Meu Pequeno Amor escrita por FireboltVioleta


Capítulo 28
Vertices and Horizons


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!
Desculpem a demora absurda para atualizar. Terminei a faculdade, como alguns sabem, na semana passada, e, no fim de semana, fiquei de cama com uma gripe horrorosa. Mas agora, "eu volteeeeii, agora pra ficar, por que aqui, aqui é meu lugaaaaar..." (essa sou eu num cover tosco)
Se eu soubesse que ameaçar acabar a fanfic traria tantos comentários e favoritos novos, eu já tinha amaeaçado mais cedo... rsrs #TABOM #PAREI
Não, também estou triste por que está acabando. Se muito, só terão mais quatro ou cinco capítulos.
Mas a boa notícia (música de trompetes) é que Meu Pequeno Amor 2 estreará em março para abril de 2016! :)
Bom, desculpe a choradeira de uma autora emocionada.... kkk
Boa leitura!



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DRACO

No dia seguinte, Hermione recebeu alta.

Eu ainda estava remoendo – desnecessariamente, como sempre – a conversa que eu e Weasley havíamos tido no dia anterior.

Eu me odiava por concordar com ele. Odiava admitir que sentiria uma falta rascante da figurinha minúscula e ridiculamente cativante que me atormentara adoravelmente nos últimos dias.

Não conseguira, após todo este tempo, conciliar aquela garotinha pequena, de olhos enormes e castanhos, com a garota nascida trouxa, com a qual eu convivera em Hogwarts. Era outra parte dela, que até então eu desconhecia. Um fragmento inocente, atordoante, alegre e cheio de vida que eu nunca teria percebido na garota adulta.

Mas e se, de repente, ela, a pequena Granger, sempre estivera ali? Encoberta por uma maturidade fora da idade e pela inteligência avassaladora que sua forma mais crescida – e agora adulta – representava?

Agora eu olhava a garotinha animada ao meu lado e pensava, com meus botões, que tudo poderia ter sido diferente.

Talvez, devia ter sido diferente.

O mundo já não era mais o mesmo que eu conhecia agora. Era cheio de nuances e horizontes que eu nunca conseguira ver. Tudo parecia tão relativo, tão variado, que me perguntava como não havia percebido certas coisas antes.

Ela me dera uma nova visão do mundo. E, quem diria, de minha própria vida.

Agora eu via até mesmo uma saída para minha situação. Conseguia visualizar o como eu ainda tinha chance de recomeçar algumas coisas. De não jogar minha vida fora por causa do passado.

Eu podia, só por um momento, ver aquelas realidades tão diferentes parecerem bizarramente iguais.

Meu maior medo, porém, não era ter que me acostumar á ausência da pequena Granger.

Meu medo era não saber o que iria acontecer com sua presença adulta outra vez.

Oliviene me prometera que, se tudo desse certo na reversão, eu estaria devidamente liberado para finalmente voltar aos meus serviços comunitários normais.

No entanto, para minha surpresa, a perspectiva que deveria me agradar, na verdade, não me deixou exatamente animado.

Para completar, a presença inusitada de minha namorada, enquanto aguardávamos no Ministério, apenas contribuiu para confundir ainda mais a minha cabeça.

Laísa parecia completamente perplexa enquanto eu e Weasley, com Granger sentada entre nós, esperávamos que Stark nos chamasse.

Ela não havia visto a Granger criança. E parecia estar tão atordoada quanto eu fiquei quando a vi pela primeira vez.

Hermione ergueu a cabeça para Laísa, sorrindo.

– Você é bonita, moça.

Laísa enrijeceu, arregalando os olhos para mim.

Sorri amarelo. Sabia exatamente o choque que ela havia sentido.

Vi Laísa mastigar a língua.

– Hum... obrigada.

Weasley nos olhou, divertido, reprimindo um sorriso.

– Você é amiga do Draco? – ela apontou para mim com a mãozinha.

– Sou namorada dele – Laísa respondeu num tom defensivo, me encarando.

Revirei os olhos. Ótima hora para o ciúme ridículo dela aparecer.

– Gostei da sua namorada, Draco! – Granger sacudiu a manga da minha blusa, rindo.

Franzi o cenho. Anotei mentalmente que, se Laísa começasse a fazer barraco, ia dar um pé na bunda dela sem pensar duas vezes. Ela já estava me enchendo com aquele grude todo de meses atrás.

– Vou esperar você lá fora, tá? – Laísa beijou minha bochecha, estreitando os olhos para Weasley e Granger, antes de sair desfilando corredor adiante e desaparecer de vista.

Rony piscou, sorrindo.

– O que foi, Weasley? – bufei.

– Nada... sua namorada é... hum... interessante.

– Se interessante significar grudenta e implicante, ela é até demais.

