Danos Colaterais - Restos de uma História Feliz escrita por Esther


Capítulo 2
Capitulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas e meninos... Mais um capitulo pra vocês!

Espero que gostem e encontro vocês no próximo!



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Acordei, de um sonho confuso, fico espantada comigo mesma e como eu ando sonhando a mesma coisa ultimamente, um sonho repetido, passo a mão pelo emaranhado de cabelos, olho no relógio e já são 08 horas da manhã, mas que diabos eu acho que ainda estou sonhando acordada, viro para o lado fecho os olhos e a única coisa que vejo são aqueles lindos olhos verdes cinzentos brilhantes, olhando pra mim, ele sorri, eu meia sem jeito desvio o meu olhar esboçando um meio sorriso, mas como pode existir um ser tão lindo e angelical como ele. Viro-me para o lado e ainda vejo o seu rosto, seus olhos, com um gesto leve ele joga seu cabelo para trás, eu pasmo.

Abro novamente os olhos e já são 08horas e 15minutos, mas que diabos, acordo dou um salto e saio pegando minhas roupas jogadas pelo chão, pego uma escova e passo nos cabelos embaraçados, em 45 minutos começa minha aula de direito penal, eu não acredito que vou novamente chegar atrasada.

– Não hoje, não hoje – eu murmuro pela casa, ainda inebriada entro no chuveiro tentando afasta aqueles pensamentos.

– rápido, rápido, vai rápido – eu balbucio e por um segundo quando fecho meus olhos, eu o vejo novamente, sua pele branca seus olhos, sua boca, ah eu estou no céu.

Nós dois juntos em uma praça, rodeados por grandes árvores, olhamos à paisagem maravilhosa, as fontes que jogam água para o alto, os pássaros cantando uma canção tão doce, e é simplesmente fascinante, abraçados, murmurávamos coisas inaudíveis para as outras pessoas, eu era capaz de sentir sua respiração em meu pescoço, seus lábios sussurrando coisas a minha orelha, suas palavras eram doces, sua voz estonteante, me arrepiava a cada palavra dita, era capaz ate de sentir seu desejo aumentando, eu nunca imaginei que poderia me sentir assim, com ninguém, não eu. Parecíamos felizes. Uma batida na porta me tira deste sonho tão mágico.

– Elena anda logo, a gente vai chegar atrasada – grita na porta minha amiga Jeniffer.

– Estou indo – eu falo um pouco irritada por ser detida deste momento mágico em que eu vivia há três segundos.

Jeniffer é minha amiga desde meus 13 anos, somos como irmãs, na verdade ela é muito mais que uma irmã, nós praticamente fomos criadas juntas.

Quando meus pais faleceram em um acidente de carro eu tinha apenas 10 anos de idade, eu morei com meus tios por parte de pai na época por 3 anos, eles tinham um filho, Calebe, eu era apaixonada por aquele menino, dizíamos que iríamos nos casar, mas então eu briguei com meus tios e as coisas ficaram feias, e eu então fui morar com Jenny que era filha da melhor amiga da minha mãe, ela é bela, tem olhos verdes sugestivos, cabelos pretos ondulados, seu sorriso é perfeito, uma morena muito atraente, e não parece ter 25 anos, às vezes eu fico muito encabulada ao sair com ela, como alguém notaria em mim?

Penso por um instante ao ver meu closet que devo pedir umas dicas para Jenny. Pego apressadamente uma blusa social branca, uma saia caqui, meias calça 1/3 na cor da pele, e um blazer preto, olho meus sapatos desesperada, começo a revirar os olhos, quando Jenny aparece na porta com um par de sapatos lindos que combinam perfeitamente com minhas roupas.

– Vamos Lê! – Ela diz me apressando, olhando pra mim e dando um sorriso torto ela acrescenta:

– Acordou querendo caprichar no visual hein mocinha, posso saber por quê? – ela diz com uma voz um pouco debochada e minhas bochechas coram.

– Não é nada – mas ela logo percebe que ao falar isso meus olhos brilham, pois imagens nítidas de meus sonhos vêm à mente.

– Ando sonhando com aquele professor de novo Lê? – Ela percebeu, eu sorrio sem responder-lhe.

– Imaginei que sim – ela diz num tom alerta e logo acrescenta – Estamos atrasadas para a aula do seu amado professor Ian! – como ela pode ser tão debochada às vezes? Ignorando eu pego meu casaco e saímos.

