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– JARVIS é o sistema de inteligência artificial que Tony criou, ele é responsável por todo sistema eletrônico na torre. - ela disse sorrindo no final.

Agora lembrei que uma vez uma revista falando sobre isso.

– Entendi.

"Como vai Srta. Stark?"

– Vou bem obrigada. - disse a voz.

– Espero que goste do quarto Bea, qualquer coisa podemos mudar algo, como recebi a noticia meio em cima da hora. - ela falou de modo carinhoso.

...

– Não se preocupe Pepper, eu tenho certeza de que irei gostar. - falei dando um sorriso tentando conforta-la, eles já estavam fazendo demais por mim, ela então nem se fale.
Afinal não é toda mulher que aceita bem o fato de que seu namorado descobre ter uma filha de 15 anos, que acaba de perder a mãe, e que vai morar com eles de uma boa. E bom ela ainda preparou um quarto pra mim de ultima hora.
– Venha então, vamos ver seu quarto. - ela disse me puxando pelo corredor.
Paramos em frente á uma porta preta.
– Aqui, entre-. ela disse abrindo a porta.
O quarto era lindo, não poderia querer mais, ele tinha a minha cara. Simples e ao mesmo tempo moderno e luxuoso, sem nada extravagante. A parede dele era branca, a cama era de casal, que estava com uma coxa num tom bege, com um tecido peludo e gostoso roxo cobrindo a parte da ponta da cama, em cima dela também havia duas almofadas colorida. Em frente a cama encostada a parede havia uma mesa comprida branca com algumas gavetas na ponta, na parte de baixo. Uma TV na parede um pouco acima, Na parte de cima havia uma estante, com duas partes aberta e uma com porta nos tom branco e roxo.
Um banco com estofado roxo ficava encostado no outro lado da parede, acima dele tinha uma janela grande com cortinas roxas e na outra parede havia duas portas, uma era toda de espelho e a outra era branca.
– Aquela porta com espelho é o closet e a outra é a do banheiro. Olhe. - ela disse me puxando primeiro até o closet que é simplesmente perfeito, com as portas todas pretas, com varias divisórias, e um espelho, um banco baixo e redondo no meio branco com detalhes pretos,e um lustre magnifico no teto. Após me deixar impressionada com o closet ela me levou até o banheiro que também é perfeito. A pia dele é de um tom branco e a bancada dela em um tom marfim, com outro espelho enorme tampando a parede, o box grande que cabia umas duas pessoas ali dentro sossegado, e com o vidro transparente, ao lado havia uma banheira com hidromassagem perfeita. Se ela arrumou tudo isso em tão pouco tempo, nem imagino como seria se ela tivesse tido mais tempo. - E então o que achou? - ela perguntou com um brilho de expectativa no olhar.
– É simplesmente perfeito Pepper, eu amei mesmo, muito obrigada mesmo. - falei dando um sorriso sincero pra ela pegando em suas mãos. - Não precisava de tudo isso, mais mesmo assim eu agradeço, eu não poderia decorar melhor. - disse dando uma volta olhando em tudo ao meu redor.
– Precisava sim, agora você é uma Stark e merece tudo e do melhor. - Stark disse escorado na porta do banheiro, com um copo de bebida na mão.
Quando voltamos para o quarto minhas malas já estavam lá.
– Agora vamos deixa-la descansar e arrumar suas coisas, qualquer é só falar com JARVIS ou nos chamar. - Pepper disse me dando um sorriso amavél e saindo do quarto.
Antes que o Stark saísse eu o chamei.
– Sim.
– Eu queria te agradecer. - falei meio sem jeito.
– Pelo o que? - perguntou com a testa franzida.
– Por tudo que você está fazendo por mim, por me dar esse quarto perfeito e me deixar morar aqui, se não fosse por você e Pepper eu ficaria sozinha naquela casa, e bom acho que do jeito que estava antes, eu me mataria aos poucos, e ainda ficaria sozinha. - disse com a voz embargada tentando não chorar.
– Ei ei ei não precisa chorar. - ele disse vindo até mim e me abraçando. - Eu sou seu pai, e a obrigação de um pai é proteger e dar tudo do melhor para o filho, e eu quero poder recompensar esses 15 anos que ficamos separados. Você merece tudo que tem aqui e não precisa me agradecer, tudo que é meu agora também é seu. E saiba que a partir de hoje você nunca mais ficará sozinha.
– Obrigada mesmo. - falei ainda abraçada a ele.