Weasley riu, e eu o acompanhei, quase que por reflexo.

Granger olhou de um para o outro como se não estivesse entendendo nada.

– Vocês são doidos – Granger arrulhou, rindo.

– Olha quem fala – Rony sorriu, beijando a cabecinha dela.

Naquele momento, senti alguma coisa engraçada dentro da minha garganta. Vi a confiança e a satisfação da pequena Granger com Weasley,

E, por um momento, invejei-o.

Ele tinha tudo que eu nunca havia tido. Ele tinha alguém com quem compartilhar verdadeiramente a vida. Alguém pela qual sem dúvida se sacrificaria. E, não bastando isso, havia achado realmente a outra metade que lhe faltava. Alguém que o completava de um jeito diferente, suprindo todas as qualidades que lhe faltavam.

E eu sentia que provavelmente nunca teria isso.

Á não ser que eu encontrasse alguém igual á pequena menininha que me encarava com o olhar cheio de animação.

Laísa era o tipo legal. Não era uma namorada ruim, mas eu via que aquilo jamais ia durar. Nosso futuro não passaria de algo além de, talvez, uma amizade cúmplice. Não era algo para uma vida toda.

E eu olhava toda a dedicação e carinho de Weasley pela pequena menininha, e percebia, com desânimo, que ali estava um vínculo que nem o tempo poderia corroer.

A porta adiante de nós se abriu, revelando um rosto familiar.

– Ah... Stark – arfei.

– Estamos prontos – ela assentiu, dando espaço com a porta para que nós passássemos.

Então, me apercebi que aquela era a reta final. Os últimos momentos da Hermione criança comigo. Provavelmente, até mesmo seus últimos momentos de consciência.

Um nó bobo e surpreendente se instalou em meu pescoço.

Foi aí que eu joguei meio mundo de convenções e ideologias pessoais, bem como meu orgulho, por trás do ombro.

E ergui a mão para Hermione.

Ela pareceu surpresa, mas deu um sorriso confiante e segurou-a, aninhando a mãozinha minúscula em meus dedos.

= Vamos lá, Hermione?

Rony me olhou, abrindo um sorriso espantado.

Hermione assentiu, fazendo seus cabelos sacudirem em torno do pescocinho.

Entramos na sala, que estava fortemente iluminada. Havia uma maca no centro dela, circulada por vários bruxos, entre medibruxos e aurores. Todos se afastaram para dar passagem á Granger.

– O que vamos fazer? – ela me olhou, curiosa.

Resolvi, quase sem coragem, mentir.

– É um último tratamento pra você. Pra ter certeza de que vai ficar bem.

Hermione franziu a testa. Weasley e os demais bruxos aguardaram, ansiosos.

– Mas estou bem... não preciso de mais remédios!

Suspirei, e, num ímpeto surpreendente, peguei-a no colo.

Hermione era tão leve que mal pesava em meus braços.

– Olha... vai ficar tudo bem. Ta?

Vi os olhinhos cor de chocolate ficarem levemente marejados. Ela parecia sentir que aquela era nossa despedida.

Quando Granger me abraçou, fungando, só pude apertar o corpinho pequeno em meus braços, afagando suas costas.

– Eu não quero que você vá embora – ela soluçou baixinho.

Desci Granger na maca, olhando seus olhos ficarem cada vez mais molhados.

Eu tinha que terminar aquilo antes que perdesse a pouca coragem e loucura que me restava.

– Não vou sair daqui. Vou ficar até acabar, está bem?

O medibruxo mais próximo abaixou a cabecinha de Granger, deitando-a na maca. Outro pousou um pouco de infusão sonífera dentro de um inalador e acoplou-o á cabecinha dela.

Eu sabia muito bem que só tinha mais alguns segundos antes que a garotinha mergulhasse num sono profundo.

– Você vai estar aqui quando eu acordar? – Granger bocejou para Weasley, os olhos ficando levemente amedrontados em meio ao torpor.

– Claro que vou – ele afagou o rostinho dela, a voz levemente embargada – vamos estar todos aqui. Eu nunca vou sair do seu lado.

Weasley me olhou.

– Sim – concordei, tenso – estaremos aqui.

Apertei a mãozinha dela, enquanto via os olhinhos ficando cada vez mais desatentos, e suas pálpebras se fechando lentamente.

– Draco... – ouvi-a resmungar.

– Sim?

– Não vá... embora...

– Não vou – eu disse.

Mas, quando sua cabecinha tombou para o lado, inconsciente, eu percebi que talvez nunca saberia se ela havia ouvido minha pequena e instável promessa.


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Notas finais do capítulo

Então? Comentários? pedradas? Dedicatórias (oxe, Firebolt.. rsrs)?
Beijinhos e até o próximo capítulo!