolsos laterais, uma blusa branca básica, então eu coloco um sinto preto e um sapato modelo escarpam preto de salto alto por fim pego um casaco preto.

Provo alguma coisa da bandeja que ele deixou, e tomo um remédio pra dor então eu não resisto e pego o travesseiro que esta ao lado do meu, tem o cheiro dele, e fico ali em êxtase por alguns segundos, imaginando como seria deitar-se com ele, minha mente divaga nas possibilidades, então ele bate a porta, já estava pronta quando o deixo entrar, colocando o travesseiro de lado.

–Eu vou te levar para a faculdade e vou passar em casa tomar um banho e trocar de roupas, nossa aula é depois das 9 horas e 20 minutos certo? – ele me pergunta dando aquele sorriso meio torto, com seus olhos flamejantes de desejo me despindo de cima a baixo.

–Tudo bem – eu concordo, saindo do quarto e acrescentando a ele um beijo casto, mas ainda com a mente pensando no que eu poderia ter falado durante o sono.

Eu sonhei essa noite com muitas coisas, com o acidente de meus pais e um futuro prospero com Ian, é claro que no meu sonho eu fui mais corajosa assumindo um amor impossível por esse homem, não a covarde que sou como agora, que tenho medo de tomar as decisões erradas, de assumir um romance, de viver a vida, minha insegurança às vezes era boa, me prevenia de cometer alguns erros, e me faz ainda voltar ao meu passado e que certamente me fará assumir um futuro que eu nunca, ao menos quis ter, mas quem nunca errou na vida? Eu suspiro e reviro os olhos.

–Você fala enquanto dorme Elena, e pare de mover os olhos desse jeito, por favor, isso causa um efeito avassalador em mim, e eu pretendo ser um cavalheiro com você Elena – ele parece serio ao insistir em falar sobre isso, calheiro? Isso quer dizer o que? Que ele nunca foi assim?

– Eu sei, tenho tido problemas pra dormir nos últimos dias, e desculpa, vou tentar não fazer mais isso com os olhos – tento não dar muita importância.

Espero ardentemente que ele tenha engolido a desculpa de não dormir ultimamente, pensando nas besteiras que poderia ter dito enquanto dormia, coisas do tipo em que fala depois de uma relação mais madura como por exemplo: eu te amo, não consigo mais ficar longe de você e por ai vai...

–Você não quer saber o que falou ontem? – e segura as minhas mãos beijando levemente meus dedos.

–Não. Eu respondo tentando parecer indiferente a sua pergunta.

–Só queria que soubesse que me deu um motivo pelo qual insistir na nossa relação – ele acrescenta me puxando junto ao seu corpo.

Suas mãos percorriam a minha cintura, parando uma delas no meio das minhas costas enquanto a outra seguia até a minha nuca. Levo um susto com a sua força, ele me aperta junto ao seu peito, como se fosse sair correndo em fuga, então me beija desesperadamente.

–Eu realmente não sei o que lhe falar Ian, eu gosto de você, alias quero saber como vamos ficar, você é meu professor apesar de tudo – eu o questiono após uma pausa daqueles beijos que me deixa com as pernas bambas, minha respiração ofegante e um desejo inquietante de me entregar de corpo e alma a ele.

– Não vejo problemas quanto a isso, e a faculdade não possui regras. Além do mais, o Cassiano dá aula para sua filha, então não vejo o problema nisso – ele me responde afrouxando um pouco mais seus braços que ainda me mantém no mesmo lugar.

– Não estou falando sobre isso, apenas não quero misturar as coisas – eu digo me desvencilhando de seu abraço e sigo descendo as escadas com ele atrás de mim.

– Vou continuar sendo o seu professor, isso não vai mudar meu respeito por você em sala de aula, eu sempre vou ser o mesmo, pelo contrario, serei ainda mais rigoroso com você, pois quero o seu melhor – ele me fala me puxando novamente aos seus braços.

