The tourist escrita por Kbex


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

oi oi, gente.
fiquei muito feliz com os comentários de vocês e contente pela aceitação ao tema :D
vou responder as duvidas de vocês aos pouquinhos, okay?

"Eles gostaram, me deram a idéia e eu repeti. Fiz outros assaltos assim. Os jornais mesmo é que me deram a idéia de ser o Luz Vermelha" João Acácio Pereira da Costa, o "Bandido da Luz Vermelha" . Quis trazer uma frase de um serial killer brasileiro, há outros mais famosos, mas esse aqui é "especial" kkkk é meu conterrâneo, ele fez seis vitimas, em media 130 assaltos e dizem que uns 100 estupros, se tudo é verdade eu não sei, mas ele foi um notório criminoso brasileiro.



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Agora eles tinham certeza, cinco pessoas haviam visto Carla Hilbert nas imediações de Nova Iorque, agora era oficial, eles tinham um caso de uma serial killer em mãos e claro, os policiais de Jersey envolvidos no caso estavam vindo para Nova Iorque, a fim de colocar Carla atrás das grades de uma vez por todas.

A equipe de Kate não tinha muito mais o que fazer, não havia novas pistas e eles estavam nisso há cinco horas, sem interrupções. Decidiram ir para casa descansar um pouco, os policiais de Jersey deveriam chegar em alguns minutos e no dia seguinte eles se juntariam a equipe da 12ª e, com sorte, conseguiriam localizar Carla.

Kate estava aliviada de ir embora, esse é um daqueles casos complexos e que requer muita energia dos detetives, e a única coisa que ela queria era passar uma noite agradável com o seu marido. Antes de chegar em casa, porém, ela parou em uma lojinha e comprou o presente que queria dar a Castle, estava ansiosa para saber qual seria sua reação.

Quando chegou no loft, Kate vê Alexis deitada no sofá, assistindo algo na televisão, ela estranha, se Alexis estava ali, onde será que o Castle estava?

– Hey, Alexis – a detetive a cumprimenta.

– Oi, Kate – a ruiva sorri para a madrasta.

– Aonde está o seu pai? Você já o expulsou? – ela brincou.

– Expulsar? – Alexis não entendeu – o papai não pareceu em casa depois do almoço.

As palavras da garota fizeram aquele mesmo arrepio, de quando foi chamada na sala da capitã, percorrer pelo corpo de Kate. Ela sentiu suas pernas falharem consideravelmente e se segurou no sofá, sua visão ficou um pouco turva e ela tentava focalizar o olhar. A ruiva percebeu que Kate não estava muito bem, levantou-se e ajudou a detetive a se sentar no sofá.

– Aconteceu alguma coisa, Kate? Você esta branca! – ela se preocupou.

– Seu pai... ele disse que iria passar a tarde com você.

– E isso era...

– Quase duas da tarde – Kate sussurra – ele não mandou nenhuma mensagem, não falou com você?

– Não – Alexis sentou-se ao lado de Kate – oh meu Deus, aonde ele está? Será que não é possível que ele esteja fazendo alguma surpresa para você?

– Vou ligar para os meninos, você tenta falar com o seu pai – Kate disse e a ruiva assentiu.

Com seus telefones em mãos, elas faziam ligações. Alexis ficava mais frustrada cada vez que o telefone caia na caixa postal, ela olhou para a madrasta que não estava com uma cara muito boa.

– Eles não sabem nada sobre o Castle, ninguém o viu depois de sair da delegacia – Kate falou, desligando o celular.

Nesse momento, foi como se tudo fizesse sentido e Alexis começou a chorar.

– Meu pai foi sequestrado? – ela perguntou, mais para si mesma do que para alguém.

Kate não gostava de ver a menina sofrendo, elas haviam construído uma boa relação, apesar dos desencontros no passado. Então, a detetive vai até a garota e a abraça, tentando ela mesma não cair em lagrimas. Ela pensava como seria possível alguém tê-lo sequestrado, não havia o por...

– Não – Kate sussurrou fracamente.

– O que foi, Kate? – Alexis perguntou.

– Lex, vou ter que voltar para a delegacia, fique em casa e não deixe ninguém desconhecido entrar, certo?

– O que? Porque? O que esta acontecendo, Kate? – ela falou, desesperada.

– Eu ainda não sei. Mas preciso ver se o que estou pensando está certo. Por favor, fique aqui, não saia e não abra para ninguém.

Assustada, Alexis assentiu. No mesmo momento em que Kate fechou a porta, a ruiva a trancou e ligou para a avó, não queria preocupar a avó, mas também não queria ficar sozinha nesse momento.

.

.

Os meninos já estavam no estacionamento quando Kate chegou, ela havia ligado para eles e para a capitã, contando de sua suspeita. No elevador, ela e os meninos tentavam formular algum tipo de linha do tempo sobre o desaparecimento de Castle, ela queria acreditar que era apenas uma besteira, mas se não fosse, não poderia deixar isso passar, se fosse real, Castle estaria correndo risco de vida agora.

