Danos Colaterais - Restos de uma História Feliz escrita por Esther


Capítulo 11
Cap. 10


Notas iniciais do capítulo

Depois de muito tempo ausente, eu voltei, espero que gostem do capitulo.

Mil beijos!



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Ele se levanta e segura em minhas mãos.

– Vamos, a comida esta a nossa espera, você quer beber o que?

– Whisky, por favor sem gelo, e dose dupla – eu peço verificando seu rosto que de sereno vai a espantado.

– Não esta muito cedo pra isso? – ele pergunta ainda me analisando.

– Não. – eu precisava de algo mais forte, se eu quisesse ainda continuar com aquilo tudo.

Então nos dirigimos à sala de jantar ao qual havia um bar, ele seguiu pra lá preparando o Whisky que eu havia pedido e eu me sentei ao lado da mesa perto da cabeceira onde os pratos estavam servidos e pra minha surpresa ele também fez um dose para me acompanhar.

– Obrigada – eu respondo aceitando a bebida, eu não tinha mais palavras para conversar com ele, virei àquela dose de uma vez.

Dentro de mim ainda estava aquele turbilhão de emoções, eu não sabia o que fazer, não sabia aonde colocar minhas mãos, não sabia como continuar com aquele teatro medonho, ele simplesmente ficou ali parado com o seu copo na mão me olhando enquanto Anastácia servia a comida, ele me admirava, não tirava aqueles olhos cinzentos de mim e eu aos poucos estava ficando corada.

Ele tomou seu lugar na cabeceira da mesa, e então a comida foi servida, um delicioso Magrete de pato ao perfume de mel e especiarias, comida típica francesa, eu tinha que admitir, ele não passa de um cafajeste conquistador, que definitivamente estava me ganhando, não trocamos uma palavra apenas olhares, seus olhos me fulminavam a cada gesto que eu fazia, eu estava ficando sem jeito, eu não sabia qual era o objetivo daquele jogo, e confesso se fosse pra me irritar ele definitivamente estava conseguindo. Seus olhos iam de gentis a consumidores, de amorosos a frios.

Eu não conseguia suportar, seu olhar que ao mesmo tempo fazia me sentir consumida por um calor imenso e sentir calafrios como se me desejasse e me rejeitasse. Eu então passo a me perguntar constantemente se aguentaria ficar mais um segundo com ele, que obviamente estava me analisando através de seus olhos verdes nublados por uma nuvem que sabe Deus de onde vem...

– Eu te desejo tanto Elena – Ele me fala quebrando o silencio colossal que havia naquela sala e me causando arrepios, como se estivesse adivinhando meus pensamentos.

– Não fale isso Ian, você não tem ideia do estrago que suas palavras me causaram. – eu falo soltando meus talheres no prato e pegando o guardanapo que estava em meu colo.

– Eu só quero te fazer feliz, me dê uma chance Elena, por favor! – agora ele suplicava pra mim, como uma criança implorando para sair do castigo.

– Não posso Ian, não sem nenhuma explicação plausível. Já tivemos essa conversa, por favor, não piore as coisas.

– Não seja tão dura comigo minha querida, assim você só me faz a desejar ainda mais – ele me fala estendendo uma de suas mãos para tocar a minha que pairava sobre a mesa, e em um gesto involuntário eu a encolhi.

Então eu me levanto, e sinto seus olhos ainda me seguir, me dirijo ao seu bar, e me sirvo novamente com o whisk dessa vez eu tinha um duplo, então viro de uma vez e coloco mais, e em seguida eu viro novamente, ele se levanta e vem em minha direção, estendendo minha mão para tirar o copo tentando me impedir de tomar mais algumas doses.

– Pare Elena. – Ele diz segurando em minhas mãos.

– Não, você não sabe o q estou passando estando aqui com você e preciso te dizer algumas coisas pra isso vou precisar de mais algumas dessas – eu falo enchendo novamente o copo.

Seus braços rodeavam o meu corpo, suas mãos agora estavam em volta da minha cintura, eu podia sentir seu hálito em minha orelha e o seu desejo aumentar cada vez mais.

– Por favor, Elena, isso pode esperar até você ter coragem, sem precisar se embebedar pra isso.

– Não, por favor! Me deixa! – eu o empurro, mas ele não me solta, ate que ele desiste e retira seus braços que estavam ao redor da minha cintura me soltando.