– Não esperava menos do que isso – eu respondo colocando meus braços sobre seus ombros musculosos e o beijando lentamente.

Olho em volta e me dou conta de que não vejo Jenny desde ontem.

–Onde será que minha amiga foi? – eu falo olhando em seus olhos que me analisam sem querer.

–Não a vi – ele responde.

–Vou ligar para ela – eu digo soltando – o e procurando meu celular em minha bolsa.

Pego o meu celular e vejo duas ligações perdidas de minha amiga. Mas o que será que aconteceu. Ligo de volta e ninguém atende isso esta começando a me preocupar, eu então começo a olhar a caixa postal e tem uma mensagem dela:

"Elena, eu não voltarei pra casa essa semana, vou ficar alguns dias por aqui com o Junior, os pais dele estão viajando, espero que fique bem, te vejo na faculdade, se cuida, não faça nenhuma besteira, mil Beijos”.

– Ela vai ficar alguns dias na casa do namorado, de novo, os pais dele estão viajando – eu conto.

– Hum, então quer dizer que a senhorita irá ficar sozinha durante a semana aqui nessa casa? – ele me diz e vejo seus olhos glaciais transformarem-se em fogo puro.

– Sim – eu falo sendo objetiva.

– Não vou deixar isso acontecer.

– Como? – eu falo arregalando os olhos.

– Você vai ficar comigo até ela voltar – e ai estava à resposta, eu não poderia ceder.

– Não - eu discordo – fique feliz em ter passado uma noite em minha casa sem a minha aprovação, não sou criança e estou muito bem agora – eu falo sendo um pouco ríspida com ele.

Ele sorri, - Desculpe-me, não deveria ter dito isso – eu falo, sei que ele está feliz, eu devolvo o sorriso, ele se levanta, caminha até mim, e nos beijamos, suas mãos estão em meu rosto, ele se afasta.

– Nunca farei nada que você não queira Elena – e isso pareceu serio – é uma promessa.

Eu me lanço em seus braços e estamos nos beijando loucamente, suas mãos agora percorrem meu corpo, um calafrio toma a minha espinha, ele beija meu pescoço, suas mãos agora estão em meus seios, ele levanta a minha blusa e começa a beija-los, eu estou louca de desejo, seus músculos bem definidos agora estão embaixo das minhas mãos, nesse momento eu sei que ele é meu só meu de mais ninguém, sinto sua ereção, ele me deseja, eu estou em estado de êxtase, sem saber o que fazer, ele me pega no colo, e me leva até o sofá, eu o desejo agora como nunca imaginei, quero ele meu corpo clama pelo seu toque, suas mãos estão em minha cintura e eu estou em cima dele, que diabos eu vou fazer.

Estou perdendo a cabeça e eu paro por um segundo, eu passo a mão pelos seus músculos sobre a camisa, sentindo a definição do seu corpo, ele me olha espantado, acho que ele não esperava por isso, ele se vira para o lado e agora esta em cima de mim, passando a mão em minhas coxas eu grito de desejo, eu o quero agora, eu gemo, eu o desejo, mas não posso seguir em frente.

–Por favor, para, não eu não posso – eu sussurro com um pedido de suplica, minha respiração é irregular assim como a dele, nós exalávamos pura e simplesmente luxuria e desejo.

– Aconteceu alguma coisa? – ele pergunta então eu fico escarlate não sei como lhe contar que nunca havia feito sexo.

– Eu... – eu suspiro longamente enquanto ele me olha, abaixo minha cabeça.

– Você é virgem? – suas sobrancelhas estão levantadas, com um olhar de espanto então ele deduz o óbvio.

– Sou. – eu confesso não sabendo onde esconder o meu rosto de tanta vergonha.

Ele volta a me beijar com ternura e desejo.

– Tudo bem, não tem problema meu anjo, tudo ao seu tempo – ele então me embala como uma criança.