O dia está ensolarado que é característico para o mês de julho aqui em Londres, a temperatura não passava dos 22º C, eu estava no ultimo ano da faculdade de direito na University of London, aula de direito penal já havia começado, eu abro a porta timidamente então o Professor Ian olha para mim eu dou um sorriso tímido com Jenny logo atrás de mim, ele sorri de volta meu dia se ilumina e eu estou no paraíso, mas logo volto quando ele se dirige a mim e a Jenny.

– Bom como eu estava explicando aos demais o seguinte caso: João pega uma furadeira pertencente a seu vizinho José, sem que este saiba disto, com o intuito de usá-la para pendurar um quadro na sala de sua casa, ele a devolve intacta, minutos depois, no mesmo lugar. José descobre tal fato. Na hipótese, o que ocorreu? Podem me responder?

Ele pergunta aparentemente nos punindo por chegarmos atrasadas, de repente todos estão olhando para mim e Jenny, minhas pernas tremem, e ela sorri timidamente, quando passo pelos colegas eu me sento ao lado dela então sem rodeios respondo:

– Furto de uso, pois trata-se de fato atípico – ele parece pasmo com minha resposta rápida, agradeço por ter revisado essa matéria ontem à noite.

Jenny Murmura:

– Mando bem, sabichona! – e se vira rapidamente notando que Ian esta nos olhando.

Ele dá um sorriso radiante e satisfeito enquanto passa as mãos pelo seu cabelo castanho liso jogando-o para trás, seus olhos flamejantes se fixam em mim, como quem quer dizer algo mais, ah aqueles olhos verdes cinzentos lindos, sombrios, perfeitos, eu perco o chão por um momento admirando ele, seu sorriso, imagino aquele beijo contido em meu sonho, todas as palavras sussurradas, minha pele se arrepia, meus olhos agora estão distantes vagando em lugar desconhecido, novo, eu estou perdidamente apaixonada por este homem, não temos uma idade muito distante eu tenho 23 anos, seu terno cor caqui combinando com minha saia, seu físico escondido, eu sei que ele é forte, ocasionalmente uma ou duas vezes ele me abraçou, ele não tem mais que 27 anos de idade, ainda assim consegue ser um excelente professor, coro ao pensar nele, meu devaneio é cortado indicando que a aula havia acabado.

Rapidamente olho para os lados todos estão arrumando suas coisas, faço o mesmo enquanto olho pra Jenny, ela sorri, quando vê que Ian está se aproximando de mim.

– Elena, eu posso conversar com você em particular? – Eu estou boba, não tenho palavras, estou fascinada por aquele homem, ele quer falar comigo, o que será? Minha mente logo vagueia imaginando o que este Deus Grego, tem para falar comigo, franzo minha testa e me apresso em responder:

– Claro Professor - Ele sorri ligeiramente e meu coração acelera.

– Te vejo lá em baixo Lê! – diz Jenny saindo pela porta, com um sorriso de orelha a orelha lançando-me um olhar de “me conte tudo depois”.

Logo estamos sozinhos em uma sala imensa. Ele olha fixamente pra mim então começa:

– Srta. Elena percebe-se em minhas aulas que você tem sido uma aluna esplêndida – eu coro, e ele nota, mas continua – gostaria de lhe oferecer uma vaga de estágio em meu escritório, não precisa me responder agora só pense um pouco – ele sorri e eu estou tremendo com os olhos baixos pela vergonha das coisas que se passam em minha mente.

Mas é claro que eu quero meu subconsciente logo responde, como eu poderia recusar-me a trabalhar com um homem tão inteligente, tão capaz, tão... Ah sem palavras...

– Claro Doutor - eu respondo apressadamente, acrescentando - vou pensar sim.

– Espero que pense com carinho, não são a todos que eu dou essa chance – ele dá uma piscadela com o olho direito, meu coração palpita.

– Ah, tente não chegar atrasada na próxima aula, e aguardo uma resposta ele diz enquanto sai comigo pela porta – e minhas bochechas novamente ficam vermelhas pela vergonha de mais cedo, eu murmuro um pedido de desculpa.

Seguimos em silencio para o pátio da faculdade, ele se despede no pé da escada, estamos sozinhos ele se inclina pra mim, dando-me um beijo quase no canto da boca, meu corpo se estremece eu fico parada, sem reação, seu sorriso é audível, o que eu faço? Esse homem está olhando pra mim e eu tenho uma leve impressão que esse beijo foi proposital, ele esta agora dois passos a minha frente, eu quero agarrar-lhe, encher-lhe de beijos, mostrar o quanto o meu corpo anseia pelo seu toque minha pele pega fogo, é transparente o quanto eu gosto dele ele se volta pra mim novamente.