Então eu engulo mais um gole, eu o olho, lembranças do dia em que ele me deixa me vem à mente, eu não conseguia mais ficar naquele lugar, não poderia suportar mais a presença dele, não poderia mais tolerar seus toques, eu o amava eu sabia disso, e sabia que essa história estava longe de terminar, eu tinha que ser clara com ele, tinha que esclarecer muitas coisas, eu sabia que deveria xinga-lo por tudo o que ele havia me feito passar, eu deveria mata-lo naquela mesma hora, mas suas atitudes retiravam de mim toda a minha coragem, então eu não consigo falar uma só palavra se quer, fico apavorada e saio correndo da sua casa, quando passo pela porta principal olho pra traz e vejo Ian correr atrás de mim, sem entender nada do que estava acontecendo, ele consegue me alcançar, quando suas mãos seguram o meu braço eu chego o portão da sua casa, ele me puxa para seus braços e me beija, ele me consome através de seus lábios, eu estava confusa, seu toque tinha um efeito abrasador em mim, eu me desvencilho de seus braços nossos olhos se cruzam, sem nenhuma palavra eu entro no primeiro táxi que passava, sem nenhuma cerimônia, da mesma maneira que ele havia me expulsado de sua casa a mais de um mês atrás.

Pedi para o taxista parar no primeiro Pub que encontrei próximo a casa de Ian. Chegando ao balcão do Bar pedi Whisky, e continuei a tomar, lembro que já havia bebido whisky antes com a Jenny mais nunca nessa quantidade. Quando virei à primeira dose na casa do Ian, ela desceu fervendo pela minha garganta, mas depois foi ficando mais doce, estava gostando daquilo mais e mais e não me lembrava de quantos copos eu tinha tomado, acho que estou ficando bêbada mais muito bêbada.

Quando olho ao meu lado vejo um rapaz, ele era moreno de olhos verdes, cabelos liso e muito charmoso, então ele se sentou ao meu lado em suas roupas sociais incrivelmente era 10h da noite e eu enchendo a cara e meus pensamentos estavam longe, na verdade estava junto com Ian.

– Um brinde aos acasos – ele me fala levantando um copo com uma bebida que não sei qual era, eu levanto o meu a qual o garçom havia enchido novamente.

– Aos fodidos – eu retruco. Ele fica espantado com o que digo mais repete.

– O que trás uma menina tão linda a beber whisky, e ainda dose dupla – ele me indaga tentando ser gentil.

– Não sei bem ao certo e você? – ele me olha de um jeito que eu não sei dizer se é de pena ou de espanto.

– Traição, a nós – ele me fala levantando outro copo.

Então conversamos ele começou a me contar sobre sua ex-namorada “Sophia”, acho que esse era o nome, falou o quanto a amou e como sofreu por isso, ela o havia traído com seu melhor amigo, no final das contas ele ficou sem amigo e sem a namorada, realmente era uma merda, não consegui me apegar aos detalhes, pois estava distraída de mais pensando em Ian.

Depois de ouvi-lo eu resolvi contar a minha, é claro minha mente simplesmente se desligou do planeta, enquanto eu falava, e por fim quando acabamos de conversar chegamos à conclusão de que eu ganho na história de quem foi o mais fodido. Ele então me fez comer alguma coisa notando a minha pouca experiência em se embriagar, então nós ficamos um tempo conversando sobre coisas banais.

– Então eu trabalho na empresa... - e enquanto ele falava eu estava mais preocupada em como me livrar do lugar onde eu morava, eu não queria mais nada que me lembrasse dele do Ian, a faculdade eu poderia suportar, faltava apenas minha formatura, a maldita formatura.

Então em meio a algumas doses eu me pego pensando em Ian, completamente alheia às palavras do estranho que estava ao meu lado e não parava de falar um segundo sequer, seu rosto, nublado por causa da bebida me fazia ter calafrios, eu começava a delirar pra um estranho, foi quando me decidi eu deveria voltar pra casa do Ian, e me entregar a ele, assim Ian poderia dar fim a sua conquista barata, e ele não viria mais atrás de mim, sua busca por sexo comigo estaria satisfeita, e ele me deixaria assim como seus outros casos. O pensamento do abandono me fez chorar, aquele estranho já um pouco mais bêbado começava a levar seus lábios aos meus cabelos, então em um gesto involuntário eu o empurro, mais estava muito tonta e acabo caindo no chão. Ele me ajuda a levantar.

– Não precisa fazer isso, querida, assim você vai se machucar.

– Eu es...toouu beem... Só um pouquinho to...tonnnta – eu respondo completamente perdida.