– Posso te pedir uma coisa. - ele disse quando nos afastamos.
– Claro. - disse dando de ombros.
– Sei que pode ser meio cedo pra isso, mais será que você poderia me chamar de Pai? - perguntou mais ao ver eu hesitar acrescentou rapidamente. - Ou pelo menos de Tony?
– Vamos devagar, pode ser, é que passei tanto tempo sem um pai que vai ser meio difícil te chamar de pai agora logo no começo. - falei tentando não chateá-lo.
– Sem problemas, eu sei que é cedo e que você não se acostumou ainda, mais me chame de Tony okay. - ele disse dando um sorriso que me acalmou mostrando que eu não o magoei.
– Claro Tony. - disse vendo ele sorrir.
– Agora irei deixar que arrume suas coisas, fique a vontade caso queira mudar algo. - ele disse dando um beijo em sua testa e saindo.
Assim que ele saiu sentei-me na cama e passe a refletir o quanto minha vida mudou.
Em um momento era apenas uma garota problematica que se corta e com bulimia, que havia acabado de perder a mãe, e que ficaria sozinha, já que é anti-social e nem tem amigos. E agora descubro que sou filha do famoso bilionário e também herói da América, Anthony Stark, posso ainda ser problemática
O relógio que havia em cima da mesa marcava 17h00, aconteceram tantas coisas que nem ao menos reparei no tempo passando, decidi ir arrumar minhas roupas dentro do closet, e depois veria o que fazer.
Levei um pouco mais de meia hora ara arrumar tudo corretamente do jeito que queria. Já eram quase 18h00, até agora ninguém havia aparecido pra falar comigo, e isso era bom, eu precisava ficar um tempo sozinha, e sem contar que fico insegura, sem saber como agir em meio aos outros, afinal eles são heróis que vivem salvando o país. E qual o motivo eles teriam para falar comigo, afinal eu sou apenas a filha do colega de trabalho deles.
Peguei a necessaire que estava com meus produtos, e levei para o banheiro, iria organizar eles e aproveitar para tomar um banho relaxante de banheira. As coisas que ficavam no banheiro eram bem mais faceis de se organizar e bem mais praticos, depois que arrumei tudo certinho voltei ao quarto para pegar um conjunto de langerie e um pijama para vestir.
Peguei um conjunto de manga comprida preto estampado de corações cinza e um chinelo, foi ao banheiro e ligou a banheira, enquanto a mesma enchia me despi, quando estava apenas com a roupa intima, me olhei no espelho, minha mãe sempre me falava que eu tenho o corpo perfeito e que qualquer garota gostaria de ter um corpo igual ao meu, mais eu sempre me pergunto o por que eu mesma não consigo enxergar isso, quando me olho no espelho, vejo uma garota de pele palida e chieo de im perfeições, acho que esse é um de meus defeitos, não enxergar as qualidades que dizem que tenho, e isso sempre acaba comigo.
Terminei de me de tirar a roupa que faltava e entrei na banheira que já estava cheia.
Nesses ultimos dias tenho me perguntado o por que fui ser tão burra ao cair na lábia do Dylan, o desgraçado do meu ex-namorado, acho que você não deve estar entendendo nada não é mesmo, vou lhe explicar o que aconteceu.
Quando eu tinha 14 anos eu conheci o Dylan, ele é o tipo de garoto que chama atenção por onde passa, eu o conheci quando entrei na faculdade, sim na faculdade, minha inteligência sempre foi mais avançada para crianças da minha idade, por isso ao 14 anos eu já estava começando a fazer faculdade de fisica, Dylan já estava no ultimo ano, era o mais popular da faculdade, e como toda garota ingenua, era completamente apaixonada por ele, sabe aqueles filmes onde tem a garota nerd que se apaixona pelo popular do colegio mesmo sem nunca ter falado com ele, então essa era a minha situação, e mesmo sabendo que ele nunca iria reparar em mim, eu ainda o amava, pelo menos eu achava que amava e achava que ele nunca iria me notar, mais acabei me enganando, eu apenas achava que o amava, mais quando descobri a verdade já era tarde demais.
Dylan me notou, e conforme o tempo passava ele se aproximava mais e mais de mim, depois de dois meses saindo com ele, ele me pediu em namoro, hoje sei que errei em aceitar namorar com ele, afinal, nós mal nos conheciamos e ele ainda era quase dez anos mais velho que eu, porem eu estava cega, achava que ele era tudo pra mim, era o unico que me dava atenção, que me fazia me sentir amada, eu estava completamente iludida por ele, para enxergar a realidade.