– Se você aceitar trabalhar comigo e ter um relacionamento sério vou te fazer a mulher mais feliz do mundo, você vai ver.

– Você me deixa confusa – eu confesso, ele tem aquele jeito duas faces, e é difícil de decifrar, mas eu guardo esse pensamento apenas pra eu.

– Sobre o que?

– Você diz que quer ter um relacionamento sério comigo, mas não fala a respeito do que sente por mim, não diz o que quer de mim.

– Vamos descobrir isso juntos meu amor – ele fala passando a mão pelo meu rosto, acariciando meus lábios – não pense muito sobre isso, não se preocupe com os pormenores, deixe as coisas acontecerem, eu estou com você e isso é o que importa no momento – e então de repente eu tenho muita coisa pra pensar.

Ele sorri, é lindo como se fosse meu anjo da guarda em forma de homem – embora eu tenha duvidas quanto a sua natureza de anjo, seu sorriso é lindo e seus olhos verdes me olham com admiração.

– Você vai se atrasar de novo – ele ri descontraidamente.

– A culpa não é minha, acontece que eu fui atacada por um louco que fica me perseguindo em minha casa – eu brinco passando discretamente minhas mãos pelo seu peito, eu poderia admira-lo para sempre.

Então eu acordo do meu transe e olho no relógio e corro pegar as minhas coisas e ele ri mais ainda dirigindo-se ao banheiro para arrumar seu cabelo, quando vejo seu celular sobre a mesa da sala, e então ele começa a tocar, eu não sei se devo atender, mas no que eu estou pensando eu não sou a namorada dele, ou sou? Devo atender ou não? Penso por um segundo então atendo.

–Alô, Iblis preciso falar com você – é a voz de uma mulher.

Eu fico muda, não sei o que falar, será que é engano, pois o sobre nome dele não é esse e quando ele entra no quarto eu congelo talvez devam ter errado o numero porque o sobrenome dele eu sei que não é ele entra no quarto e eu fico sem saber o que falar, eu ainda estou com o telefone na mão.

–Te ligaram, perguntando por tal de Iblis, mas desligaram assim que eu falei alô – e faço a minha melhor cara de interrogação.

–Não tem importância, deve ser do escritório – ele pega o celular analisando o numero e vejo que ele fica um pouco desconfiado e nervoso ao mesmo tempo, e ele não negou que Iblis seria ele.

Chegando a faculdade eu dou um beijo antes de sair do carro, eu encontro com Jenny ainda no pátio, ela me olha sorrindo.

–Como você está radiante, Lê conta o que aconteceu. – ela ordena sentando-se virada pra mim.

– Muita coisa - eu respondo, ficando muito envergonhada e com o rosto em chamas ao mesmo tempo, ao lembrar-me do que havia acontecido na noite anterior e esta manhã.

A primeira aula havia terminado, faltavam poucos segundos para começar a aula de Ian, meu coração palpitava, eu estava ansiosa para o ver.

– Bom dia – ele entra sorrindo procurando por mim, ele parece perfeitamente intocado.

A aula começa com um tema não muito interessante, seus olhos se mantem em mim a maior parte do tempo, no entanto segue normal, seu perfil permanece intimidador, seus olhos ainda estão me fitando quando ele termina a aula, eu começo a arrumar as minhas coisas, então ele se aproxima por de trás me dando um susto e de repente é apenas o Ian brincalhão.

– Vamos descer querida? – ele me diz em frente a um considerável numero de alunos, então percebo que todos estão nos olhando, com muita surpresa, inclusive minha amiga, percebo que virei o centro das atenções. Ele segura em minha mão e Jenny me lança o olhar “Volte aqui” e a culpa não é minha, quando estamos saindo eu me viro e apenas mexo meus lábios falando a Jenny.

– “Te conto tudo depois”.


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Notas finais do capítulo

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