Meu Pequeno Amor escrita por FireboltVioleta


Capítulo 29
Changes


Notas iniciais do capítulo

Oie, pessoas!
O capítulo ficou uma porcaria, eu sei. Não hesitem em xingar lá em baixo.
Falta de criatividade é um saco... :(
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/585442/chapter/29

HERMIONE

Uma luz forte me recebeu, quando finalmente abri os olhos.

Senti minha pupila arder com a luminosidade. Virei o rosto, tentando desviar do feixe que me atingia.

Onde eu estava?

O que havia acontecido?

Pisquei, sentindo minha cabeça latejar de dor e confusão.

Tentava me lembrar, mas o esforço me deixou tonta.

Finalmente, depois do que pareceram vários minutos, consegui focalizar as pessoas que me encaravam, paralisadas.

Eu vi tantos rostos estranhos ali que senti meu corpo enrijecer. Quem eram aquelas pessoas?

Tudo estava tão desfocado, tão nublado...

Finalmente, entre os rostos desconhecidos, identifiquei um familiar.

Vi-o quando se aproximou de mim, os olhos azuis arregalados de ansiedade. Um rosto cheio de sardas e de cabelos tão ruivos, que seria impossível não reconhecer.

Agora eu me lembrava...

Sim... era Rony.

– Hermione?

Sua voz estava tensa, apavorada.

Fiz um leve esforço para levantar, sacudindo a cabeça.

– Rony? – encarei, surpresa, seu corpo estremecer quando o chamei – o q-que aconteceu?

Quando eu menos esperava, Rony arfou, e me apertou num abraço estranhamente agoniado.

– Você está bem... – ele choramingou em meu ombro.

Outra pessoa se aproximou. Cabelos negros, olhos castanhos, olhar simpático. Oliviene!

– Bem vinda de volta, Hermione – ela sorriu, segurando minha mão.

– Deu certo? – Rony ofegou, parecendo temer me encarar novamente – não há sequelas?

– Pelo visto, nenhuma...

– Ei! – guinchei, franzindo a testa. Os dois pararam de conversar e se viraram de volta para mim – o que houve? Por que estou aqui?

– Como está se sentindo, Granger? – um home ao meu lado – um medibruxo? – perguntou.

– Minha cabeça está doendo... – respondi, ainda observando a tensão que emanava de Rony, que não havia me soltado ainda.

– Do que se lembra? – Rony murmurou, receoso.

– Não sei... não tenho certeza – esfreguei a testa, aborrecida – tive um sonho muito bizarro...

Todos arfaram baixinho em reação ao meu comentário. Diabos, o que estava ocorrendo ali?

– Mesmo? – Oliviene encolheu os lábios, como se reprimisse um sorriso humorado.

– É – ergui a sobrancelha – sonhei que era uma criança de novo. E... – senti minhas bochechas corarem. Nossa. Tinha sido um sonho tão real... e tão absurdo....

– Ah, não... você não sonhou – ouvi alguém comentar, hesitante.

Dois aurores abriram espaço para que alguém viesse até a maca em que eu estava deitada.

Pisquei, boquiaberta, quando o rapaz de cabelos louros se adiantou, parecendo tão embasbacado quanto Rony.

– Malfoy?

O que Malfoy fazia ali?

Mas se Draco Malfoy realmente estava ali...

As lembranças vieram num turbilhão.

Eu e Malfoy no Departamento de Mistérios. A queda das orbes. Vira-tempos em meio á fumaça...

E eu, agora, numa maca, dentro do Ministério da Magia.

Agora tudo fazia sentido.

Não havia sido um sonho.

Acontecera de verdade.

– Foi por causa do acidente que você sofreu – Malfoy disse – aconteceu mesmo. Troxueram você de volta ao normal.

Ergui o olhar para Draco, alarmada.

Então... se eu realmente tinha vivido aquilo....

Meu rosto esquentou ainda mais, enquanto eu observava a expressão também constrangida de Draco.

– Então você se lembra? – Oliviene.

– Sim... de tudo – pousei a mão na testa.

Rony afagou meus braços, parecendo aliviado.

– Bom, pelo visto, não há nem mesmo uma sequela – o medibruxo sorriu.

– Como fizeram minha reversão? – indaguei.

Rony finalmente deu um sorriso satisfeito.

– Coisinha á toa. Se eu soubesse, eu mesmo tinha feito.

– Ah, jura, Weasley? – Draco debochou.

Olhei para os dois, sem acreditar. Malfoy estava mesmo fazendo uma troça sem maldade com Rony?

– Calem a boca – Oliviene estapeou de leve os dois, fazendo os medibruxos e aurores rirem – se você estivesse na forma adulta, teria nos ajudado bastante – ela brincou – simplesmente fizemos algumas modificações nos Vira-Tempos danificados, para que acelerassem o tempo, em vez de retroceder, e usamos a magia deles em conjunto com um feitiço de Reversão de Memória. Como Rony disse – Stark revirou os olhos, rindo – coisa simples.

Virei-me para todos que lhe olhavam, agora com sorrisos maravilhados nos rostos.