Após um mês de namoro ele começou a mudar, passou a andar com pessoas erradas e passou a ficar com um ciumes obssessivo de mim, por mais que os garotos que se aproximavam de mim apenas me zoavam, ele não via isso, ele achava que era eu que mechia com eles, ou que eles davam em cima de mim e por causa disso ele vivia se metendo em briga, e muitas vezes ele quase me bateu, depois de três meses juntos ele ainda continuava com seu ciume doentio e passou a tentar me proibir de sair de casa sozinha. Aquilo já estava sendo demais para mim aguentar, e pra piorar minha situação o bullying que sofria na faculdade aumentou.
Sua mãe sempre lhe apoio em qualquer decisão sua, então acabei decidindo terminar com Dylan e fazer faculdade a longa distancia, afinal muitas pessoas faziam isso nos dias de hoje, mais uma não faria diferença.
Porem quando terminou com Dylan as coisas não deram muito certo, quando eu lhe disse que queria dar um ponto final em nosso relacionamento ele surtou, falando que eu estava terminando com ele para poder ficar com outros caras, mesmo falando que não era por isso ele não acreditava e não aceitava o fim do namoro, passou a quebrar as coisas e tacar as coisas na parede, sai de lá antes que sobrasse pra mim.
Parei de ir na faculdade e passei a fazer ela em casa, apesar de não ter visto mais o Dylan não significava que ele havia me esquecido, todos os dias ele me mandava mensagens, algumas até eram fofas já outras eram mais ameaçadoras, ele falava que me amava e que eu ainda seria dele, ou então falava que se eu não fosse dele, eu não seria de mais ninguém.
Isso durou dois meses, cheguei a pensar que ele havia cansafo ou desistido de mim, até que ele apareceu em casa há duas semanas atrás.
Quando ele apareceu completamente fora de si, e armado.
Assim que reparei que ele estava armado entrei em desespero, e ele falava que já que ele não podia ficar comigo mais ninguém ficaria, que eu era somente dele, dele e de mais ninguém, quando vi que ele ia atirar em mim fechei os olhos e esperei o impacto, ouvi o barulho do tiro sendo dado, mais não senti nada, e quando abri os olhos vi o por que não ter sentido o tiro, minha mãe havia aparecido e se jogado em minha frente, fazendo com que o tiro a acertasse.
Quando a vi caida no chão sangrando entrei em desespero, me joelhei e coloquei sua cabeça em meu colo e pedia para que não fechasse os olhos e que não me abandonasse, olhei pro Dylan o mesmo se encontrava com o olhar culpado e perdido, até pensei que fosse atirar em mim, mais não ele pediu desculpas e saiu correndo.
Minha mãe morreu ali em meus braços, suas ultimas palavras foram um "Eu te amo, Sempre e Para Sempre", e para que eu fosse feliz.
Por isso me culpo pela sua morte, sei que ela não gostaria que eu ficasse assim, porem nao consigo deixar de pensar que foi minha culpa, quando dei por mim já estava com uma gilete na mão.
Aquela é a minha única amiga, ela nunca me abandona e sempre me consola.
Já havia feito cinco cortes no pulso em cada pulso, iria fazer mais, mas quando ouço alguém me chamando na porta do banheiro paro.
– Quem é? - perguntou mordendo os lábios para segurar um gemido quando abixo a braço e o coloco na agua.
– Sou eu a Pepper, está tudo bem? - ela perguntou de trás da porta.
– Está sim Pepper, quer alguma coisa? - pergunto me levantando da banheira.
– Só vim lhe perguntar se não quer jantar conosco? - perguntou.
Quando peguei o celular vi que já passava das 19h00, era quase 20h00 não tinha reparado que demorei tanto assim ali.
– Ah não Pepper, muito obrigada, mais eu estou sem fome. - disse me secando tomando cuidado ao passar a toalha nos pulsos.
– Tem certeza meu amor? - pergunta novamente.
– Tenho sim Pepper, só irei me trocar e ir deitar, todas as coisas que me aconteceram hoje acabaram me cansando. - falei enrrolando uma gaze em cima dos cortes para que não infecsionasse.
– Tudo bem então meu amor, irei deixa-la descansar, boa noite. - ela disse se afastando.

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