E quando eu pego minha bolsa que esta na cadeira ao lado e deixo cair todas as minhas coisas no chão, e quando me agacho pra recolher todas elas aquele estranho me ajuda a colocar tudo de volta na bolsa, e pega meu celular.

– Eu vou acrescentar meu numero na sua agenda, quem sabe amanhã quando você estiver melhor, você resolve me ligar, e então marcamos alguma coisa.

– Convencido de uma figa, não vou te ligar. – ele sorri e eu sorrio de volta, e ele vai comigo ate o táxi nos despedimos e eu sigo no meu destino: Casa do Ian.

Falo o endereço para o motorista e quando chegamos ao portão da casa de Ian o táxi fica estacionado por alguns minutos, e levo um susto quando o maldito segurança vem ate o táxi me vê, na hora eu pago o táxi e desço com muita dificuldade em razão da grande quantidade de bebida que havia tomado naquela noite, quando o segurança abre o portão com o telefone no rosto, penso que provavelmente aquele filho da puta deve ter avisado o tarado fodedor de meninas virgens, mas eu estava decidida, ele teria o que queria e eu estaria livre dele, eu poderia seguir em frente de uma vez por todas.

Quando o portão se abre vejo Ian correndo em minha direção, sua gravata estava desfeita, ele parecia desesperado.

– Eu..... voltei De...us Gre...go – eu falo sem nenhum rodeio de jogando aos braços dele sem nenhum pudor.

– Elena, mas o que... O que aconteceu?

– Nada... Pronto agora eu posso falar com você... – eu falo ainda abraçada nele sorrindo seus olhos cinzentos nublados, sua feição estava dura, e ele não parecia feliz em me ver.

Ele me guiou até a sua casa, era óbvio que no estado que eu estava eu não poderia andar sozinha, por um maldito milagre eu consegui chegar ate a casa dele.

Quando ele me sentou no sofá, foi quando eu o agarrei e dei um beijo, ele não se afastou, ele se entregou aquilo, é claro mais tarde eu me envergonharia daquilo com certeza, mas tudo o que eu queria naquele momento era ele, sentir suas mãos passearem pelo meu corpo, sentir o seu desejo, seu hálito quente e doce na minha boca, eu o desejava, queria que ele me despisse no momento em que adentrei na sua sala.

Ele se afastou levemente de mim, ainda desconcertado pela maneira que eu o agarrei.

– Você precisa de um banho Elena.

– Não, eu preciso de você, agora eu posso falar com todas as palavras. – eu começo – Eu te amo tá ok? – eu falo erguendo minhas mãos para o alto.

– Você não está em boas condições Elena. – ele fala segurando meus braços.

– Dá pra calar essa boca e me ouvir!? Eu sempre te amei, e sempre fui uma maldita covarde, mas agora eu estou falando, eu te amo meu Deus Grego, tudo o que eu sempre quis foi você, mas você, seu maldito me jogou fora da tua casa como merda e me ignorou todo esse tempo, você quebrou meu coração.

– Shhhhh eu sei disso, você já me falou há algum tempo atrás, por isso nunca vou ser capaz de te deixar – ele me embalava como uma criança, que precisava de colo e carinho.

– Cala essa maldita boca e me ouve... Você me rejeitou todo esse tempo, eu te amava, você me colocou pra fora da sua casa como se eu fosse um animal, e quer que eu te entenda, você acabou comigo, você me estragou para todos os outros homens, eu nunca mais vou ser completa. Então aqui estou eu... Acaba logo com isso, você ganhou tudo o que você queria você pode foder e a acabar com tudo isso de uma vez por todas... Depois me esqueça... Só não esqueça de que você jogou fora provavelmente à única mulher que irá te amar nessa vida, seu fodido... – Eu sei que naquela hora minhas palavras não saíram tão certas, e não sei se fez algum sentido o que falei, mas eu coloquei pra fora tudo o que estava dentro do meu coração, sei que era pouco tempo que saíamos juntos, mas foi amor à primeira vista, foi amor o que eu senti por ele, não tinha outra explicação.

– Eu sei Elena, eu te amo e nunca vou me perdoar se eu lhe deixar mais uma vez... – foi tudo o que ele falou, nenhuma explicação nada...

Então ele me pegou em seus braços, como se eu fosse incapaz de caminhar, eu sentia seu peito inflar pelo ar que entrava e saia dos seus pulmões, era sexy, muito sexy e só fazia meu desejo aumentar cada vez mais... Então ele me levou até o quarto e me colocou no banheiro.

– Você consegue tirar suas roupas? – ele me pergunta me analisando e me colocando no chão.

