A detetive estava sentada à mesa, preenchendo a papelada do último caso que eles fecharam, enquanto o escritor estava sentado em sua cadeira habitual, brincando com algum joguinho de celular. Em algum momento ele parou de brincar e encarou a mulher a sua frente.

– Você ainda não foi embora? – ela brincou com ele – deve ser um recorde, faz quatro horas que comecei a papelada e você ainda está aqui – ela para de digitar e o olha para ele.

– É... – ele não continuou a frase, não era preciso.

– Tudo bem, Rick, não há nada para você fazer aqui. Não tem capítulos novos a escrever?

– Não, não tenho. Mas vou aceitar a oferta, Alexis esta em casa, é com uma micro férias de uma semana, faz tempo que não fico com ela por um período longo.

– Vá aproveitar sua filha – ela falou e piscou par ele, voltando o olhar para a tela do computador.

– Eu vou, mas se acontecer algum assassinato, me chame, que assim que eu conseguir, eu apareço – ele se levanta e pega seu casaco – e aproveito para preparar algo para a noite – ele pisca.

– Prepare algo especial, vou levar uma surpresa para você. – diz a detetive, com um sorriso malandro nos lábios.

– Acho que será você que irá se surpreender – ele devolve, lançando-lhe um sorriso galanteador nos lábios.

O beija a testa dela e vai em direção ao elevador logo em seguida. Ele esperava que Alexis não tenha saído e nem tenha planos para o resto da tarde, pois queria passar um tempo com a sua filha.

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O restante da tarde transcorreu bem, nenhum caso apareceu, e Kate estava quase terminando o relatório quando Gates a chama em sua sala.

– Senhora? – Kate diz, na porta da sala da capitã.

– Entre, detetive – Gates falou.

Em seguida, Ryan e Esposito aparecem e a capitã os manda entrar também. Ela fecha a porta de sua sala e segue para a sua mesa. Os detetives encaram sua superior, algo não estava certo, o ar dentro daquela sala estava denso, e mesmo sem saber o que estava acontecendo, Kate sentiu um frio na espinha, seu instinto dizia que o assunto ali não era algo leve e ela se preparou para uma noticia forte.

– Detetives, eu os chamei aqui pois recebi uma ligação da policia de Nova Jersey e me pediram para chamar minha melhor equipe. Vocês conhecem o caso de Carla Hilbert, a turista? – ela pergunta.

– Ela não havia sido pega? – Kate fala.

– Fugiu da prisão há dois dias e parece que um hoteleiro a viu aqui em Nova Iorque. – falou a capitã, os detetives prestavam atenção em suas palavras – a policia de Nova Jersey quer nossa ajuda nesse caso, eles me passaram algumas informações para que possamos investigar se Carla está aqui. Se isso for verdade, nos juntaremos a policia de Jersey para pegar essa assassina. Ela já fez 13 vitimas, não queremos que faça mais, certo?

– Positivo – os três responderam juntos.

– Muito bem – ela pega um envelope grosso e entrega a Kate – aqui estão as informações que precisam, vamos resolver logo isso.

Os três detetives assentem e saem da sala da capitã, seguindo para a mesa de Kate. Lá, eles abrem o envelope e vêem fotos de Carla Hilbert, o nome do homem que diz tê-la visto e links e senhas para acessarem as câmeras do local. Kate distribuiu as tarefas e, depois que os meninos saíram, ela mandou uma mensagem para Castle, avisando sobre o caso, ela não esperava uma resposta, uma vez que ele estava com Alexis, mas sabia que era bom avisá-lo, para o caso de Alexis ter feito planos e ele ficar sozinho em casa.

Kate tirou de dentro do envelope, algumas informações sobre o caso e começou a montar o quadro branco.

Carla Hilbert, 37 anos, nasceu e morou em Nova Jersey até dois das atrás, em sua ficha continha alguns pequenos delitos, como dirigir alcoolizada e tentativa de assalto sem arma de fogo, por ultimo estavam os 13 assassinatos. Suas vitimas eram todos homens entre 35 e 50 e tinham características físicas similares, fora isso, não havia nenhum outro ponto em comum nas vítimas, parecia que ela escolhia as vitimas ao acaso. Havia sido presa há dois dias, mas fugiu da prisão e agora, segundo Paul Dukan, estava em Nova Iorque, ele a viu em um pequeno mercado, comprando algumas coisas, Espo e Ryan foram até o mercado para ver se mais alguém havia visto Carla.

Apesar de tantas vitimas e do terror que causou em Jersey, nem todos conheciam a assassina intitulada “a turista”, portanto, talvez a missão de Espo e Ryan não de em nada.

POV CARLA HILBERT

Não tenho certeza de que eu estou bem escondida aqui, também não sei se meus crimes repercutiram fora de Jersey, mas é Nova Iorque, uma cidade grande, demoraria para me encontrarem, e até lá, eu já vou ter fugido para bem longe, eu só precisava ter paciência.

Consegui uma casinha num lugar abandonado, em uma das muitas ruelas da cidade. Claro, tive que matar o dono, um senhor de idade que já iria morrer mesmo e fora do meu perfil, nem pude aproveitá-lo. Ele não me parecia ser alguém importante, uma vez que até agora ninguém veio procurar por ele, e ele já estava morto a quase 24 horas.

Estou voltando para minha casa quando encontro um homem indo em direção a um carro que estava estacionado, imediatamente aquela sensação me toma. Sinto a adrenalina correr em minhas veias, o sangue pulsar e me impulsionar a fazer o que mais gosto. Seduzir, controlar, caçar e matar. Ele tem o meu perfil e a rua está convidativa para um sequestrozinho, vazia e silenciosa. Mordo o lábio inferior, o desejo crescendo dentro de mim, o vejo entrar no carro e sigo até ele, parando ao lado do carro e batendo na janela. O vidro se abre, revelando os olhos azuis da minha próxima vitima, abro um sorriso e o encaro, esse homem vai ser meu.