– Precisa de uma carona para o centro? – eu tento falar, mas não sai nada.

– Eu vou ficar estudando um pouco na biblioteca – sai um murmuro quase inaudível.

–Entendo – ele franze a testa ao falar, noto que esta tentando ainda entender minha reação ao seu toque, meu corpo ferve.

–Espero uma resposta sua na próxima aula – ele acrescenta me dá um sorriso passando a mão pelos seus cabelos, eu acho que vou ter um infarto, aquele Deus Grego quer trabalhar comigo, e quase me beijou na boca, levo a minha mão onde seus lábios me tocaram, eu nunca imaginei que ele me via desta forma. Estou estupefata, então ele se vai me deixando ali em meus pensamentos, com sentimentos a flor da pele.

Ele tem aquele ar de homem malvado que toda mulher mataria pra ter em sua cama, ah, mas ele não iria querer qualquer uma na sua cama, não ele, um advogado bem sucedido, que deve ter todas as mulheres ao seu dispor, mas comigo não seria a mesma coisa, eu não sou qualquer uma, se ele me quiser, vai ter que fazer por onde.

Paro por um instante para analisar a situação, e ainda não acredito, é um sonho, só pode ser, vejo Jenny correndo em minha direção me tirando do transe.

– O que ele queria Lê? – ela pergunta animada

– Ele me ofereceu um estagio – respondo, ela parece abobada.

–Não credito!

–Pois é – eu falo tentando não demonstrar muito interesse.

– Nossa de mais você aceitou não é? – ela pergunta.

– Ainda não - respondo pra ela - ele pediu para pensar no assunto, e responder na próxima aula de segunda. – o que me daria o final de semana pra pensar.

– Entendo mais alguma coisa?

Agora paro pra pensar em todas as vezes que minha amiga Jenny me falou que tinha certeza que Ian estava de olho em mim, eu achava impossível, ele é lindo, eu não sou nada, em comparação aquele Deus Grego, ah meu Ian. Eu achava que ela falava isso apenas para não magoar meus sentimentos, e final foi ela quem me ajudou a superar o quase namoro que tive no ano passado e depois dele não fiquei com mais ninguém, ainda dói pensar no que aconteceu, mas é uma coisa passada, balanço a cabeça deixando de lado esses pensamentos.

– Eu te falei, ele gosta de você espertinha – ela sorri.

–Você tem que aceitar Elena, é uma boa oportunidade pra você – ela acrescenta.

–Tenho que ir ao escritório, todos estão precisando de mim, vou te deixar em casa pode ser? – ela pergunta analisando minha expressão.

– Vou ficar na biblioteca, quero estudar um pouco – falo, um pouco distante ainda.

–Pensa no que eu te falei amiga – ela retruca, me deixando na porta da biblioteca.

Passa-se um tempo, olho no relógio, me assusto quando vejo que é 15 horas da tarde, e eu ainda nem se quer almocei, levanto-me me desculpando por fazer um barulho excessivo, faço uma carranca, mas acho que ninguém reparou, sigo pra fora da faculdade, quando vejo o Ian na porta conversando animadamente com alguns alunos, ele me olha, sorrindo.

–Oi – eu falo timidamente.

–Oi Elena, ficou até agora na faculdade? – ele parece um pouco preocupado por estar desde as 9h20min aqui.

Timidamente eu faço que sim com a cabeça.

– Estudando – eu acrescento rapidamente indicando o monte de livros que estão em meus braços.

Ele sorri para mim, e eu sinto meu coração estremecer diante aos seus olhos, eu nuca tinha sentido nada assim por alguém, era algo diferente, mágico.

–Eu vou indo - falo indicando meu carro.

–Tudo bem, posso te fazer uma proposta?

–Hum? - eu falo ainda não sabendo o que ele queria.

– Você jantaria comigo? Para discutirmos melhor os termos, sou seu orientador não é?

– Ah sim, claro, tudo bem! – tento não parecer um pouco surpresa, com o pedido, que é claro, é estranho, mas ao mesmo tempo parecendo ser muito profissional.

Combinamos rapidamente o horário, eu lhe passo meu endereço o qual ele anota em seu celular, seus olhos brilhavam, e meu coração batia cada vez mais forte, quando nos aproximamos mais uma vez e nos despedimos com um beijo no rosto.

Eu sigo para a minha casa que não é muito distante da universidade, almoço rapidamente, e me perco em meus livros novamente até que olho no relógio e vejo que já esta quase na hora combinada com Ian.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de deixar comentários!

Bjs e até o próximo!



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