Ao abrir o elevador, Kate deu de cara com Gates, a superior avisou que ligou para os policiais de Jersey e que eles já estavam a caminho da delegacia.

Mas Kate não estava disposta a esperar, ela localizou o celular de Castle, ele estava no mesmo lugar há algumas horas e então, com Espo e Ryan, seguiu até a localização que o GPS mandava.

Infelizmente, chegaram tarde demais, a única coisa que encontraram lá foi o carro de Castle.

– Ele esteve aqui – Ryan falou, aproximando-se do carro.

Kate seguia o amigo, ao chegar perto do carro constatou que Castle não estava ali. Um sentimento a atingiu em cheio, um sentimento que ela já havia experimentado a um ano, no dia em que ela deveria estar se casando com Castle.

O carro estava vazio, como no passado, e ela não sabia onde ele estava, como no passado, e todos aqueles sentimentos voltaram em um turbilhão, flashes de imagens daquele dia invadiam a cabeça da detetive, confundindo-se com a imagem do presente. Perda, medo, solidão e aquele aperto típico no coração. Castle estava mais uma vez desaparecido, mas, diferente daquela vez, agora, ela tinha uma idéia de com quem ele poderia estar, mas isso não melhorava nada, muito pelo contrario. O fato de pensar em Castle como vitima de Carla Hilbert só a perturbava ainda mais.

.

.

– Detetive Beckett – Gates fala, assim que Kate, Ryan e Espo chegam na delegacia – que bom que chegaram. Esses são os detetives Sullivan e Oliver e sua equipe, responsáveis pelo caso de Carla Hilbert.

– Essa é Novak, psicóloga forense e profiler¹ que trabalha nesse caso desde o inicio e esse é Tavares, criminologista, eles nos ajudaram criando o perfil psicológico da serial killer. – Sullivan falou, apresentando o restante de sua equipe.

Os detetives trocaram um breve cumprimento e então seguiram para onde Kate havia montado o quadro do caso.

– A possível vítima se encontra no padrão de Hilbert? – Novak perguntou.

– Sim – Kate respondeu - Homem, 46 anos, 1,87 de altura, cabelos castanhos, olhos azuis e um corpo forte. Conforme vocês descreveram as outras... vítimas – ela continuou, sufocando-se com a ultima palavra.

– A capitã falou que foram seguir uma pista, o que encontraram? – Sullivan perguntou.

– Apenas o carro de Castle jogado em uma rua qualquer, o celular estava lá dentro – Kate disse.

– Mais nenhuma informação? – Sullivan perguntou.

– Nada – Kate suspirou.

– Ele estava de carro e fecha com as características físicas, as chances são grande – Novak disse. – alguma seringa? – completou.

– Nada.

– Bom, acredito que devemos chamar a família e conversar com eles, refazer a rota da possível vitima e...

– Sou a esposa dele – Kate cortou Sullivan – ele deveria ter ido para casa, se encontrar com a filha.

Um silencio se formou na delegacia, Novak e Tavares trocaram um olhar de preocupação e voltaram a encarar Kate.

– Ele pode ter parado em algum lugar? – Sullivan perguntou.

– Pode, mas eu não sei. Ele saiu daqui perto das duas da tarde, deveria ter ficado com a filha até a hora que eu chegasse em casa, mas ela disse que ele não apareceu e nem ligou para ela.

– Ele conhecia Carla? – Oliver perguntou.

– Discutimos sobre o caso dela uma ou duas vezes...

– Não iria adiantar muito – Novak suspirou – mesmo que ele a conhecesse, ela conseguiria sequestra-lo. Claro, mudaria o modus operandi² um pouquinho, mas ela não iria se importar, isso só...

– Iria estimulá-la mais – Kate completou.

– Correto. Carla tem esse apelido de “a turista” pois em seus 9 primeiros crimes, ela se fingia de turista e pedia informações a homens que estavam em ruas desertas, quando os homens começavam a responder, ela tirava uma seringa e injetava neles um benzodiazepínico, o diazepam, para que eles desmaiassem, assim ela os passava para o banco do carona e os levava aonde queria. Carla Hilbert é uma mulher grande e forte, arrastar homens não é um problema para ela. – Novak parou por um momento – se o senhor Castle a conhecesse, ele provavelmente tentaria escapar, e ela teria de pular a parte das informações e aplicar logo a injeção.

Kate lutou contra a vertigem que estava sentindo. As palavras de Novak fizeram com que a detetive visualizasse a cena de Castle desacordado e totalmente indefeso ao lado de uma sociopata compulsiva.

– O que mais sabem sobre ela? – Ryan perguntou.

– Bom... – Novak olhou para Kate, ela se preocupava em falar aquelas coisas perto da esposa da vitima, porém, pelo quadro que ela montou dos assassinatos, levava Novak a pensar que Kate tivesse lido os relatórios – depois de sequestrar, Carla espera a vítima acordar e então começa o seu ritual. Chamamos de ritual os comportamentos da serial que excede e o necessário para... o homicídio da vitima, no caso de Carla, seria os cortes e os atos sexuais.