Todos, menos um.

Por que o absurdo e inusitado sorriso amarelo de Malfoy trazia algo que eu só podia comparar com desapontamento.

– Foi meio constrangedor – comentei, tentando resgatar alguma nova reação de Rony.

– Nem tanto – ele deu de ombros, beijando minha testa com o carinho que só ele podia mostrar – assustador. Anormal, talvez. Mas foi interessante... até divertido.

Mordi o lábio com a piscadela que ele me lançou. Ele devia estar se referindo á minha falta de noção infantil.

Agora eu conseguia me recordar com mais nitidez. Senti arrepios de ternura ao me lembrar de como Rony reagira á minha eu criança... o cuidado com que me pegou no colo, a personalidade adoravelmente fraternal que demonstrara com minhas brincadeiras, o pavor que vi em seu rosto quando me encontrou com Pandora...

Mas, ao mesmo tempo, percebi, com um assomo de culpa e choque, que Draco Malfoy não ficara muito atrás dele nestes aspectos.

Eu me recordei da personalidade nova e surpreendente que ele demonstrara naquele período.

Será que tudo aquilo estava envolto dentro da casca grossa de orgulho e prepotência do garoto que me confrontara em Hogwarts?

Era quase impossível de acreditar no quanto ele havia mudado.

Mas minha tensão não se originava do fato de que Draco Malfoy tinha, por algum milagre, se afeiçoado á minha forma criança.

Meu medo era de que aquela frágil e repentina ligação não fosse tão frágil á partir de agora.

Eu estava obviamente grata por tudo que ele havia feito. E ainda tinha aquela nova e estranha simpatia que eu, enquanto na minha pequena forma, havia desenvolvido por ele.

Mas o que diabos iria acontecer com nós dois – e entre ele e Rony – agora?

– Bom, acho que nossa pequena encrenqueira já teve seu momento de bajulação – Oliviene piscou – curandeiros, obrigada pela assistência. Dawin, Shawn, podem se retirar. Vou levar nossos garotos para Shacklebolt.

Enquanto todos saíam da sala iluminada, Rony me ajudou a descer da maca.

– Ei, já não tenho mais quatro anos! – disse, brincando.

– Engraçadinha – Rony riu, me atingindo com um beijo apaixonado na boca – hum, não tem mesmo... – ele acrescentou entre os lábios.

– Tarado – bati nele de leve, também rindo.

Rony sorriu, puxando minha mão em direção á saída.

Mas, quando vi Draco imóvel diante da porta, puxei o braço de Rony.

Ele me encarou, confuso, até perceber Malfoy com a cabeça voltada para o chão.

– Me espere lá fora... – suspirei, meio insegura – quero falar com ele.

Rony hesitou, mas pareceu entender que eu precisava conversar com Malfoy.

Assentindo, soltou minha mão e saiu, fechando a porta atrás dele, com uma expressão absolutamente neutra.

Quando a porta bateu, virei-me para Draco, afagando meu braço.

Ele ergueu a cabeça, franzindo o cenho.

– Você não me deve nada por isso... Hermione.

Estremeci. Não imaginei que ele ainda me trataria pelo primeiro nome, após a reversão.

– Sei que não – funguei – mas quero que saiba que agradeço pelo que você fez por nós... por mais que tenha sido forçado.

Draco me encarou, e, pela primeira vez, percebi o como seus olhos se assemelhavam á poços gêmeos de águas agitadas.

E vi, por um momento, não o Draco Malfoy que eu conhecera, desprezador de nascidos trouxas, sonserino, presunçoso...

Vi apenas um garoto perdido e cansado que parecia querer ter feito tudo diferente.

Aquela guerra havia feito crateras em todos nós.

Não consegui dizer mais nada.

Em vez disso, impulsionei meu corpo para frente e pousei os lábios em seu rosto.

Draco estremeceu, mas não disse nada. Manteve-se estático quando eu recuei, finalmente virando-me para sair.

Enquanto fechava a porta, vi-o assentir para mim, ainda me encarando.

– Obrigada – sussurrei, fechando a porta e fazendo-o desaparecer de meu campo de visão.

Assim como eu esperava, Rony me aguardava do lado da porta.

– Então? – ele me abraçou pela cintura, afagando meus cabelos,

– È... – sorri – acho que toda a loucura finalmente acabou.

Rony beijou minha bochecha. Ah, como parecia aliviado e feliz agora. e aquilo mexia comigo, novamente, de formas que eu nunca conseguiria explicar.

E, pessoalmente, eu também estava aliviada por voltar ao normal. Fora uma experiência emocionante... mas estava mais que na hora de eu literalmente crescer.

E eu sabia, melhor que ninguém, que tudo que Rony fizera por mim naqueles dias era, sem dúvida, uma das maiores provas de amor que eu já recebera em minha vida.

O mesmo amor que corria de volta em minhas veias.

Agora tudo voltaria á ser como era outra vez.

E eu não podia pedir mais do que aquilo...

Passar minha vida - em que forma que fosse - ao lado do garoto fantástico que eu tanto amava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários?
Beijos e até o penúltimo capítulo!