– Sabe que nunca deve ser pedir isso – aí ela me solta

Enquanto estou caindo não penso em muitas coisas, só fico esperando a pancada do chão. Mas isso não acontece, porque algo perto, que eu não consigo ver direito, vem voando reto na minha direção. Ele me abraça e me gira para cima, ficando em cima dele, fazendo que quando cairmos o impacto do chão caia sobre suas asas. Ele abre as asas para diminuir o impacto, mas assim mesmo as asas dele raspam no chão. No chão ele tira os braços de cima de mim, me jogo para o lado. Olho para meu lado e vejo que a coisa preta era Cobra, me sento no chão e Cobra se levanta. Ele estende a mão para mim, a pego e ele me puxa para cima.

– Você está bem? – ele pergunta. Mas não consigo nem responder, pois a garota águia está atrás dele batendo palmas

– Bravo, bravo – Cobra me empurra para trás dele – Que fofos, dá até vontade de apertar – quando ela termina de falar isso ela solta aquele mesmo riso estridente

– Safira – ele fala num tom bravo

– Cobra – ela fala no mesmo tom

– Vocês dois se conhecem? – pergunto espontaneamente

– Vai embora, deixa ela em paz – diz Cobra, me em ignorando

– Eu não posso, a morte dela me livrará dessa maldição

– Como assim? – depois que ele pergunta isso olho para as asas dele que estão aranhadas, provavelmente aconteceu quando ele se chocou com o chão

– Sua mãe prometeu para mim que se eu trouxesse a Karina para ela, ela me livraria dessa maldição

– Isso é mentira, ela está te iludindo

– Não Cobra, ela não está. Ela pode te livrar também, é só se juntar a nós

– Nunca!

– Você é um idiota! Então, morra junto a ela – ela ameaça a levantar vôo

– Vá embora, eu não quero te machucar – Safira o ignora e tenta partir para cima dele, ele pega a varinha do bolso e joga um feitiço na direção dela. Ela desvia e volta para chão, olha para mim, depois olha para Cobra, então levanta vôo e vai embora

Ele abre a boca para falar algo, mas o interrompo.

– Você a conhece da onde?

– Minha... Mãe ela era amiga da mãe dela

– E ela é assim porque o nosso avô...Ele...

– É, ele lançou uma maldição nela

– Mas o que ela fez?

– Ela ajudou a esconder minha mãe. Karina acho melhor a gente ir embora, está perigoso a gente ficar aqui

– É – ele gira a varinha, as coisas a ficam embaçadas e começo a girar, fecho os olhos como da primeira vez. Paro de gira, abro os olhos e vejo que estou na sala da minha casa, que está vazia. Fico meio tonta, mas não perco o equilibro.

– É você estava certo na segunda vez não é tão ruim assim – ele não responde nada só faz uma cara de dor – Que foi?

– As minhas asas elas estão doendo

– É eu vi, elas estão aranhadas – ele estende a mão esquerda, bate a varinha na palma da mão e um pote prateado aparece na mão dele – Karina tem como você passa essa pomada nos aranhões?

– Claro – o pego

– Espera aí! – ele puxa a camisa, que já estava rasgada por causa das asas dele, e a joga no chão.

Cobra fica de costa para mim, abro o pote e lá dentro a uma pomada azul brilhante.

– Me avisa se doer – ele concorda com a cabeça, possa em uns dos aranhões e em 20 segundos ele some passo nos outros e eles somem. Em nenhum momento Cobra fala que está doendo, o que me admira – Pronto Cobra – ele se vira para mim, fecho o pote e o entrego a ele. Cobra pega a varinha e a bate no pote, que desaparece – Você e seus truques - ele ri, ficamos encarando. Olho para o chifre de e começo a rir “É engraçado ver ele com asas e chifres"

– Que foi?

– É engraçado ver você assim

– Assim como? Feio

– Não, esses chifres até te deixam bonito

– Você bateu a cabeça muito forte mesmo

– Não é sério - toco num dos chifres que é áspero, pontudo e grosso - Eles te deixam... Sexy - ficamos em silêncio, abaixo a mão e aí percebo que aparece que estou paquerando o Cobra

Então, ele quebra o silêncio

– É... Eu...- ele faz uma pausa, ficamos num silêncio perturbador

Quando escuto um grito olho para a porta e Luana está olhando arregalado para Cobra

– Luana? - falamos junto, olho para Cobra daquele jeito, com chifres e asas penso “Caramba e agora"