– Como a pegamos? – Espo perguntou.

Novak olhou para Sullivan, pedindo por ajuda. A verdade é que nunca pararam Carla no meio de seu ato assassino.

– Como em outros casos, vamos fazer a linha do tempo da vítima, procurar por testemunhas oculares... Carla matou 9 homens até se meter com um policial e nós finalmente irmos juntando as peças.

– Olhe só, serial killers, geralmente matam pessoas que não farão muito a diferença, isso faz com que a série de crimes dure mais, uma vez que ninguém vai prestar atenção em gente “sem importância” morrendo. Carla tem um padrão organizado, se acha melhor do que os outros e não se parece com uma serial killer, por isso teve tanto sucesso em seus crimes – Novak completou.

– Esse tipo de serial killer costuma guardar “lembranças” de seus crimes, Carla guardava tufos de cabelos das vitimas, foi por isso que a pegamos. Depois de ela matar o policial, ficamos mais atentos e começamos a ligar os crimes, foi ai que traçarmos um perfil, e diminuirmos consideravelmente o número de suspeitos, chegamos perto de Carla Hilbert, uma vez que ela se arriscou mais e foi vista perto das duas últimas vítimas perto do horário de elas desapareceram. Assim, conseguimos um mandato depois de ela ter feito a sua 13ª vitima, e encontramos os fios de cabelo bem guardados no sótão da assassina – Tavares disse.

– Porque esse padrão de vitima? – Kate falou pela primeira vez em algum tempo.

– A única coisa que sabemos é que a mãe dela era violentada pelo pai e que Carla foi casada com um homem que pediu o divorcio depois de dois anos. O seu ex marido tinha 35 anos e as mesmas características de suas vitimas, e o pai abusivo tinha 50 anos. Quando pegamos Carla, ela não falou sobre a motivação de seus crimes, então juntamos essas duas informações e formamos o padrão das vitimas. Mas veja, serial killers tem padrões que só eles mesmo podem entender, sua fantasia é tão sádica e por vezes psicótica, que fica difícil entender – Novak falou.

– Okay, vamos fazer o que o detetive Sullivan falou e vamos encontrar o Castle – Kate disse por fim. Todos assentiram e se dispersaram, a fim de conseguir informações.

– Mulheres serial killers, essa é nova e assustadora. – Ryan disse.

– São raras, mas existem. Mulheres que sofrem traumas geralmente tornam-se alcoólicas, prostitutas, drogadas ou se suicidam, dificilmente se tornam agressivas ou predadoras. Quando isso acontece, geralmente tem motivos que as diferem dos serial killers homens, geralmente matam pessoas que conhecem, porém há as exceções, e Carla é uma delas. Assim como Aileen Wuornos, suas vitimas não eram conhecidas por ela, eram apenas caminhoneiros que davam carona a uma mulher que estava na beira da estrada – Novak falou à Ryan.

– Continua assustador – o loiro falou.

Novak deu um sorrisinho amarelo para o detetive e seguiu sua equipe até uma salinha. Eles tinham muito o que fazer e pensar em um jeito de parar Carla, antes que ela fizesse mais uma vitima.

Enquanto isso, Kate estava em sua mesa, olhando para o quadro branco, mas ela não estava realmente vendo alguma coisa. Ela já havia lido os relatórios do caso de Carla Hilbert, mas escutar os policiais de Jersey falarem sobre os crimes, principalmente por saber que Castle era uma possível vítima, fez Kate rever o caso com olhos diferentes, em alguns momentos da conversa com os policiais a detetive teve que lutar contra as vertigens que a atingia. Ela se sentia mal, só de pensar que, o que ela lera nos relatórios, poderia estar acontecendo com Castle naquele exato momento.

Mas ela tinha que ser forte, como sempre fora. Ela iria salvar seu escritor, e tudo ficaria bem novamente. Para isso, ela teria que ajudar os garotos e os policiais de Jersey com a linha do tempo, e foi isso que ela fez. Falou sobre o dia de Castle, até o momento em que ele saiu da delegacia, falou sobre os lugares que ele costumava ir, mercados, padarias, para então investigar.

Quando terminou de dar as informações, ela ficou encarregada de avisar a família de Castle, enquanto os meninos iriam até os mercados e padarias por ela citada. Mas antes, ela precisava se recompor, e sabia exatamente aonde ir. Precisava de sua melhor amiga.


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Notas finais do capítulo

A titulo de curiosidade (conceitos baseados nos livros da Casoy, escrito 'com minhas palavras') :
¹ pessoa que estuda o comportamento criminal e busca padrões psicológicos, traçando o perfil do criminoso, ajudando na captura do mesmo.
² assegura ao criminoso o sucesso de seu crime, protege sua identidade e garante sua fuga. Pode ser dinâmico, com o passar do tempo e da experiência que o criminoso vai ganhando.

e ai, quero saber a opinião de vocês e quais sao suas duvidas, para que eu possa tir respondendo-as. espero que gostem.
nos vemos nos comentarios
beijos
C.



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