– Nããão sou nenhuma innnnnvaliiiiiida – eu falo mal conseguindo parar em pé.

Ele simplesmente se afasta, e fica me olhando, enquanto eu estou tentando tirar minha roupa, e quando puxo minha blusa, tento passa-la pela cabeça e no meio da tentativa eu caio, mas ele é rápido e me segurando pela cintura, seu peito forte junto a minha carne exposta, me causam espasmos de alegria felicidade e excitação.

– Estou autorizado a te ajudar? – ele me pergunta ainda me segurando junto ao seu peito.

– Hum... tudo bem – eu respondo.

Ele então ainda abraçado a mim desabotoa a minha saia, puxando o zíper deixando-a cair sobre meus pés, que calçavam sapatos de saltos altíssimos, tirou minha roupa e os meus sapatos, me deixando só de calcinha e sutiã então ele me pega no colo e me coloca em uma banheira que já estava pronta, e então me pergunto, será que era para ele tomar banho?

Eu fiquei dentro da banheira por algum tempo, enquanto ele simplesmente olhava com aquelas chamas vivas contidas. Então ele saiu do banheiro fechando a porta atrás de si, e eu permaneci na banheira ficando um tempo mais. A minha cabeça rodava, e rodava, e rodava...

Eu não conseguia pensar direito tudo o que eu lembrava era daquele desejo intenso de tê-lo, de ser possuída por ele, de ser arrebatada por aquele anjo-demônio. Decidir sair daquela banheira.

Então quando ele voltou estava com uma toalha e um roupão, ele ficou ali parado me olhando sem dizer uma única palavra, aquilo definitivamente estava ficando cada vez mais e mais estranho.

Minha cabeça não parava de rodar foi quando meu estomago começou a reclamar, eu saio correndo, tropeçando em tudo, seus olhos me seguiam e fui direto para o vaso sanitário, eu comecei a vomitar, ele estava atrás de mim, e me ajudou a segurar meus cabelos, quanto termino de colocar tudo pra fora, percebo que seus olhos estavam fixos em minha bunda, quando então me dei conta de que eu havia tirado minha calcinha e meu sutiã depois que ele saiu, eu dei um meio sorriso olhando pra ele. Quando terminei de vomitar ele me colocou enfrente a pia e me ajudou a lavar meu rosto, ele me deu uma escova de dente, e logo fui escovando os meus dentes.

Ele apenas sorriu nenhuma só palavra, nada, ele apenas estendeu a toalha pra mim.

– deixei roupas secas na cama, acho que você já esta um pouco melhor agora. – Ele fala quebrando aquele silencio colossal que havia se formado entre nós.

Eu dei dois passos em sua direção segurando agora a toalha enrolada em meu corpo, torcendo para não cair, então ele me afasta e eu não consigo segurar as palavras que saem embaraçadas pela bebida.

– Vai se foder seu engomadinhuuu de uma figa, porque você tinha que parecer na minha vida e arruinar tudo des...se jeito?... Eu te odeio!... Odeio a forma que me trata,... Odeio ficar perto de você, e sabe por quê? Porque você é tudo que eu preciso, porque eu te... amo,... eu vejo a forma que seus olhos me consomem, mais você é rude demais pra admitir isso não é Senhor Brandom? Eu só queria saber o que significou pra você o tempo que passamos juntos, porque foram os melhores dias da minha vida, você acabou comigo quando me deixou Ian, eu fiquei perdida, estou perdida, você simplesmente aparece agora e deve achar que tudo tem que ser da mesma forma... As coisas não são assim... Não podem ser assim... – Eu estava furiosa com o seu silencio, eu estava furiosa comigo mesma, eu o desejava, eu queria sentir o seu amor, mas tudo o que ele fazia era me consumir com seus olhos grandes, me consumir com aquele olhar que congelava qualquer ser humano.

Ele então sem nenhuma palavra apenas se aproxima de mim, quando então eu deixo minha toalha cair no chão, eu tento abaixar para pega-la e no processo eu caio, mas suas mãos me seguraram novamente, ele me trouxe mais perto de seu peito, estávamos colados um no outro seus olhos eram uma chama pura de desejo e luxuria, ele pegou meu corpo nu em seus braços e me levou até a cama, me deitou e puxou um lençol sobre mim, eu chorei em pensamento para que ele não me deixasse, então ele sentou-se ao meu lado e então eu vi aqueles olhos cinzentos ficarem extremamente pretos, negros como a noite, malignos como os seres que habitam o mais profundo do Hades, foi então que eu me embalei em um sonho cheio de terror e medo.


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